segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Artigo de Opinião - Prisão provisória de parlamentar -

Quando defendemos os direitos daqueles com os quais não nos afeiçoamos é que demonstramos nossa fidelidade aos princípios que dizemos ter e nosso grau de civilidade

09/12/2017 
O DIA

Artigo de Opinião - Como selecionar os melhores professores ? - Júlio Furtado

Ser tecnicamente competente é fundamental, mas não é suficiente para se classificar um bom professor. O compromisso com o outro e o olhar inclusivo são essenciais

09/12/2017 
O DIA

Artigo de Opinião - Essa bicha não é minha

Publicado em 09/12/2017 por O Globo

Mil novecentos e sessenta e quatro foi um ano de glória para mim. Ganhei o carnaval com "Cabeleira do Zezé (sátira à juventude rebelde da época com suas roupas extravagantes e suas cabeleiras); musiquei na televisão os programas "Times Square" e "Praça Onze"; e, na boate Sótão, na Galeria Alaska, o inesquecível show de travestis "Les Girls". Ali surgiram para o estrelato as talentosas Rogéria, Divina Valéria, Jane di Castro e outras transformistas que brilharam mais tarde em renomados palcos internacionais.

"Les Girls" foi sucesso total, durante muitos anos, com elencos variados, dentro e fora do Brasil. Uma curiosidade. Um poderoso diretor de TV, quando soube que eu estava musicando "Les Girls", fuzilou: "Kelly, você ganha aqui um bom salário e não tem nada que musicar um show de viados lá fora!" Respondi na lata: "Conheci o elenco e ali só encontrei artista de alta qualidade. Acho a sua frase muito infeliz."

Crônicas do Dia - Se lhe der na telha - Zuenir Ventura

Desta vez não se trata apenas de uma decisão polêmica e provocativa como têm sido quase todas as de Donald Trump. A de agora, reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel, desafiando importantes aliados internacionais, inclusive o Papa Francisco, contém um potencial explosivo capaz de inflamar o Oriente Médio e de, como disse o líder do Hamas, abrir as “portas do inferno”, ao destruir o sonho dos “dois estados” (os protestos violentos já começaram). Quais foram os motivos que o levaram a abrir mão do papel dos EUA na mediação do conflito entre israelenses e palestinos, pondo fim às negociações de paz? São questões que os analistas estão procurando entender.

Artigo de Opinião - Nem tão simples - Ana Maria Machado

Simples assim. Entendeu ou quer que eu desenhe?”

A toda hora estamos esbarrando em variantes dessa atitude arrogante, seja em comentários na internet ou em palpites que surgem em conversas ao vivo, com a pretensão de calar o outro. Por vezes, vem revestida de um tom teórico peremptório, cheio de ecos intelectuais, a insinuar que qualquer discordância é estúpida. Nem por isso deixa de ser uma forma de ofensa, a chamar o outro de burro.

Artigo de Opinião - Consciência Negra e Religiosidade - Nei Lopes

Na década de 1880, o filósofo francês Louis Bergson elaborava e difundia o conceito de “força vital”, impulso criador que dá forma à vida no universo e consubstancia a evolução.

Crônicas do Dia - Gil na trilha dos dias

E me dei conta, também, do quanto as canções de Gil eram (foram e são) marcantes em minha vida

Artigo de Opinião - Burrice é o racismo - Marielle Franco


Crônicas do Dia - Êxtases - Veríssimo

Homens, mulheres e crianças trabalhando 15 horas por dia, sem qualquer amparo legal ou moral, fora os magros salários, para êxtase dos patrões

03/12/2017

Crônicas do Dia - Uma história de Monsueto - Luiz Pimentel

Compôs umas 150 músicas e foi gravado por grandes intérpretes da MPB. Viveu e morou na filosofia, na melhor delas

03/11/2017 
O DIA

Crônicas do Dia - Ambiente de Bullying - Luca Andrade

Depressão, automutilação, isolamento, internamento e baixo rendimento escolar são algumas das consequências do bullying sofrido por jovens nas escolas. Mas as reações podem ser extremas, como suicídio ou mesmo homicídio — em muitos casos, um seguido do outro, ou seja: tragédia. Isso não é ficção — é realidade. Acontece que, apesar de conhecermos os efeitos perturbadores do bullying, diagnosticarmos e identificarmos a situação e os envolvidos; e até sabermos que ações educativas sintomáticas (não preventivas) bem como medidas legais têm sido criadas e aplicadas, mesmo assim, somos surpreendidos com suas consequências funestas. O caso de Goiânia é exemplo que se repete.

É hora de pensar não apenas no ato específico do bullying, mas no ambiente em que ele acontece, no sistema que de alguma forma o retroalimenta. O bullying não é privilégio da escola, pode acontecer em qualquer contexto onde há relações humanas. No contexto escolar, vale perguntar: o que é necessário para que, na cena escolar, seus atores — diretoria, corpo docente, corpo administrativo, alunos, pais de alunos — efetivamente percebam a importância do papel de educação integral da escola, da criação de um ambiente educativo que abarque tanto o aprendizado formal quanto as relações sociais interpessoais?

Nesse ambiente educativo, que inclui não somente o professor, mas todos que estão presentes na escola, atenta-se para o aprendizado de conteúdo, zela-se pelo espaço, cuida-se do outro e das relações, ocupa-se da mente, do corpo e da emoção que coexistem de forma sistêmica. É no conjunto desse ambiente que todos os seus atores são corresponsáveis pela lapidação desse ser social que respeita o outro, compreende e atua coletivamente, é solidário e empático, e não somente desenvolve o ser “intelectual”.

Assumir a integralidade de um ambiente educativo implica não somente considerar cada ator dessa cena como importante, mas também conscientizá-lo de sua importância. Como lidar “adequadamente” com o bullying que acontece no recreio, se o inspetor se sente humilhado pela forma como é tratado por seu supervisor? E ainda, dizem para ele: “É assim mesmo, meu chapa!”

A recorrência de bullying é um sinal de que o estado das coisas continua o mesmo ou pouco se desenvolveu. Alguns passos cruciais já foram e estão sendo dados para coibir este ato, assim como ações para lidar com o ato consumado, suas consequências e seus atores. Cabem agora ações integralizadas que construam uma nova forma de enxergar e promover um ambiente educativo. Atitudes que possibilitem uma maior conscientização dos atos individuais e suas consequências. É necessário ter um foco convergente que integre a educação formal, as relações e seus processos. Ninguém pode ficar sozinho, nem de fora. É preciso transparência, verdades e envolvimento de todos os atores desse ambiente educativo.

