domingo, 23 de outubro de 2016

Artigo de Opinião - Escravidão e penitenciárias - Siro Darlan

Quando um magistrado federal sugere que “pessoa mais pobre não liga e até gosta de ficar um pouco na prisão” e o sistema penitenciário pinta o perfil dos encarcerados como de pretos, pobres e analfabetos, compreende-se que passados 128 anos da abolição da escravidão no Brasil. Ela continua viva no encarceramento em massa que afeta proporcionalmente a população negra, na ausência de negros nos cargos de comando dos poderes da República, no linchamento e perseguição dos jovens negros, nos aprisionamentos por delitos de drogas, ao tratamento diferenciado que cidadãos negros recebem do aparato policial, do ministério público e do judiciário e no número absurdo de mortes violentas de que são vítimas predominantemente os cidadãos negros.