sábado, 21 de março de 2020

160 livros essenciais da Literatura Mundial - Quais você já leu?


Por Revista Prosa Verso e Arte

"O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê.”
– Umberto Eco

Não foi fácil escolher, mas aqui está uma lista com 160 grandes títulos da literatura mundial, incluindo obras nacionais e latino-americanas.
A lista apresentada pela Revista Prosa, Verso e Arte tem por objetivo tanto estimular a leitura dos clássicos, como incentivar que os leitores e leitoras produzam suas próprias listas. Então, diga-nos, quais destes títulos você já leu, quais pretende ler e quais outros você indicaria a leitura?!
“Clássica é a obra que tem dimensão universal: consegue atravessar
gerações, fronteiras e nacionalidades, sem perder as suas características.”
– Renato Rocha (músico e compositor), em “O Que faz de uma obra um clássico?”. Revista Poiésis, n. 11, p.191-213, nov. 2008.

1. O Nome da Rosa – Umberto Eco (1980)
2. O Pêndulo de Foucault – Umberto Eco (1988)
3. O Estrangeiro – Albert Camus (1942)
4. A Peste – Albert Camus (1947)
5. Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley (1932)
6. 1984 – George Orwell (1949)
7. A Revolução dos Bichos – George Orwell (1945)
8. Os Irmãos Karamázov – Fiódor Dostoiévski (1880)
9. Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski (1866)
10. O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry (1943)
11. Por Quem os Sinos Dobram – Ernest Hemingway (1940)
12. Ulysses – James Joyce (1922)
13. Finnegans Wake – James Joyce (1939)
14. Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis (1881)
15. Dom Casmurro – Machado de Assis (1899)
16. Guerra e Paz – Lev Tolstói (1867)
17. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha – Miguel de Cervantes (1615)
18. O Amor nos Tempos do Cólera – Gabriel García Márquez (1985)
19. Cem Anos de Solidão – Gabriel García Márquez (1967)
20. Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa (1956)
21. Primeiras Estórias  – João Guimarães Rosa (1962)
22. A Hora da Estrela – Clarice Lispector (1977)
23. Um Sopro de Vida – Clarice Lispector (1978)
24. Madame Bovary – Gustav Flaubert (1856)
25. O Vermelho e o Negro – Stendhal (1830)
26. Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust (1908)
27. Hamlet – William Shakespeare (1609)
28. Ilíada – Homero (século VIII a.C.)
29. Odisseia – Homero (século VIII a.C.)
30. Os Buddenbrook – Thomas Mann (1901)
31. A Montanha Mágica – Thomas Mann (1924)
32. Doutor Fausto – Thomas Mann (1947)
33. Capitães da Areia – Jorge Amado (1937)
34. As Flores do Mal – Charles Baudelaire (1857)
35. Som e a Fúria – William Faulkner (1929)
36. O Processo – Franz Kafka (1925)
37. A Metamorfose – Franz Kafka (1915)
38. A Terra Desolada – T. S. Eliot (1922)
39. O Príncipe – Maquiável (1532)
40. O Tempo e o Vento – Erico Verissimo (1985)
41. Vidas Secas – Graciliano Ramos (1938)
42. Os Miseráveis – Victor Hugo (1862)
43. Notre-Dame de Paris – Victor Hugo (1831)
44. O Pai Goriot (um dos principais livros de ‘A Comédia Humana’) – Honoré de Balzac (ca. 1829-1850)
45. Ilusões Perdidas (um dos principais livros de ‘A Comédia Humana’) – Honoré de Balzac (1843)
