quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Desculpe, Luis! Nós não aprendemos nada com 2016



Edgard Maciel


Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.


Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.

Da sua barraca, o ambulante interveio em um episódio que ninguém enxerga - ou prefere não enxergar. Ele viu Brasil, uma travesti, como mais uma vítima de homofobia. Viu Brasil sendo agredida por dois homens. Viu Brasil quase entrar para a estatística de mais um homossexual morto de forma violenta a cada 28 horas neste País.

"Foi tudo muito estranho. Eu estava saindo do local onde trabalho, e, do nada, surgiu um jovem meio forte, que começou a me dar socos. Aí, apareceu outro, e começou a me chutar. Não houve nenhuma troca de palavras. Apenas agressões. Um amigo meu, que é travesti, chegou para me ajudar e também apanhou", disse Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.

Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.



Da sua barraca, o ambulante interveio em um episódio que ninguém enxerga - ou prefere não enxergar. Ele viu Brasil, uma travesti, como mais uma vítima de homofobia. Viu Brasil sendo agredida por dois homens. Viu Brasil quase entrar para a estatística de mais um homossexual morto de forma violenta a cada 28 horas neste País.

"Foi tudo muito estranho. Eu estava saindo do local onde trabalho, e, do nada, surgiu um jovem meio forte, que começou a me dar socos. Aí, apareceu outro, e começou a me chutar. Não houve nenhuma troca de palavras. Apenas agressões. Um amigo meu, que é travesti, chegou para me ajudar e também apanhou", disse Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.



Luis viu e não se omitiu. Tentou parar com a violência, com o ódio. Em retribuição, virou o alvo dela. "Ele só tentou me defender. Chegou e falou: 'não bate nele. O que ele fez?'. E voltou para o carrinho dele... Foi quando os dois correram atrás dele. Ele apanhou até morrer", lamentou Brasil.

Voluntariamente, Luis se colocou na pele do que gays, lésbicas, travestis e transexuais sofrem todos os dias. Foi alvo da intolerância, da violência e do preconceito. Foi o foco de tanto sentimento ruim, de tanto ódio, que morreu espancado, estirado no chão da estação de metrô.

Em plena noite de Natal, morreu um homem que apenas defendeu o próximo, sem distinção de raça, gênero ou profissão. Tantas semelhanças com o aniversariante do dia, não?

Na noite do dia 26, a Polícia Civil afirmou que identificou os dois homens que assassinaram Luis. São eles: Alípio José Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins. A dupla deve se entregar ainda nesta terça-feira (27).

"A polícia apura possível envolvimento de um grupo de intolerância na autoria do crime", informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).


Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.

Da sua barraca, o ambulante interveio em um episódio que ninguém enxerga - ou prefere não enxergar. Ele viu Brasil, uma travesti, como mais uma vítima de homofobia. Viu Brasil sendo agredida por dois homens. Viu Brasil quase entrar para a estatística de mais um homossexual morto de forma violenta a cada 28 horas neste País.

"Foi tudo muito estranho. Eu estava saindo do local onde trabalho, e, do nada, surgiu um jovem meio forte, que começou a me dar socos. Aí, apareceu outro, e começou a me chutar. Não houve nenhuma troca de palavras. Apenas agressões. Um amigo meu, que é travesti, chegou para me ajudar e também apanhou", disse Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.



Luis viu e não se omitiu. Tentou parar com a violência, com o ódio. Em retribuição, virou o alvo dela. "Ele só tentou me defender. Chegou e falou: 'não bate nele. O que ele fez?'. E voltou para o carrinho dele... Foi quando os dois correram atrás dele. Ele apanhou até morrer", lamentou Brasil.

Voluntariamente, Luis se colocou na pele do que gays, lésbicas, travestis e transexuais sofrem todos os dias. Foi alvo da intolerância, da violência e do preconceito. Foi o foco de tanto sentimento ruim, de tanto ódio, que morreu espancado, estirado no chão da estação de metrô.

Em plena noite de Natal, morreu um homem que apenas defendeu o próximo, sem distinção de raça, gênero ou profissão. Tantas semelhanças com o aniversariante do dia, não?

Na noite do dia 26, a Polícia Civil afirmou que identificou os dois homens que assassinaram Luis. São eles: Alípio José Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins. A dupla deve se entregar ainda nesta terça-feira (27).

"A polícia apura possível envolvimento de um grupo de intolerância na autoria do crime", informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).


O ano de 2016 nos esbanjou com exemplos e lições que poderiam evitar a morte de Luis. Quantas vezes neste ano não lamentamos as incontáveis tragédias? Ainda lembramos do atentado no mês de junho na Pulse, uma boate gay em Orlando, palco do maior massacre de homossexuais dos últimos tempos?

Lembra-se dos pedidos por mais compaixão e mais amor nas redes sociais com a morte de dezenas de sírios? É difícil se lembrar dos gritos por um "país melhor e mais justo" nos protestos contra a corrupção? Ou quem sabe as incontáveis mortes inesperadas que ocuparam os 12 meses deste ano?

O ano foi recheado de episódios para evoluirmos, para deixarmos os pré-conceitos para trás. Mas aí vemos Luis, estirado no chão, mostrando-nos que tudo foi em vão. No começo desta semana derradeira, só nos basta pedir desculpas: não aprendemos nada com 2016.

http://www.brasilpost.com.br/edgar-maciel/luiz-assassinato-homossexual_b_13861046.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

VAGABUNDA !!!!!


“Negociado sobre legislado” pode reduzir salários e estimular corrupção Leonardo Sakamoto

Por André Campos, para a Repórter Brasil 

Jornadas de trabalho de 24 horas ininterruptas, revistas íntimas na entrada de empresas, redução de salários e até a prisão de sindicalistas acusados de receber vantagens para aprovar medidas contrárias aos interesses dos trabalhadores.

CARTA DO PAPAI NOEL A MICHEL TEMER

À sua excelência sr. Presidente Michel Temer,

Em dezembro passado recebi uma carta de desabafo de vossa excelência lamentando determinadas situações e desejando, de maneira discreta, guinadas “radicais” na política e sociedade brasileira.

