terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Crônicas do Dia - Hora da verdade - Walcyr Carrasco

Criança sabe ou não de sexo? Com que idade? Não estou falando do que seria ideal, em termos educacionais, teóricos etc. etc. Mas do real. Informações sobre sexo variam muito entre as classes sociais e locais de moradia. Escrevo livros infantojuvenis. Em certa época, muitos autores amigos achavam importante falar de sexo em seus livros. Eu não. Pelo simples fato, comentei com uma escritora amiga minha, que as crianças saberiam mais sobre sexo do que eu. Já soube de casos absurdos. Uma escola adotou um livro de um amigo para leitura paradidática. Em certa página, o casal de adolescentes descobria o sexo. Alguns pais fizeram escândalo. A solução da escola foi arrancar a página específica e queimar! Muitos adultos pensam, esquecendo a própria infância, que a criança é um anjinho ingênuo e intocável, a quem as informações jamais devem ser oferecidas. Nossa, quanta bobagem! Entre meus muitos livros, tenho um que aborda a questão do crack, Vida de droga. A personagem é uma adolescente que se vicia. Escrevi a partir de entrevistas com adolescentes. Achava que seria um fracasso absoluto, devido à ousadia do tema. Para minha surpresa, logo após o lançamento, fui chamado para dar muitas palestras em escolas religiosas. Um dia perguntei para uma freira se não se chocava com o tema.

Crônicas do Dia - Descaso intolerável


Na classe média já se verifica preocupante fuga de jovens, buscando oportunidades, no exterior e homens aposentados ou com algum capital deixando o país

Por Aristóteles Drummond Jornalista

Artigo de Opinião - Visão racista da Religião


 20/01/2018


As violências cotidianas contra as religiões de matriz africana não são resultantes da simples ignorância, nem do fanatismo de religiosos cristãos. Sua origem está na construção de uma ideologia que teve por objetivo justificar o colonialismo, o massacre de diversas nações africanas e o sequestro de milhões de pessoas para submetê-las à escravidão. Inaugura, então, a ideia de que a humanidade se divide em raças e dentre essas “raças” existiriam as superiores e as inferiores.

O racismo — em que pese a secular luta de negros e negras e, mais recentemente, nos governos Lula e Dilma, com o desenvolvimento de ações para promover a igualdade racial — se mantém praticamente inalterado e é materializado, inclusive por agentes do próprio Estado brasileiro.

Crônicas do Dia - Perdeu, Plaboy!

Rio - As eleições se aproximam, candidatos de várias tendências se apresentarão, cada um com seu "Vamos fazer isso e aquilo". Eleições são assim mesmo.

Gosto de roçar a minha Língua na Língua de Luiz de Camões



Crônicas do Dia - Palhaço, o que é ?

Em minha infância provinciana, onde sempre que aparecia um circo o mundo se descortinava, o palhaço era só o "ladrão de mulher" e um maluco que fazia palhaçadas para a gente rir. Esses mensageiros nos mostram que eles são também condutores de saúde e de esperança

Por Luís Pimentel Jornalista e escritor

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Gosto de roçar a minha Língua na Língua de Luiz de Camões

O particípio do verbo “trazer” é muito confundido pela maioria das pessoas no ato da comunicação. O uso de expressões como “Eu tinha trago dinheiro suficiente” é bastante comum. Contudo, ou o indivíduo opta por uma forma, a qual pode não ser a correta ou fica na dúvida: trago ou trazido? 

sábado, 27 de janeiro de 2018

Artigo de Opinião - A Justiça condenou Tiradentes

Rio - Em 1792, o Tribunal da Relação do Estado Português, instalado no Rio de Janeiro desde 1752, condenou Tiradentes à forca, ao açoite depois de morto, ao esquartejamento, à exposição das partes do seu corpo ao longo do caminho que levava até a Vila Rica, atual Ouro Preto, bem como demolição de sua casa e salgamento do terreno para que nele sequer nascesse mato.

Crônicas do Dia - A síndrome da multipresença

Rio - Não são poucas as piadas que têm como pano de fundo a nossa dependência da conectividade digital através de celulares e o quanto ela está afetando as relações pessoais. Talvez a mais conhecida seja a da avó, recebendo a visita da família e ficando em meio a todos, silenciosos, cada um com suas mídias sociais.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Crônicas do Dia - A valentia de Eduardo - Gabriel Chalita

Tudo em um hospital. Eduardo tem câncer e luta para reequilibrar o seu organismo e os seus pensamentos. A mãe, sempre presente, exerce a nobilíssima profissão de disfarçar a dor. Sorri o sorriso que encontra em algum esconderijo valente dentro dela e fala sobre o futuro como quem acredita nele. Acompanhados.