46. A Tarde de um Fauno – Stéphane Mallarmé (1876)
47. E o Vento Levou – Margaret Mitchell (1936)
48. Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll (1865)
49. Anna Karenina – Lev Tolstói (1877)
50. Emma – Jane Austen (1815)
51. Orgulho e Preconceito – Jane Austen (1813)
52. A Filha do Capitão – Alexander Pushkin (1836)
53. O Jogo da Amarelinha – Júlio Cortázar (1953)
54. Bonequinha de Luxo – Truman Capote (1958)
55. A Dama do Cachorrinho e outros contos – Anton Tchekhov (1889)
56. O Caçador de Pipas – Khaled Hosseini (2003)
57. Fausto – Johann Wolfgang von Goethe (1829)
58. Os sofrimentos do jovem Werther – Johann Wolfgang von Goethe (1774)
59. Rumo ao Farol – Virginia Woolf (1927)
60. Mrs. Dalloway – Virginia Woolf (1925)
61. Histórias Extraordinárias – Edgar Allan Poe (1924)
62. O Poço e o Pêndulo – Edgar Allan Poe (1842)
63. Ficções – Jorge Luis Borges (1944)
64. O Aleph – Jorge Luis Borges (1949)
65. Pedro Páramo – Juan Rulfo (1955)
66. Ensaio Sobre a Lucidez – José Saramago (2004)
67. Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago (1995)
68. Um Delicado Equilíbrio – Rohinton Mistry (1955)
69. Os Vestígios do Dia – Kazuo Ishiguro (1989)
70. O Segundo Sexo – Simone de Beauvoir (1949)
71. Diante da Dor dos Outros – Susan Sontag (2003)
72. Lolita – Vladimir Nabokov (1955)
73. Os Paços de Ulloa – Emilia Pardo Bazán (1886)
74. Ponciá Vicêncio – Conceição Evaristo (2003)
75. Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus (1960)
76. Robinson Crusoe – Daniel Defoe (1719)
77. O Lobo da Estepe – Herman Hesse (1927)
78. Demian – Hermann Hesse (1919)
79. A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós (1900)
80. Os Maias – Eça de Queirós (1888)
81. O Ateneu – Raul Pompeia (1888)
82. Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto (1915)
83. A Pedra do Reino – Ariano Suassuna (1971)
84. Macunaíma – Mário de Andrade (1928)
85. Grandes Esperanças – Charles Dickens (1861)
86. David Copperfield – Charles Dickens (1850)
87. Os Cadernos de Pickwick – Charles Dickens (1837)
88. Folhas de Relva – Walt Whitman (1855)
89. O Leopardo – Tomasi di Lampedusa (1958)
90. O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë (1847)
91. O Quinze – Rachel de Queiroz (1930)
92. O Canto do Pássaro – Sebastian Faulks (1993)
93. Poemas Completos – Herberto Helder (2013)
94. A Parte que Falta – Shel Silverstein (1976)
95. O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez – J. R. R. Tolkien (1937)
96. O Sol é Para Todos – Harper Lee (1960)
97. Os Cantos – Ezra Pund (1925)
98. Cartas a um Jovem Poeta – Rainer Maria Rilke (1929)
99. Germinal – Émile Zola (1885)
100. A Redoma de Vidro – Sylvia Plath (1963)
101. A Náusea – Jean-Paul Sartre (1938)
102. Middlemarch – George Eliot (1871)
103. Canções da Inocência-Canções da Experiência – William Blake (1789)
104. Coração das Trevas – Joseph Conrad (1899)
105. Terra sonâmbula – Mia Couto (1992)
106. Livro do Desassossego – Bernardo Soares “Fernando Pessoa” (1913)
107. Feliz Ano Novo – Rubem Fonseca (1975)
108. O diário de Anne Frank – Anne Frank (1947)
109. Laranja Mecânica – Anthony Burgess (1962)
