quarta-feira, 18 de maio de 2016

Crônicas do Dia - Falta falar de educação

OBrasil passa por uma forte crise política e econômica e causa espanto não se mencionar a educação nas discussões sobre as origens da crise e sobre as possíveis saídas dela. A crise política é imediata e aguda, mas a educacional é antiga e de proporções alarmantes. Pouco se fala sobre as relações entre uma educação sólida e um país desenvolvido, com democracia, liberdade e justiça.

Você sabe disso ? - Rio tem histórico de tragédias em que a impunidade é o traço comum

RIO - As imagens do trecho da Ciclovia Tim Maia destruído pelo mar violento em 21 de abril passado, levando para a morte pelo menos duas pessoas, ainda estão vivas na memória de boa parte da população. Mas, para algumas centenas de familiares e sobreviventes de outras tragédias igualmente insólitas ocorridas no Rio nas últimas décadas, elas representaram um doloroso déjà vu. Foi essa, por exemplo, a sensação do dentista Antônio Molinaro, que reviu, em frações de segundos, os quatro anos de sofrimento a que foi submetido desde que o Edifício Liberdade, na Avenida Treze de Maio, no Centro, ruiu, no início da noite de 25 de janeiro de 2012. O desmoronamento deixou 17 mortos e cinco desaparecidos. Ao desabar, a construção arrastou com ela outros dois prédios e 40 anos de investimentos de Molinaro no consultório odontológico que tinha no edifício e virou poeira.

Você sabia disso ? - Os 400 anos da morte de William Shakespeare e Miguel de Cervantes

William Shakespeare pôs no papel e no palco, como nenhum outro autor, a luta pelo poder e os dramas do amor. Miguel de Cervantes criou o personagem que se tornou o símbolo maior da aventura humana entre sonho e loucura. Mortos há 400 anos, os pais do teatro e da literatura modernos deixaram para nosso tempo, mais do que isso, pistas valiosas para nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Nos próximos dias, eles serão lembrados pelo público por um conjunto de obras que retrataram a tragédia e a comédia da vida.

Artigo de Opinião - A História não perdoará os traidores

BRASÍLIA — O Senado pode escrever, nesta quarta-feira, uma sombria página da História do Brasil. Às 9h, começa a sessão em que, provavelmente, a maioria dos seus membros decidirá pela admissibilidade do processo de impedimento de Dilma Rousseff, afastando do cargo de chefe do Executivo uma mulher honesta e a primeira a conquistá-lo.

Artigo de Opinião - Natureza do Impeachment

A origem do processo de impeachment encontra-se na tradição jurídica inglesa, mas foi nos Estados Unidos que o instituto se desenvolveu e se expandiu para outros países, tal como no caso brasileiro. O maior fundamento de processos dessa natureza está justamente na concepção de que o Chefe do Poder Executivo, no regime presidencialista, não é um monarca absoluto. Existem limites, constitucionalmente previstos, para sua atuação que devem ser observados. Entre estes temas, destaca-se a questão orçamentária. Aliás, a origem do controle sobre o poder absoluto do soberano surge, exatamente, na imposição de limites ao poder de tributar e na consequente alocação das despesas públicas em consonância com os limites impostos pelo Poder Legislativo. Não sem razão, portanto, a desobediência à Lei Orçamentária foi um dos tópicos constitucionais protegidos contra a ação desmedida do Poder Executivo (artigo 85, inciso VI, da Constituição Federal).

Artigo de Opinião - Uma proposta de alto nível - Aristóteles Drummond


Não somos mais um país manipulável, com o avanço dos meios de comunicação, em especial a internet

O DIA

Artigo de Opinião - Feminismo didático parte 2 - As mães pretas

Meu ativismo não é contra as mulheres brancas — nunca seria, nunca será! —, é a favor das mulheres pretas

Por Ana Paula Lisboa, do O Globo 

Artigo de Opinião - Feminismo didático parte 1 - Marcela - por Ana Paula Lisbos


(O Globo, 27/04/2016) 


A gente vive a vida como desejar, sendo segunda dama ou sendo presidenta

No ônibus:

— Nossa, você é gostosa!

[silêncio]
— Nossa, eu queria te levar pra minha casa.

[silêncio]
— Nossa, você é gostosa mesmo.

— Ok, eu já escutei, você já pode calar a boca!!!

— Mas eu só estou te elogiando…

— Não, você está me assediando, eu não sou obrigada a ouvir seus “elogios”.

[silêncio]
— Você é esse lance de feminista?

Artigo de Opinião - O faraó da intolerância



Individualmente, quase todos temos nossos faraós. Pode ser um chefe abusivo, um trabalho massacrante, uma relação mal resolvida ou uma dívida impagável

Crônicas do Dia - Os pobres - Marcio Tavares D'Amaral





Os pobres

Tomamos distância. Deles, sim. Mas, no mais fundo das nossas consciências adormecidas, fugimos de nós

Todo mundo conhece os pobres. Os despossuídos de tudo, humilhados pela vida que lhes foi roubada. As gentes tristes do mundo. As sem pão e sem beleza. As a que falta esperança. Que vivem dentro de um horizonte tão retraído que nele não cabe um futuro que não seja a repetição da vida ruim. Para eles e seus filhos. E netos. Como se a pobreza fosse genética e hereditária. Um fato da natureza. Ou um castigo de Deus, dos que vão passando através de gerações.

