domingo, 18 de março de 2018

Artigo de Opinião - A Síria não é aqui


O que falta ao Rio não é ser polo de negócios, mas sim polo de uma economia regional organizada por complexos produtivos

Entrevista - "Se você não ler, como quer fazer seu filho ler?", diz o dono da Livraria Cultura, Pedro Herz


Executivo de uma das maiores redes de varejo de livros fala da falta de novos leitores, das mudanças no mercado e dos planos da empresa

Artigo de Opinião - Marielle e o Terrorismo de Estado



 João Batista Damasceno, colunista do DIA

A bárbara execução de Marielle Franco demonstra do que são capazes os grupos que exercem, ilegitimamente, parcela significativa de poder em nossa sociedade. A substituição da civilidade pela força foi opção que os algozes das liberdades fizeram no Brasil e a ocorrência não é recente. Foi o Estado quem criou 'homens de ouro', autorizados a matar.

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No Brasil há mais mortes violentas que muitos países em guerra. As armas e munições com as quais matam pobres e pretos favelados não são produzidas nas favelas. São levadas para lá, normalmente, por agentes do Estado ou com suas conivências. A cada crime que se dê visibilidade, o Estado promete ampliar o seu poder executório. A escalada da violência é promovida, incentivada e apoiada pelo Estado ou possibilitada por sua omissão. Apenas 10% dos homicídios são esclarecidos, ainda assim por flagrantes e insistência de familiares. Dispõe a Constituição que é função institucional do Ministério Público exercer o controle externo da atividade policial. O controle sobre a origem do dinheiro com o qual se adquirem os carros de luxo estacionamentos em órgãos policiais, por si só, já implicaria contenção da delinquência estatal.

O Rio vive sob intervenção federal. Não é intervenção militar. O interventor é o presidente da República, que ocupa o cargo por meio do assassinato da democracia e dos 54 milhões de votos que elegeram a presidenta golpeada. Mas, o artífice da intervenção é o ex-governador do Rio, Moreira Franco, que se elegeu em 1986 prometendo acabar com a violência em seis meses e terminou o seu governo em fotografia com os bicheiros no Palácio Guanabara e com um dos assessores, Nazareno, envolvido em sequestro para extorsão. Em 31/10/78 o jornal O Estado de S. Paulo publicou que o promotor de justiça do tribunal do júri de Nova Iguaçu e um comandante de batalhão da polícia militar na Baixada eram sócios de um depósito de bebidas e membros de um grupo de esquadrão da morte. O coronel foi nomeado por Moreira Franco para integrar o seu governo.

O Estado promete combater crime com violência, mas nos seus altos escalões estão organizações criminosas. Contra os abusos do seu aparelho repressivo, o Estado promete ampliar o poder repressivo. É a lógica do Estado Policial. Marielle, com sua lucidez, denunciava os abusos e nos indicava o que fazer. Não basta apurar e punir os seus algozes. É preciso desmontar a máquina de matar pobres que se encontra instalada no interior do Estado. É preciso tirar os dentes da tigrada, conter os gorilas e colocar focinheira na cachorrada.

Artigo de Opinião - Garantia da lei e da ordem para quem ?

No dia 21 de fevereiro, após a sanção do Congresso Nacional, a Intervenção Federal no Rio de Janeiro passou oficialmente a vigorar, entregando o controle da Segurança Pública no estado às mãos do General Braga Netto. Pela primeira vez desde a redemocratização, o instituto é utilizado. Com forte teor militar, a medida veio propagandeada como a grande solução para a problemática da segurança pública que há muito enfrentamos.

Artigo de Opinião - Golpe contra Democracia

Espremido entre a violência do crime organizado e da polícia, o morador da favela e da periferia é o que tem maior interesse no enfrentamento da violência, mas, por experiência própria, sabe que o crime organizado não se combate com intervenção militar. Diante da força maior, este se torna invisível para voltar depois. O que sempre fica como saldo dessas ações espetaculares, mas inócuas, são abusos de poder, humilhação dos moradores e vítimas inocentes.

Editorial - Medida necessária - Jornal O Globo

A intervenção foi aprovada pelo Congresso, com ampla maioria, respeitando a Constituição. Tudo dentro da lei.