domingo, 26 de fevereiro de 2017

Você sabia disso ?- O Rei Momo tem origens na Antiguidade Clássica

Tudo indica que essa rechonchuda figura carnavalesca tenha sido inspirada em um personagem da Antiguidade clássica. Na mitologia grega, Momo era o deus do sarcasmo e do delírio. Usando um gorro com guizos e segurando em uma mão uma máscara e na outra uma boneca, ele vivia rindo e tirando sarro dos outros deuses. Com esse jeitão esculachado, aprontou tantas que acabou expulso do Olimpo, a morada dos deuses. Ainda antes da era cristã, gregos e romanos incorporaram essa figura mitológica a algumas de suas comemorações, principalmente as que envolviam sexo e bebida. Na Grécia, registros históricos dão conta que os primeiros reis Momos de que se tem notícia desfilavam em festas de orgia por volta dos séculos 5 ou 4 a.C. Geralmente, o escolhido era alguém gordinho e extrovertido – provavelmente vem daí a inspiração para a folia brasileira. Já nas bacanais romanas, os participantes selecionavam um Rei Momo entre os soldados mais belos do exército.

“Esse ‘monarca’ era o governante de um período de liberdade total e desfrutava de todas as regalias durante a festa, como comidas, bebidas e mulheres”, diz o historiador Hiram Araújo, diretor cultural da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). No Brasil, a tradição de eleger um Rei Momo durante o Carnaval apareceu primeiro no Rio de Janeiro, em 1933. Naquele ano, a coroa foi entregue ao jornalista Morais Cardoso, que ocupou o trono até morrer, em 1948. A novidade fez sucesso e hoje várias cidades brasileiras também escolhem seu Momo.

Na Roma Antiga

Na Roma antiga, o mais belo soldado era designado para representar a deusa Momo,apesar de Momo ser mulher,no carnaval, ocasião em que era coroado rei. Durante os três dias da festividade, o soldado era tratado como a mais alta autoridade local, sendo o anfitrião de toda a orgia. Encerrada as comemorações, o “Rei Momo” era sacrificado no altar de Saturno. Posteriormente, passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade, para servir de símbolo da fartura, do excesso e da extravagância.

Editorial - Praga de Mota Coqueiro ?



Em pleno Carnaval não são todos que estão entregues ao ócio para a folia de Momo
O país em crise econômica, política e social, iniciada lá em 2013, continua fazendo estragos e são muitas as empresas, grandes e pequenas, que continuam fechando as portas, contribuindo para aumentar o número de desempregados que já ultrapassa os 13 milhões de pessoas - em sua maioria, jovens entre 18 e 29 anos. 
Macaé, cidade que teve todas as oportunidades para crescer ordenadamente e poderia ser nos dias atuais modelo para outros municípios, ficou com a fama exatamente ao contrário. Ninguém quer ter Macaé como exemplo, pois os últimos gestores não souberam fazer o dever de casa, e agora a população está pagando um preço alto por falta absoluta não só de políticas públicas, mas de planejamento para continuar alguns benefícios sendo revertidos para os contribuintes que pagam bem caro os impostos e taxas. 
No entanto, ninguém parece ver que o dinheiro escoa pelo ralo. Antes de 2008, empresários de olho no futuro projetaram também o município de Macaé para tal. Tivesse o porto planejado para ser construído em São José do Barreto dado resultado naquela ocasião, talvez nos dias de hoje a cidade não estaria como está, ou seja, relegada ao abandono. Pior de tudo, é que não se conhece a curto, médio ou longo prazo quais são as perspectivas para a cidade. Os exemplos de Brasília que, em efeito cascata, acabam disseminando para os municípios brasileiros, parecem  ter encontrado eco no município que carece de representação. 
Diariamente, através da mídia, emissoras de rádio, TV, jornais e redes sociais, embora a internet não seja um território livre como alguns possam imaginar - não são poucas as pessoas que reclamam dos serviços de saúde, educação, transporte, meio ambiente, desemprego, e por aí vai. Até a praga de Motta Coqueiro, pelo menos admitindo - se que tenha chegado ao fim nos idos de 1955,  parece perdurar até hoje. 
Pode ser que algo mude,  mas, por ora, está sendo para pior. E, para consolo de muitos, nada melhor do que o Carnaval para "esfriar a cabeça" 


Editorial do Jornal O Debate - 25 de fevereiro de 2017.