As lamentações versavam sobre a desconfiança da então presidente Dilma Rousseff sobre lealdade política, o fato do senhor ser tratado como vice decorativo, além da perda de seu protagonismo político nos últimos anos e a não nomeação dos seus afiliados partidários.

Entre a leitura de diversas cartas e as realizações de muitas solicitações que recebo nessa época do ano, consegui concretizar, de forma quase milagrosa, um dos vossos sonhos mais profundos: a almejada presidência do Brasil. Sei que sua excelência ambicionava esse cargo há muito tempo.

Diante do esforço empreendido na realização dessa empreitada, dou-me a liberdade de escrever esta carta para, desta vez, apontar as minhas lamentações e agruras.

Como é de amplo conhecimento, as minhas atividades destinam-se em fomentar a esperança e presentear diversos pessoas que acreditam na magia do Natal. Essa difícil tarefa é concretizada, todos os anos, devido ao apoio daqueles que ficaram conhecidos como “ajudantes de Papai Noel”, especialmente duendes e reinas.

Poucas pessoas sabem, entretanto, que o Papai Noel e sua equipe escolheram o Brasil, devido ao clima agradável e natureza exuberante, para residir boa parte do ano. Todavia, as ações do vosso governo estão prejudicando as tradicionais atividades do Papai Noel e em especial dos meus ajudantes.

As reinas têm suas atividades intensificadas no período natalino. Nos demais meses, essas criaturas encantadoras desenvolvem diferentes trabalhos na sociedade brasileira. Entretanto, no ano de 2016 ficaram desempregadas somando-se aos 12 milhões de brasileiros que amargam essa condição. Acreditavam que com a mudança do governo a situação melhoraria. Chegaram a bater panelas e protestar nas ruas vestidas de verde e amarelo. Frustradas, passam o dia tentando criar poções mágicas para voltar no tempo.

Os duendes são as maiores vítimas do vosso governo. Muitos não conseguiram concluir seu estudo na idade da adolescência e, por isso, recorriam ao programa Brasil Alfabetizado, interrompido logo após a posse de sua excelência.

Alguns dos filhos desses duendes entraram no ensino superior e sonhavam com a realização de uma graduação sanduíche (parte no Brasil e parte no exterior) através do programa Ciência sem Fronteiras, agora vedado para essa modalidade de ensino.

Os duendes jovens estão ainda mais apreensivos. Assustaram-se com a MP que propõe a reforma do ensino médio e a possibilidade de profissionais com o suposto notório saber e sem conhecimentos pedagógicos assumirem salas de aula.

A PEC 55/241, aprovada no último dia 13, preocupa a todos, especialmente os enfermos que precisam acessar a rede pública de saúde. Duendes e reinas afirmam que se atualmente a saúde brasileira encontra-se na UTI, com a PEC e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos teremos uma significativa redução da verba para essa área e, consequentemente, o seu agravamento. Não pretendo polemizar o assunto – estou cansado de ser confundido com comunista -, mas o comentário é que a PEC foi editada, na verdade, para disponibilizar vultosos recursos para subsidiar o setor financeiro.

Mas o golpe final do vosso governo foi infligido com a proposta da reforma da previdência. Duendes e reinas terão que trabalhar até os 65 anos de idade e caso almejem a aposentadoria integral deverão labutar por 49 anos. Impossível!

Sobre este ponto, eu, Papai Noel, aguardo ansioso a minha aposentadoria. Na realidade, conto os dias. Nos meus imprecisos cálculos faltam somente 10 anos para isso. Mas, se compreendi bem a proposta que tramita no Congresso, terei que trabalhar, além dos 10, mais 5 anos de pedágio. Todos esses anos de tralhado geraram diferentes problemas de saúde, como dor nas costas, bico de papagaio, bursite, etc. Sinceramente, sr. Presidente, não sei se conseguirei suportar esse tempo adicional.

Diante desse cenário, chamou-me a atenção nas cartas que estou recebendo este ano uma forte carga de desesperança e quiçá desespero. Lembrei do ditado popular que diz que “povo sem esperança é um povo morto”.

Dito isso e recorrendo a ampla popularidade da figura do Papai Noel, especialmente neste período do ano, venho solicitar que sua excelência repense a permanência em cargo tão importante. Caso renuncie até o dia 31 de dezembro, a população brasileira terá a oportunidade de escolher um(a) presidente que seja sensível às demandas populares. Insisto que caso prossiga no governo, a tradicional esperança brasileira renovada no período natalino esvaíra.

Velho Batuta [transcrito por Francisco Vagner – devido a uma tendinite], especial para os Jornalistas Livres

Delegada sobre 'Operação Gagliasso': 'Autora é menor e negra' Daniela Terra conversou com a imprensa após a polícia identificar autora de racismo contra Titi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.



A titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Daniela Terra, fez uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 21, para falar sobre a Operação Gagliasso, que identificou os suspeitos de praticar crime de racismo na internet contra Titi, de 3 anos, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Os ataques rascistas aconteceram há pouco mais de um mês e os artistas prestaram queixa.

"Todas as pessoas suspeitas foram levadas para a delegacia e uma menor de 14 anos, moradora de uma comunidade de baixa renda e sem infraestrutura de Guarulhos (SP), confessou (o crime). Ela não se mostrou em nenhum momento arrependida, o que causou estranheza. Perguntamos qual cor ela achava que tinha e ela disse que era negra, que quis fazer isso. Outros suspeitos foram ouvidos, mas chegou-se a conclusão de que eles apenas dividiam a internet com a casa da jovem e não tinham relação com o caso", disse Daniela.

Menor que cometeu o crime é a mesma que atacou Gabi Amarantos na web


A delegada contou ter ficado surpresa porque a menor que foi identificada como autora dos posts tem parentes negros. "É uma família misturada e todos se dizem negros. É com surpresa e tristeza que vemos isso acontecer. É um passo para trás", afirmou a delegada, completando para a surpresa de muitos: "É a mesma menina que fez comentários racistas sobre a Gabi Amarantos". A adolescente vai responder por fato análogo à falsa identidade - por ter criado um perfil falso para fazer as ofensas - e ao crime de injúria por preconceito, qualificado pelo elemento raça, e será apresentada ao Ministério Público de São Paulo ainda nesta semana.

