terça-feira, 23 de maio de 2017

Artigo de Opinião - Temer, pede pra sair !

Para que adiar uma decisão e se agarrar a uma cadeira mendigando apoio?

RUTH DE AQUINO
19/05/2017 

Artigo de Opinião - Fora, Temer. Ok, mas para colocar quem ?


Agora grita-se "Fora, Temer", mas não se pode saber quem irá para o lugar. Pela Constituição, o novo doutor seria eleito indiretamente pelos senadores e deputados

21/05/2017 - 
Elio Gaspari, O Globo

Há um ano, quando a rua gritava "Fora, Dilma", sabia-se que para o seu lugar iria o vice-presidente, Michel Temer.

Charges


Artigo de Opinião - Onde estão os liberais ?

Os interesses menores sempre à espreita parecem finalmente ter emergido na nossa atual babel política, como indica a contraditória ideia de prevalência do negociado

23/05/2017 
O DIA

Você sabia disso ?

Lei obriga a direção a manter atividades nos horários vagos quando professores faltarem

21/05/2017 
O DIA

Rio - Uma lei aprovada na semana passada, na Alerj, vai deixar os pais mais tranquilos quando os filhos estiverem na escola. É que os alunos do Ensino Fundamental da rede estadual não poderão mais ser dispensados em caso de faltas eventuais de professores. A lei, de autoria do deputado Tio Carlos (SDD), foi sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão.

De acordo com o texto, as instituições deverão manter os alunos nas dependências da escola durante todo o turno em que estão matriculados (manhã ou tarde). Além disso, caso o professor se ausente em licença por mais de cinco dias, as unidades deverão informar à Secretaria de Estado de Educação, que ficará responsável pela substituição temporária do profissional. 

As escolas também precisarão que ter um ‘plano B’ para manter os alunos em atividade durante o tempo sem a aula específica. Crianças e adolescentes terão que ser envolvidos em tarefas adequadas à faixa etária e à grade curricular de cada série escolar. 

O conteúdo deverá estar de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais ou com o projeto político-pedagógico de cada instituição.

O deputado Tio Carlos explica que a liberação das crianças e jovens antes do horário previsto pode comprometer a segurança deles. “O aspecto mais importante é a segurança. Os pais deixam as crianças na escola e vão trabalhar. Logo, não tem quem fique com essa criança caso o professor falte e ela seja liberada da escola. É importante que essa escola permaneça com a criança”, comenta o deputado.

O projeto de lei original previa que a Secretaria de Educação ficaria responsável por, em até um ano, ampliar a modulação de professores, possibilitando a existência de um quadro de docentes aptos para a substituição imediata em caso de ausência de algum educador. Este item, no entanto, foi vetado pelo governador.

Crônicas do Dia - O ponto - Veríssimo


Pode-se até fantasiar que um dia deputados, senadores e governantes dispensarão seus salários e viverão exclusivamente de propinas, ou do que ganham nos seus pontos

21/05/2017 

Você sabia disso ? - Semana de Arte Moderna



Artigo de Opinião - Além do fundo do poço


Os compêndios do futuro hão de registrar com clareza o papel que teve essa nova geração de juízes, promotores e policiais federais nessa transição

21/05/2017 
Nelson Paes Leme, O Globo

domingo, 21 de maio de 2017

Você sabia disso ? - Por que a Globo quer derrubar Michel Temer ?


Adicionar legenda
Após defender o impeachment de Dilma, conglomerado agora orquestra a saída de Temer e aposta em eleições indiretas

Norma Odara Fes
Brasil de Fato | São Paulo (SP), 20 de Maio de 2017

sábado, 20 de maio de 2017

Crônicas do Dia - A cura pela Lava - jato

Em condições normais, já deveria ser um escândalo o presidente da República receber em sua casa, à noite, o dono de uma empresa cinco vezes alvo da PF

20/05/2017 - 
Zuenir Ventura, O Globo

Editorial de O Globo - A renúncia do Presidente

Um presidente da República aceita receber a visita de um megaempresário alvo de cinco operações da Polícia Federal que apuram o pagamento de milhões em propinas entregues a autoridades públicas, inclusive a aliados do próprio presidente. O encontro não é às claras, no Palácio do Planalto, com agenda pública. Ele se dá quase às onze horas da noite na residência do presidente, de forma clandestina. Ao sair, o empresário combina novos encontros do tipo, e se vangloria do esquema que deu certo: "Fui chegando, eles abriram. Nem perguntaram o meu nome". A simples decisão de recebê-lo já guardaria boa dose de escândalo. Mas houve mais, muito mais.