Crônicas do Dia - O neofeminismo assexuado odeia o desejo - Antônio Risério

O manifesto das 100 francesas, estrelado por Catherine Deneuve, explodiu como uma bomba arrasa-quarteirão no meio do arraial neofeminista americano, com seus discursos e posturas reacionários, primando pelo obscurantismo repressivo. Não era para menos. Esse neofeminismo é uma degeneração grotesca do feminismo original da contracultura, na década de 1960, cujo libertarismo espalhou-se então pelo mundo. E sob o signo da “revolução sexual”, que hoje horroriza o neofeminismo puritano, fundado no combate ao desejo e na repulsa ao sexo.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Crônicas do Dia - Intolerância em nome de Deus - Átila Nunes

Rio - A Lei 5,931, de 25 de março de 2011, é a maior conquista de todos os segmentos religiosos que sofrem preconceito. Ao elaborar o projeto que se tornou a lei que criou a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, não me fixei apenas nos segmentos religiosos. Essa delegacia especializada tem a finalidade de combater todos os crimes praticados contra pessoas, entidades ou patrimônios públicos ou privados, cuja motivação seja o preconceito ou a intolerância.

Crônicas do Dia - O que inventou Abaeté e Itapoã - Luiz Pimentel

Contam, sacaneando o autor ou o elogiando, que uma das mais lindas composições da MPB nasceu assim: um dia ele escreveu o verso "Se fizer bom tempo amanhã eu vou". Um ano depois lembrou que precisava dar continuidade à letra e acrescentou: "Mas se por exemplo chover, não vou". Claro que é brincadeira com a memória do maior compositor que a Bahia, onde nasceu em 1914 (no dia 30 de abril, mas pode-se comemorar todos os dias), legou ao mundo (Eu sei que temos Assis Valente, Batatinha, Gil, Caetano, Ederaldo Gentil... Mas, fazer o quê?). Também dizem as más línguas que o baiano opera em três velocidades: lento, lentíssimo e Dorival Caymmi. Pois foi lentamente que o Buda nagô dos cabelos e bigodes de algodão construiu uma das mais magistrais obras da MPB.

Você sabia disso ? - Semana de 22 e Tropicália


Movimento está na base da Tropicália, que completa 45 anos do lançamento de seu disco-manifesto.


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Entrevista - Mary Del Priore

Com mais de 30 livros publicados, a historiadora Mary Del Priore está lançando o primeiro volume de uma ambiciosa tetralogia: “Histórias da gente brasileira – Vol.1: Colônia” (Leya, 432 pgs. R$ 54,90). Menos preocupada com os grandes fatos, feitos e nomes, vitórias e fracassos que marcaram a nossa nação que com aspectos esquecidos da vida cotidiana, ela investiga os códigos da vida de personagens anônimos e esquecidos. Busca, assim, registrar as verdadeiras histórias de pessoas comuns, mostrando como elas se vestiam, onde moravam, o que comiam, o que faziam para se divertir, como se relacionavam.  Nesta entrevista, Mary fala sobre a sua pesquisa, que lança luzes sobre a formação da nossa identidade como brasileiros.

Crônicas do Dia - Metas de vida - Walcyr Carrasco

Dou ossinhos de petshop a minha cachorra Luna. Ela enterra. Depois desenterra. Simples assim. Se uma pomba dá mole, ela come, sem problemas de consciência. Luna é husky, e como tal, caçadora. Não enfrenta nenhum movimento pelos direitos dos pombos. Simplesmente pula em cima e depois engole até as penas. Gosta quando coço suas orelhas. Se chega uma visita que ela adora, simplesmente deita, patas para cima, expondo as partes íntimas. Que é exatamente o que eu gostaria de fazer, dependendo da visita. Mas sento educadamente e ofereço um café. Luna sábia. Eu a sustento. Ela nem mesmo tem a preocupação de ganhar a vida.

Artigo de Opinião - Nem censura moral, nem dirigismo cultural

Por Frederico de Almeida, no Justificando

Anunciado esta semana, o acordo celebrado pelo Ministério Público Federal e pelo banco Santander encerrou a intervenção da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão na polêmica do cancelamento da exposição Queermuseu, patrocinada pelo banco em seu centro cultural em Porto Alegre. A emenda ficou pior do que o soneto.

Artigo de Opinião - Racismo de reação

Por Angela Alonso*, na Folha
O Brasil agora gosta de se definir como multicultural. O nome antigo era “democracia racial”, mas o sentido permanece: não temos conflitos étnicos. A harmonia na diversidade é um mito nacional e, como todos os mitos, encobre e revela. Encobre a desigualdade entre os grupos étnicos e revela a dificuldade coletiva em tratar do assunto.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Você sabia disso ? - O lento processo da abolição da escravidão no Brasil


Imagem Retirada da Internet

A partir do Segundo Reinado, o Brasil iniciou um processo lento e bem gradual que levou o país a abolir a escravidão dos negros de origem africana. Esse processo lento fez com que o país fosse o último das Américas a pôr fim ao trabalho escravo e evidenciou o sucesso das elites latifundiárias em obter concessões e fazer com que essa mudança não acontecesse de maneira brusca.

Artigo de Opinião - Pós - Verdades em Educação

Rio - O dicionário Oxford elegeu “pós-verdade” como a palavra do ano. Ao vermos essa notícia, começamos a nos perguntar qual o significado da palavra eleita e por que ela pode, como dizem os jornalistas, marcar uma época.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Você sabia disso ? - Cultura afro - brasileira se manifesta na música, religião e culinária


Patrimônio Brasileiro


Somente a partir do século XX, manifestações, rituais e costumes africanos começaram a ser aceitos e celebrados como expressões artísticas genuinamente nacionais

Te Contei não ? - O veto do Temer

Uma demonstração federal de que a Educação está longe de ser prioridade foi o veto do presidente Michel Temer à verba complementar de R$ 1,5 bilhão ao Fundeb. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação vai deixar de receber esses recursos no orçamento aprovado para 2018. A atitude do presidente se torna mais repugnante, ainda, quando constatamos que esse foi o único veto de Temer no orçamento.

