quarta-feira, 20 de julho de 2016

Tá na Hora do Poeta - Círculo vicioso - Machado de Assis



por Fábio Bragança

O documento em destaque de hoje é o poema “Círculo Vicioso”, escrito à mão, pelo escritor Machado de Assis.  “Círculo Vicioso”, segundo inúmeros críticos, foi escrito entre 1879—1880.


Transcrição:

Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”
Mas a lua, fitando o sol com azedume:

“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume”!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume…
Enfara-me esta luz e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vagalume?”…

Este e outros manuscritos podem ser encontrados na exposição virtual “Manuscritos na História”, que você vê aqui: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_manuscrito/selecaoimagens.php?doc=Manuscritos

Imagem: Poema “Círculo Vicioso”, de Machado de Assis. Acervo APESP. Coleção DAESP.


O que seria da literatura numa "escola sem partido" ?


Dom Casmurro, de Machado de Assis, continuaria a ser um romance de adultério

Aconteceu em meados de 1990. O aluno, de família religiosa, dirige-se ao professor e afirma, em alto e bom som: “Não vou ler esse livro aí, é obra de Satanás”. A obra em questão era Noite na taverna, de Álvares de Azevedo, o romântico brasileiro discípulo de Byron e Musset, que temperou os enredos de seus contos com cemitérios, crânios humanos e orgias à meia-noite.