Michel Assef Filho, advogado que representa Bruno e Giovanna, contou que outros comentários racistas foram proferidos contra Titi, mas os artistas optaram por apagá-los. Ele explicou que Bruno não compareceu a coletiva pois já havia se manifestado em um post no Facebook na terça-feira, 20. "Ele publicou a nota para explicar a sensação dele. Todos nós ficamos felizes porque a autoridade policial trabalhou rápido e encontrou a responsável pelas ofensas. Essa foi a forma de eles encerrarem o assunto. O que eles tinham que fazer, fizeram. Agora o caso vai ser encaminhado ao juizado", afirmou.

Indenização e acordo: 'Ainda não foi decidido'

O advogado disse ainda que seus clientes não decidiram se vão ou não pedir uma indenização e que cogitam um acordo com os pais dos menores envolvidos. "É possível que se faça um acordo com os pais para prestar serviços comunitários. Isso ainda não foi decidido, eu que estou falando. Depois que se descobre que é um menor envolvido, os pais sempre respondem", falou.
A delegada Daniela Terra aproveitou para fazer um alerta: "Na maioria das vezes quem pratica esse tipo de crime é menor. Os pais deveriam ter maior fiscalização em cima dos filhos. As pessoas usam a internet achando que não vão ser identificadas por disporem de perfis fakes, mas nós conseguimos chegar a esses perfis e o crime deixa rastros sendo cometido ou não pela internet", garantiu.

Daniela explicou que a jovem não foi apreendida. "Porque não teve violência e nem grave ameaça. Ela vai ser levada ao Juizado da Infância e da Adolescência. Se ela fosse maior, seria diferente", explicou. A delegada-assistente Fernanda Fernandes acrescentou que a pena da menor serão medidas socioeducativas determinadas por um juiz.

Bruno Gagliasso faz desabafo

Bruno Gagliasso se manifestou em seu perfil no Facebook na noite de terça-feira, 20, sobre os suspeitos de praticarem o crime terem sido identificados. "Agradecemos a polícia por ter elucidado todo o caso da agressão a nossa filha. Temos consciência de que ela é apenas mais uma das milhares de pessoas vítimas de preconceito todos os dias nesse país, um país que também é vítima recorrentemente de falta de investimento em educação e de ações afirmativas contra o preconceito racial", escreveu o ator.
E ele não parou por aí: "Não podemos ser tolerantes com o preconceito. Preconceito é crime! Converse com seus pais, com seus filhos e na sala de aula, e, se for vítima de agressão, denuncie, não deixe passar. Temos que colocar luz sobre esse problema", completou Bruno, assinando também em nome de sua mulher, Giovanna Ewbank.


http://ego.globo.com/famosos/noticia/2016/12/delegada-faz-coletiva-para-falar-sobre-operacao-gagliasso.html


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Por que o reacionarismo brasileiro tem medo de Filosofia e Sociologia ?



Vejamos um exemplo…

A bandeira brasileira tem um lema: “ordem e progresso“. O lema era inspirado na filosofia formulada por Auguste Comte e batizada por ele de “positivismo“. A “ordem” do lema era a preservação de hierarquias tradicionais, o que num país que mal abolira a escravidão era algo trágico, e o “progresso” o econômico e tecnológico. A mensagem implícita é: o Brasil deve crescer, mas no benefício dos privilegiados tradicionais, descendentes dos senhores e traficantes de escravos convertidos em capitalistas e tecnocratas.

Comte também inventou o termo Sociologia, que acabou se institucionalizando nas universidades, e concebeu uma linhagem de teoria social que nunca deveria questionar a “ordem” instituída. Ou seja, não deveria compreender os processos sociais como uma totalidade, apenas realizar análises fragmentárias de fatos sociais parciais. Várias vezes reciclado, o positivismo ajudou a formar gerações e gerações de intelectuais servis, que muitas vezes se acreditavam pessoas progressistas, mas na prática contribuíam para legitimar situações de injustiça social.

Um exemplo de doutrina positivista é a “teoria da modernização”, que numa versão brasileira afirma que nosso maior mal é a nossa cultura, e que a solução para “progredir” dentro da “ordem” seria a imposição da supremacia do mercado nas relações sociais.

Este é só um exemplo. Sem filosofia ou sociologia os alunos não conheceriam a origem e o significado do lema “ordem e progresso” na bandeira brasileira, da mesma forma que sem história crítica continuariam achando que os quadrados verde e amarelo da bandeira representariam a exuberância da natureza e da riqueza do Brasil, e não a dinastia portuguesa que continuou governando o país por 77 anos após a independência.

E a supremacia de uma oligarquia fanática por seus próprios privilégios, como é a brasileira, exige que todo questionamento seja prevenido e reprimido.

http://voyager1.net/sociedade/quem-tem-medo-da-filosofia-e-sociologia-no-ensino-medio/

sábado, 10 de dezembro de 2016

Você sabia disso ? - O Golpe no Golpe

Chamou a atenção do Brasil e do mundo, na noite desta sexta (9), a TV Globo detonando a quadrilha do PMDB — leia-se Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Romero Jucá e Eunício Oliveira — que recebeu propina da Odebrecht. Mas, por outro lado, a emissora carioca preservou os políticos do PSDB também delatados pela empreiteira: José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves.

Você sabia disso ? - Reforma trabalhista de Temer, tira a obrigatoriedade do 13° salário e FGTS



Publicado em: 09/08/2016em: Mercado de Trabalho

Quando direitos garantidos em leis, vem a ser negociados sem CLT, o empresário paga se quiser

Do Plantão Brasil  

E como dissemos anteriormente, a classe média também irá pagar o pato, reportagem da Globo mostra isso

“BRASÍLIA – A proposta de reforma trabalhista que está sendo desenhada pelo Palácio do Planalto prevê a flexibilização de direitos assegurados aos trabalhadores no artigo 7º da Constituição Federal – que abrange um conjunto de 34 itens – desde que mediante negociações coletivas. Segundo um interlocutor, a ideia é listar tudo o que pode ser negociado para evitar que os acordos que vierem a ser firmados por sindicatos e empresas após a mudança nas regras possam ser derrubados pelos juízes do trabalho.