Artigo de Opinião - Autismo não é adjetivo





























Rio - O título deste artigo não é meu. Veio da indignação de pais, familiares, profissionais e educadores. Explico: não é incomum alguma personalidade da vida pública utilizar a palavra autismo de forma pejorativa, na intenção de criticar ou ofender. O caso mais recente foi protagonizado pela senadora Kátia Abreu, do Tocantins. Em seu Twitter, a parlamentar fez alusão ao Congresso Nacional, afirmando que o mesmo continua "autista", "só se pensa na previdência". Isto para fazer uma crítica, segundo ela, à "incompetência" e "falta de agilidade" dos parlamentares.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Você sabia disso ? - Ao mestre, com carinho?

Em Curvelo, a 170 km de Belo Horizonte, uma escola não tem fileiras, paredes ou apostilas didáticas. A aula é debaixo do pé de manga, e o conteúdo é a comunidade quem decide. “Paulo Freire deixou de ser uma pessoa e virou para nós um verbo: ‘Paulo Freirar’. Ao contrário do Evangelho de São João, que diz que ‘o verbo se fez carne’, um homem se fez verbo e educou todos nós”, conta Tião Rocha, fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD).

Você sabia disso ? - Precisamos falar sobre o suicídio


Repercussão da série ’13 Reasons Why’ e do jogo da Baleia Azul reforça a importância de prestar atenção aos sinais e discutir sobre o assunto


18/07/2017 POR ISABELA MOREIRA (COM REPORTAGEM DE JULIO VIANA E GIULIANA VIGGIANO)



Artigo de Opinião - Verdades Inconvenientes

Por Cynara Menezes

Um dos maiores defeitos dos políticos profissionais é a mentira. Parece que uma vez que alguém entra para a política, perde a capacidade de ser sincero. Isso não é exclusividade da direita, não. Políticos em geral mentem, seja para agradar os eleitores, seja para ocultar seus erros. Mentem que nem sentem. Neste momento, ao contrário, nosso País chegou à hora da verdade. Se para alguma coisa a Lava Jato e o golpe contra a Dilma serviram, foi para acabar com a mentirada em que a política brasileira vivia mergulhada. A corrupção nas campanhas eleitorais era uma velha canção em nossos ouvidos, mas fingíamos estar surdos. A classe política sabia. A imprensa sabia. A própria Justiça sabia. Vamos falar a verdade! Como é que as coisas funcionam? O povo também precisa saber. Pois bem.

Artigo de Opinião - Mais poesia, por favor

Por Cynara Menezes

Quando o mundo está numa fase ruim, como agora, é enorme a tendência da gente se afogar em política. Lemos política, assistimos política, ouvimos política, escrevemos política, compartilhamos política, respiramos polí- tica. E então vem Jim Jarmusch nos salvar da política.

Artigo de Opinião - "Fora Temer"? E quem pra dentro ?



A grita “Fora Temer” é geral. A única exceção é o grafiteiro que, em letras garrafais, escreveu no muro do cemitério: “Dentro Temer”...

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Artigo de Opinião - O empoderamento do crime em Macaé - Alberto Murteira



Mas que demonstração de poder! Isso que é poder! Fechar o comércio em menos de uma hora em plena terça-feira, botar literalmente todo mundo para correr e se esconder, verdadeira humilhação aos cidadãos de uma "rica" cidade que leva a alcunha de "Cidade do Petróleo", ou até de "Cidade do Futuro", como alguns preferiram chamar, no auge da farsa que engambelou um país inteiro e atraiu gente do Oiapoque ao Chuí para aqui fazerem suas vidas e depositarem seus futuros, que, diga-se, se tornaram mais incertos do que nunca! Nas barbas de tudo o que Macaé tem - uma miniatura de um país, com um quartel do Exército, as três polícias, MP, OAB, quatro lojas maçônicas e mais o escambau -, criminosos mostraram que são eles quem mandam no pedaço (este pedaço de mau caminho que se tornou a Princezinha do Atlântico), viraram tudo de pernas para o ar, mandaram no dia, largaram o aço, deixaram um lastro de sangue e violência em poucas horas, e ainda fizeram churrasco de cinco ônibus da única empresa que presta (mal e porcamente) o serviço de transportar cidadãos como sardinhas enlatadas. Realmente isto que é poder! Poder real e imediato, do tipo que deixa todos em suspense, como o mundo ficou depois que os americanos bombardearam Hiroshima e Nagasaki. Mantendo-se as devidas proporções, com o "bombardeio" de ontem eles colocaram em xeque não só a segurança pública, mas todo o poder público, todo o establishment local, e, sem sombra alguma de dúvida, cada um de nós.