domingo, 14 de maio de 2017

Artigo de Opinião - Intervenção federal - Marcos Espíndola

Estatística recente da PM revelou que em cinco anos os confrontos em áreas com UPPs, aumentaram 13.746%, passando de 13, em 2011, para mais de 1.500 em 2016

30/04/2017 
O DIA

Artigo de Opinião - Favelada, mulher, negra - Ricardo Cravo Albin

Testemunho da favelada de São Paulo, também catadora do lixão, comoveu e chocou o planeta, colocando a nu duas realidades

30/04/2017 
O DIA

Rio - Há dias instalou-se nas redes sociais do Brasil um intenso debate envolvendo a escritora Carolina Maria de Jesus, favelada, mulher e negra, autora de ‘Quarto de Despejo’, um dos livros mais famosos não só por aqui, senão também no exterior, traduzido que foi para quase 30 línguas.

Artigo de Opinião - Será o Benedito? - Marcio Tavares D'Amaral

Será o Benedito?

Será errado insistirmos naquilo que constitui a nossa mais profunda identidade?

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Artigo de Opinião - Juventude Terceirizada - Eugênio Cunha

Não ao acaso, mas por nossa decisão, devemos proteger a juventude quando ela estiver distraída

06/05/2017 
O DIA

Personalidades - Dante Allieghieri



Artigo de Opinião - Alô, mamãe ! - Nelson Vasconcelos

Eis, então, com bastante antecedência, algumas sugestões de livros que eu daria pra minha mãe

06/05/2017 
O DIA

Crônicas do Dia - A Jovem Guarda contra a ditadura - Artur Xexéo

A Jovem Guarda contra a ditadura

Muito mais que um cantor da Jovem Guarda, Jerry Adriani era um cantor de protesto

Crônica do Dia - App'O'calipse - Arnaldo Bloch

App'0'calipse

A pane do WhatsApp durou duas horas. Para muitos, uma eternidade de incertezas

Artigo de Opinião - Estamos em Maio - Flávia Campos

Eu sei quando maio começa, porque todo mundo quer saber do povo negro. Se dormisse por meses a fio, ao acordar, me saberia em maio pelo assédio dos ativistas e dos bem intencionados. É o mês da abolição e todo mundo quer debater o racismo. A agenda de eventos não cabe no calendário; o dia 13 deveria ter 129 horas, uma para cada aniversário da Lei Áurea. Em novembro, mês da consciência negra, também. Todo mundo quer saber dos negros em novembro. Eu queria falar em dos pretos em setembro. Mas setembro é o mês em que a gente fala de flores, de literatura e de música. Setembro é o mês da primavera, da Bienal do Livro e do Rock in Rio. Então, precisamos falar dos pretos agora.

É hora de lembrar que, quase um século e meio após a libertação dos escravos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos negros brasileiros ainda é 15% inferior ao dos brancos: 0,679, contra 0,777, informou ainda ontem o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Pretos e pardos somam mais da metade (54%) da população, mas são 75% dos brasileiros mais pobres e não chegam a um quinto dos mais ricos, calculou o IBGE.

Porque estamos em maio, vale sublinhar que somente 12,8% dos jovens negros de 18 a 24 anos estão cursando o ensino superior, metade da proporção (também nada ideal) de brancos da mesma faixa etária (26,5%). Oito de cada dez (77%) brasileiros de 15 a 29 anos assassinados no país têm a pele preta ou parda. O Mapa da Violência contabilizou 31 mil negros entre 44.861 mil mortos por armas de fogo em 2014.

É tempo de ressaltar que a taxa de desempregos dos autodeclarados pretos é de 14,4%; dos pardos, 14,1%; e dos brancos, 9,5%. O rendimento médio dos negros equivale a 55% da renda dos trabalhadores brancos. Homens negros ganham menos que mulheres brancas, ou seja, raça se sobrepõe a gênero nas desigualdades do mercado de trabalho. Mulheres negras são maioria entre trabalhadores domésticos. Dos adultos negros, 80% não têm plano de assistência médica ou odontológica; 40% não moram em casa com água encanada, esgoto e coleta regular de lixo; 38% avaliam o próprio estado físico como regular, ruim ou muito ruim, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE 2013).