Farão parte dessa lista os direitos que a própria Constituição já permite flexibilizar em acordos coletivos como jornada de trabalho (oito horas diárias e 44 semanais), jornada de seis horas para trabalho ininterrupto, banco de horas, redução de salário, participação nos lucros e resultados e aqueles que a Carta Magna trata apenas de forma geral e foram regulamentados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Estão neste grupo, férias, 13º salário, adicional noturno e de insalubridade, salário mínimo, licença-paternidade, auxílio-creche, descanso semanal remunerado e FGTS.

Já a remuneração da hora extra, de 50% acima da hora normal, por exemplo, não poderá ser reduzida porque o percentual está fixado na Constituição; licença-maternidade de 120 dias e o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo de no mínimo 30 dias também. Para mexer nesses direitos, é preciso aprovar uma Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) – o que seria uma batalha campal no Congresso. Outros direitos como seguro-desemprego e salário-família, citados no artigo 7º, são considerados previdenciários e não trabalhistas e por isso, não poderiam entrar nas negociações.”

Na prática, tudo o que estiver na CLT poderá ser alvo de negociação. Há muitos penduricalhos que não aparecem na Constituição e são motivos de reclamações contantes, como por exemplo, o descanso para almoço de uma hora (se o empregado quiser reduzir o tempo e sair mais cedo, a lei não permite). Outros casos que poderiam ser acordados dizem respeito à situações em que o funcionário fica à disposição dos patrão, fora do expediente sem ser acionado e o tempo gasto em deslocamentos quando a empresa busca os trabalhadores – considerados hoje como hora extra.

SINDICATOS QUEREM MAIS PODER DE NEGOCIAÇÃO

A estratégia do governo é colocar na lei tudo o que pode ser negociado e deixar de fora o que não pode para evitar que a justiça trabalhista amplie a relação com novos direitos, inviabilizando assim qualquer acordo, explicou um técnico. Fortalecer a negociação coletiva é outro argumento do Executivo, diante de inúmeros casos em que o sindicatos e empresas fecham o acerto e depois os juízes do trabalho anulam, determinado o cumprimento da lei ao pé na letra e pagamento de indenizações.

– O projeto vai delimitar os parâmetros e limites da negociação coletiva, dando aos acordos força de lei. O foco é oferecer segurança jurídica na relação capital e trabalho – disse ao GLOBO o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que está discutindo o tema com as centrais sindicais.”

Notaram o que espera o povo?

A intelectualidade negra do Império

Maurício Puls | Revista Pesquisa Fapesp

Teixeira e Sousa (esq.) e Paula Brito: frequentadores dos círculos intelectuais do Império. © Biblioteca Brasiliana da Universidade de São Paulo e © Acervo do Real Gabinete Português de Leitura.

Você sabia disso ? - No MA, juiz perde voo e manda prender atendentes da TAM



O juiz Marcelo Baldochi, titular da 4ª Vara Cível de Imperatriz, deu voz de prisão, ontem (6), a três atendentes da TAM, após perder um voo da companhia.

Você sabia disso ? - PEC do Teto fere direitos humanos e vai prejudicar os mais pobres, dizem relatores da ONU



Especialistas da entidade questionam a decisão do governo de 'congelar o gasto social no Brasil por 20 anos'

Editorial - Mordaça na Escola - Revista Caros Amigos

Como diz o ditado, o ruim pode piorar. Assim, depois de um golpe, o Brasil assiste a muitos outros atentados, seja contra direitos e liberdades, ou contra setores que implicam em justiça e conquistas sociais, como saúde e educação públicas – quase todo dia um golpe dentro do golpe. Esta edição de Caros Amigos faz na reportagem de capa um balanço de um desses ataques, o projeto Escola Sem Partido (ESP), que faz parte de um pacote de projetos do governo golpista como a reforma do ensino médio ou mesmo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela investimentos públicos. Um movimento que já produz estragos em todo País.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

‘É um grande passo assumir que o Brasil é racista’, diz Taís Araújo sobre redação do Enem

Em novembro de 2015 a atriz Taís Araújo foi alvo de comentários preconceituosos no Facebook, ao postar uma foto. Após o episódio, a atriz foi à polícia e escreveu em sua página na mesma rede social condenando a atitude e afirmando que não se calaria diante da discriminação:

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Perseguido por décadas, o samba chega ao centenário amado pelos brasileiros

Francisco Edson Alves

– O preconceito contra o samba não se materializou somente na repressão policial das primeiras décadas. No fim dos anos 70, as emissoras de rádio e TV praticamente só tinham espaço para músicas americanas –

Um século da História atravessada do samba

Na introdução, a letra já diz que “o chefe da folia/pelo telefone manda avisar/que com alegria/não se questione para se brincar”. E é nesse ritmo que, há exatos cem anos, “Pelo telefone” é considerado o primeiro samba. Foi no dia 27 de novembro de 1916 que Ernesto dos Santos, o Donga, registrou a canção na Biblioteca Nacional. Mas questionamentos não faltaram, ao logo desse século. A obra até hoje é alvo de contestações diversas. E é essa a história “atravessada”.

A dura vida e a obra genial do escritor Lima Barreto, o próximo homenageado da Flip

Negro, pobre, marginalizado, alcoólatra, interno de hospícios – e um gênio. Um dos mais importantes escritores da história do Brasil, o carioca Afonso Henriques de Lima Barreto, ou simplesmente Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e O Homem que Sabia Javanês, entre muitos outros, será o próximo homenageado da Flip, a Festa Literária de Paraty, no ano que vem.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Crônicas do Dia - Impostos e Petróleo



O setor de petróleo é uma indústria de capital intensivo e de projetos a longo prazo. A previsibilidade das regras e a segurança jurídica são fundamentais para que as empresas possam planejar e implementar seus planos de investimento.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Crônicas do Dia - Um novo patamar - Ana Maria Machado

Ana Maria Machado, O Globo

Durante todo o mês de outubro, coordenei um ciclo de conferências na Academia Brasileira de Letras, sobre Planejamento e Políticas Públicas. Como o jornalista Merval Pereira já comentou em dois artigos no último fim de semana, as palestras acabaram indo além do exame dos nossos aspectos econômicos. Abriram seu foco e discutiram muito a educação. Não é de surpreender.