Macaé se consagra como a "Cidade do Crime". Aqui se praticam com sucesso todos os tipos de crime, desde crimes ambientais, assaltos comuns, assassinatos, estupros e depredações, até os altamente rentáveis tráfico de drogas e o mais hediondo de todos, a corrupção na esfera política e administrativa, cujos efeitos são os mesmos de um lento, porém cruel, holocausto. E assim tal como a "mente vazia é oficina do Diabo", uma cidade onde suas autoridades, governantes e legisladores pecaram por atos e por omissões, é oficina da desgraça, da miséria, da insegurança total, do desrespeito absoluto ao cidadão e, enfim, à figura humana. Continuem pois, batendo palminhas para seus políticos favoritos, tirando leite de pedra para afirmar que um ou outro teria governado e feito alguma coisa por Macaé, que é graças a esta infeliz inocência (ou presença de malícia) que estamos todos apodrecendo junto desta seara decadente, desta carcaça que um dia foi, há muito tempo, em uma galáxia distante, um lugar decente para se viver.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Você sabia disso ? - De onde veio a Festa Junina?

De onde veio a festa junina? Antes de falarmos sobre quadrilha, fogueira, pamonha e quentão, vamos ter de falar sobre ciência e história. Todo mês de junho, há uma data em que o dia e a noite têm a maior diferença de duração – o solstício. No Hemisfério Norte, é o mais longo dia de todo o ano. Esse é o período da colheita na Europa e, até mais ou menos o século 10, com os últimos pagãos se convertendo, as populações dos campos comemoravam a data e faziam sacrifícios para afastar demônios e pragas. “Como a agricultura é associada à fertilidade, cada região celebrava seu casal de deuses específico. No Egito, os votos eram para Ísis e Osíris. Na Grécia, havia a festa de Cronus, o patrono da agricultura, ou, apenas para as mulheres, Adônis e Afrodite, quando elas faziam plantações rituais e caíam na farra. Outro relembrado era Prometeu, o criador da humanidade - e quem trouxe a eles o fogo - não é um mistério como ele era celebrado. "O formato era mais ou menos como a gente conhece, com comida regional, danças e fogueira”, afirma a antropóloga e professora da PUC, Lúcia Helena Rangel.

Você sabia disso ? - 500 anos - Reforma Protestante

Há 500 anos, Martinho Lutero publicava suas 95 teses
Ao criar um racha no cristianismo ocidental, a Reforma Protestante mudou radicalmente a paisagem política e cultural do continente europeu
Reinaldo José Lopes

Quem vive no século 21 costuma ter dificuldade para entender a obsessão dos antigos europeus com o fim do mundo. Para um ex-monge que viveu no século 16, porém, era difícil não acreditar que o Apocalipse estivesse chegando. 

Ele deixou isso claro ao comentar o livro do profeta Daniel - um dos textos bíblicos que preveem o fim do mundo. "Tudo aconteceu e está consumado", escreveu Martinho Lutero por volta de 1530. "O Sacro Império Romano-Germânico está no fim, os turcos batem à porta, o esplendor do papismo se desvaneceu e o mundo está rachando por toda parte, como se fosse cair aos pedaços."

Se ainda estivesse vivo, é possível que Lutero ficasse decepcionado com a demora para que o Apocalipse ocorresse. Mas ele não forçou tanto a barra ao afirmar que o fim estava próximo. 

Estátua de Martinho Lutero em frente à Igreja Luterana Frauenkirche, localizada em Dresden, Alemanha


Graças ao ex-monge alemão e a uma geração de reformadores religiosos, um mundo, pelo menos, já tinha acabado: aquele que, durante mais de 1100 anos, unira os cristãos do Ocidente. No lugar de uma só igreja, monolítica, dominada pela supremacia do papa em Roma, metade da Europa Ocidental foi sendo tomada por igrejas que consideravam a velha tradição católica como uma corrupção inaceitável dos ideais cristãos. 

Esse desejo de renovação espiritual foi um dos pilares da Reforma Protestante. Mas como ela escapou de virar apenas outra "heresia" esmagada pela Igreja? O contexto histórico ajudou. 

Alguns camponeses, por exemplo, viram na Reforma a chance de corrigir injustiças do sistema feudal. Enquanto isso, no topo da sociedade européia, nobres sentiram que o grito dos reformadores era um ótimo pretexto para arrancar o poder de papas, cardeais e arcebispos. A mistura de intenções puras e objetivos interesseiros ajudou a Reforma a ir longe e redefiniu o mapa da Europa.

Tremor nas fundações

No começo do século 16, falar em "reforma" era conversa velha. Fazia centenas de anos que os intelectuais e místicos europeus malhavam a bagunça generalizada que parecia ter tomado conta da Igreja. 

"Na Idade Média, a palavra reformatio estava na boca de todos, assim como ocorre hoje com a palavra ‘democracia’. E se caracterizava pela mesma multiplicidade de significados", diz o holandês Heiko Oberman, um dos grandes estudiosos da Reforma, no livro Lutero: o homem entre Deus e o Diabo.

Os críticos atacavam a vida de riqueza e decadência dos líderes católicos e ficavam exasperados com a maneira como os altos cargos da hierarquia eclesiástica (que muitas vezes eram acompanhados pela posse de ricos feudos) viravam moeda de troca política. 