Luca Andrade é psicóloga


Crônicas do Dia - Dez milhões de Zumbis

Quando um dependente para de tomar a droga, cada músculo, cada nervo, cada articulação doem. Insuportavelmente.

03/11/2017 

Nelson Motta, O Globo

Artigo de Opinião - Reunião de pais no WhatsApp


Aplicativo trouxe uma novidade que algumas vezes tem dificultado a vida de educadores: grupos de pais de alunos

21/10/2017 
O DIA

Charges


Crônicas do Dia - O Dia do Mestre - Bayard Boiteux

Sempre sonhei em compartilhar as poucas informações que tenho,adquiridas ao longo de viagens,leituras ,cursos e conversas com meus alunos e amigos.Entendo que cabe a cada de um nós dividir o que sabemos,com a humanidade e assim ajudar a plantar sementes que disseminem novos conceitos e sejam portadoras da ideia da diversidade,que deve nortear nossa ação educadora.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Artigo de Opinião - Quem assume as mortes por consumo de álcool?

Em última instância, a verdade é que não existe interesse em que o consumo seja reduzido, pelo contrário

28/10/2017 
O DIA

Artigo de Opinião - Dona Pureza disse o essencial

O tamanho do retrocesso embutido na portaria do atual governo sobre trabalho análogo à escravidão é obsceno

Artigo de Opinião - A violência que vai à escola todo dia


Crônicas do Dia - Consciência de todas as cores

Educação, erudição e intelecto, embora fundamentais, não definem o homem, não contêm o racismo que o inconsciente revela

Artigo de Opinião - A arte não deve ser censurada -

Sou cristão e tenho três filhas, de 14, 11 e 5 anos. Se eu as levaria para uma performance de nudez ou para a mostra 'Queermuseu', é outra questão

20/11/2017
O DIA

Artigo de Opinião - O deputado nu -

A pedofilia, o estupro e todas essas monstruosidades não estão muito mais presentes entre os que estão distantes de museus, teatros e exposições de todos os tempos?

11/11/2017 

*Aderbal Freire-Filho, O Globo

sábado, 23 de dezembro de 2017

Artigo de Opinião - A única diferença - Carina Alves

O papel da importância do professor na perspectiva da comunicação acessível torna-a ferramenta capaz de contribuir para a reinvenção de uma nova sociedade e, como tal, impulsionar a Educação inclusiva

10/11/2017
O DIA

Artigo de Opinião - Desfazendo a ' ideologia de gênero ' no Brasil - Paula Drummond

Rio -  A passagem da filósofa norte-americana Judith Butler pelo país causou enorme furor dentro e fora das redes sociais. Em São Paulo, onde debatia democracia, grupos de manifestantes se enfrentavam a favor e contra sua presença. Nas semanas que antecederam o evento, petição foi criada pedindo cancelamento do evento, alcançando mais de 360 mil assinaturas. Acusação? Ela seria mentora intelectual de "ideologia nefasta" que visa a corromper famílias e valores morais tradicionais.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Crônicas do Dia - Fim de ano, tempo de descobertas - Marcus Tavares

Se você leciona nas etapas finais da Educação Básica ou Superior, é muito gratificante pode acompanhar o desfecho de uma dessas fases

25/11/2017 
O DIA

Crônicas do Dia - O preconceito grita - Walcyr Carrasco

Frequento alguns bons restaurantes, principalmente na região dos Jardins, em São Paulo.  Não me lembro de ter visto, em todos estes anos, sequer um negro como cliente. Como garçom sim, muitos. Talvez se vasculhar minha memória encontre um ou dois. Mas o fato se repete todas as noites. As mesas são ocupadas por brancos. Senti o mesmo quando fui à Africa do Sul, há alguns anos. Passei por comunidades negras, onde as casas eram contêineres de lata. No sol escaldante. Hospedei-me em um hotel seis estrelas, um dos melhores do mundo. No café da manhã, nenhum negro entre os hóspedes. Os garçons, negros. O Apartheid acabou? Sei. Aqui, sempre fomos hipócritas. Em minha novela O outro lado do paraíso, a personagem Nádia (Eliane Giardini) expulsa a empregada Raquel (Erika Januza) por namorar seu filho. Não admite que ele se case com uma negra. Quando escrevi as cenas, houve quem dissesse que eram fortes demais. Que até o movimento negro rejeitaria. Insisti. Foram ao ar exatamente dois dias depois do escândalo que aniquilou o apresentador William Waack. Exatamente por dizer, sem notar que era gravado, palavras semelhantes às de Nádia. Foi uma coincidência, as cenas foram gravadas meses antes. Mas a ficção espelha a sociedade. Sinceramente. Jamais esperaria que alguém como o apresentador, de tanta respeitabilidade, expressasse o preconceito tão fortemente. A Rede Globo foi ágil. Simplesmente o retirou do telejornal.

Artigo de Opinião - O jornalismo e a atualidade de Guimarães Rosa - Helio Gurovitz

Críticas à imprensa se tornaram corriqueiras – a maioria, pelos motivos errados. O principal defeito dos jornais e revistas brasileiros não está na ideologia nem nos procedimentos editoriais (em que pesem queixas legítimas). Está na deterioração do texto. O Brasil talvez seja o único país em que alguém pode ser jornalista bem-sucedido sem saber escrever direito. Sempre pôde contar com editores abnegados, dispostos a reescrever qualquer aberração, depois assinar com o nome alheio. Nas últimas décadas, nem isso tem bastado. Por uma conjunção madrasta de forças econômicas e culturais, a imprensa se vê nas mãos de uma geração que não foi educada para a escrita. É algo visível no nível mais básico, tal a profusão de erros de concordância e regência, de palavras e partículas desnecessárias (“que”, “se” ou “de”), de textos viscosos e confusos. Mas também num nível mais grave e insidioso. Fora os deslizes sintáticos, ortográficos ou estilísticos, em certa medida inevitáveis diante da pressão dos prazos, o texto jornalístico se tornou refém da preguiça mental e dos chavões. Não passa um dia sem que alguém cometa, nas páginas da grande imprensa, uma “ponta de iceberg”, uma “joia da coroa”, um “divisor de águas” ou uma “rota de colisão”. Quando falta apuro na linguagem, natural que falte também nas ideias. O problema da imprensa é, na essência, um problema de linguagem.