Nada de natureza, nada de Deus. Pobreza não é castigo. É imposição. Ninguém tem na pobreza qualquer alegria. Os catadores de lixo encontram nessa atividade o muito pouco com que se sustentam e às suas famílias, quando elas também não estão enterradas na sujeira dos outros, selecionando coisas ainda aproveitáveis, sabe-se lá para quê. É o limite do desespero. Salvar da aniquilação os rejeitos de vidas alheias, que, para quem está abaixo de todas as linhas da pobreza e da dignidade, valem a própria vida. Urubus voam por cima dos lixões. Aquelas montanhas são seus territórios de morte. Os que catam lixo disputam a vida com os urubus.

Sei que separar o lixo é uma atividade ecológica e economicamente relevante. O inadmissível é que ela não seja feita na recolha seletiva prévia do que ainda serve para algum fim útil e do que está destinado à putrefação dos cadáveres. Os catadores chafurdam em todas as porcarias para extrair delas uma garrafa, uma tampa de sanitário, uma bota velha de um só pé. Resgatam do naufrágio coisas tristes como eles, os jogados fora por uma sociedade que desperdiça coisas como desperdiça pessoas. Que joga fora o que não serve. Os pobres não servem para uma sociedade que consome acima dos limites de uma vida comum. Ou servem: alguém precisa fazer o trabalho sujo.

Entendamo-nos. Para os que estão ali, enterrados nos rejeitos da vida, disputando fiapos de coisas com os urubus, há uma dignidade específica, uma forma tristíssima de beleza no que fazem. Recusam-se a ser eles próprios tragados como lixo humano. Vão aonde ninguém vai, aos limites do horror, ganhar uma vida perdida. Onde não há dignidade é na atitude dos que não tratam os dejetos da cidade, acumulam-nos em montanhas, porque logo os pobres aparecerão para destrinchar dali o que ainda merece uma chance de vida. É contar com a horda de desespero das vidas tristes.

Penso num poema de Manuel Bandeira. Algo, um bicho certamente, remexia nas latas de lixo. “Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade.” E os olhos insones do poeta se estarreceram quando viu a verdade da miséria: “O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.” Esses bichos são homens. São como eu e vocês, meus companheiros de sábado. São homens.

Há outras formas de pobreza. Existem os que, atordoados pelo abandono e pela fome, embrutecem-se nas drogas. As mais baratas, mais terríveis, mais à mão. E se deixam largados no chão, esmagados de fome e de tristeza. Há os que se drogam para encontrarem dimensões mais largas de vida. Têm o que lhes chegue, comem e bebem, suas vestes não têm o puído da roupa única, arrastada ao longo da vida. Estetizam o sofrimento. Não conhecem a pobreza sem horizontes. Querem ampliar os seus, ter novas experiências... Mas às vezes acabam na mesma sarjeta, neopobres que fugiram da vida. Olho-os com tristeza ao lado dos que nunca tiveram nada.

E a fome! Meu Deus, a fome! A nós ronca o estômago quando se espaça demais o intervalo entre as refeições. A barriga dos pobres já não ronca. Seu vazio não tem o conforto da proximidade da próxima comida. São barrigas tristes. De dor interna e de abandono. Deitados nos cantos dos edifícios, nas calçadas onde moram, estendem mãos sem esperança. “Para comer”, dizem. E nós passamos, tomando distâncias cautelosas, pela ponta dos meios-fios. Podem ser perigosos. Estão sujos. E cheiram mal.

Há as mães que trazem os filhos pequenos, mostram suas carinhas tristes. Apelação, pensamos. Marketing do desespero. E até nos indignamos com essa exposição de crianças que deveriam estar... estar... onde? Na escola? — E passamos também ao largo, incomodados com aquela obscena demonstração da extrema tristeza.

Passamos ao largo. Tomamos distância. Fugimos. Deles, sim. Mas, no mais fundo das nossas consciências adormecidas, fugimos de nós. Os pobres, lixo da vida, estão lá — e nem nos acusam! — e nos lembram do outro lixo, aquele em que jogamos coisas ainda usáveis, sem pensarmos que alguém naquela calçada podia fazer com elas uma roupa, um abrigo para o frio. Um farrapo de esperança digna. Fugimos do beco onde algo chafurda nas latas de lixo, e come com voracidade o que encontra. E não é um bicho, meu Deus. É um homem.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/os-pobres-19248172#ixzz4916GStZi

Crônicas do Dia - Que Governo! - Veríssimo


Uma garantia do Temer é que a Lava-Jato também continua. Por via das dúvidas, três ou quatro do seu ministério ganharam foro privilegiado

15/05/2016 

Charges


Artigo de Opinião - Nise, a psiquiatra de afeto -

18/05/2016 


Ela, que sofreu preconceito por sua condição de nordestina, mulher, comunista e rebelde, impôs sua medicina de libertação pelas artes

Artigo de Opinião - O Brasil rumo ao abismo neoliberal

16/05/2016 


Documento ‘Ponte para o futuro’ indica o plano do futuro governo golpista de Temer e nele consta todo o receituário neoliberal, sem subterfúgios ou eufemismos linguísticos

Artigo de Opinião - Dilma levou o Brasil à falência porque é mulher e tinha em seu ministério negros e outras mulheres?

