domingo, 28 de abril de 2019

Artigo de Opinião - A marcha do obscurantismo - Bernardo Mello Franco



Num intervalo de dois dias, Jair Bolsonaro censurou uma campanha publicitária, fez novas declarações homofóbicas e ameaçou cortar vagas em cursos de ciências humanas. As três ações mostram que o presidente está determinado a radicalizar na agenda ideológica. Mesmo quando é alertado para os efeitos negativos na economia e na imagem do país no exterior.


Bolsonaro interferiu no Banco do Brasil para vetar uma propaganda com foco da diversidade. A campanha proibida não tinha conteúdo político. O que incomodou o presidente foi a presença de jovens tatuados, rapazes de cabelo comprido e uma atriz transexual. Tipos comuns nas ruas do país, que o BB e seus concorrentes privados desejam atrair como correntistas.

O vídeo custou R$ 17 milhões e estava no ar havia duas semanas. Além de jogar o trabalho no lixo e derrubar um diretor do banco, Bolsonaro determinou a censura prévia a toda a publicidade do governo, informou o repórter Gabriel Mascarenhas na coluna de Lauro Jardim. O próximo passo pode ser a recriação do DIP, o finado Departamento de Imprensa e Propaganda.

Em café com jornalistas, o presidente renovou seu estoque de declarações preconceituosas. Referindo-se ao turismo internacional, disse: “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.

A fala é irresponsável em vários sentidos. Reforça a discriminação e estimula o turismo sexual, ao sugerir que as brasileiras são mercadoria à venda. Além disso, prejudica um setor que gera emprego e traz dólares ao Brasil.

Na sexta, Bolsonaro anunciou o plano de “descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)” e “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina”.

O presidente endossou as palavras do ministro Abraham Weintraub, para quem os filhos de agricultores não podem sonhar com um diploma de antropologia. Antes de assumir o cargo, ele havia afirmado que os comunistas controlam os bancos, jornais e as grandes empresas. Seria o caso de dar risada se o autor da frase não estivesse à frente de uma área estratégica para o país.

A ameaça às faculdades também se enquadra na guerra cultural que Bolsonaro insiste em travar, usando o governo como arma e os brasileiros como cobaias. O presidente vê as universidades públicas como antros de subversivos. Numa simplificação grosseira, divide o meio acadêmico entre cursos profissionalizantes e escolinhas de doutrinação esquerdista. É uma visão obtusa, que ignora a necessidade de investir em conhecimento e a autonomia universitária, assegurada pela Constituição.

A cruzada do capitão vai muito além da defesa de ideias retrógradas. O objetivo é asfixiar quem não concorda com seus valores e não se encaixa em seu modelo de família. Há poucos dias, o deputado Eduardo Bolsonaro foi a Budapeste tirar fotos com o premiê Viktor Orbán, um dos autocratas que inspiram o clã presidencial. Para saber onde a nossa marcha obscurantista pode dar, vale ler sobre o governo de extrema direita da Hungria.

https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/marcha-do-obscurantismo.html?fbclid=IwAR0zYmFAfJLlvYY1OfMoY5hOKD9IhrkkdlLxOldPKYj0hwirzuwaJJIa_Lg

sábado, 20 de abril de 2019

Você sabia disso ? - Por que 19 de abril é dia do índio ?


Entenda de onde veio a data, comemorada nesta sexta-feira

LETÍCIA YAZBEK PUBLICADO EM 19/04/2019, 



Em abril de 1940, os principais líderes indígenas do continente americano se reuniram para o 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. O objetivo era discutir ações que zelassem pelos direitos dos índios. Porém, muitos líderes boicotaram os primeiros dias do evento, acreditando que não teria qualquer efeito. Depois de algumas reuniões, eles decidiram que o Congresso representava um importante momento histórico, e resolveram participar.

O Congresso aprovou uma recomendação de delegados indígenas do Panamá, Chile, Estados Unidos e México, que pedia a adoção do Dia do Índio pelos governos de todos os países americanos. O dia proposto foi 19 de abril, data em que foi realizado a reunião.

O Brasil não adotou a data comemorativa imediatamente. Somente em 1943 instituiu o Dia do Índio em 19 de abril, cumprindo a proposta do Congresso. A data foi ratificada em 2 de junho de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, por meio do decreto-lei 5.540, e passou a ser comemorada no ano seguinte.

Desde então, nosso país celebra a data com atividades educacionais e divulgação sobre o povo indígena. Escolas e instituições culturais promovem ações e palestras para lembrar a importância desses povos para a formação da cultura brasileira e preservar as tradições e a identidade dos índios.

Mas a data não colou pelo mundo. Somente Argentina e Costa Rica adotaram. Em 1994, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) instituiu o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado em 9 de agosto.

In Aventuras na História 

Você sabia disso ? - Moreno - a palavra nasceu como uma grave ofensa


No século 16, ser chamado assim era ser classificado como classe inferior inimiga da fé, com sangue “poluído” e alvo da Inquisição

FÁBIO MARTON PUBLICADO EM 04/05/2018

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Artigo de Opinião - 'Mito' liberal era fake news - Bernardo Mello Franco

Proposta de reforma para os militares mostra que Bolsonaro continua o mesmo. Sua conversão ao liberalismo era conversa de campanha

Artigo de Opinião - A importância do convívio da criança na escola


Será na escola que a criança passará a se vincular a outras pessoas externas à sua convivência em casa e começará a estabelecer novas relações em um ambiente com regras e rotina diferentes da que estava habituado

Renata Bento


Psicóloga, especialista em criança, adulto, adolescente e família. Psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Perita em Vara de Família e assistente técnica em processos judiciais. Filiada a IPA - Internacional Psychoanalytical Association, a FEPAL - Federación Psicoanalítica de América Latina e a FEBRAPSI - Federação Brasileira de Psicanálise

Artigo de Opinião - Marielle e a bomba do Rio Centro


Os acusados da execução da Marielle têm proximidade com atores políticos locais e nacionais, tidos como porta-vozes dos militares radicais, da linha dura ou tigrada.
Por O Dia