domingo, 1 de abril de 2018

Você sabia disso ? - Vanguardas Europeias

As vanguardas europeias foram manifestações artístico-literárias surgidas na Europa, nas duas primeiras décadas do Século XX, e vieram provocar uma ruptura da arte moderna com a tradição cultural do século anterior.

Artigo de Opinião - A notícia verdadeira

A campanha de difamação contra a vereadora Marielle Franco, que, como um vírus letal, invadiu a internet, além de sórdida, é assustadora. Um novo protagonista se insinuou no tumultuado cenário politico: a notícia falsa. A covardia dos que agem nas sombras aproxima os tiros que a mataram da campanha lançada nas redes para desacreditá-la, assim como as causas que ela defendia. Essa selvageria, que destrói reputações, essa violência espelha a que enfrentamos nas ruas, a que destrói vidas.

Por trás do anonimato nas redes, a assinatura inconfundível desse sinistro protagonista: todos os tipos de preconceito com ênfase no machismo, como acontece quando se trata de uma liderança feminina. Não cito aqui as acusações para não sujar esta página. Já basta o que fizeram o deputado Alberto Fraga, da famigerada bancada da bala, e a desembargadora Marilia Castro Neves, contumaz rancorosa que se referiu “à tal Marielle” e já sugerira, na rede, colocar o deputado Jean Wyllys no paredão, além de ironizar uma professora portadora da síndrome de Down. As mentiras já foram desmentidas pela imprensa responsável, em que se assina o que se escreve.

Não sabemos quem matou, quem mandou matar a vereadora Marielle Franco. Mas já é possível fazer o inventário das perdas. Uma vida de mulher jovem, que tinha pai e mãe, uma filha, uma companheira, amigos e 46 mil eleitores. Uma cidade e um país estarrecidos, em estado de choque, confrontados a essa insolente ameaça ao estado de direito.

Não sabemos quem a matou, sabemos o que quiseram assassinar. A defesa de causas que apontam para as misérias de nossa democracia inacabada, que se equilibra apesar da marginalização das mulheres, dos negros, dos homossexuais, dos que nascem pobres como ela nasceu e morrem cedo, de morte violenta, nos becos das favelas ou apodrecem no inferno das prisões. A aspiração a uma democracia que não seja uma farsa, um sonho generoso de país que Marielle sonhou e conseguiu, encarnando-o, simbolizá-lo. Esse simbolismo foi mortalmente ferido. Daí a indignação, o sentimento de revolta que vai durar enquanto a situação que engendrou o crime não mudar. Às autoridades responsáveis pela segurança pública, sob o comando do general Braga Netto, cabe encontrar e prender os assassinos e mandantes, sejam eles quem forem.

Esse crime politico é a ponta de um iceberg que pode destroçar a nossa democracia. Enfrentar a violência e a corrupção, que se apoderaram do Rio de Janeiro e que se retroalimentam, pede energia e determinação da população, que terá que se construir como sujeito de sua própria salvação.

Não se espere nada do Planalto. Para o presidente da República, a segurança no Rio é apenas uma carta em seu jogo eleitoral. Cogitou encerrar a intervenção militar em setembro porque ela já teria “dado frutos” e encerrá-la permitiria votar a reforma da Previdência. Precisa de coelho novo na cartola.

Em sua lógica perversa, ao Rio caberia o destino de terra de ninguém às voltas com a banda podre da polícia, milícias e traficantes sanguinários. Ele e os políticos que o cercam continuam alheios ao desespero de mães órfãs de seus filhos mortos.

Dado o sentimento de exasperação generalizado e o nível de polarização da sociedade brasileira, ou conseguimos, no Rio, uma convergência de propósitos acima das divisões partidárias ou elas destruirão qualquer possibilidade de ação eficaz e persistente.

Há uma pauta de urgências: estancar, impondo normas rígidas de controle da ação policial, a violência que mata pessoas colhidas no fogo cruzado entre policiais e bandidos; aprofundar a ação de repressão à corrupção na polícia já deflagrada pelos militares em aliança com os policiais honestos; assegurar a continuidade das ações de pacificação para além da ação policial.