110. Tartufo – Molière (1664)
111. Paraíso Perdido – John Milton (1667)
112. O Capote – Nikolai Gogol (1842)
113. Doutor Jivago – Boris Pasternak (1957)
114.  Os Cus de Judas – António Lobo Antunes (1979)
115. A Máquina de Fazer Espanhóis – Valter Hugo Mãe (2010)
116. Retrato de Uma Senhora – Henry James (1881)
117. Sermões – Padre Antônio Vieira (ca. 1679 – 1697)
118. Trilogia das Barcas [Auto da Barca do Inferno (1527), Auto da Barca do Purgatório (1518) e do auto da barca da Glória (1519)] – Gil Vicente (1518 – 1527)
119. O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald (1925)
120. As Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle (1892)
121. A Época da Inocência – Edith Wharton (1920)
122. O Retrato de Dorian Gray – Oscar Wilde (1890)
123. Memórias de Adriano – Marguerite Yourcenar (1951)
124. As Cidades Invisíveis – Italo Calvino (1972)
125. O Conto da Aia – Margaret Atwood (1985)
126. Os Lusíadas – Luís Vaz de Camões (1572)
127. A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak (2005)
128. Assassinato no Expresso do Oriente – Agatha Christie (1934)
129. A Insustentável Leveza do Ser – Milan Kundera (1984)
130. Orlando Furioso – Ludovico Ariosto (1532)
131. Pais e Filhos – Ivan Turguêniev (1862)
132. On the Road – Jack Kerouac (1957)
133. A Morte de Virgílio – Hermann Broch (1945)
134. Metamorfoses – Ovídio (8 d.C.)
135. O Complexo de Portnoy – Philip Roth (1969)
136. Servidão Humana – William Somerset Maugham (1915)
137. Antes do Baile Verde – Lygia Fagundes Telles (1970)
138. Lavoura Arcaica – Raduan Nassar (1975)
139. Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto (1967)
140. O Arco e a Lira – Octavio Paz (1956)
141. Poemas – Konstantinos Kaváfis (ca. 1904)
142. Uma Temporada no Inferno – Arthur Rimbaud (1873)
143. Homens de Milho – Miguel Ángel Asturias (1949)
144. Pontos de Vista de um Palhaço – Heinrich Böll (1963)
145. Trópico de Câncer – Henry Miller (1934)
146. A Cidade e os Cachorros – Mario Vargas Llosa (1962)
147. Auto de Fé – Elias Canetti (1935)
148. O Apanhador no Campo de Centeio – J. D. Salinger (1951)
149. Ensaios – Michel Montaigne (1580)
150. Confissões – Agostinho de Hipona (ca. 397 – 400 d.C.)
151. A Divina Comédia – Dante Alighieri (ca. 1304-1321)
152. Cândido ou O Otimismo – Voltaire (1759)
153. 200 Crônicas Escolhidas – Rubem Braga (1977)
154. Fazenda Maldita – Stella Gibbons (1932)
155. Genji Monogatari – atribuído a Murasaki Shikib (início do século XI)
156. A Ilha Misteriosa – Julio Verne (1874)
157. Viagens de Gulliver – Jonathan Swift (1726)
158. Tom Jones – Henry Fielding (1749)
159. Elogio da Loucura – Desidério Erasmo (ca. 1509-1511)
160. Os Três Mosqueteiros – Alexandre Dumas (1844)
161. Decamerão – Giovanni Boccaccio (ca. 1348-1353)
162. Kim. Rudyard Kipling (1865-1936)
Acrescentamos mais algumas obras sugeridas pelos leitores. Estamos anotando as demais sugestões, possivelmente faremos uma nova postagem com as indicações feitas. Grata!
https://www.revistaprosaversoearte.com/160-livros-essenciais-da-literatura-mundial-quais-voce-ja-leu/?fbclid=IwAR1xOSzUeAFXTpSMYkewLDe8Z0X9y1506gRK5C3c87yLuk9EpUG1aG3BulU