Crônicas do Dia - Ocupações - Marcio Tavares D'Amaral

Nesse momento, os secundaristas ocupam suas escolas para poderem se ocupar dessas matérias. Para que não lhes sejam roubadas

Crônicas do Dia - Calamidade ? Não é o caso

Flavio Serafini, O Globo

O governador Pezão e os deputados governistas alegaram que aprovar a Lei do Estado de Calamidade Pública seria a única forma de proteger os direitos dos servidores em tempos de crise. Logo desabou, no entanto, nas costas dos trabalhadores, o anúncio do pacote de maldades do governo do PMDB. Em nome da “austeridade”, eis um ataque direto aos direitos da população, com cortes nos salários e aposentadorias, aumento de tarifas, fim do Restaurante Popular, do Aluguel Social.

Crônicas do Dia - E agora, pai? - Nelson Motta

Nelson Motta, O Globo

Muitas vezes, quando não sei o que fazer diante de uma situação, penso no que meu pai faria. E faço. Quando eu estava furioso e indignado com injustiças e torpezas, querendo quebrar tudo, ele aconselhava serenidade e tolerância, não como submissão e resignação, mas como prova de superioridade moral e força dos meus argumentos.

Novo Enem poderá excluir treineiros e certificado de conclusão do ensino médio

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil


O novo modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não deverá mais servir para certificar a conclusão do ensino médio. Os treineiros – aqueles que fazem as provas só pra treinar –  também deverão ser excluídos do processo e terão, em troca, um simulado nacional, aplicado em julho, antes do Enem, que ocorre no final do ano. As mudanças foram adiantadas pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, na reunião do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

Crônicas do Dia -

Fico pensando o que o Rio de Janeiro fez de errado para merecer dois ex-governadores presos por corrupção

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Artigo de Opinião - Wadih Damous: A fonte de lágrimas do nosso violento presente

O DIA
Rio - Federico Garcia Lorca é o escritor espanhol mais traduzido no mundo, mas até hoje a Espanha não foi capaz de elucidar o que foi feito com o seu corpo, após ter sido preso e torturado pelo fascismo, aos 38 anos.

Artigo de Opinião - O Natal está chegando

O DIA
Rio - Pesquisa do Instituto Pró-Livro divulgada este ano mostrou que 44% dos brasileiros não costumam ler livros. Uma pena, porque a leitura faz a diferença para quem quer melhorar de vida. Em benefício de todos, vamos então aproveitar que teremos um Natal em breve e começar a mudar esse cenário. Por isso, eis aqui algumas sugestões de presentes bons, bonitos e baratos. São obras para todos os gostos e que não vão doer no seu bolso.

Artigo de Opinião - No vale da sombra da morte

O DIA
Rio - Evitando as guerras religiosas que devastaram a Europa, os portugueses não admitiram — por razão de Estado — em seu território outra crença que não a fé católica. Prevenindo conflitos, o Marquês de Pombal expulsou do Brasil os jesuítas em 1759, não sem premiar outras ordens para se aquietarem diante do martírio de seus irmãos, e anexou significativa parcela das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste à colônia. A relação do Estado e Igreja no Brasil sempre foi permeada por tensões e partilha de interesses.

Artigo de Opinião - Precisamos falar sobre tolerância - Eugênio Cunha

O DIA
Rio - O Brasil sempre foi visto como um país tolerante às diferenças, cuja cultura diversificada permitiria condição especial de convívio de diferentes matizes e opiniões, fato incomum em outros países. Porém, pesquisa recente nas redes sociais realizada pela agência de publicidade Nova/SB mostrou um país marcado pela intolerância de diversas formas e gêneros. Não é por acaso que a redação do Enem deste ano versou sobre “Caminhos para combater a intolerância religiosa”. Mas a intransigência não fica só no campo das religiões: mais de 80% das menções sobre temas sensíveis, tais como racismo, misoginia, deficiência, política e homofobia, são negativas. A pesquisa mapeou 390 mil postagens no Facebook, Twitter e Instagram, além de comentários em blogs e sites.

Crônicas do Dia - Nem imunes nem impunes - Ruth de Aquino

Um “mau exemplo” para o país até dias atrás, o falido estado do Rio de Janeiro se transformou em inspiração para tantos estados saqueados por governantes, em maior ou menor grau. Duas prisões, dos últimos dois governadores do Rio, com a revelação de detalhes sórdidos de roubos estratosféricos para enriquecimento pessoal, nos dão a esperança de um futuro mais ético na política.

Crônicas do Dia - Antiqueda de Berlim - Maria Ribeiro

Filho, Trump existe; Papai Noel não

Foi no dia da vitória do Trump, diante de uma rena enfeitada com pisca-alerta. Quer dizer, pisca-pisca. Nove de novembro. Que antes — precisamente 27 anos atrás, pra configurar conhecimento — tinha sido do Muro de Berlim. Da queda do Muro de Berlim. Que um dia foi também do instante em que cheguei na São Vicente, a casa de saúde, coloca aí 41 verões me recuperando do banzo do útero de mamis. E que agora é do segundo em que, pela primeira vez, te ouvi com tristeza falar do Natal.

Crônicas do dia - A pinguela e o teto

Gustavo Müller, O Globo

Há poucos dias o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o governo Temer seria “uma pinguela que, se quebrar, caímos na água”. Por outro lado, já se vê uma enorme manifestação contra a Proposta de Emenda Constitucional do gasto público. Entre esses dois pontos há o fator Lava-Jato e a possível cassação da chapa Dilma-Temer.