A abolição caminha para 130 anos; a Lei Afonso Arinos, a primeira do país contra a discriminação racial, completou 65; racismo é crime inafiançável desde a Constituição de 1988; o sistema de cotas nas universidades públicas começou há década e meia. Faz 48 anos que Gilberto Gil avisou ao Brasil que saiu da Bahia com régua e compasso. E chegamos a 2017 debatendo se alguma alma generosa precisa nos ajudar a segurar o lápis (real e metafórico) da vida.

Estamos em maio e eu tratei de negritude. Escreverei em todas as datas, todos os meses, todos os anos. Mas é preciso falar de branquitude. Neste sábado, a GloboNews vai exibir “Eu não sou seu negro”, documentário obrigatório para os que têm outros tons de pele. É também para tirar os não negros da zona de conforto a série “Dear white people”, da Netflix. São duas obras que escancaram as reflexões — o filme, com conteúdo robusto; a série, com pitadas de humor e altas porções de drama — sobre privilégio branco, racismo estrutural, identidade racial, diversidade e individualidade, temas necessários ao Brasil do século XXI.

Estamos em maio, eu tinha de falar dos pretos. E dos brancos. Mas eu queria outro assunto. O meu amado me chamou de Felicidade. Eu reparei no meu nome trocado e lembrei que minha tia Marizete morava na Pavuna e tinha uma vizinha chamada Felicidade. A vida toda eu pensei na Felicidade que morava na Pavuna. Tia Marizete morreu anos atrás e nunca mais fui à Pavuna. Nunca mais vi Felicidade.

Mas em 2017, no mês em que todo mundo quer falar dos pretos, o meu amor disse que Felicidade era eu. Por isso, no aniversário da abolição, precisei falar também de Felicidade. Ela morava na Pavuna. Mas neste maio encarnou em mim.



Leia mais: https://oglobo.globo.com/sociedade/estamos-em-maio-21321881#ixzz4gmbUfgi2
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terça-feira, 9 de maio de 2017