Daí a relevância e a atualidade de Guimarães Rosa, morto há 50 anos. Na divisão clássica, há escritores que se impõem pela força da narrativa, como Dickens ou Tolstói, outros pela linguagem, como Joyce ou o nosso Rosa. Ele destilava cada frase, cada palavra, cada vírgula para alcançar seu estilo singular. É um erro crer que apenas reproduziu o falar característico do sertão. Seu texto derivava de vasto conhecimento linguístico, em que a estrutura sintática do alemão podia se aliar a uma expressão do francês ou a um neologismo importado do russo para expressar o pensamento ou a ação do sertanejo. Tal mecanismo sofisticado, presente em todas as suas obras, faz de muitas uma leitura difícil, por vezes maçante. Parecem escritas num idioma estrangeiro, em tudo similar ao português. Ninguém jamais escreverá como ele. Mas é leitura fundamental, recompensadora até, para quem deseja ou precisa, como os jornalistas, dominar as engrenagens e a artesania da linguagem escrita.


Nenhuma das obras de Rosa é tão didática a respeito de sua relação com a linguagem quanto o último livro que publicou em vida, meses antes de morrer, a coletânea de contos Tutameia. Em 44 textos, chamados de “estórias”, Rosa produziu seu testamento literário. Quarenta deles haviam sido publicados anteriormente – a maioria na revista médica Pulso, dois no jornal O Globo, onde também publicara os contos da coletânea Primeiras estórias. Quatro são novos, classificados como prefácios, embora apenas um ocupe a posição convencional na abertura do livro. O leitor encontra os outros três entremeados às demais estórias. Na edição original, publicada pela Livraria José Olympio, há dois índices: um no começo, com as estórias em ordem alfabética (ou quase); outro no final, o “índice de releitura”, com os prefácios separados. Esse segundo índice é um recado do autor: apenas uma leitura não basta. A vantagem prática de Tutameia é justamente poder ser lido e relido aos poucos. A restrição de espaço nas publicações originais obrigou Rosa a produzir textos curtos e independentes, num esforço de condensação que aproxima sua prosa da poesia. Ler um por dia contribui para melhorar a escrita de qualquer um.

O cenário das estórias é o ambiente familiar a Rosa, os descampados, matas e cenários ermos do sertão mineiro. Os personagens, na descrição do crítico Paulo Rónai, são também familiares: “Vaqueiros, criadores de cavalos, caçadores, pescadores, barqueiros, pedreiros, cegos e seus guias, capangas, bandidos, mendigos, ciganos, prostitutas, um mundo arcaico onde a hierarquia culmina nas figuras do fazendeiro, do delegado e do padre”. É nos quatro prefácios, cheios de ironia, que ele nos deixa seu legado explícito. São textos urbanos, reflexões de um escritor em eterno embate com as palavras. O primeiro é uma discussão algo filosófica, sobre como representar algo por meio da ausência. No segundo, ele defende os neologismos. No terceiro, narrativa trôpega sobre a volta de um bêbado a sua casa, demonstra nas palavras e no ritmo a importância da forma para o conteúdo. É no quarto, reunião de sete histórias pessoais, que traduz o título, no final de um glossário. A palavra “tutameia” pode aparecer no dicionário com o sentido de “ninharia”, mas era para Rosa “mea omnia” (toda minha, em latim), a síntese de toda a sua obra. Publicada, em boa parte, pela imprensa.

Conheça a história da feminista Pagu, a musa da liberdade



Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, hoje, vamos mostrar um pouco a história de uma, dentre tantas guerreiras femininas, que lutou em busca de igualdade e valorização deste gênero, Pagu, uma mulher revolucionária que desafiou a sociedade oligárquica dos anos 30.

Crônicas do Dia - Uma questão moral - Walcyr Carrasco

Vivemos tempos escuros. Todos os dias, alguém me fala sobre o papel da televisão na construção da família e do caráter das crianças. A internet sempre repleta de notícias falsas. (Vale um alerta: sites que não são feitos por empresas de comunicação, com notícias verificadas, mentem. Inventam.) Logo no início da minha novela, O outro lado do paraíso, um pastor evangélico conhecido da mídia fez um artigo dizendo que, entre outras coisas, um homossexual transaria com um bode. Seria para rir, se tanta gente não levasse a sério. Mesmo que eu, em um momento de absoluta loucura, escrevesse uma cena dessas, ela nunca iria ao ar na TV aberta. A própria emissora tem uma responsabilidade social. Mas em torno de uma novela, de programas de televisão, há sempre uma gritaria. Não é novidade. O livro O amante de lady Chatterley, de D.H. Lawrence, esteve proibido por anos devido ao conteúdo erótico. Ulisses, de James Joyce, uma obra-prima da literatura, sofreu processo. A literatura é atacada, o cinema é atacado, a TV é atacada. Agora, exposições de arte também são, acusadas inclusive de deformar os valores da criança.

Artigo de Opinião - Esqueça a maconha, o problema é a bebida -

A medicina conseguiu provar pela primeira vez, de forma inquestionável, que a bebedeira compromete o desenvolvimento cerebral dos jovens. Confirmando indicações de estudos anteriores, pesquisadores de cinco universidades americanas analisaram o cérebro de 483 voluntários, entre 12 e 21 anos, em dois momentos: quando ainda não consumiam bebida alcoólica e até dois anos depois. Concluíram que os “grandes bebedores” – aqueles que bebem até se embriagar – tiveram redução no ritmo de crescimento cerebral e perderam massa cinzenta no córtex pré-frontal. Última região do cérebro a se formar, até os 25 anos, o córtex é associado à tomada de decisões, ao autocontrole e ao comportamento social. Ainda não é possível afirmar, com certeza, que essa perda faz alguma falta. Mas é um claro sinal de alerta: quem exagera na bebida durante a adolescência pode perder habilidades fundamentais para uma vida madura e saudável.

Crônicas do Dia - As personalidades e as redes - Walcyr Carrasco

Ando surpreso como as redes sociais transformam as pessoas. Ou revelam outros lados da personalidade. Os nudes, por exemplo. Sou de uma época em que havia prós e contrários à nudez. Uma atriz famosa, ao posar nua, provocava escândalo – e maravilhamento. Algumas se negavam: nua, jamais. Homens, nem pensar. Hoje ficar nu é habitual. As pessoas postam fotos sensuais. Enviam junto com o primeiro “oi, tudo bem”. Eu não caí na tentação do nude devido a minha barriga. Explico. Quando olho para baixo, vejo somente meu umbigo. Não me sinto habilitado a posar para um clique pelado. Já se tornou comum certo tipo de escândalo: um ator famoso é flagrado num vídeo íntimo. Viraliza nas redes. Eu me pergunto: foi mesmo uma câmera oculta? Ou um vídeo transmitido pelo próprio para alguém? Pior: quem sabe o próprio alvo do escândalo seja autor do vazamento?