Mas o hábito que provavelmente mais escandalizava os intelectuais era a venda de indulgências. Com doações à Santa Sé, os cristãos mais abastados podiam, através de rezas por encomenda, reduzir o tempo no Purgatório e agilizar sua ida ao Paraíso - era quase como comprar um lugar no céu.

Todos os defensores da tal reformatio, entretanto, queriam corrigir o cristianismo de dentro para fora. Quebrar a unidade da Igreja era algo quase impensável. "Havia dissidências, mas elas geralmente eram localizadas, excessivamente diversificadas e sem coordenação", diz Euan Cameron, professor de Religião da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. 

Cenário favorável

Quem deu uma mãozinha para tornar o reformismo mais radical foi o Renascimento. Com o declínio da Idade Média na Europa, a filosofia e a arte da Antiguidade estavam sendo redescobertas por estudiosos. Isso incluía os pensadores do começo do cristianismo e o texto original da Bíblia. 

Era a primeira vez em muito tempo que os acadêmicos da Europa Ocidental tentavam ler os Evangelhos em grego ou o Antigo Testamento em hebraico, deixando de se guiar apenas pelas versões em latim preferidas pela Igreja. Os textos antigos faziam seus leitores repensar as bases da própria fé e comparar o passado "santo" do cristianismo com seu presente mundano. O meio universitário europeu permitia uma certa liberdade para discutir esses temas.

Além do Renascimento, profundas mudanças sociais completavam o cenário favorável à Reforma. Com o desenvolvimento do capitalismo, surgia um mercado europeu dinâmico, envolvendo banqueiros, artesãos e comerciantes que queriam se ver livres de amarras políticas e religiosas para negociar. Especialmente na Alemanha, a terra natal de Lutero, muitas regiões começavam a se ver mais como parte de uma grande nação alemã que como membros do velho Sacro Império (que se estendia da França à atual República Checa), muito influenciado pelo papado.

Confusão na porta

Num ambiente cheio de insatisfação com a Igreja, quem deu o primeiro passo para uma mudança séria foi um monge alemão com doutorado que dava aulas na Universidade de Wittenberg. 

Nascido em 1483, Martinho Lutero era filho de um camponês que enriquecera ao se tornar empresário da área de mineração. Contrariando os interesses do pai, que queria fazer dele advogado, Lutero decidiu entrar para um convento ao escapar com vida de uma tempestade de raios.

O jovem se tornou um monge exemplar. Apesar disso, sua consciência vivia atormentada. Ele temia a justiça de Deus, acreditando que os seres humanos eram tão pecadores que jamais seriam capazes de alcançar a salvação. 

Estudando a Bíblia, ele concluiu que os cristãos só poderiam ser salvos pela fé: incapazes de se redimir por sua força interna ou por suas boas ações, os fiéis receberiam a salvação por meio da generosidade gratuita de Deus.

O papa contra-ataca

Roma demorou para formular uma resposta abrangente contra a ameaça da Reforma. Nos anos 1530, o Vaticano convocou uma comissão de religiosos de alta competência teológica e reconhecida moralidade para produzir um relatório sobre o que deveria mudar na Igreja.

"O relatório, chamado de Consilium de Emendenda Ecclesia e apresentado ao papa em março de 1537, foi uma bomba", escreve o historiador britânico Eamon Duffy no livro Santos e Pecadores - História dos Papas. A comissão disse que a culpa pela Reforma era do próprio Vaticano e listou uma série de medidas draconianas para botar a casa em ordem. 

Em termos de teologia, o texto chegava até a dar razão a Lutero em alguns pontos. Como dizia o cardeal inglês Reginald Pole, um dos autores, "os hereges não são hereges em tudo". 

O próprio Lutero, aparentemente adorando tudo aquilo, fez questão de publicar uma tradução em alemão, com suas próprias - e irônicas - notas de rodapé. A coisa pegou tão mal que o relatório acabou arquivado. 

Mas a Igreja continuou seus planos de reforma interna com o Concílio de Trento, reunião realizada entre 1545 e 1563 na cidade italiana de mesmo nome. Nele, os católicos fizeram questão de não ceder um milímetro na parte doutrinária, teológica e organizacional, reafirmando coisas como o uso de imagens, a devoção a Maria e aos santos e a autoridade do papa. 

Mas, ao mesmo tempo, o Vaticano fez um esforço sincero para elevar o nível cultural e moral dos padres: foi nessa época que surgiram, pela primeira vez, seminários sérios - em que os futuros padres eram educados com rigor. 

Além disso, houve um impulso poderoso para converter povos que nunca tinham tido contato com o cristianismo. Por meio dos jesuítas e outros grupos missionários, a Igreja transformou a América Latina num domínio totalmente católico - e conseguiu inúmeras conversões na Índia, na China, no Japão e nas Filipinas. Pelo menos em termos populacionais, o catolicismo parecia ter perdido parte da Europa para ganhar o mundo.

As 95 teses

Se o raciocínio de Lutero estava correto, a prática das indulgências era ainda pior do que se costumava acreditar. A Igreja estaria basicamente fazendo propaganda enganosa, já que não teria poder para amenizar os pecados - cujo julgamento caberia apenas a Deus. 