Artigo de Opinião - Por que o jovem não gosta de ler? - William Cereja



O Brasil é um país que, além de ler pouco, lê mal. É o que mostram os resultados de diferentes instrumentos de avaliação, tanto estrangeiros quanto nacionais. Em 2000, por exemplo, o Brasil participou pela primeira vez do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que reuniu estudantes (todos entre 15 e 16 anos) de 32 países. Nossos jovens obtiveram o último lugar. Mais da metade deles ficou entre os níveis 1 e 2 de leitura (num total de 5 níveis), isto é, mal conseguia reconhecer a idéia principal de um texto, extrair informações que podiam ser inferidas, estabelecer relações entre um texto e outro, ler gráficos, diagramas, etc. Nos programas nacionais de avaliação escolar, os resultados não são diferentes. Tanto o Enem quanto o Saeb, em relatórios de 2004, apontam que 42% dos alunos da 3ª série do ensino médio estão nos estágios “muito crítico” e “crítico” de desenvolvimento de habilidades e competências em Língua Portuguesa, com dificuldades principalmente em leitura e interpretação de textos. Do total de alunos avaliados, apenas 5% dos alunos alcançam o nível considerado adequado de leitura, que consiste em, por exemplo, entre outras operações, ser capaz de num texto estabelecer relações de causa e conseqüência, identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados, efeitos de sentido decorrentes do uso de uma palavra, de uma expressão ou da pontuação. Diante desse quadro, cabe perguntar: quais as causas dessa situação? O jovem brasileiro não gosta de ler? Que fatores socioculturais e escolares têm responsabilidade sobre esses resultados? E mais: o que pode ser feito a curto prazo para mudar esse quadro? Não é absolutamente verdade que as crianças e adolescentes não gostem de ler. A onda esotérica provocada pelos livros de Paulo Coelho que seduziu os jovens a partir do final da década de 1980 e a atual mania Harry Potter são a prova disso. Evidentemente, não há uma causa simples que explique o problema nem uma solução mágica que o resolva. Diferentes aspectos estão relacionados com esses resultados, como o hábito e a valorização da leitura em casa, o papel da televisão e da Internet na vida contemporânea, o preço do livro, a formação dos professores e sua concepção de leitura, as práticas de ensino de leitura, a qualidade das obras selecionadas pela escola, o tipo de ensino que se faz da literatura no ensino médio, as listas de obras literárias indicadas pelos exames vestibulares, etc. Tomemos alguns desses aspectos para exame. Historiografia literária ou leitura de textos literários? Depois de fazer, no ensino fundamental, um percurso de pelo menos oito anos de leitura de textos variados, o estudante passa a ter, no ensino médio, contato com o estudo sistematizado de literatura brasileira. O lógico e desejável seria que, com uma carga horária escolar que varia entre uma e três aulas semanais, os alunos nesse tempo desenvolvessem suas habilidades de leitura – aquelas que foram observadas nos sistemas de avaliação -, tomando como base textos representativos de nossa literatura. No entanto, não é bem isso que ocorre. O ensino de literatura no Brasil tem sido feito pela perspectiva da historiografia literária. Isto é, em vez de o aluno aprender a ler textos literários, passa os três anos do ensino médio aprendendo a situar os autores e obras na linha do tempo, a identificar a estética literária a que pertence, etc. E isso não é recente. Nos planejamentos escolares do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, por exemplo, a história da literatura começou a fazer parte do programa escolar em 1858. Pondo por terra a tradição do ensino da Retórica e da Poética – disciplinas originárias de uma longa tradição humanista de educação trazida pelos jesuítas e que tinham como finalidade ensinar a falar e escrever bem -, a vitória da historiografia literária está relacionada com as necessidades daquele momento histórico: o nacionalismo romântico, o sentimento de lusofobia e a necessidade de construir e definir uma cultura nacional com base na língua, na literatura e na etnia. Assim, os primeiros historiadores da literatura nacional cumpriram a missão de definir o cânon literário – o conjunto de autores e obras representativos de nossa literatura – e, desde então, os professores secundários há mais de um século vêm ocupando seu tempo escolar resumindo obras, dissecando a literatura em gerações, fases e características, como se isso fosse, por si só, suficiente para o desenvolvimento de habilidades de leitura do estudante. A leitura de textos propriamente dita, nesse tipo de abordagem, toma um lugar secundário, quase ilustrativo da história literária. Não bastasse a abordagem enciclopédica que herdamos do século XIX, ainda perdura o enfoque nacionalista e xenófobo de nossa produção literária. Um exemplo claro disso são os conteúdos do programa de literatura, restritos a autores e obras nacionais. Ora, por que, num curso de literatura brasileira, não podem ser estabelecidos cruzamentos e relações com autores de outras línguas, literaturas e épocas, se os nossos escritores sempre estiveram abertos a influências estrangeiras? Vejamos um exemplo concreto: se perguntarmos a um jovem brasileiro se ele gosta de poemas, ou dos poemas do romântico Álvares de Azevedo, talvez ele diga que não. No entanto, se fizermos uma pesquisa num buscador da Internet como o Google, entrando com a expressão “Lord Byron”, obteremos como resposta quase 3 milhões de links, muitos dos quais são blogs de adolescentes brasileiros. Isso quer dizer que, em todo o mundo, há um número considerável de interessados na obra desse escritor inglês. E esse interesse não vem de hoje. O poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo, por exemplo, tomava Byron por ídolo e muitas vezes o citava em seus versos. Portanto, se um professor de literatura vai estudar com seus alunos a obra de Álvares de Azevedo, nada mais natural que estabeleça vínculos entre o conteúdo programático (no caso, a obra de Álvares) e tudo aquilo que, sem artificialismos, se relaciona com a obra do poeta paulista e com o interesse dos adolescentes. Assim, em vez de se limitar a uma descrição da obra do poeta paulista, por que não estabelecer um “diálogo” entre os dois poetas, promovendo uma leitura comparada de seus textos? E indo além: por que não relacionar também a produção dos dois poetas com a ampla tradição gótica na literatura, que também inclui outros importantes escritores como Baudelaire, Edgar Allan Poe, Oscar Wilde e Augusto dos Anjos, entre outros? E ainda: por que não estender esses diálogos a outras artes e linguagens, como o cinema expressionista alemão de Drácula, com Bela Lugosi, o Nosferatu, de Werner Herzog, ou o recente A noiva cadáver, de Tim Burton e Mike Johnson? Ou com as manifestações góticas no rock a partir da década de 1970, como os trabalhos de The Doors, David Bowie, T-Rex e outros? A literatura é um fenômeno artístico e cultural vivo, dinâmico, complexo, que não caminha de forma linear e isolada. Os diálogos que ocorrem em seu interior transcendem fronteiras geográficas e lingüísticas. Ora, se o percurso da própria literatura está cheio de rupturas, retomadas e saltos, por que o professor, prendendo-se à rigidez da cronologia histórica, deveria engessá-la? Quando se propõe uma perspectiva dialógica para o trabalho com a literatura brasileira, não se pretende desprestigiar nossas tradições, nossa cultura nem nossa formação étnica e lingüística, mas, sim, perseguir os diálogos travados por nossa literatura, com ela mesma ou com outras literaturas, e assim compreendê-la melhor e respeitá-la em sua historicidade. Nessa perspectiva, também não cabe o limite estrito do texto literário. Como força dinâmica do processo cultural, a literatura dialoga com outras artes e linguagens, às vezes tomando a dianteira do processo de mudanças, às vezes ficando à mercê de mudanças que ocorrem em outras artes. Sem perder de vista o objeto central – o texto literário -, na aula de literatura cabe a música popular, a pintura, o cinema, o teatro, a TV, o cartum, o quadrinho, a Internet. Cabem, enfim, todas as linguagens e todos os textos e mídias, ou seja, cabe a vida que com a literatura dialoga. A curto prazo, talvez consigamos – com uma postura menos purista do que seja o trabalho com a leitura do texto literário, que se abra para outras literaturas, mídias e linguagens – despertar nos jovens o prazer da leitura. Ao jovem leitor, não interessam as obras mortas do passado. Mas pode interessar tudo aquilo que, de alguma forma, dialoga com o presente e contribui para compreendê-lo melhor.