Likes viciam tanto quanto o crack. Tenho um amigo que posta fotos de si mesmo sem camisa, na academia, na praia etc. É um executivo de mais de 40 anos. Em sua loucura, posta também as viagens de fim de semana, que começam na sexta-feira e terminam na tarde de segunda-­feira. Perdeu um emprego, por motivos nebulosos. Fez entrevista para outro. O futuro chefe pediu:



Adiantou? Não. Meu amigo segurou duas semanas. Admitido, voltou a publicar fotos sem camisa, com a expressão de quem se acha a suprema beleza neste Universo. Por que acredita que seus seguidores têm interesse em vê-lo na academia praticamente todos os dias? Ou de sunga na praia? Conversei.

– Cuidado ao postar todas as fugidas de fim de semana, inclusive a outros países. Vai causar descontentamento e inveja entre quem trabalha com você.

Ficou duas semanas sem postar. Agora não resiste mais. Exibe os cliques. Não causa só inveja. Evidencia que está matando tempo do trabalho. Não há mais o que dizer. A internet transformou um homem até tímido num exibicionista. Outro amigo já sabe analisar a personalidade de alguém por meio de quem segue. Examina os amigos nas redes sociais. Descobre qual é seu campo de interesse. Recentemente, estávamos falando sobre uma pessoa que se aproximou de mim. Como costuma acontecer, há muita gente que forja uma amizade, garantindo que não tem a menor vontade de ser ator ou atriz... para depois dar o bote e pedir um papel. Faz parte da minha vida. Em geral, são pessoas sem experiência na área artística, para quem o sucesso na mídia é algo instantâneo e milagroso. Não uma profissão. Esse amigo de quem falei abriu o Instagram de alguém que tentava uma nova amizade.  Ela só seguia famosos.


Conhecem-se as profundezas e até os desvios do caráter analisando as redes sociais de alguém. Essas mesmas pessoas, muitas vezes, na vida cotidiana são tímidas. Têm profissões comuns. Por que postam cada pedaço de pizza no fim de semana? Óbvio. A possibilidade de aparecer estimula o exibicionismo. São poucos os que postam livros. Frases, há muitos. Mas a maioria gosta de mostrar a si mesmo. Ou até de estabelecer uma relação de poder. Recentemente, um amigo de muito tempo separou-se. Pediu a todos os seus amigos que excluíssem seu ex das próprias redes. Argumentou que era uma atitude para deixar claro ao rapaz que já não pertencia a seu mundo. Pessoalmente, sou adepto do velho ditado: “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Adaptado para os novos tempos, quer dizer simplesmente: quando um casal se separa, melhor não tomar partido. E se depois os dois voltam? Terei feito péssimo papel. Também considerei a questão do ponto de vista ético. Um queria dar uma demonstração de poder sobre o outro. Por que devia participar disso? E não excluí o outro.

Resultado: recebi de meu ex-amigo, pela internet, uma mensagem que até me chamava de “alma trevosa”. Francamente, alguém falaria isso ao vivo? O distanciamento da internet é que permite tal nível de hostilidade. Se estivéssemos conversando, discutiríamos e a amizade continuaria. Mas, diante de tal mensagem, reagi. Excluí meu antigo amigo de todas as minhas redes, bloqueei etc. Mas me assustei com a maneira como as redes sociais evidenciam aspectos de alguém, que não conheceríamos de outra maneira. Mais. Estimulam esses aspectos a emergir.

Continuo a ser um admirador da internet e de tudo que ela proporciona. Mas não me engano mais. É perigosa até para minha própria personalidade. Ainda bem, já me dei conta. É um vício.

Artigo de Opinião - Mais racionalidade na discussão sobre aborto - José Gomes Temporão










No dia 27 de novembro, a Academia Nacional de Medicina (ANM) enviou uma carta aberta para a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em que defende a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. A ANM, cuja fundação em 1829 antecede à do STF em mais de 60 anos, sempre contribuiu para balizar o debate sobre saúde com base em evidências. A prática do aborto é bem mais antiga que a Academia e o STF e, pelo menos, desde a Antiguidade está entre as opções que as mulheres têm para controlar sua reprodução. A interrupção voluntária da gravidez sempre foi praticada e não diminui só porque uma parte da população a desaprova.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Você sabia disso ? - Educadores condenam proposta do Escola sem Partido contra Paulo Freire

Educadores condenam proposta do Escola sem Partido contra Paulo Freire

Movimento consegue fazer chegar ao Senado ideia para suspender do professor o título de patrono

05/11/2017
O DIA

Crônicas do Dia - A Escrava Luislinda - Artur Xexeo


Você sabia disso ? - O que é Arte ?

A arte é uma das melhores maneiras do ser humano expressar seus sentimentos e emoções. Ela pode estar representada de diversas maneiras, através da pintura plástica, escultura, cinema, teatro, dança, música, arquitetura, dentre outros. A arte é o reflexo da cultura e da história, considerando os valores estéticos da beleza, do equilíbrio e da harmonia.

Crônicas do Dia - Redículo - Luís Fernando Veríssimo

O STF teve suas recaídas no ‘redículo’. O Gilmar Mendes é ‘redículo’. O Congresso Nacional foi repetidamente ‘redículo’. O Temer é cada vez mais ‘redículo’

05/11/2017 

Crônicas do Dia - O rei do trombone

O Globo

Carlos Diegues

 A felicidade é um assunto que está meio fora de moda na cultura brasileira de hoje. Certamente por causa dos dias difíceis que estamos vivendo, mas também por causa da relação de nossos artistas com o que pretendem da vida e do mundo em suas obras. Nem sempre foi assim. E olha que, em certo sentido, a barra no passado já esteve bem mais pesada para todos nós.

O Brasil parece incapaz de encontrar um rumo certo para um futuro melhor. Ao longo de nossa história, vivemos momentos de muita esperança e até euforia, aos quais se seguiram sempre grandes fracassos e crises de melancolia. É como se, com o fim de nossos sonhos, o Brasil não merecesse existir.

Foi assim no entusiasmo do nacionalismo desenvolvimentista pós-Vargas, que terminou com o golpe militar de 1964; com a redemocratização a partir de 1985, que culminou com hiper-inflação e moratória internacional; com o otimismo das eras FHC e Lula, que se encerraram com o desastre político, econômico e social que vivemos hoje. A cada momento que parecemos encontrar uma saída para o país, a força de eternos defeitos nos empurra para a inevitável  miséria de nossa existência.

Mas, como a verdade nem sempre está com o conjunto de aparências a que chamamos de realidade, o Brasil tem sido fértil em artistas e pensadores que se negam a aceitar o desastre como uma vocação ou uma fatalidade insuperáveis. Eles sempre estiveram por aí, agitando nosso direito de sermos felizes.

