terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Artigo de Opinião - O monopólio do terrorismo - Cândido Mendes

Deparamos há pouco o massacre de Berlim, seguido da abordagem e morte de seu responsável, em uma operação de rotina dos carabinieri em uma estação de trem próxima a Milão

Artigo de Opinião - As Farc do Brasil - Carlos Andreazza

Não se matou ali por mais espaço e por melhores condições humanitárias, mas por controle da penitenciária, estivesse cheia ou vazia

Artigo de Opinião - Bom senso atropelado

POR SERGIO BANDEIRA DE MELLO 




Veiculada em tempos de massacres atrozes e barbáries circulantes na rede, a campanha publicitária promovida pelo Ministério dos Transportes — “Gente boa também mata” — não poderia ter escolhido momento mais inoportuno para ser colocada no ar e nas ruas.

Foi concebida para chocar; culpa e dolo duelam no ambiente em que está inserida a propaganda. Mas quem haveria de se chocar com as mortes fictícias diante das decapitações e esquartejamentos reais, de causar arrepios e náuseas aos piores carrascos do Estado Islâmico?

A alma do negócio perdeu-se em meio a um negócio sem alma, em meio às discussões sobre um estranho universo dominado por desalmados que assinam na tela dos celulares seus macabros testemunhais, sem medo das consequências fora do sistema que comandam, obedecem, disputam ou orbitam.

Voltando ao mundo palatável dos graves acidentes de percurso que a iniciativa governamental destaca, trata-se, indubitavelmente, de um sucesso culposo de público e doloso de crítica, pois teve o seu conceito popularizado por via transversa, na contramão do que buscou a ideia criativa.

De forma oblíqua, por meio dos mais diversos memes, a campanha logrou atingir o objetivo, ao levar o conteúdo à população, ainda que com personagens e mensagens trocadas. Pela primeira vez, a turma do #ForaTemer incluiu o atual ocupante do Planalto na condição de legítimo chefe do Executivo, mesmo em protesto contra medidas tomadas por sua base, ainda que o chamando de presidente golpista.

Já nas desastrosas peças exibidas, o material atropelou o bom senso. Buscou retratar situações de filantropia e trabalho voluntário para realçar faltas passíveis nas pessoas em geral. Preparada para desperdiçar dinheiro público, matou a pau, ao dizer o óbvio e provocar a ira dos compulsórios contribuintes. E isso como se a realidade não nos brindasse todos os dias com tragédias gratuitas.



“O melhor aluno da sala pode matar” é, a meu ver, o título mais infeliz de toda a campanha. Sim, porque desde a infância fomos acostumados aos gênios do mal, que bolavam as mortes mais mirabolantes e cruéis para eliminar Batman e Robin. E 007 que o diga. Também pelo cinema, efeito colateral de Hollywood, aprendemos que Hannibal Lecter, o famoso canibal, deve ter sido o melhor da turma antes de enveredar pelo vício da gastronomia humana.

“Quem resgata animais na rua pode matar”, passamos a saber depois das dezenas de milhões gastos na perdulária empreitada. Mas quem emprega mal o dinheiro público mata muito mais.

Sergio Bandeira de Mello é engenheiro e foi gerente de comunicação da Petrobras



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/bom-senso-atropelado-20751273#ixzz4VNLixPOy

Crônicas do Dia - Turbilhão de paixões

Nelson Motta, O Globo

‘Muito mais tarde, quando envelhecia, compreendi que o amor exige uma espécie de cegueira. Amamos não quem os nossos olhos enxergam, mas quem nosso coração demanda. O ser amado é, quase sempre, uma invenção indulgente de quem ama.’

Crônicas do Dia - São Paulo, meu amor - Artur Xexéo

Como todo mundo, eu também estou apaixonado pela autobiografia de Rita Lee

Como todo mundo, eu também me apaixonei pela Rita Lee quando ela e mais dois rapazes — quem eram eles mesmo? — ajudaram Gilberto Gil a defender “Domingo no parque” num festival da Record. Que festival era esse? O de 1967? Não me lembro mais. Só me lembro de Rita Lee. Como era bonita! Como era moderna! Como era jovem! A paixão durou para sempre. Aqueles dois rapazes que formavam um grupo com ela desapareceram, ela liderou uma banda de rock, fez carreira sozinha, formou uma dupla irresistível com o marido Roberto de Carvalho.