segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Exame constata que sangue na fronha de Getúliao Vargas é de mulher


Segundo teste do Museu da República, objeto pode não ser verdadeiro. Peça iria a leilão no ano passado

FRANCISCO EDSON ALVES

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Racismo a gente vê na Globo


Sempre que a vinheta carnavalesca da Globo é exibida na televisão, o Brasil reafirma sua herança racista e misógina. Ainda mais preocupante é que poucos parecem se incomodar com o racismo explícito



Por Jarid Arraes na Revista Fórum


No Brasil, impera a ilusão de uma convivência racial harmoniosa, segundo a qual pessoas de diferentes cores e miscigenações conviveriam na mais perfeita paz, sem que suas características físicas jamais se tornassem alvo de discriminação. No entanto, esse discurso cai por terra facilmente: o racismo brasileiro está vivo e, de fato, é tão bem aceito na sociedade que questioná-lo soa como um ultraje. Um exemplo dessa realidade é a existência do Globeleza, quadro da Rede Globo que exibe mulheres negras – chamadas por eles de “mulatas” – no período do carnaval.
Não é difícil compreender onde mora o racismo do Globeleza: a Rede Globo seleciona somente mulheres negras para que representem a sexualidade do Carnaval, que, como sabemos, está relacionada ao sexo considerado “promíscuo”; ou seja, ano após ano, a mulher negra é associada a um objeto sexual descartável, que representa uma sexualidade compulsiva, sem que possua qualquer valor fora desse papel. Essa é uma mentalidade racista que existe desde os tempos de escravidão, quando mulheres negras escravizadas eram estupradas por homens brancos, que mantinham seus casamentos com mulheres brancas, mas usavam as negras de forma abusiva e violenta.
Sempre que a vinheta carnavalesca da Globo é exibida na televisão, o Brasil reafirma sua herança racista e misógina. Ainda mais preocupante é que poucos parecem se incomodar com o racismo explícito. É possível até ouvir posicionamentos moralistas, de pessoas que repudiam o quadro por seu conteúdo de nudez, mas dificilmente denunciarão a problemática racial e os prejuízos que a Globo vem causando às mulheres negras todos os anos.
As críticas feitas contra o Globeleza não são recentes. Tanto o movimento negro quanto o feminista já elaboraram teorias e protestos de longa data no constante esforço de eliminá-lo. Os estereótipos racistas e machistas, afinal, se repetem bastante. Toda a polêmica envolvendo o seriado Sexo e as Nêgas, de Miguel Falabella, é mais um exemplo do padrão racista da televisão brasileira, tão fortemente utilizado pela Rede Globo.
Eliane Oliveira, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros (NEIAB), é categórica em sua análise: o Globeleza e a série Sexo e as Nêgas repetem os mesmos papéis destinados às mulheres negras. “Uma permanência da relação com o sexual, com o exótico. É racismo e machismo misturado, me parece que não conseguem perceber nós negras para além da cama, um estigma colonial que não desaparece, que não é superado, os sinhôs e sinhás achando que a preta está ali para servir, a seu bel prazer”.