Artigo de Opinião - Trabalhar valores e estimular novas escolhas - Nádia Rebouças

O DIA
Rio - É tempo de falar muito em sustentabilidade. Levamos décadas para compreender o conceito, para descobrir que o que ele continha era vital. Construímos caixas de arquivo para morar em cima dos nossos rios.

Artigo de Opinião - A Idade Média chegou

Esse linchamento público realizado pela mídia com ações de justiçamento estão levando o Brasil a um processo de degradação ética e social nunca visto. Não se sabe aonde isso vai parar

22/11/2016

O DIA

Crônicas do Dia - Pacote diabólico - Arnaldo Niskier

Genial a solução encontrada pelo governo do Rio de Janeiro para debelar a crise em que se meteu: lançou um diabólico pacote em que taxa o funcionalismo, eleva tributos e extingue programas sociais, tudo isso ao arrepio da Constituição e dos direitos fundamentais das pessoas humanas. Não pode dar certo!

Crônicas do Dia - A única chance

Vésperas de réveillon, alto de um morro da Zona Sul do Rio. Eu, repórter de uma emissora de televisão, esperava o representante da associação de moradores para fazer uma matéria sobre o aluguel de lajes de alguns barracos da favela — estrangeiros pagavam altas quantias para ter uma visão privilegiada da queima de fogos em Copacabana. Ao meu lado, cinegrafista e motorista da minha equipe, além de outros jornalistas.

Crônicas do Dia - Segredos de Nelma - José Casado

José Casado, O Globo

A tendia no 21-9972-33315. Raríssimos sabiam quem era. Atravessou a última década no circuito Leblon-Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Criou uma rotina de clandestinidade no Palácio Guanabara e uma rota de fuga para o Galeão, que usava para escapadas privadas a Paris, na companhia de amigospatrocinadores. Nelma, Nelma de Sá Saraca — era a identidade por trás daquele número telefônico.

Crônica do Dia - O homem - bomba americano - Arnaldo Jabor

Como é que um sujeito tão repulsivo foi eleito presidente? A explicação talvez esteja na aparência horrenda de seus seguidores

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Artigo de Opinião - Gabriel Chalita: Sobre a inocência

O DIA
Rio - Era menina ainda quando disse que gostaria de ser freira ou médica ou professora. Um dia, mudou de ideia e afirmou que seria bailarina. Foi a uma festa, em um fim de ano, em uma escola, em algum canto por aí. Cantaram, também, alguns meninos. Um coral preparado com esmero por uma professora que sorria ao seu piano vendo seus pupilos brilharem. Estavam todos uniformizados. Até os cabelos. Até o jeito de mexerem os braços e agradecerem os aplausos.

Era uma escola pública. E o público, composto majoritariamente pelos familiares, vibrava com os seus. A menina, a que já quis ser tanta coisa, procurava os pais. Como fazem as meninas e os meninos nessas apresentações. Há muitas pessoas, mas o olhar mais doce é revelado, primeiramente, aos pais.

Ela os encontrou. Estava vestida com a roupa de bailarina. A mãe não se continha de emoção. Era a única filha. A outra se fora prematuramente. Atropelada por um trem. Isso mesmo. Estavam alguns amigos atravessando a linha de ferro. Ela teve medo e parou. Eles insistiram, e ela foi. Foi, titubeante, e aconteceu o horror. Um corpo sem vida esmagado por um trem.

A irmã nunca se esqueceu disso. Ela não estava junto. Era muito pequena. Mas ouviu tantas vezes os relatos, viu tantas lágrimas e gritos de dor da mãe e do pai, que a história a frequentava desde sempre. Mas, ali, o sorriso dos pais parecia uma pausa à dor que viveram. Uma se foi. A outra brilhava.

O tempo foi passando, e a menina foi crescendo. Sempre muito religiosa. Sempre muito prestativa com os seus. Achava-se responsável por trazer alegria. E fazia sua parte. A menina virou mulher. Casou. Teve filhos. O primeiro recebeu o nome da irmã. O segundo, o do marido. Teve o privilégio de se casar com o homem dos seus sonhos. No dia em que foi bailarina, ele foi cantor. E se olharam, ainda sem saber o que seriam. O terceiro filho também veio. 

Ele não tinha mãe. Apenas o pai e ninguém mais. A mãe morrera em um acidente de carro em que o pai era o motorista. Não teve culpa. Sentiu-se culpado. Acreditava ele ser o responsável por trazer alegria ao seu pai. 

Ele formou-se médico. Ela, professora. Escolheu preencher os seus dias preenchendo vidas de significados. Lembra-se ainda do primeiro dia em que pôde entrar em uma sala de aula e ensinar. Dos olhos das crianças. Das suas dúvidas — das crianças e das dela. Do medo de tropeçar. Tropeçou, talvez, algumas vezes. Mas prosseguiu. A filha que recebeu o nome da irmã que se fora resolveu ser freira. O filho com o nome do pai é bailarino. E o terceiro é também professor.

Quando se lembra dessas histórias, lembra-se de um tempo que se foi. De uma inocência difícil de ser reinventada. Lembra-se do primeiro dia em que ela e o marido deram as mãos. Eram adolescentes, apenas. Ele a pediu em casamento. Ela disse que perguntaria à mãe. Ele disse que não era para aquele momento, mas que já queria selar um secreto compromisso de amor. Ela sorriu. Achou bonito. Ele a beijou no rosto. Ela ficou corada. E se despediram. Só começaram a namorar quando estavam na faculdade. Casaram-se depois da formatura dela e um pouco antes da formatura dele. Os pais estavam presentes.

O padre pediu para que os dois improvisassem algum dizer de amor. Ele disse que se apaixonou por ela quando a viu de bailarina. Ela apenas sorriu e, timidamente, disse que se apaixonou por ele no mesmo dia. 

Os pais dos dois já não mais estão com eles. Foram encontrar os que já se foram. Há os filhos. Há lembranças de ontem e muitas vontades a serem realizadas. Nos dois, há um sentimento que permaneceu das dores que viveram. Têm eles a consciência de que nasceram para trazer alegria. Aos pais. A eles mesmos. Aos alunos e pacientes. Aos que encontram por aí.