Em 1967, no clímax da ditadura militar que se consolidaria no ano seguinte, o Grupo Oficina, em São Paulo, descobre o anarquismo antropofágico de Oswald de Andrade e monta a peça “O rei da vela”, escrita em 1933 num Brasil afogado nas consequências da crise financeira de Wall Street que abalara o mundo. Um espetáculo que marcaria para sempre o teatro brasileiro, por sua liberdade revolucionária e por sua busca de valores culturais que melhor nos expressassem. José Celso Martinez Correa, Renato Borghi, Itala Nandi, Helio Eichbauer, todos os responsáveis pelo grupo propunham o desmonte do convencional e a exaltação da alegria como resposta ao regime anti-democrático que se impunha.

O espetáculo era dedicado a Glauber Rocha, por causa do filme “Terra em transe”, marco inaugural do que seria conhecido como tropicalismo. No manifesto de lançamento de “O rei da vela”, Zé Celso afirmava que “a peça é fundamental para a timidez artesanal do teatro brasileiro de hoje, tão distante do arrojo estético do Cinema Novo”. Não se tratava apenas de arrojo estético, mas também de assumir o direito e o prazer de pensar por nossa própria conta.

Dez anos depois, em 1977, quando a ditadura militar começava a revelar seu cansaço e a propor uma certa “abertura” no regime, um outro grupo teatral que já existia desde 74 no Rio de Janeiro monta a peça “Trate-me leão”, espetáculo fundador de uma nova dramaturgia criada pelo coletivo Asdrúbal Trouxe o Trombone. 

Dirigido por Hamilton Vaz Pereira, “Trate-me leão” era um longo improviso de quase cinco horas de duração, em torno do que fosse comum aos jovens de então. Sempre com muito bom humor,  tudo era criado em nome da celebração da vida e do direito de se ser o que se quer ser. Ao ver a peça, Zé Celso, o diretor de “O rei da vela”, afirmou que não se tratava de um espetáculo banal de resistência, mas um exercício de  re-existência. Ou como se comportar num mundo novo.

Além de revelar grandes intérpretes, como o próprio Hamilton, Regina Casé, Luis Fernando Guimarães, Patricia Travassos, Evandro Mesquita, Perfeito Fortuna, Lena Brito e outros, o texto improvisado atraiu grandes nomes da cultura brasileira nos anos 1960 e 70, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que já haviam vivido o impacto de “O rei da favela”. 

Tudo isso deve parecer muito estranho a quem está absorvido pela disputa ideológica de hoje. Quando, por exemplo, por causa do tendo como vítima o filme “Vazante”, de Daniela Thomas, se espalha por aí uma nova censura sofisticada, uma obsessão pelo “lugar da fala”, gíria universitária que serve para impedir que se pense sobre o que a cada um der na veneta. A triunfal volta das patrulhas ideológicas sobrevoa a produção cultural, exatamente quando mais precisamos de liberdade para, em nome da felicidade, pensar coisas nem sempre consagradas que podem nos ajudar a sair dessa crise que nos tira o ar. 

Para provar que há certas ideias que resistem ao tempo enquanto o tempo precisar delas, “O rei da vela” está sendo re-encenada com grande sucesso, 50 anos depois de sua estréia, no novo Teatro Oficina que enfrenta a ganância de Silvio Santos. E, a partir desse mês, o Canal Viva estará exibindo uma série em 13 episódios sobre o Asdrúbal, um documentário brilhante dirigido por pelo próprio Hamilton Vaz Pereira, 40 anos depois da estréia de “Trate-me leão”. Como está em Oswad de Andrade, “se alguma coisa já exaltou o homem, foi a palavra liberdade”. 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Crônicas do Dia - Educação do Olhar

As impressões deixadas pelo professor podem virar digitais nas ações do educando, porque seus olhos observam o professor

19/11/2017 
O DIA

Rio - Ao fim de cada ano letivo, a sociedade recebe uma nova geração de jovens professores. Quando concluímos a universidade e entramos na carreira docente, acreditamos que a primeira coisa que iremos fazer será ensinar. Ledo engano. Descobrimos que primeiramente iremos aprender, principalmente aprender a olhar.

Os olhos são peças anatômicas singulares. Falam, em certos momentos, mais do que muitas palavras. As estruturas mais simples apenas percebem a luz ao derredor, enquanto as estruturas mais complexas proporcionam o sentido da visão.

Ao mesmo tempo em que são sensores do corpo, os olhos são reflexos dele. Ao mesmo tempo em que impactam, são impactados. É interessante a analogia que há entre os olhos com relação ao corpo, e o professor com relação à Educação. Os olhos percebem a luz e transmitem as informações das imagens ao cérebro, que as transforma em conhecimento. O professor não pode sozinho gerar o conhecimento, assim como os olhos, mas é o mediador da sua concepção, podendo levar luz ou manter o educando na obscuridade. "Se teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz."

Os olhos expressam as reações do nosso organismo, como a dor, a alegria, a tristeza, o sorriso, a lágrima. Há pessoas que sorriem com os olhos. Dizem com os olhos o que não dizem com palavras. Os olhos são expressões das nossas emoções. Com eles, acolhemos ou rejeitamos, focamos ou ficamos dispersos. Expressamos com o nosso corpo, em gestos, o que nossos olhos confessam sem exigências de palavras.

Os olhos têm o poder de encorajar-nos e ganham intrepidez na verdade. De quando em vez, desviam-se para ocultar enganos. Insistem em olhar quando falam de amor; distraem-se, quando falam de maneira descompromissada. Os olhos do aluno estão sempre mirados no professor, e em alguns momentos mostram reverência. Quando o professor retribui o seu olhar, o aluno constrói sua segurança. É a disponibilidade do olhar do professor que encurtará a distância entre os dois.

As impressões deixadas pelo professor podem virar digitais nas ações do educando, porque seus olhos observam o professor. É apropriado que o professor olhe o aluno com empatia, mas o aluno não precisa ser sua imagem refletida, um reflexo seu, pois cada aprendente é um ser único que precisa conquistar sua identidade.