Em 1517, Lutero escreveu uma lista de críticas sobre as indulgências, num texto que ficaria conhecido como as 95 Teses. Elas foram pregadas na porta da igreja do castelo de Wittenberg, à vista de todos. 

"O conteúdo teológico do documento não é especialmente importante. Sua importância vem do fato de que alguns editores com visão de negócios mandaram imprimi-lo, sem perceber que estavam instituindo uma revolução nas comunicações", diz Robert Kolb, professor de Teologia Sistemática do Seminário Concórdia, nos Estados Unidos. 


Primeira página da impressão de 1517 das 95 Teses, distribuída no formato de panfleto


Por volta de 1520, as 95 Teses e outros textos de Lutero tinham alcançado a incrível tiragem de 600 mil exemplares. Nada menos que 20% dos panfletos publicados na Alemanha entre 1500 e 1530 foram assinados pelo monge encrenqueiro - é como se, hoje em dia, um completo desconhecido passasse a ter o blog mais acessado do país.

Em semanas, boa parte dos intelectuais da Europa ficou sabendo da polêmica. Muitos se puseram do lado de Lutero. Já a Igreja recusou o debate teológico proposto pelo religioso e o ameaçou de excomunhão em 1520. Lutero não quis se retratar. 

No ano seguinte, ele foi chamado diante do imperador Carlos V e da Dieta (algo como a câmara dos deputados) do Sacro Império. Continuou irredutível. A partir daí, embora tenha conseguido escapar, ele se tornou um herege condenado à morte.

Templos modernos 

Após passar uma temporada escondido, Lutero voltou a dar aulas em Wittenberg, protegido pelo príncipe Frederico III da Saxônia. Dizia que só a Bíblia podia ser considerada a palavra de Deus e que todos os cristãos eram sacerdotes. 

Não tão longe dali, outra voz se erguia contra a Igreja. Na década de 1520, o padre Ulrico Zwinglio tinha lançado na Suíça um ataque às indulgências parecido com o de Lutero e também defendia a supremacia da Bíblia sobre as autoridades eclesiásticas. Zwinglio se tornou um dos líderes políticos de Zurique e acabou com a veneração de imagens de santos e com a música nas cerimônias religiosas. 

Alguns cantões suíços se uniram a Zurique, enquanto outros declararam guerra aos "hereges". O próprio Zwinglio acabaria morto em combate, em 1531.
Na Alemanha, alguns defensores das idéias de Lutero, como o padre Thomas Müntzer, começaram a interpretar a Reforma de um ponto de vista social. Afinal, se o único rei verdadeiro era Deus, por que continuar obedecendo à realeza?

Camponeses, plebeus e até nobres se uniram a Müntzer e pegaram em armas. Entre 1524 e 1525, a Guerra dos Camponeses virou a Alemanha de pernas para o ar. Os nobres conseguiram massacrar os rebeldes - e foram apoiados por Lutero, que recusava o uso da violência defendido por Müntzer e considerava heréticas certas práticas dos revoltosos, como o batismo de adultos que já tinham sido batizados quando bebês.

O anglicanismo

As nações de língua alemã não eram as únicas a sofrer a influência dos reformistas. 

Nas décadas de 1520 e 1530, por exemplo, o luteranismo se tornou tão influente na Escandinávia que acabou levando a um rompimento da região com Roma. Já na Inglaterra, o rei Henrique VIII (tão católico que chegara a escrever um tratado contra Lutero), queria que o papa anulasse seu casamento com Catarina de Aragão. 

O problema é que a rainha era tia do líder do Sacro Império, Carlos V, a quem o papa não queria desagradar. Em 1533, persuadido por conselheiros com inclinações protestantes, Henrique VIII resolveu se divorciar sem autorização papal. Nascia aí a Igreja Anglicana, cuja liderança coube ao rei britânico. 

"Anos antes, a Reforma na Inglaterra parecia impossível, mas acabou se instaurando", diz o historiador Christopher Haigh, da Universidade de Oxford, na Inglaterra. A nova religião começou quase como um catolicismo sem papa, mas foi sendo cada vez mais influenciada pela Reforma, até ficar no meio do caminho entre protestantismo e catolicismo.

O calvinismo

O último golpe contra a antiga unidade cristã veio da França. Lá, um advogado chamado João Calvino desenvolveu doutrinas ainda mais radicais, que não só rejeitavam a autoridade do papa e a missa como consideravam que Deus predestinava apenas certas pessoas para a salvação. 

A partir de 1536, Calvino refugiou-se em Genebra, na atual Suíça, e, após vencer diversos conflitos, instituiu um sistema de governo dominado por sua visão do cristianismo. A cidade se tornou um centro de formação de missionários protestantes.

Enquanto isso, na Alemanha de Lutero, nobres rompiam com a Igreja e aproveitavam para tomar suas terras e riquezas. Para brecar a onda de mudanças, o imperador Carlos V deu início a uma guerra civil no Sacro Império. 

Sem conseguir vencer pelas armas, ele assinou um acordo com os luteranos: a Paz de Augsburgo, em 1555. Graças a ela, cada príncipe ficou livre para determinar a religião de seu território. A divisão da Europa cristã em duas tinha acabado de virar lei.