Quando veem alguma fumaça, lembram-se dos tempos da claridade. Na idade de hoje, são capazes de viver as idades que se foram. Sabem que não são perfeitos. Estranhamentos há em toda família. Mas há algo que os mantém inteiros. Inocentemente, continuam a se amar.



Artigo de Opinião - Márcio Pereira Nunes: Donald Trump e o Brasil

O DIA
Rio - Trump foi eleito presidente dos EUA com o discurso voltado para os que perderam com a globalização. Justamente por isso, usou como bode expiatório o imigrante e fez do nacionalismo sua bandeira. Parte da sociedade americana, atrelada à indústria tradicional (siderurgia, construção civil, automotiva e de eletrodomésticos) perdeu com esse processo de inserção internacional. São setores que não movem mais a economia americana. Esta cresce na aeronáutica, na robótica e na química — só olhar a alteração nas empresas que estavam no S&P 500, em 1960 e 1970, e as de hoje.

Artistas destacam a diversidade cultural na infância contra o racismo

LUIZA SANSÃO
Rio - O combate ao racismo deve começar cedo e lidar com a diversidade cultural na infância é fundamental. É assim que pensam artistas como a escritora Janine Rodrigues e a estudante de Cinema da PUC Victoria Roque, que resolveram estimular o debate sobre o tema entre crianças por meio da arte. Para abordar o racismo na infância e a representatividade, ‘Princesas Negras — A história de Nuang’, de Janine, conta a história de uma princesa negra que supera adversidades por meio da força de sua cultura, e o documentário ‘Lápis cor de pele’, de Victória, discute os efeitos da ausência de representações de crianças negras nos meios de comunicação. Seus trabalhos são evidenciados hoje, Dia da Consciência Negra.

domingo, 20 de novembro de 2016

Crônica do Dia - A dor do outro não sai no jornal - Gabriel Chalita

Rio - Na canção de Chico Buarque, os dizeres são: “A dor da gente não sai no jornal.” O compositor fala de uma tal Joana e de um João. Desconhecidos, eram os dois. Nem o barraco existe mais.

Editorial - 20 de Novembro

 A especificidade da formação social brasileira na questão da dominação racial fez surgir uma expressão com forte cunho ideológico de existência de uma suposta “democracia racial” no Brasil.

A parte trágica da 'PEC do fim do mundo' é que você apoiou mesmo sem saber- Francisco Toledo

Durante todas as manifestações contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os empresários e movimentos anti-PT usaram o slogan "não iremos pagar o pato". E conseguiram. Derrubaram Dilma, assumiram o governo. Com a aprovação da PEC 241, alcançaram seu objetivo: eles, não pagarão o pato. Já você, bem... preparado pra pagar o pato?

Por que a prisão de Garotinho não me causou comoção ? - Francisco Toledo

Abro o Facebook e me deparo com um textão a cada 10 minutos sobre a cena do ex-governador Garotinho (PR) sendo levado para uma ambulância, preso, enquanto sua filha grita clamando por sua liberdade: "Meu pai não é ladrão", disse várias vezes. Ele observa as câmeras, reage e se contorce.

O que comem, onde vivem e como se acasalam os que querem um golpe militar? Leonardo Sakamoto


Uma coisa é o pensamento conservador, que merece ser respeitado e, na minha opinião, questionado – quando for o caso – nas arenas públicas e privadas de discussões.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Crônica do Dia - O suicídio da América - Arnaldo Jabor

A possibilidade de o Trump ser presidente já é um filme de horror

A realidade está mais louca do que a ficção. Assim sendo, a ficção tem de ser muito mais louca do que a realidade. A destruição ambiental, a sordidez mercantil, a estupidez no poder, o fanatismo do terror, em suma, toda a tempestade de bosta que nos ronda está muito além de qualquer crítica. O mal é tão profundo que denunciá-lo ficou inútil.

Essa anomalia da vida atual aumenta a tradicional paranoia ocidental, principalmente nos Estados Unidos. E aí surge um estranho fenômeno que tento entender: a vontade de salvar o país e um desejo simultâneo de destruí-lo. A América parece querer suicidar-se. Por exemplo, a possibilidade de o Trump ser presidente já é um filme de horror. Se esse rato for eleito, aí sim, o mundo pode acabar.

Também na cultura americana, são impressionantes os filmes de ação e catástrofe que destroem o país ou o mundo, produzidos por Hollywood. É estranho; imaginem o cinema francês destruindo Paris sem parar, invadido por alienígenas (aliás, como os terroristas) ou o cinema brasileiro arrebentando o Pão de Açúcar e o Corcovado! Eles acham isso normal. E lucrativo. Vejam os filmes dos últimos anos: “Independence Day 1”, “Godzilla”, “Armagedom”, “Terremoto — A falha de San Andreas”, “2012”, “Impacto profundo” e tantos outros.

Por que esse amor e ódio? Creio que vêm de uma insatisfação da vida americana atual, uma grande angústia nacional. A América não sabe mais o que dizer sobre si mesma. Os Estados Unidos eram a “cultura da certeza”. O paraíso americano era a perfeição do funcionamento. Com o 11 de Setembro, junto com as torres, caíram também a arrogância e o orgulho da eficiência. Será que esta é a causa desse ataque doentio contra si mesmos?

Pensando nessas coisas deprimentes, fui ver o novo “Independence Day”. Não gostei e concordei com críticos que dizem que o filme é tolo. Um deles diz: “assistir a alienígenas explodindo de forma espetacular não é desculpa para passar duas horas no ar condicionado”.

Tenho visto muitos filmes de ação. Já sou entendido nas missões impossíveis, nas porradas, nas cidades destruídas, nas armas assassinas. Nunca o cinema foi tão útil para esquecermos o mundo atual e nunca os filmes foram tão brutais para, pelo avesso, exorcizar o medo da morte.