http://portuguescereja.editorasaraiva.com.br/por-que-o-jovem-nao-gosta-de-ler/

Artigo de Opinião - Sem medo do que somos


Quase 130 anos depois da Abolição, os herdeiros dessa população abandonada continuam em busca de oportunidades que não lhes dão

07/05/2017 
Cacá Diegues, O Globo

Você sabia disso ? - Presidente ou Presidenta ?

A palavra “presidenta” é feminino correto para “presidente“, aceito por todas as gramáticas, presente em dicionários portugueses há séculos e constante em todos os dicionários brasileiros e portugueses atuais. Hoje, “a presidente” é também considerado correto, mas a verdade é que “a presidenta” é forma muito mais antiga e tradicional na língua portuguesa do que “a presidente”.


A palavra presidenta está hoje em todos as gramáticas e dicionários portugueses e brasileiros. Gramáticos contemporâneos, como o professor Pasquale (vejam aqui) concordam: “pode-se dizer a presidente ou a presidenta“.

As gramáticas portuguesas e brasileiras tradicionais – como a Nova Gramática do Português Contemporâneo, do brasileiro Celso Cunha e do português Lindley Cintra, ou a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara – também concordam: “Quanto aos substantivos terminados em -e, uns há que ficam invariáveis (amante, cliente, doente, inocente), outros formam o feminino com a terminação em “a”: alfaiata, infanta, giganta, governanta, parenta, presidenta, mestra, monja. Observação: “governante”, “parente” e “presidente” também podem ser usados invariáveis no feminino.”

“Presidenta” está no Dicionário Aurélio desde a sua primeira edição, em 1975 (ver aqui); está no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras desde a sua primeira edição, em 1932; no Dicionário da Academia Brasileira de Letras; e estava já no primeiro Vocabulário Ortográfico sancionado pela Academia de Lisboa, de Portugal, em 1912 (o vocabulário integral pode ser acessado aqui).

Hoje, presidenta está em todos os dicionários, brasileiros e portugueses – como o Aurélio, o Houaiss e o Michaelis (ver aqui), com o significado de “Mulher que é a chefe de governo de um país de regime presidencialista.“

Presidenta já aparecia também em textos de nossos melhores escritores dois séculos atrás: Machado de Assis, por exemplo, usa “presidenta” em Memórias Póstumas de Brás Cubas, sua obra-prima, publicada em 1881 e disponível gratuitamente aqui.