Nos 100 anos seguintes, guerras religiosas ainda matariam muita gente na Europa. Lutero, contudo, não viveria para ver a Paz de Augsburgo nem o sangue derramado depois. Casado com a ex-freira Katharina von Bora, ele morreria em Eisleben, sua terra natal, em 1546.

Revista Aventuras na História

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Você sabia disso ? - 8 curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna



1. “Os Sapos” Vaiado

Durante a leitura do poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação.



2. Villa-Lobos de Chinelo

No dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro um chinelo. O público vaiou, pois considerou a atitude futurista e desrespeitosa. Depois, foi esclarecido que Villa-Lobos entrou desta forma, pois estava com um calo no pé


3. A Semana foi financiada pela oligarquia paulista

Com o artigo de Monteiro Lobato, os autores e artistas modernistas começaram a planejar os próximos passos para a difusão do movimento no cenário brasileiro. Mário de Andrade e Oswald de Andrade, que também eram jornalistas, usavam de seu espaço nos jornais para expor o Modernismo e defendê-lo das críticas. Surgiu, então, a ideia de fazer a Semana de Arte Moderna, no suntuoso Theatro Municipal de São Paulo e no mesmo ano em que a declaração de Independência completaria 100 anos. A data escolhida foi simbólica e representaria a “segunda” independência do Brasil – mas, desta vez, no sentido artístico.

Nesse momento, o apoio da elite paulista foi fundamental. À época, em pleno auge do período das oligarquias na República Velha, a oligarquia paulista tinha interesse em tornar São Paulo uma referência em criação cultural, posto que era ocupado pelo Rio de Janeiro. Além disso, o início da efervescência paulista passou a se contrapor ao conservadorismo carioca, que era bem mais tradicional no ramo das artes e, por isso mesmo, tinha um estilo mais consolidado e conservador. Assim, a Semana de Arte Moderna foi amplamente financiada pela elite cafeeira, que tomou a frente do evento que teria projeção nacional. (fonte: guia do estudante)

4. Os tomates de Oswald

Em muitos momentos durante o evento, principalmente em seu primeiro dia, os organizadores surpreenderam o público com os conceitos artísticos e estéticos que apresentavam. Mas, no caso de Oswald de Andrade, a questão foi puramente de extravagância. Os boatos que correm no meio acadêmico, entre os estudiosos da semana, é que o idealizador da Semana pagou para que estudantes do Largo São Francisco, escola de direito da USP, atirassem tomates nele durante a declamação de um poema. Simplesmente pela polêmica ( fonte: efeescuela)

5. Era para ser uma semana, mas só durou três dias

Talvez porque a intenção fosse, de fato, experimentar e provocar mudanças, a Semana de Arte Moderna, na verdade, durou apenas três dias, alternados. O evento esteve anunciado e programado para ocorrer entre os dias 11 e 18 de fevereiro, mas o Theatro foi aberto para as exposições nos dias 13, 15 e 17.

Em cada dia, as apresentações foram divididas por tema: no dia 13, pintura e escultura; no dia 15, a literatura; e no dia 17, a música. Ironicamente, alguns dos nomes mais importantes do Modernismo não estiveram presentes na Semana. É o caso de Tarsila do Amaral, provavelmente a pintora mais conhecida do movimento, que estava em Paris, e Manuel Bandeira, que ficou doente e faltou à declamação do seu próprio poema, Os sapos, no segundo dia.(fonte: guia do estudante)

6. Anita Malfatti x Monteiro Lobato

Um dos principais nomes do evento, Anita Malfatti, foi duramente criticada por Monteiro Lobato. Em 1917, ele publicou um artigo no jornal O Estado de S. Paulo ( Veja no link abaixo) criticando a exposição de Anita, que acabara de retornar da Europa e estava repleta de obras modernistas. Como consequência, muitas das obras dela que tinham sido vendidas foram devolvidas, algumas delas inclusive destruídas… a bengaladas!



7. O público não gostou

Toda aquela modernidade não agradou o público. As pinturas e esculturas, de formas estranhas, fizeram os visitantes se perguntarem se os quadros estavam pendurados da maneira certa. Os poemas modernistas eram declamados entre vaias e gritos da plateia. Conta-se, inclusive, que no último dia o músico Heitor Villa-Lobos entrou para sua apresentação calçando sapato em um pé e chinelos no outro, o que foi considerado um desrespeito pelo público presente. Não deu outra: ele foi vaiado furiosamente. Depois, o maestro explicou que fora calçado assim porque estava com um calo no pé.

A reação dos visitantes ecoou entre os especialistas, que tratou o movimento como desimportante e retomou as críticas vorazes de Monteiro Lobato. De fato, à época, a Semana de Arte Moderna não teve tanta importância. Mas, nos anos seguintes, o evento passou a ser considerado o marco que inaugurou o Modernismo no país e provocou os efeitos sentidos em todos os aspectos da cultura brasileira.(fonte: guia do estudante)

 8. Vicente do Rêgo Monteiro, único pernambucano da Semana de 22

Divulgador das vanguardas europeias no Brasil, Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970) foi um precursor das ideias que nortearam a Semana de 22, com seu interesse nas lendas amazônicas e na produção de cerâmica marajoara desde a década anterior. Deixou oito obras para serem expostas na Semana de Arte Moderna, mas, na época, vivia em Paris. Foi amigo de modernistas notáveis, como a pintora Anita Malfatti, o escultor Victor Brecheret e o pintor Di Cavalcanti, o que rendeu o convite à Semana.