Eu não estou interessado em saber o que as pessoas têm entre as pernas quando em pauta estão assuntos de estado. Ou qual é a cor de sua pele. Eu estou interessando em saber o que elas têm dentro da cachola
Por: Reinaldo Azevedo

Artigo de Opinião - Sem Festa - Caetano Veloso

RIO — Parece que há quem queira festejar. Eu, neste primeiro momento do governo Michel Temer, só tenho mesmo é uma grande queixa a fazer: a extinção do MinC é ato retrógrado. Depois de já haver, oportunisticamente, desistido de diminuir o número de ministérios, Temer, premido pela má repercussão da notícia, voltou a fazer o que a maioria dos brasileiros, acertadamente, quer: enxugar a máquina administrativa, na crença de que, assim, faz economia e livra-se do toma-lá-dá-cá. Na verdade, o peso econômico é pífio e as escolhas dos novos ministros não apontam para um critério técnico e meritocrático. Seria uma beleza se um presidente peemedebista nos livrasse do vício da distribuição “política” de cargos. Mas nossa oficialidade não vive de belezas. No entanto, reduzir o número de ministérios é bom de qualquer jeito. É bom simbolicamente, formalmente. Mas o desfazimento do MinC é negativo. Só Collor o tinha tentado antes, com tétricos resultados.

O Ministério da Cultura mostrou-se necessário ao Brasil. Hoje temos estudos e projetos brasileiros como referência em organizações internacionais que tratam dos problemas dos direitos autorais em ambiente digital. Somos (ou tínhamos sido) pioneiros na luta em defesa dos criadores, que se viram sem saber o quê, como, quanto e quando receberão pela divulgação de sua obra em plataformas de streaming. A Diretoria de Direitos Intelectuais (DDI) do MinC vinha se tornando um “think tank” especializado nesses assuntos. Sem falar na situação do audiovisual, que se tornou uma atividade superavitária; nos Pontos de Cultura, que buscam acompanhar e proteger centros de criação artística em todo o território nacional; na atenção ao patrimônio histórico. Sem altas verbas (muito ao contrário), o MinC tem mostrado que o país passou a dar à produção cultural o valor que ela merece. Sei que os maluquinhos habituais vão repetir que os artistas famosos brasileiros vivem do dinheiro do Estado, que querem mais, que são dependentes do governo. Repetirão todas as bobagens que têm dito sobre a Lei Rouanet e demonstrarão todo o ressentimento pelo que filmes, peças, canções, escritos, desenhos, edifícios, estátuas, performances, instalações, criações artísticas em geral representam quando atingem multidões ou íntimas sensibilidades. Não. Eu digo NÃO. Os artistas que se sentem atraídos pelo histórico do PT, o mais duradouro e estruturado partido de esquerda do mundo contemporâneo, não são dependentes de governo. Eu não sou dependente de governo. Tenho minhas opiniões próprias e exibo as contradições de minhas buscas. Só retirarei a afirmação de que baixar o MinC a uma secretaria dentro do Ministério da Educação (que tem tarefa gigante pela frente) ou a uma Secretaria Nacional de Cultura ligada à Presidência da República, como se cogita agora, é retroagir se, uma vez em ação, o novo governo prove que é capaz de dar à produção cultural a atenção que ela requer. Se os trabalhos da DDI tiverem continuidade, se os ajustes que se mostrem necessários no uso da Lei Rouanet servirem para que ela seja mais eficaz no estímulo à inventividade, se outras áreas da criação forem levadas à condição de superavitárias, se o Estado exibir que sabe o quanto o apoio à cultura pode resultar em crescimento econômico, direto e indireto, local ou como estímulo ao turismo internacional. Sem isso, não quero nem saber de festa.




Artigo de Opinião - Pelo combate à intolerância religiosa e em defesa do Estado Laico



“Ao invés de promover cidadania e ampliar direitos, a comunicação entre Estado e religião tem gerado “brechas” legais que podem ser utilizadas de forma inconstitucional.”

* Por Ivanilda Figueiredo

Crônicas do Dia - Assim, não vai ter o meu voto


Pelas circunstâncias que o levaram ao poder, Michel Temer, em lugar do tradicional crédito, começa com déficit de confiança

14/05/2016 - 15h04

Você sabia disso ? - Temer e a Casa Grande se iludem

Manifestantes protestam em frente à sede da FIESP, na avenida Paulista.As elites que apoiam o impeachment ainda não compreenderam: seus privilégios continuarão a ser contestados