quinta-feira, 20 de abril de 2017

Diretamente da Bruzundanga de Lima Barreto

Na Bruzundanga de Lima Barreto (aviso que qualquer semelhança NÃO é mera coincidência), o financeiro/economista acredita que o decréscimo populacional solucionaria problemas econômicos, os políticos creem-se feitos de carne e sangue diferentes dos meros mortais e os “pistolões” garantem o sucesso dos escritores.

Lima Barreto - A Literatura da Revolta

Ainda estudante da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde entrou em março de 1897, o escritor mulato Lima Barreto desiste de participar de uma estudanta, ato de rebeldia dos alunos da escola de elite. Consciente do racismo, Lima explica em conversa com um colega o motivo que o levou a desistir de pular o muro em companhia de seus colegas para assistir a uma montagem da ópera Aída de Verdi no Teatro Lírico:

Você sabia disso ? - Abolição e Liberdade: o 13 de Maio na visão de Lima Barreto

A crônica abaixo foi escrita por Lima Barreto na Gazeta da Tarde (de 4 de maio de 1911). Nela, relembra a visão da princesa Isabel na noite de 13 de maio de 1888, dia do sétimo aniversário do escritor, que era “mulato”. Ele percorreu as ruas do Rio de Janeiro ao lado do pai, e saiu tentando entender o que era a Liberdade.

Você sabia disso ? - Racismo e Carnaval na Belle Époque


O racismo dos tempos iniciais da República voltou-se também ao combate de tradições culturais. A capoeira e as várias formas de religiosidade africanas tornam-se, segundo o Código Penal de 1890, práticas criminosas, enquanto a culinária dos antigos escravos sofre severa condenação médica. Nem as festas escapam ao furor anti-africano. Em pleno Salvador, os batuques, afoxés e candomblés são colocados na ilegalidade. Enquanto isso, em diversas outras cidades, o entrudo -,comemoração pública na qual os negros participavam como coadjuvantes, nas festas de Momo ou na condição de alvo das brincadeiras com água de cheiro-, começa a perder adeptos entre a elite, que passa a frequentar carnavais em bailes de salão, com serpentina e confete, à moda veneziana.

Como seria de esperar, essas várias formas de intervenção no mundo tradicional da população negra e mestiça deram origem a tipos variados de reações. Algumas delas podiam assumir formas não violentas, como a reação diante da proibição das festas negras. Embora as mudanças promovidas pela elite tivessem por objetivo “desafricanizar” o carnaval, tais medidas acabaram – pelo menos em algumas cidades brasileiras – sendo assimiladas pelas camadas populares. Exemplo disso foi o surgimento do desfile de carnaval na capital republicana. Além do confete e da serpentina, outra importação da belle époque carioca foi a do corso europeu. Nessa festa, os elementos mais distintos e ricos da sociedade desfilavam em carros alegóricos, competindo no brilho e luxo das fantasias. Empresas ofereciam prêmios e jornais acirravam a disputa. Aos pobres cabia assistir passivamente à festa das calçadas; lentamente, porém, eles começaram a se organizar.
Na década de 1920, por exemplo, era fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, liderada por sambistas e passistas de origem humilde. Dessa forma, o corso da elite foi dando lugar ao desfile popular de escolas de samba, organizadas nas favelas e bairros periféricos do Rio de Janeiro.
No esporte, é possível identificar outro exemplo dessa incorporação popular de inovações elitistas. Importado como um lazer fino e aristocrático, o futebol acabou assimilando o gingado da capoeira e do samba, dando origem a um estilo, definido por Gilberto Freyre, como “dionisíaco” de jogar, um “futebol-dança” que permitiu aos grupos populares vinculados às tradições africanas se sobressaírem. – Mary del Priore

Você sabia disso ? - Vinte anos depois da morte de Galdino, indígenas ainda sofrem com violência


No Dia do índio, relembramos a trajetória do cacique que veio à capital em busca de dias melhores para o seu povo