Eugênio Cunha é professor e jornalista

Artigo de Opinião - A reforma



Igor Grabois

A reforma trabalhista está sendo aplicada, e como era previsível, categorias como professores e médicos têm sido duramente atingidos. O tal trabalho intermitente se encaixa não apenas para trabalhadores de restaurantes ou de grandes lojas. O regime de plantão dos profissionais de saúde e a remuneração por hora-aula caem como uma luva pros tubarões do ensino e pros donos de hospitais e trambiclínicas, tipo os dr.Cosulta da vida.
São trabalhadores que apenas em um país de exploração tão desenfreada como o nosso podem ser considerados privilegiados. Quem já viveu a incerteza e trabalhar no ensino superior privado, como este que vos escreve, sabe do que estou falando.
Me incomoda muito que gente politizada saia escrevendo nas redes sociais e em páginas de comentários de blogs que o que acontece com médicos e professores é bem feito, pois apoiaram o golpe etc. Esse negócio de culpa coletiva - categorias profissionais, etnias, nacionalidades - é coisa de fascista. Conheci operários metalúrgicos, funcionários públicos, choferes de ônibus, empregadas domésticas apoiando o golpe e dizendo barbaridades sobre a CLT e a previdência. Professores públicos e privados estiveram entre as categorias que mais resistiram, com uma bela greve nacional em março. Ou alguém acha que as invasões da polícia federal nas universidades é pra pegar corrupção?
As entidades médicas, em geral, tiveram um papel vergonhoso e continuam tendo, como no episódio da proibição de novos cursos de medicina. Mas entre os profissionais do SUS tem muita crítica e muita resistência. O sinistro Ricardo Barros não consegue ir a um único evento de saúde coletiva.
Grande parte dos que bateram panela fizeram papel de otário, muitos morrem de vergonha do que fizeram. Outros não. Sabem muito bem o papel que exerceram. Estão aí, fazendo propaganda fascista e querendo pisar na cabeça dos outros.
Independente das posições políticas, defender direitos dos trabalhadores, de que categoria sejam, é obrigação de quem milita e tem consciência política.

Crônicas do Dia - O sucesso da jovem velhice - Walcyr Carrasco

Bibi Ferreira aos 94 anos apresenta-se no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro. Em Bibi, por toda a minha vida, canta de Edith Piaf a Roberto Carlos. A plateia sai maravilhada. Bibi faz parte de um grupo cada vez maior de pessoas que envelhecem, mas continuam em plena atividade. Quando eu era criança, velhice era sinônimo de aposentadoria. Paz e tranquilidade. Quem quer? Meu pai se aposentou aos 52 anos. Continuou trabalhando para complementar a renda. Pré-adolescente, diziam que o fim do mundo chegaria em 2000. (A crença continuou até a virada daquele ano, com teorias conspiratórias, previsões do calendário maia e até gente que se refugiou em arcas.) Eu pensava: “Quando o fim do mundo chegar, estarei velho, com 49 anos”.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Você sabia disso ?

A ideia de criar - se um Espaço de Cultura despontou da atenta observação, a partir da experiência de seu idealizador, de que , nos dias atuais, enorme parcela de educandos chega, até mesmo, ao Ensino Superior com considerável defasagem nas competências e habilidades de leitura, interpretação e produção textual, pelas mais distintas razões.
Com base na constatação dessas imensuráveis lacunas, surgiu a proposta de conceber - se um espaço que se propõe, de alguma forma, suprir tais carências inserindo mais significativamente, o seu aluno no universo da Leitura, Cultura e Escrita.
E a fim de capacitar nosso educando culturalmente, além das 02 horas de Aulas Particulares semanais, que ocorrem em nosso espaço, sito na rua João Alves Jobim Saldanha, nº 15 - Bairro da Glória - Fone Whatsapp - (22) 99931 - 7873, onde são desenvolvidas atividades buscando-se qualificar os aspectos de interpretação, estruturação ( Gramática) e produção de textos, o Projeto oferece, como um diferencial do trabalho a ser desenvolvido, também o que convencionou - se denominar Ações Culturais.
Ações Culturais
* evidenciado trabalho de leitura, análise e interpretação de textos diversos;
* desenvolver a competência leitora a partir das Matrizes de referência do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio e dos Descritores observados no PDE - Plano de Desenvolvimento da Educação; 
* procurar manter o educando em constante contato com os diversos Gêneros Textuais;
* com suporte no acesso ao Blog - Quem não gosta de Literatura - http://quemnaogostadeliteratura.blogspot.com.br/ - atualizar o educando dos principais acontecimentos que o rodeiam;
* proporcionar o acesso irrestrito a leitura de diversas obras de nosso acervo, tornando "obrigatória" a leitura de pelo menos uma obra por mês, com posterior atividade lúdica a respeito da mesma;
* desenvolvimento de Projetos Literários que envolvam biografia, contextualização e obra de um autor renomado da Literatura Brasileira, sendo neste ano de 2017, trabalhado o Projeto - Lima Barreto - Um Grito Negro no Brasil;
* efetuação de Palestras com temáticas culturais relacionadas aos temas trabalhados nos Projetos Literários, a serem marcadas precedentemente;
* levar o aluno a participar do Projeto - Cinema no Espaço, que procura inferir a utilização do cinema como uma ferramenta de ensino - aprendizagem oportunizando enfocar aspectos culturais, históricos, literários e políticos a partir de uma ampla interpretação;
* promoção de Excursões com temáticas culturais relacionadas também aos motes desenvolvidos nos Projetos Literários, a serem marcadas precedentemente.
* realização de Sarais Culturais.
> Ligue - nos, marque uma visita, venha conhecer melhor o Projeto e faça já sua reserva 2018 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Crônicas do Dia - A caça às bruxas - Ruth de Aquino

Quando vi populares atear fogo a um boneco com o rosto da filósofa americana de 61 anos Judith Butler em frente ao Sesc Pompeia, em São Paulo, sob gritos de “queima, bruxa”, senti arrepios de medo pelo que nos espera em 2018. Outro boneco foi queimado: o do “bruxo” Fernando Henrique Cardoso. Logo ele, FHC, um bruxo sem magia, que não consegue o milagre de unir o PSDB e frear a vaidade incontrolável de Aécio Neves.

Charge - Humor


Crônicas do Dia - Para além da árvore do esquecimento - Gabriel Chalita



Navios negreiros trouxeram dores inconfessáveis. O último contato com a terra-mãe, a África, se dava no "portal do não retorno"

Crônica do Dia - O conselho do Baobá - Gabriel Chalita

Baobá começou por dizer que era bom estarem juntos

11/11/2017 
O DIA

Rio - Lá estava ela, a árvore gigante, a que guarda segredos e sabedorias, a que enfrenta as intempéries e continua crescendo, a que não se apressa a não ser para não desperdiçar os tempos da infância. Sim, ela, a árvore, gosta das crianças. Ela as vê com raízes de esperança. Ela as aguarda com sombras preciosas para o tempo do aconchego. E com elas conversa.

