sábado, 15 de setembro de 2018

Crônicas do Dia - Os contos do vigário

O Doutor Bumbum e a Paty Bumbum não foram os primeiros e nem serão os últimos a aplicar o velho e popular conto do vigário. A expressão caiu em desuso; mas a prática, não, como prova a intensa atividade de ilícitos do médico Denis Furtado e da falsa médica Patricia Silvia dos Santos, agora presos. Ele alega em sua defesa já ter realizado nove mil operações, e ela informa que vem exercendo a medicina assim, ilegalmente, há 13 anos. Quer dizer: se não tivesse havido morte com denúncia, eles provavelmente continuariam agindo impunemente.

Artigo de Opinião - Liberdade religiosa: faço fé

Ivanir dos Santos

Hoje, dez anos depois as nossas primeiras ações em prol da liberdade religiosa, ainda nos vemos sobre um grande caminho a ser percorrido

Crônicas do Dia - Incêndio de direitos

João Batista Damasceno, colunista do DIA 


Rio - Queima total! Assim o comércio popular anuncia as liquidações. O Brasil está à venda por preço vil e tudo está em chamas. Queimam a Constituição, os direitos dos trabalhadores, as garantias individuais, as referências de ordem e a esperança. O incêndio no Museu Nacional é emblemático e retrata o descaso com os valores que haveriam de nos caracterizar como nação. Há os que, armados e fardados, se ufanam e choram diante da bandeira com as cores das casas reais de Bragança e Habsburgo, mas não se sensibilizam com a desgraça que se abate sobre o país.

Crônicas do Dia - Precisamos ler Paulo Freire

Penso que se hoje estivesse vivo, Freire poderia escrever a 'Pedagogia do Respeito', ensinando que a maior violência contra a educação é a violência contra o professor

Eugênio Cunha

Crônicas do Dia - Memórias da ditadura II



Artur Xexéo

“Roda viva”, o primeiro musical teatral de Chico Buarque, tornou-se inesquecível muito mais pelo símbolo contra a ditadura militar no qual se transformou do que por suas qualidades dramatúrgicas. A peça teve sua carreira interrompida quando uma de suas sessões foi invadida por um grupo conhecido como Comando de Caça aos Comunistas (CCC). O cenário foi destruído, o elenco foi acuado, Marília Pêra foi agredida e “Roda viva” entrou para a História. Foi exatamente há 50 anos. Pouca gente viu “Roda viva” depois disso, e o musical de Chico tornou-se um mistério.

Crônica do Dia - Memórias da Ditadura

- Artur Xexéo
O Globo 02/04/2014

Talvez tenha sido um dia depois do golpe. É difícil
precisar. Afinal, até hoje ninguém sabe direito em que dia aconteceu o golpe. Sempre soube que foi no dia primeiro de abril, mas que, ao contar a história, os militares o anteciparam para o dia 31 de março, para que não coincidisse com o Dia da Mentira. Leio agora, entre as muitas reportagens que marcam o 50º aniversário do fato, que foi na madrugada de 2 de abril. Então deve ter sido no dia 3 de abril de 1964, uma sexta - feira, primeiro dia de aula depois do golpe. Quando entrei na sala do colégio em que estudava em São Paulo, estava lá, com letra bonita, toda redondinha, escrito no quadro-negro: “Para uma fortaleza vermelha, só mesmo um Castelo Branco”.