Anos antes, em 1878, o português O Universo Ilustrado narrava o enterro fictício de uma “presidenta”; em 1851, a Revista Popular de Lisboa  também se referia à “presidenta” de uma reunião.

Ainda em Portugal, podemos encontrar presidenta no primeiro vocabulário oficial da língua portuguesa, elaborado em 1912 por Gonçalves Viana (disponível aqui) .

“Presidenta” está também no vocabulário do português Rebelo Gonçalves (1966), e, desde um século antes, no Dicionário de Português-Alemão de Michaëlis (1876), no de Cândido de Figueiredo (1899), no Dicionário Universal / Texto Editores (1995), na primeira edição do Dicionário Lello (1952) e na primeira edição do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (também de 1952).

Na verdade, ainda antes disso – no ano de 1812 (antes ainda, portanto, da independência do Brasil de Portugal), a palavra “presidenta” já aparece dicionarizada: está no Dicionário de Português-Francês de Domingos Borges de Barros, que viria a ser diplomata e senador. Versão digitalizada do dicionário, de 1812, pode ser acessada aqui.

Por falar em outras línguas: não apenas no francês, mas também nas línguas irmãs do português, o galego e o espanhol, presidenta é considerado o feminino mais gramaticalmente correto de “presidente“.

A palavra “presidenta” nada tem a ver, portanto, com Dilma Rousseff ou com o PT, e quem se recusa a usar a palavra por achar que é uma invenção recente de petistas está apenas atestando ignorância em relação à língua portuguesa.

Isso porque a forma “a presidenta” é, na verdade, mais antiga e mais tradicional na língua portuguesa que “a presidente”.

Como se pode ver em todos os dicionários e vocabulários oficiais anteriores a 1940 (por exemplo: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui), até a metade do século passado a palavra “presidente” era considerada substantivo exclusivamente masculino, e “presidenta” era o único feminino aceito para “presidente”.

Em outras palavras: apenas a partir de 1940 a forma “a presidente” passou a ser aceita por gramáticos e dicionaristas portugueses e brasileiros. Ou seja: a palavra “presidenta“, dicionarizada desde 1812, é mais antiga e tradicional em português que a forma neutra “a presidente“, apenas dicionarizada a partir de 1940.

A passagem, no século passado, de “presidente” como forma exclusivamente masculina para forma neutra baseou-se no mesmo processo de “neutralização de gênero” pelo qual passaram, e vêm até hoje passando, vários outros substantivos portugueses – como “a parente”, que antes antes só se dizia “parenta” -, sobretudo profissões – como “a oficial” (que antes só se dizia “oficiala”), “a cônsul” (que antes só se dizia “consulesa”) ou “a poeta” (que antes só se dizia “poetisa”).

A Revista Veja, por exemplo, deixou de usar a palavra “presidenta” apenas quando Dilma Rousseff chegou ao poder e disse que gostaria de ser chamada assim. Até então, porém, a mesma Veja usava “presidenta”- vide exemplos de edições da década de 1970 (ao se referir à então presidenta deposta da Argentina), de 1980, de 1990 e mesmo 2000.

sábado, 6 de maio de 2017

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Crônicas do Dia - O mundo é um moinho - Ana Paula Lisboa



Mulheres que precisam sair da escola cedo não podem desenvolver um país

Artigo de Opinião - Educação, tragédia nacional

A sociedade exige Educação do século 21 e a escola vive o século 19

31/03/2017 
O DIA

Crônicas do Dia - A vida precária de Vitor Hugo - Ruth de Aquino

Vitor Hugo ainda não tem uma semana de vida, nasceu a 40 quilômetros do centro da capital federal, Brasília, e já conhece na pele o significado da palavra “precária”. Cerca de uma hora depois do parto, no Hospital Regional do Gama, foi jogado ao chão por uma enfermeira, enrolado no lençol, no meio da roupa suja.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Você sabia disso ? - Baleia azul - O perigo está mais perto

Polícia Civil abre investigação para identificar origem, no Rio, do jogo que preocupa os pais

16/04/2017 
BRUNA FANTTI


Rio - A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio começou a investigar uma rede de cibercriminosos que convencem crianças e adolescentes a participar de um jogo chamado de Baleia Azul, que tem como objetivo final o suicídio. Nele, o jogador tem que cumprir 50 etapas, que vão desde a “assistir filmes de terror” a “desenhar com estilete uma baleia no braço”. A última regra seria tirar a própria vida. 

