quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Desculpe, Luis! Nós não aprendemos nada com 2016



Edgard Maciel


Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.


Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.

Da sua barraca, o ambulante interveio em um episódio que ninguém enxerga - ou prefere não enxergar. Ele viu Brasil, uma travesti, como mais uma vítima de homofobia. Viu Brasil sendo agredida por dois homens. Viu Brasil quase entrar para a estatística de mais um homossexual morto de forma violenta a cada 28 horas neste País.

"Foi tudo muito estranho. Eu estava saindo do local onde trabalho, e, do nada, surgiu um jovem meio forte, que começou a me dar socos. Aí, apareceu outro, e começou a me chutar. Não houve nenhuma troca de palavras. Apenas agressões. Um amigo meu, que é travesti, chegou para me ajudar e também apanhou", disse Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.

Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.



Da sua barraca, o ambulante interveio em um episódio que ninguém enxerga - ou prefere não enxergar. Ele viu Brasil, uma travesti, como mais uma vítima de homofobia. Viu Brasil sendo agredida por dois homens. Viu Brasil quase entrar para a estatística de mais um homossexual morto de forma violenta a cada 28 horas neste País.

"Foi tudo muito estranho. Eu estava saindo do local onde trabalho, e, do nada, surgiu um jovem meio forte, que começou a me dar socos. Aí, apareceu outro, e começou a me chutar. Não houve nenhuma troca de palavras. Apenas agressões. Um amigo meu, que é travesti, chegou para me ajudar e também apanhou", disse Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.



Luis viu e não se omitiu. Tentou parar com a violência, com o ódio. Em retribuição, virou o alvo dela. "Ele só tentou me defender. Chegou e falou: 'não bate nele. O que ele fez?'. E voltou para o carrinho dele... Foi quando os dois correram atrás dele. Ele apanhou até morrer", lamentou Brasil.

Voluntariamente, Luis se colocou na pele do que gays, lésbicas, travestis e transexuais sofrem todos os dias. Foi alvo da intolerância, da violência e do preconceito. Foi o foco de tanto sentimento ruim, de tanto ódio, que morreu espancado, estirado no chão da estação de metrô.

Em plena noite de Natal, morreu um homem que apenas defendeu o próximo, sem distinção de raça, gênero ou profissão. Tantas semelhanças com o aniversariante do dia, não?

Na noite do dia 26, a Polícia Civil afirmou que identificou os dois homens que assassinaram Luis. São eles: Alípio José Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins. A dupla deve se entregar ainda nesta terça-feira (27).

"A polícia apura possível envolvimento de um grupo de intolerância na autoria do crime", informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).


Era noite de Natal. Provavelmente você estava em casa, depois de passar um dia feliz em família. São Paulo estava vazia, poucos perambulavam pelas ruas da metrópole. Na cidade que não para, só tinha o passo apressado o trabalhador que nem no aniversário de Jesus Cristo tem o direito de sossegar e se reunir com os seus. A escolha é sempre uma só: correr atrás do sustento da família e esperar um dia melhor chegar.

Luis Carlos Ruas, de 54 anos era o exemplo deste brasileiro. Trabalhava a partir das 6h da manhã e não parava antes das 23h. Era vendedor ambulante no centro da capital paulista. Na noite de Natal, lá estava ele: vendendo salgados e refrigerantes na porta da estação do metrô Dom Pedro II.

Não sabemos, a fundo, quem foi Luis. O que ele fez durante os seus 54 anos de vida. Casou? Teve filhos? Foi feliz? Era um homem bom? Importava-se com o próximo? Mesmo sem as respostas prontas e perfeitas, às 22h30 da noite de domingo, a maioria das perguntas sobre o desconhecido foram respondidas.

Da sua barraca, o ambulante interveio em um episódio que ninguém enxerga - ou prefere não enxergar. Ele viu Brasil, uma travesti, como mais uma vítima de homofobia. Viu Brasil sendo agredida por dois homens. Viu Brasil quase entrar para a estatística de mais um homossexual morto de forma violenta a cada 28 horas neste País.

"Foi tudo muito estranho. Eu estava saindo do local onde trabalho, e, do nada, surgiu um jovem meio forte, que começou a me dar socos. Aí, apareceu outro, e começou a me chutar. Não houve nenhuma troca de palavras. Apenas agressões. Um amigo meu, que é travesti, chegou para me ajudar e também apanhou", disse Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.



Luis viu e não se omitiu. Tentou parar com a violência, com o ódio. Em retribuição, virou o alvo dela. "Ele só tentou me defender. Chegou e falou: 'não bate nele. O que ele fez?'. E voltou para o carrinho dele... Foi quando os dois correram atrás dele. Ele apanhou até morrer", lamentou Brasil.

Voluntariamente, Luis se colocou na pele do que gays, lésbicas, travestis e transexuais sofrem todos os dias. Foi alvo da intolerância, da violência e do preconceito. Foi o foco de tanto sentimento ruim, de tanto ódio, que morreu espancado, estirado no chão da estação de metrô.

Em plena noite de Natal, morreu um homem que apenas defendeu o próximo, sem distinção de raça, gênero ou profissão. Tantas semelhanças com o aniversariante do dia, não?

Na noite do dia 26, a Polícia Civil afirmou que identificou os dois homens que assassinaram Luis. São eles: Alípio José Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins. A dupla deve se entregar ainda nesta terça-feira (27).

"A polícia apura possível envolvimento de um grupo de intolerância na autoria do crime", informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).


O ano de 2016 nos esbanjou com exemplos e lições que poderiam evitar a morte de Luis. Quantas vezes neste ano não lamentamos as incontáveis tragédias? Ainda lembramos do atentado no mês de junho na Pulse, uma boate gay em Orlando, palco do maior massacre de homossexuais dos últimos tempos?

Lembra-se dos pedidos por mais compaixão e mais amor nas redes sociais com a morte de dezenas de sírios? É difícil se lembrar dos gritos por um "país melhor e mais justo" nos protestos contra a corrupção? Ou quem sabe as incontáveis mortes inesperadas que ocuparam os 12 meses deste ano?

O ano foi recheado de episódios para evoluirmos, para deixarmos os pré-conceitos para trás. Mas aí vemos Luis, estirado no chão, mostrando-nos que tudo foi em vão. No começo desta semana derradeira, só nos basta pedir desculpas: não aprendemos nada com 2016.

http://www.brasilpost.com.br/edgar-maciel/luiz-assassinato-homossexual_b_13861046.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

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