Mário de Andrade e A Escrava que não era Isaura


Durante a Semana de Arte Moderna, Mário de Andrade fez a apresentação do esboço de um texto que seria publicado na íntegra apenas em 1925, chamado A escrava que não era Isaura. No ensaio, ele defende um maior aprofundamento do verso livre, da síntese no uso das palavras e frases e defende uma maior valorização do que há de brasileiro na língua.

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Você sabia disso ? - Semana de Arte Moderna


Realizada no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna foi um divisor de águas na cultura nacional.

Publicado por: Luana Castro Alves Perez em Modernismo

"Gosto de roçar a minha Língua na Língua de Luís de Camões"


Personalidades - Clementina de Jesus

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo



“Clementina é a voz dos milhões de negros desfeitos no fazimento do Brasil. Poderosa voz anunciadora do brasileiro que, amanhã, se assumirá como povo mulato, mais africano que lusitano”, resumiu o antropólogo Darcy Ribeiro sobre o papel da sambista que tem sua história contada na biografia inédita “Quelé, A Voz da Cor – Biografia de Clementina de Jesus”, escrita pelos jornalistas Felipe Castro, Janaína Marquesine, Luana Costa e Raquel Munhoz.

Editorial - O que mudou na Educação nos últimos 20 anos

Estamos em constante mutação, graças ao desenvolvimento tecnológico o mundo vem conhecendo diversas possibilidades, e é claro, mudando e se adequando as novas demandas. Nesse contexto, de mudanças e avanços, como fica a educação no Brasil? Será que essa evoluiu? O que mudou nesse setor nos últimos anos? 

Você sabia disso ? - Combate à desigualdade de gênero


Apesar da igualdade de gênero ser um tema debatido pela sociedade contemporânea, as medidas práticas ainda são pouco executadas, inclusive no ambiente escolar. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Fórum Econômico Mundial, no Brasil, serão necessários 95 anos para que mulheres e homens tenham uma situação de plena igualdade. 

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Crônicas do Dia - O Brasil de Sucupira

Rio - "Povo de Sucupira, meus conterrâneos: vim de branco para ser mais claro. Se eleito, meu primeiro ato como prefeito será o de cumprir o funéreo dever de mandar fazer o construimento do cemitério municipal". Com promessas desta natureza, o Bem Amado Odorico Paraguaçu, político corrupto, mestre das safadezas, assumiu o poder "com as mãos limpas e o coração nu, despido estripitisicamente de qualquer ambição de glória". E concluiu seu discurso de posse: "Nesta hora exorbitante, neste momento extrapolante, alço os olhos para o meu destino e vendo no céu a cruz de estrelas que nos protege peço a Deus que olhe para a nossa terra e abençoe a brava gente de Sucupira".

Crônicas do Dia - O ano das fake news

As fake news terão um papel avassalador na política dos próximos meses

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Você sabia disso ? - Vamos reduzir o desmatamento a zero


BY BETO VERÍSSIMO
Por que proteger a Amazônia e deixar a floresta intacta faz mais sentido para a economia?

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

" Gosto de roçar a minha Língua na Língua de Luíz de Camões "

           CaPor que todos os dias de semana terminam em 'feira'?

O Sol, a Lua e os deuses da mitologia romana (que batizaram os primeiros planetas descobertos: Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio) são os homenageados nos dias da semana em quase todos os idiomas ocidentais. Na língua inglesa, os agraciados são deuses nórdicos - Tyu (irmão de Thor) em Tuesday, Odin em Wednesday, Thor em Thursday e Fraye em Friday. Os portugueses, no entanto, quebraram essa tradição.

Personalidades - Almirante João Cândido - A Revolta da Chibata






O líder do movimento contra punições corporais na Marinha estava longe de ser um marinheiro simplório
Marco Morel*

Você sabia disso ? - Semana de Arte Moderna de 1922


A Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco na história da arte e será sempre lembrada como um grande evento em prol dos artistas e livre expressão. Há 95 anos o Teatro Municipal de São Paulo reunia artistas ilustres como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira entre outros, que apresentavam seus trabalhos e transformaram a arte no paí

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Você sabia disso ? - Machado de Assis trabalha intertextualidade com a Bíblia e a Mitologia Romana



Por Leo Ricino* | Fotos retiradas da revista | Adaptação web Caroline Svitras

No volume II das obras completas de Machado de Assis da Editora José Aguilar, Rio de Janeiro, 1962, contei exatos 124 contos. É preciso ser extremamente criativo para engendrar tantas e inquestionáveis mentiras que atuem ― e continuam atuando desde sua publicação ― como metonímia para refletir nossa verdade social; aliás, um retrato exato dela, ao captar realidades, procedimentos e atitudes individuais, de cuja soma é formada a sociedade.