Na sala de cinema, sinto-me dentro de uma máquina de sensações programadas. Não há mais tempo para um filme ser visto, refletido, com choro, risos, vida. No escuro, mergulho em suspense, em prazeres sádicos, em assassinatos explosivos, em vinganças sem fim, narrados como uma ventania, como uma tempestade de “planos” (cenas) curtos, nunca mais longos do que 4 segundos, tudo tocado por orquestras sinfônicas plagiando Ravel para cenas românticas ou Stravinsky para violências e guerras.

O conflito é permanente, de modo a impedir o espectador de ver seus conflitos internos. Não podemos desgrudar os olhos da tela. O desejo dos produtores é justamente apagar o drama humano dentro de nossas cabeças.

Os filmes comerciais antigos apelavam para a comoção das plateias, estórias onde o “bem” era recompensado, onde o amor movia personagens, onde chorávamos ou riamos desde o Gordo e o Magro até Hitchcock. Logo depois da Guerra Fria, os filmes mostravam uma América em “frenética lua de mel” consigo mesma. Obras-primas como “Cantando na chuva” foram feitas por razões comerciais. Os musicais da Metro eram a felicidade democrática.

Hoje, passamos por emoções que nos exaurem como se fossemos personagens dentro daqueles mundos em 3D, de pedras e balas que voam e nos fazem em pedaços espalhados pela sala, junto com os copos de Coca-Cola e sacos de pipocas. Somos pipocas nesses filmes. É uma nova dramaturgia de Hollywood: a estética do videogame, onde a personagem principal não é mais o “outro”, mas nós mesmos, com o “joystick” na mão e nenhuma ideia na cabeça.

Os roteiros são feitos em computador, de modo a encher cada buraco, para que nada se infiltre na atenção absoluta. E mais importantes que as personagens são as “coisas” em volta. Sim, as coisas. Personagem é só um pretexto para mostrar o décor. E o décor é um grande showroom dos produtos americanos: maravilhosos aviões, supercomputadores, a genialidade técnica lutando por algum “bem” inexplicável , porque a ideia de “futuro” esmaeceu. Assim, não importam mais nem o enredo, nem o roteiro; só o gozo da cena.

Antigamente, sofríamos durante a trama, esperando que os heróis fossem felizes no final. Hoje, sabemos que tudo vai acabar bem, mas nos fascinam mais os infernos que eles terão de atravessar, para chegar a um desfecho fatalmente bom. A catarse chegará, mas antes temos amputações, bazucas estourando peitos, bombas, rios de sangue. Na vida americana, como nos filmes, perdeu-se a ideia de sentido. O happy end é coisa dos anos quarenta.

No entanto, acho novidades nisso tudo. Num mundo sem rumo, na América dividida, a tecnologia está criando uma nova estética. Acabou a linearidade narrativa e, com a visão de mundo desencantada, em meio à avalanche brutal de informações, está surgindo uma nova forma de profundidade “superficial”.

Uma espantosa nova linguagem não linear, polissêmica, surgiu e cresce como um “transformer”, nas telas do mundo. Parece até uma vanguarda tecnológica emergindo entre os efeitos especiais cada vez mais audaciosos. Talvez, daqui para a frente, só essa língua dará conta de nossa solidão, de nossa fome de ilusão.

Agora, mesmo falando essas coisas, confesso que adoro os filmes da Marvel. Já vi alguns “blockbusters” de extraordinária imaginação “wagneriana”. “Avatar”, por exemplo, “Batman”, ou a obra-prima “Thor” já fazem parte de uma nova “escola” estética. Não falo de “nova arte” ou uma nova cultura, pois isso já denotaria a ideia de “finalidade”, de meta a ser atingida. Falo de um caos maravilhoso que nos submerja para sempre num “presente” inexplicável.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/o-suicidio-da-america-19742003#ixzz4QAGF8Dt1

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Artigo de Opinião - Aprovar a PEC 241 é grave retrocesso


Estão buscando o caminho inverso de potências como EUA e Israel, onde a intervenção estatal é eficiente e real

Artigo de Opinião - Somos todos Amarildo - a verdade dos fatos - João Tancredo


O resumo das atividades está no blog do magistrado Siro Darlan e em site de notícias

Crônica - O insustentável preconceito do Ser

 Rosana Jatobá

Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.

sábado, 29 de outubro de 2016

Você sabia disso ? - Pais que mimam filhos estão criando geração de incapazes de lidar com frustração



À mesa do restaurante, João faz manha exigindo o celular da mãe para se divertir durante o almoço. Maria se joga no chão da loja de brinquedos porque quer que o pai compre aquela boneca agora. E, sentado no sofá de casa, Pedro se irrita com os pais porque quer uma resposta urgente sobre poder ou não ir à festa dos amigos no sábado à noite. Todos eles, não importa a idade, têm algo em comum: vão se tornar adultos mimados, incapazes de lidar com as frustrações do mundo.

Você sabia disso ? - Pais e alunos dão abraço coletivo na unidade Centro do Colégio Pedro II


Manifestação foi convocada em protesto contra PEC que congela gastos.
Unidades de Engenho Novo e Realengo foram ocupadas na segunda-feira.
Do G1 Rio

Você sabia disso ? - Governo discute cobrar INSS de aposentados, mas protege ricos de taxação Leonardo Sakamoto

Se a equipe responsável por desenhar a Reforma da Previdência confirmar que o governo federal deve propor a possibilidade de cobrança de contribuição ao INSS de todos os aposentados, teremos algumas comprovações – isso, é claro, se ainda restar um país depois dos protestos causados pela aprovação dessa medida.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Você sabia disso ? - Coletivo negro de medicina emite nota contra o Fantástico

Por Pedro Borges Do Alma Preta

O Coletivo Negrex emitiu nota de repúdio ao programa Fantástico, pela reportagem sobre cotas que foi ao ar no dia 16 de Outubro, domingo. Veja abaixo a nota na íntegra:

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Você sabia disso ? - Racismo: a máquina de matar e encarcerar negros



Os fatores que levam ao racismo resultam em mortes prematuras. A guerra às drogas é um dos principais motores dessa engrenagem. Para a ativista norte-americana Deborah Small, estamos praticando genocídio ao permitir, em silêncio, o extermínio da juventude negra