O DIA apurou que a polícia já investiga a tentativa de suicídio de uma menina de 12 anos, ocorrida no Rio, na última semana, que seria em consequência do jogo. 

Segundo a delegada Fernanda Fernandes, que temporariamente está respondendendo pela DRCI, já há um inquérito aberto na delegacia após uma mãe denunciar, na quarta-feira, que seu filho, de 12 anos, recebeu um desafio.

“Inicialmente, achei um fato atípico. Mas, depois que li as mensagens, percebi que havia um certo convencimento na linguagem utilizada. Se a criança é induzida a se cortar isso configura lesão corporal, já que o ‘curador’ estaria agindo por autoria mediata (domínio da vontade alheia), se utilizando do incapaz para a prática de crimes”, disse. 

Curador é como o recrutador do jogo se autodenomina. Segundo Fernanda, ele é o responsável por recrutar menores para o Baleia Azul e passar as tarefas diárias, realizadas na madrugada. 

Crônicas do dia - Carta á hebraica - Arnaldo Bloch

Carta à hebraica

Ter recebido palestrantes de esquerda não é desculpa para receber um apologista da tortura e do abuso

Artigo de Opinião - Mito, judeu pobre e holocausto

Por causa deles não se admite soberania nacional ilimitada capaz de negar os direitos mínimos de toda pessoa humana ou grupos minoritários

08/04/2017 
O DIA

Artigo de Opinião - Anjo azul - Eugênio Cunha

Infelizmente, mesmo com apoio de familiares e educadores, boa divulgação na mídia, além de uma lei federal garantindo direitos e políticas públicas, encontramos casos de discriminação, intolerância e de exclusão

08/04/2017 
O DIA

Artigo de Opinião - Na greve geral, ditadura escancarada

A crítica de que greve atrapalha as pessoas é hipócrita: greve é um instrumento constitucional de pressão dos trabalhadores. Greves que deixam tudo funcionar normalmente não adiantam

01/05/2017 
O DIA

Rio - A greve geral de sexta-feira foi histórica. Quase um terço dos trabalhadores do Brasil cruzou os braços em todo o país, e muitos foram aos protestos nas capitais. Atos recentes já vinham agregando setores mais amplos do que aqueles contra o golpe em 2016. Suas pautas, como os direitos trabalhistas e a preservação da possibilidade real de se aposentar, são mais concretas e motivam o engajamento também daqueles que não entendiam a gravidade de um impeachment sem motivo.

Os transportes foram drasticamente reduzidos ou paralisados, o movimento no comércio despencou, ruas ficaram às moscas no Centro de várias cidades. A crítica de que greve atrapalha as pessoas é hipócrita: greve é um instrumento constitucional de pressão dos trabalhadores. Greves que deixam tudo funcionar normalmente não adiantam.

Novamente, parte da imprensa manipulou a informação para reduzir o impacto do feito conquistado pelos manifestantes e negar sua legitimidade. Enfatizou a destruição de ônibus e vidraças de bancos, construindo a falsa narrativa de que a Polícia Militar apenas reagiu para proteger a sociedade de arruaceiros, e de que houve confronto entre dois lados. O que realmente ocorreu no Rio e em outros lugares foi um massacre. O ato organizado no Rio foi impedido violentamente já em seu início na Alerj.

Conforme os manifestantes, que apenas defendiam pacificamente seus direitos trabalhistas e previdenciários, iam para outras áreas do Centro, como Candelária, Cinelândia e Lapa, os policiais os seguiam, encurralavam, de tocaia, jogando gás, atirando balas de borracha. Lançaram bombas contra as pessoas até de cima do helicóptero.