Te contei, não? - STJ libera Sérgio Camargo para assumir a Fundação Palmares

STJ atende recurso da AGU e libera nomeação de Sérgio Camargo para a Fundação Palmares


Agora caberá à nova gestão da Secretaria Especial de Cultura decidir se quer mantê-lo no cargo. Nomeação gerou reações por causa de declarações em que ele relativizava temas como escravidão.

Por Camila Bomfim, Mariana Oliveira e Rosanne D'Agostino, TV Globo — Brasília

12/02/2020 

Resenha - Marrom e amarelo


Em "Marrom e amarelo", Paulo Scott explora a mentalidade escravagista que ainda prevalece no Brasil

Paulo Scott, autor de Marrom e amarelo


Marrom e Amarelo - Paulo Scott - Você já leu ?



No romance "O Próximo da Fila", de Henrique Rodrigues (Record), o protagonista aprende aquela que seria uma das lições mais valiosas no emprego numa unidade de uma gigantesca rede de lanchonetes. Na hora de limpar o piso, deveria pegar o esfregão, colocá-lo no chão e caminhar lentamente de costas enquanto desenha um oito para recolher toda a sujeira. O que dá força para a cena é a metáfora proposta: o adolescente que busca ascender socialmente e profissionalmente precisa empunhar o esfregão e sair pelo estabelecimento fazendo o sinal do infinito enquanto caminha para trás. 
São frequentes os momentos em que temos a impressão de que estamos – como sociedade, como país – fadados a isso: retroceder infinitamente. Em muitos aspectos, se compararmos o Brasil de hoje com o de 20, 30 ou 50 anos atrás, avançamos consideravelmente. No entanto, as transformações históricas acontecem mesmo dessa forma: com progressos significativos e momentos de regresso que precisam prontamente ser freados por aqueles que vislumbram uma sociedade mais justa e plural. A França teve algumas recaídas para que, após a Revolução, conseguisse enfim se estabelecer como uma democracia sólida, para ficarmos num exemplo clássico.

A cena de Rodrigues e as reflexões que elas me provocam habitaram com frequência a minha cabeça enquanto lia "Marrom e Amarelo", de Paulo Scott (Alfaguara), o mais recente "melhor livro de todos os tempos da última semana" – aqueles que, de repente, parecem ser lidos e incensados por todas pessoas que curtem literatura. Coisa raríssima, dessa vez os abundantes elogios são muito justos. É um livraço.

Em "Marrom e Amarelo" somos apresentados a Federico e Lourenço, irmãos que, apesar de filhos do mesmo pai e mãe, carregam na pele uma diferença que costuma ser crucial no Brasil: um é negro, enquanto o outro é pardo. É Federico, pardo, irmãos mais velho, bem menos sociável do que Lourenço, que puxa a história. Ele integra uma comissão do governo – sem mandatário especificado – responsável por discutir o futuro das cotas raciais. Entre pessoas que não estão nem aí para o assunto e outras que sugerem soluções absurdas, nos deparamos com elementos do racismo e do colorismo que marcam a nossa sociedade.

Só que enquanto Federico está vivendo atordoado em Brasília, pensando em soluções para um dos grandes problemas do Brasil, a amizade e lealdade a Lourenço se juntam a questões não resolvidas de décadas atrás para novamente tragá-lo à cidade onde nasceu e cresceu: Porto Alegre. No livro de Scott, o esfregão de Rodrigues se faz presente nas duas tessituras da história.

No plano macro há a crítica à dificuldade do Brasil se entender com seu passado e encarar com seriedade e maturidade os problemas decorrentes do racismo e do colorismo, cruciais na formação do país. Quanto aos irmãos, besteiras da juventude agem como uma força que os prende ao lugar de origem, servindo de amarra para que não se desgarrem da história à qual parecem fadados e impedindo mudanças substanciais.

Nos dois casos – discussões que beiram o surreal em Brasília e a assombrosa volta do que parecia enterrado –, por mais que haja algum progresso, estamos diante do momento em que pegamos o esfregão, colocamos no chão, fazemos o sinal do infinito e andamos para trás. Como tantas vezes já dito sobre a obra, o leitor sai de "Marrom e Amarelo" com muito mais perguntas a se fazer a respeito dos temas centrais do título do que com alguma resposta. Autor do também necessário "Habitante Irreal" (Alfaguara), Scott não entrega nada facilmente àqueles que mergulham em suas páginas marcadas por idas e vindas no tempo e construções longas que podem se erguer como labirintos aos leitores desatentos. 

https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2019/09/25/queridinho-da-vez-marrom-e-amarelo-e-um-livro-que-merece-mesmo-ser-lido/

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 

O lado B de Machado de Assis !!!!!!!!!!!