sábado, 2 de julho de 2016

Tá na Hora do Poeta - A Carolina - Machado de Assis

O Soneto "A Carolina" foi o último escrito por Machado de Assis. Quando a esposa do escritor morreu, ele, muito triste, escreveu um poema, um verdadeiro réquiem, no qual se despede de Carolina.
O soneto, intitulado "A Carolina", faz parte do livro "Relíquias de Casa Velha", publicado em 1906, e foi o último escrito pelo autor. O também escritor Manuel Bandeira destacou este poema como uma das peças mais comoventes da literatura brasileira, de acordo com o "Almanaque Machado de Assis".

Análise

O perigoso projeto que proíbe "doutrinação ideológica" nas escolas

O Programa Escola sem Partido, embora se esconda atrás desse verniz ponderado, não pode ser mais partidário e autoritário

Vamos ser francos, sem demagogia nem inocência. Esse Programa Escola sem Partido — de autoria do deputado Marcel van Hattem (PP), no âmbito estadual, e do vereador Valter Nagelstein (PMDB), no âmbito municipal — só existe por um motivo: para que professor nenhum manifeste opinião diferente da que os parlamentares defendem. Isso é incontestável.

Debret, pensador do Brasil

Uma nova edição de “Viagem pitoresca e histórica ao Brasil” revela faceta sociológica do francês, que refletiu sobre a nação mestiça que nascia nos trópicos


RUAN DE SOUSA GABRIEL

Em 1831, depois de 15 anos no Brasil, o pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848) voltou a Paris levando na bagagem as aquarelas nas quais retratara a nação mestiça que se formava nos trópicos. Debret fora retratista oficial da corte portuguesa exilada no Rio de Janeiro e, nas horas mortas, pintava as cenas e os personagens que encontrava pela rua. Cada aquarela continha, também, comentários sobre os costumes brasileiros e informações sobre a cena retratada. As aquarelas e os textos foram reunidos em três tomos publicados entre 1834 e 1839 com o título Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Quase ninguém comprou. A razão do fracasso foi justamente o teor sociológico da obra. Debret não pintara o Brasil exótico que os europeus estavam acostumados a encontrar nos relatos de aventureiros. O que Debret oferecia era o retrato de um país que posava de corte europeia nos trópicos, mas era sustentado pelo suor de escravos africanos e habitado por indígenas orgulhosos de suas culturas.

Crônicas do Dia - Conservadores em alta - Walcyr Carrasco

Um rapaz, que vive em Mato Grosso, revelou à família que é gay. Os pais evangélicos o expulsaram de casa. Fizeram com que interrompesse o curso de medicina pela metade. Só o aceitam de volta se prometer casar com uma mulher, ter filhos e constituir família nos moldes da religião. Abrigou-­se em um apartamento emprestado por uma amiga. Tenta sobreviver de bicos. Procura juntar os cacos, emocionalmente arrasado com a reação familiar. Essa história acontece todos os dias. Ecoa o atentado em Orlando, que continua a ser comentado e discutido nas redes sociais. O filho de afegãos que matou os frequentadores da boate GLS, segundo notícias, também tinha relacionamentos homoafetivos. Estava em um site para encontros. E já havia frequentado algumas vezes a casa noturna que atacou. Mas era filho de uma família islâmica, rígida em princípios de comportamento. Nós, aqui, analisamos seu ato como fruto do terrorismo islâmico. Mas a radicalização e o conservadorismo estão aqui também. Que diferença há entre a postura de alguns setores evangélicos e católicos em relação à homoafetividade? A sociedade tenta avançar com a discussão de gênero, a aceitação da união e a adoção de crianças por casais gays e lésbicos. Mas há outra corrente, fortíssima, que tenta impedir esses avanços. A lei brasileira é até confortável. Nenhum casal homoafetivo pode ser agredido por se beijar em público. Tem até o direito de denunciar os agressores. Na prática, os casais continuam a trocar carícias somente em lugares específicos. Há casos de bibliotecas públicas que disponibilizam às crianças livros que tocam na sexualidade de forma delicada, específicos para a faixa etária. Recentemente, dei uma palestra em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo. Boa parte das escolas foi obrigada a recolher esses livros, pressionada pelos pais. Uma boa percentagem de pais aceitou os livros. Os grupos radicais pressionaram mais. Venceram.