Em uma frente ampla de resistência à criminalidade e pela paz, todos devem estar presentes, exceto os corruptos e violentos. A repulsa à corrupção e à violência é o que nos une acima das divergências e é o que nos separa destas exceções. O silêncio gritante do deputado federal pelo Rio de Janeiro Jair Bolsonaro sobre o assassinato de Marielle Franco desenha com nitidez essa fronteira. Medo, ódio, intolerância só geram mais violência, e seu legado é sempre um campo de ruínas.

A população do Rio de Janeiro, em multidão, fiel a sua tradição libertária, foi às ruas, dizer presente à pessoa que Marielle continua a ser nas causas que defendia e que sobreviverão. E ao direito de defendê-las sem risco de vida. Essa notícia é verdadeira. E é a verdadeira notícia.

O Globo, 24/03/2018

Você sabia disso ? - ALUNO ACUSADO DE RACISMO AGRIDE ESTUDANTE COM ESTILETE DENTRO DE SALA EM SÃO PAULO

SÃO PAULO – Um aluno de uma escola estadual em São Paulo atacou com um estilete outro colega de turma, na tarde desta segunda-feira, num possível ato de racismo. Outro jovem ficou ferido ao tentar parar a briga. Testemunhas contam que o jovem, de 18 anos, defende discurso neonazista. Em nota publicada na página Escola Estadual Professora Zuleika de Barros Martins Ferreira, na zona oeste, os responsáveis informam que “todas as medidas cabíveis já foram devidamente encaminhadas”.

racismo

O agressor cursa o terceiro ano do Ensino Médio. De acordo com o pai de uma aluna que estuda com ele, há mais de um ano o jovem leva canivete e faca para a unidade de ensino e persegue alunos gays e negros. Outros pais já teriam reclamado de suas atitudes para a direção, segundo esse responsável, que prefere não se identificar.

– Minha filha não chega nem perto, vive com medo. Já me ligou chorando porque presenciou esse aluno espancando outro na frente da escola. Reclamamos muito, mas a escola não nos atende – relata o pai.

Tudo começou quando o aluno ferido, que é negro, tentou conversar com o agressor sobre suas atitudes preconceituosas. Ele não gostou e o cortou com o estilete.
Outro adolescente tentou apartar a briga e foi jogado contra uma janela. O
vidro se quebrou e ele acabou ferido pelos estilhaços. A polícia foi chamada para conter a briga, mas segundo testemunhas os agentes de segurança bateram nos três envolvidos. O agressor foi levado ao 23º Distrito Policial, em Perdizes, e liberado. A Secretaria Estadual da Educação informa que aguarda apuração do caso.

A mãe do agressor teria ido à escola para pedir transferência do filho. Na manhã desta terça os alunos fizeram um protesto. 
Vestidos de preto, eles pedem resposta da direção. “Um menino foi cortado. Esse menino poderia ter sido morto ou qualquer um de nós”, alerta uma das estudantes num vídeo feito durante o ato. Um grupo de quatro amigos do agressor teria circulado em frente à unidade para tentar intimidar os adolescentes, segundo os pais.

Ainda na nota divulgada pela escola, a direção informa que “assume o compromisso contra qualquer forma de discriminação e racismo, procurando atuar sobre os aspectos pedagógicos para coibir qualquer manifestação e comportamento que defendam atitudes que contrariem os valores da afirmação de nossa diversidade cultural”. Ela pondera, no entanto, que “infelizmente, tais medidas não surtiram os efeitos esperados, e a situação saiu de controle”.

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Artigo de Opinião - E se fosse uma filha sua ?

Mataram um estudante, e se fosse um filho seu? Com raiva na voz e sangue nos olhos, grupos de estudantes entravam em ônibus, restaurantes, teatros e cinemas, denunciando o assassinato de Edson Luís Lima Souto no Centro do Rio de Janeiro por soldados da Polícia Militar. E se fosse um filho seu?, indagavam, na esperança de suscitar compaixão e solidariedade.