Você sabia disso ? - Redação do ENEM


O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, acompanhou a importância que a prova passou a dar aos alunos surdos – pela primeira vez, há a versão em vídeo para os candidatos que não são ouvintes.

"Ser o tema do Enem é uma forma de expandir a discussão para todos os alunos. Os surdos devem fazer parte da sociedade e ter consciência disso é parte importante do processo", afirma Cyntia Teixeira, doutoranda da PUC-SP e professora no Instituto Federal de São Paulo.

O G1 entrevistou especialistas no assunto para entender quais os tópicos que poderiam ser abordados no texto.

Carência de intérpretes

O primeiro ponto ressaltado é o diagnóstico do sistema educacional do Brasil. “Existe a carência de intérpretes capacitados para atuar em escolas e universidades, por exemplo. A formação costuma ser generalista”, afirma Carla Sparano, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos de Linguagem na PUC-SP.

O professor Everton Pessôa de Oliveira, tradutor-intérprete de Libras-português, explica que a formação desses profissionais costuma ocorrer em ambientes informais, como em espaços religiosos e familiares.

Resistência à inclusão

Everton reforça que, apesar de a legislação proibir, há escolas particulares que negam a matrícula de crianças surdas ou cobram taxas extras da família para que seja contratado um professor bilíngue ou intérprete.

“E nas públicas, o quadro não é diferente: a lei não é sempre cumprida. Dou aula no município de Mauá (SP) e lá temos um intérprete de Libras para cada aluno surdo. Mas isso é exceção: não ocorre em todas as escolas municipais, muito menos nas estaduais”, afirma.

Compreensão equivocada do conceito de incluir

É importante ressaltar que incluir vai muito além de aceitar a matrícula do aluno com deficiência. A mera presença da criança surda na escola não garante que ela esteja incluída. É preciso adaptar atividades e investir na formação de docentes, por exemplo, além de reforçar a relação entre escola, família e comunidade.

“O professor necessita compreender as necessidades do aluno surdo, entender que é preciso investir em uma pedagogia mais visual. Não dá para aplicar uma atividade separada para o aluno com deficiência. É preciso adaptar as tarefas para a sala inteira”, diz Carla Sparano.

A importância do coletivo

Cyntia Teixeira diz que a educação dos surdos não deve ser uma preocupação apenas da comunidade deles. É preciso que o coletivo se mobilize para aprender a dominar Libras. “Se fosse uma preocupação de todos desde a infância, a inclusão no mercado de trabalho deixaria de ser um obstáculo, por exemplo”, afirma.

Uma das propostas de intervenção na redação poderia ser essa, inclusive: a disciplina de Libras só existe nas licenciaturas e nos cursos de pedagogia e de fonoaudiologia, segundo o decreto nº 5626, de 2005. “Mesmo nesses casos, é mais uma reflexão sobre o assunto que um aprendizado”, diz o professor Everton. “Deveria existir uma formação desde a escola e em todas as graduações.”

Escolas inclusivas x escolas bilíngues

Existem especialistas que defendem a importância das escolas bilíngues (Libras-português) exclusivas para surdos – em vez de apostarem na inclusão em colégios regulares.

“A política de inclusão vale para cegos, cadeirantes ou pessoas com deficiência intelectual, que compartilham a mesma língua: o português. Eles necessitam de adaptações de conteúdo ou arquitetônicas no prédio, por exemplo. No caso dos surdos, a grosso modo, o que deve ser oferecido é a educação na língua em que eles falam: Libras”, explica Daniela Takara, professora em uma escola municipal bilíngue em São Paulo.

“O que é necessário para um surdo obter sucesso escolar é um lugar onde as pessoas consigam de fato se comunicar com ele e, a partir da discussão, trocar informação, construir conhecimento. O português está para o surdo assim como inglês está para nós. É a segunda língua”, completa.

Karin Strobel é surda, professora de Libras-Letras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e autora do livro "As imagens do outro sobre a cultura surda". Ela concorda com a importância da criação de escolas bilíngues para a primeira etapa de ensino – só depois de dominarem Libras é que os alunos deveriam ser incluídos nas escolas regulares. “A contratação dos intérpretes em escolas regulares é importante para os adolescentes, no ensino médio, por exemplo. Mas em ensino infantil e fundamental, é preciso introduzir Libras, investir na pedagogia visual, nos materiais didáticos próprios para eles”, explica.

“Tenho um filho surdo que estudou em escolas inclusivas da prefeitura e do Estado, mas os professores eram despreparados. Aos 11 anos, ele está agora com professores bilíngues e colegas surdos, aprendendo de verdade”, conta.

https://g1.globo.com/educacao/enem/2017/noticia/redacao-do-enem-especialistas-em-educacao-de-surdos-sugerem-argumentos-para-o-texto.ghtml

sábado, 11 de novembro de 2017

Artigo de Opinião - Você sabe falar javanês ? - Conrado Adolpho


No conto “O Homem que sabia javanês”, de 1911, Lima Barreto conta a história do senhor Castelo, um malandro que fingia saber javanês para conseguir um emprego. É lógico que, como ninguém sabia falar javanês, ele acaba ficando famoso por ser o único tradutor de tal idioma. Um embuste.

Artigo de Opinião - O homem que sabia javanês e a Ética da Verdade - Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy



Lima Barreto viveu estado de permanente exclusão, o que certamente justificou o alcoolismo crônico que o derrubou, tirando-lhe a vida ainda muito jovem. Lima Barreto faleceu com pouco mais de 40 anos. Observador de ordem política que nascera da escravidão — ele mesmo descendente direto de escravos —, e que se fizera aliada de bacharelismo oco sem limites, Lima Barreto criticou a cultura oficial que ornava o Brasil dos bacharéis.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Artigo de Opinião - Tarefa de casa - José Pacheco


Crianças viraram adultos, pais viraram avós. Ecos de infantis agitos deram lugar ao deambular de idosos nas ruas do bairro. Uma escola orfã de alunos albergou serviços administrativos. Decorridos alguns anos, foi solução de alojamento de jovens ociosos, oriundos de famílias com menos de dois dólares de rendimento familiar diário. Ainda o sol não nasceu e já circulam ônibus nas estradas de terra da periferia, numa leva de jovens para um edifício cercado de grades e câmeras de vigilância, a que chamam “escola”. Cinco horas após a chegada, os ônibus devolvem à favela os alunos da manhã. E a cena se repete no turno da tarde, eivada de queixumes:

domingo, 5 de novembro de 2017

Tema da Redação ENEM 2017

A professora Carolina Pavanelli, do Sistema Eleva de Ensino, escreveu uma redação com base no tema "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", proposto pela prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Leia o texto abaixo:

Sinfonia de inércia

A história nos conta que Beethoven, notadamente surdo, encostava uma ponta de um canudo em sua orelha e outra no piano, a fim de que sentisse as vibrações das notas que não podia escutar. O músico alemão, porém, era um gênio, que pouco precisava de instrução formal para desenvolver sinfonias estupendas. A realidade da maioria das pessoas com deficiência auditiva, inclusive no Brasil, é bem diferente. A dificuldade de proporcionar uma educação de qualidade para pessoas surdas é um problema de descaso histórico. Afinal, enaltecemos o fato de que foi ouvido, no Ipiranga, o brado retumbante de um povo heroico, mas nos esquecemos de que, independentemente da placidez das margens e de quaisquer prosopopeias ufanistas, vivemos onde muitos não conseguem ouvir.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Editorial do Jornal O Debate - Saúde

Pode até ser clichê, mas a sequência de denúncias e reclamações que se propagam pelas redes sociais, nos últimos dias, evidenciam o estado crítico em que se encontra a gestão da rede municipal de Saúde, um sinal de que os efeitos da recessão econômica nacional são potencializados na rotina do cidadão carente.

Caro e complexo, o sistema de assistência médica do município requer, por ano, mais de R$ 500 milhões para sustentar uma cadeia que conta com
hospitais de média e alta complexidade, unidades
de emergência, postos de saúde e polos da Estratégia da Saúde da Família (ESF).

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Você sabia disso ? - Halloween e Folclore: uma linha tênue que você jamais imaginou!



 30.10.2017 Thayane Maria  

Conheça a relação entre as datas e seus significados.

Não é apenas nos Estados Unidos que criaturas aterrorizantes – criadas pela literatura ou pela cultura popular – tem um dia especial para saírem de seus esconderijos e adentrarem na vida das pessoas comuns. Para os americanos, este dia é o Halloween, data na qual são celebradas as criaturas das trevas mais presentes na cultura do país. No Brasil, esta comemoração pode ser realizada também no dia 31 de outubro, mas pelo Dia do Saci – data presente deste 2003, criada a partir do projeto de lei que tem como objetivo resgatar mitos do folclore nacional, em contraposição ao Dia das Bruxas, que tem origem na cultura celta. Outra data concebida para incentivar a cultura brasileira é 22 de agosto, que é comemorado o Dia do Folclore.

Crônicas do dia - Temer escravocrata - Aldir Blanc

Como sabe o juiz tucano Moro, seus companheiros de partido não são presos Diante da ética cafetinesca do presifraude Temeroso e seus parlamentáveis prostituídos, só a galhofa pode nos salvar.

Crônicas do Dia - Nevoeiro - Veríssimo

O empenho dos pró-Temer em evitar a investigação, mais do que qualquer outra coisa, provou como eram graves as acusações

29/10/2017 

Você sabia disso ? - ' Não é bom ser impedido de cantar' - diz Caetano Veloso


Cantor criticou decisão que vetou show dele em ocupação do MTST e declarou que esta é a primeira vez em que é proibido de cantar no período democrático

Por Ricardo Chapola

Artigo de Opinião - O direito ao delírio - Fernando Gabeira

Nos últimos anos de vida política em Brasília, disse a amigos que queria incluir uma nova bandeira entre as lutas cotidianas: o direito ao delírio. Sabiam que a palavra delírio não designava alteração da consciência, produzida por drogas. Ainda assim, não entendiam bem. Minha referência eram as alucinações que épocas, partidos, grupos e indivíduos cultivam sobre si próprios e, na maioria dos casos, são dissipadas pelo curso dos fatos.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Artigo de Opinião - O Bullying sempre existiu

O bullying sempre existiu


Tom Coelho 2011 
tomcoelho@tomcoelho.com.br 

Educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de ´Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional´, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros. 

Artigo de Opinião - " Fulano é pós - moderno ", mas você sabe o que isso significa ?

“FULANO É PÓS-MODERNO”, MAS VOCÊ SABE O QUE ISSO SIGNIFICA?

Não, pós-moderno não é o "Social Justice Warrior" pregando lugar de fala, a esquerda não ortodoxa, ou a arte que você não entende. Para compreender isso, você precisará, antes de tudo, saber o que é modernidade e onde ela falhou.

FILOSOFIA
Por Eduardo Migowski  Em 5 de ago de 2017

Você sabia disso ? - Estudante atira e deixa 2 mortos e 4 feridos em escola de Goiânia



por Redação — publicado 20/10/2017 


Autor dos disparos tem 14 anos e é aluno do 8º ano de um colégio particular da capital goiana. Vitima de bullying, abriu fogo contra os colegas

Um estudante de 14 anos abriu fogo na sala de aula em que estudava, na 8ª série do Ensino Fundamental do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, bairro de Goiânia, na manhã desta sexta-feira 20. Dois estudantes morreram na hora e outros quatro ficaram feridos, todos de 13 anos e colegas de classe do autor dos disparos.

De acordo com informações do portal G1, o adolescente estava dentro da sala de aula e, no intervalo, quando a professora saiu, tirou da mochila a arma, uma pistola .40, e efetuou os disparos. Em seguida, quando ele se preparava para recarregar o revólver, foi contido por alunos e professores.

O adolescente foi levado à sede da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), mas as circunstâncias do crime não foram confirmadas pelo titular da delegacia, Luiz Gonzaga. Em seguida, o menor foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para os exames de corpo de delito.

Leia também:
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Quatro mitos sobre o "cidadão de bem armado"

O porta-voz da Polícia Militar de Goiás, Marcelo Granja, confirmou que o assassino é filho de policiais militares. O pai do adolescente terá de prestar esclarecimentos à corregedoria da Polícia Militar sobre como o filho teve acesso à arma.

Ainda de acordo com a PM, o adolescente responsável pelo crime estaria sofrendo bullying. “Informações preliminares dão conta que ele estaria sofrendo bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”, disse o coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz ao G1.

Ao mesmo site, dois alunos relataram os casos de bullying. "Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", revelou o aluno.

Outro afirmou que o garoto ameaçou os colegas antes do ataque. "Ele lia livros satânicos, falava que ia matar alguns dos colegas. Um dos garotos que foi morto falava que ele fedia e chegou a levar um desodorante para sala", contou.

As vítimas fatais foram identificadas como J.V.G. e J. P. C.. Os quatro feridos, três meninas e um menino, foram socorridos e encaminhados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e para o Hospital de Acidentados.

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/estudante-atira-deixa-2-mortos-e-4-feridos-em-escola-de-goiania