Desde o golpe de 2016 o Brasil tem uma ditadura civil. Como a repressão não era forte, muitos recusavam chamar assim o governo, preferindo termos leves como “golpista” ou “ilegítimo”. Mas após o massacre de 28 de abril as máscaras da ditadura caíram. Quanto aos black blocs, mesmo discordando que seus métodos sejam os melhores, como dizer que estão errados e são os vilões quando o aparato de repressão policial ataca indiscriminadamente todos os que saíram às ruas para exercer seus direitos políticos?

Guilherme Simões Reis é professor da Unirio

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Artigo de Opinião - Ensino Fundamental : uma etapa esquecida


É urgente dar atenção aos anos finais do Ensino Fundamental, para se alcançar a universalização de conclusão e melhorar a qualidade do aprendizado
   
POR RUBEN KLEIN 29/04/2017 



A reforma do Ensino Médio (EM) é necessária e bem-vinda. É importante flexibilizá-lo e dar a ele um caráter terminal para muitos, com empregabilidade. O EM, porém, não é uma parte da educação básica independente do Ensino Fundamental (EF). Para ingressar nele, os alunos precisam primeiro terminar o EF. E, para se ter um EM com qualidade, é necessário ter concluído um EF com qualidade.

O gargalo está no EF. Pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) de 2015, a taxa de conclusão do Ensino Fundamental (pelo ensino regular, ou pela Educação de Jovens e Adultos) aos 16 anos (ou seja, com no máximo um ano de atraso), estava em torno de 76%. Infelizmente, esse valor ainda está muito abaixo dos 95% desejados pela Meta 4 do Movimento Todos pela Educação.

Aos 20 anos, essa taxa de conclusão do EF sobe para 84%. Não é possível aumentar a matrícula do EM sem, antes, aumentar a conclusão do Ensino Fundamental, que, como vimos, está longe de ser universalizada.

Muito se reportou recentemente sobre o relacionamento da população de 15 a 17 anos e o Ensino Médio, implicando um amplo abandono da escola nessa etapa, o que não é suportado pelos dados. Portanto, cabe investigar a situação dos jovens desse grupo, cerca de 10,5 milhões de indivíduos com 15 a 17 anos em 2015.

Deste grupo, 83,5% dos jovens frequentam a escola ou já concluíram o EM (64% estão no EM ou já o concluíram, e 19,5% ainda estão no Ensino Fundamental regular ou EJA). Do restante, mais da metade, quase 10% dos jovens saíram da escola durante ou após o Ensino Fundamental sem ingressar no EM.

De novo, fica evidenciado um grande problema de repetência e evasão escolar no Ensino Fundamental.

Além do problema de fluxo, o problema de qualidade de aprendizado também é grave no EF. Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2015 corroboram essa afirmação: o percentual de alunos do 5º ano do EF acima do ponto considerado adequado em língua portuguesa é de 54,7% e em matemática é de 42,9%; no 9º ano, os percentuais caem para 33,9% e 18,2% respectivamente e no EM, para 27,5% e 7,3%. Infelizmente, em ambas as disciplinas, os valores estão muito abaixo dos 70% desejados pela Meta 3 do Movimento Todos pela Educação.

Para entender o que isso significa é preciso olhar a interpretação da escala do Saeb. Para dar um exemplo, em matemática, somente 33% dos alunos do 9º ano do EF, último dos anos finais do EF, estão acima do ponto no qual se pode dizer que dominam a habilidade de determinar o valor numérico de uma expressão algébrica de 1º grau com números naturais, ou, em outras palavras, sabem utilizar uma fórmula simples. Como esperar que a maioria dos alunos que entra no EM consiga acompanhar a matemática e as ciências da Natureza do EM?



Felizmente, os resultados do Saeb e do Ideb (que sintetiza resultados do Saeb e taxas de aprovação) mostram recentemente avanços nos anos iniciais, enquanto os anos finais estão começando a avançar, mas muito timidamente. O EM está estagnado.

O exposto acima mostra que é urgente dar atenção aos anos finais do EF, para se alcançar a universalização de conclusão e melhorar a qualidade do aprendizado. Uma medida necessária é garantir um mínimo de 5 horas diárias na escola para todo aluno no EF, como está sendo feito na Reforma do EM. A nova base curricular comum e as medidas necessárias para sua implementação vêm em boa hora para ajudar nessa tarefa.

Ruben Klein é pesquisador da Fundação Cesgranrio e ex-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave)



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29/04/2017 - 
Zuenir Ventura, O Globo