Engana-se profundamente quem pensa que a posição de Globeleza só traz frutos positivos para a mulher escolhida. O caso de Nayara Justino, escolhida como Globeleza por voto popular pela programação da Globo, escancara a perversidade por trás desse quadro: Nayara foi eleita pelos telespectadores e foi coroada como musa do carnaval, mas logo passou a receber ataques e ofensas racistas, principalmente pela internet. O discurso repetido discriminava Nayara por ter a pele muito escura e não possuir traços faciais considerados delicados.
Por causa do racismo do público, a Rede Globo empurrou Nayara para a geladeira e fez de tudo para escondê-la, o que a levou a cair em depressão. Para 2015, a Globo elegeu uma nova “mulata”: a paulista Erika Moura, que tem a pele mais clara e a aparência física mais próxima do padrão negro que a emissora permite ser mostrado em sua telinha. “A Erika é linda e pelo que sei, a seleção foi feita dentro das escolas de samba. A Nayara também é linda e foi escolhida pelo voto popular. A meu ver, o problema está na padronização ou estereotipia da mulher negra aceitável para a tela da TV. Ou seja, tem negra que pode e negra que não pode. Alguém com os traços marcadamente negros, tom de pele mais escuro, lábios grossos e nariz redondo não passa pelo crivo racista do público brasileiro”, explica Oliveira.
Segundo Oliveira, tanto Erika quanto Nayara são mulheres negras e lindas, sem que uma seja mais ou menos bela que a outra – o problema é a tentativa da emissora de embranquecer a beleza negra para aproximá-la do padrão europeu. “Basta ver como anunciam a nova escolhida: ‘uma morena linda’”, exemplifica. Ela ainda explica que o padrão racial da Globo é o padrão racial dos brasileiros, que parecem não entender que 50% da população do país é negra. “A impressão que tenho é de que nós não existimos como telespectadores nem como consumidores, não precisamos nos ver representados, pois apenas o desejo, o gosto, o dinheiro do branco é que conta. Vivemos essa falácia de branqueamento há séculos e não conseguimos nos livrar desse ranço, o colorismo é a herança que parece não ter fim”, lamenta.
A situação é complexa e difícil, sobretudo quando colocamos na berlinda a saúde psicológica de mulheres como Nayara Justino. Em poucos meses, a mulher que foi aclamada e aplaudida pelo público pode se tornar o alvo de chacota do país, mas ao final ainda terá de agradecer pela oportunidade concedida. Essa é uma lógica cruel, mas naturalizada. No entanto, é fundamental não se deixar ludibriar, porque não existe lado positivo no racismo e na objetificação sexual. O espaço concedido, quando construído sobre preconceito racial, pode desmoronar muito rapidamente. Mas como resolver o problema? Como lutar contra a gigante midiática e a relação de dependência que a emissora impõe aos artistas negros?
“Penso que a relação ‘Mulher negra e Carnaval’ precisa ser problematizada, pois para além de ser uma festa cultural do Brasil, o Carnaval é também uma festa comercial e a ‘mulata tipo exportação’ é mais um item a ser comercializado”, afirma Oliveira. A mulata, nesse contexto, seria a personificação da exotificação e objetificação da mulher negra. “Amo as passistas, o samba no pé, o cuidado com o corpo e a dedicação à comunidade, mas questiono por que essas mulheres não têm o mesmo destaque midiático que têm as globais que ocupam os postos de destaque nos desfiles, por exemplo”, contesta.
E as brancas?
Algumas pessoas pontuam que, apesar das duras críticas ao Globeleza, concursos com mulheres brancas, como o Miss Universo, não sofrem os mesmos protestos. Mas isso não passa de um engano, baseado na mais pura ignorância. O movimento feminista aponta, sim, o sexismo existente em concursos de beleza voltados para mulheres brancas. De fato, o Globeleza parece ser a única disputa entre negras que recebe algum destaque, já que em todas as outras competições femininas as mulheres brancas são absoluta maioria. Até mesmo na Bahia, o estado brasileiro com a maior população negra, já houve polêmicas devido à ausência de candidatas negras na seleção para o Miss Brasil.
É importante lembrar que diversas feministas negras, tais como Eliane Oliveira, não enxergam a inclusão das mulheres negras como uma solução definitiva para o problema. “Não encaro concursos de Misses de forma positiva em nenhum contexto”, salienta. “Acho esse tipo de coisa uma aberração. Qual a explicação racional para mulheres disputarem entre si quem é mais bonita? Meu feminismo não me deixa enxergar lógica numa situação em que mulheres batalhem entre si por um posto que é totalmente ilusório; beleza é subjetiva, o gosto é socialmente construído.”
Mas a exclusão das mulheres negras de concursos como o Miss Brasil tem ramificações e consequências; são resultados que explicam o Globeleza, já que essa é uma das únicas oportunidades para que as mulheres negras possam ser avaliadas como belas, ainda que de forma machista e distorcida. “O Globeleza, na minha opinião, é algo que já deveria ter desaparecido da televisão há muito tempo. Mas, ao invés disso, por termos no Brasil uma mídia seletiva e uma sociedade racista, esse é um dos poucos espaços de destaque que a mulher negra ainda consegue disputar na TV. Entendo que muitas moças almejem tal posto; afinal, quais as outras possibilidades que elas possuem na TV, ser atriz e fazer papeis subalternos?”, analisa. O fato é que falta representatividade para as mulheres negras na televisão e, mesmo quando aparecem, são colocadas em posições inferiorizadas, sem paridade ou protagonismo.
O caminho rumo à paridade é longo, mas algumas estratégias simples, porém incisivas, são sugeridas pela intelectual, que acredita que o Globeleza deve acabar. “Por qual motivo a Globo tem que ter uma musa do carnaval? Penso que quem deve ter musa são as agremiações que trabalham o ano todo para isso, e que, provavelmente, devem ter critérios de escolha que não apenas a beleza física”, considera. “O papel da emissora se resumiria a dar destaque às moças, mas por que será que não é assim? Podem me dizer que a escolhida para tal posto também acaba se beneficiando, mas acho que se não houver outros espaços para onde ela possa crescer, do estrelato para o anonimato é uma queda vertiginosa. Basta ver o que aconteceu com a belíssima Valéria Valenssa: depois de mais de dez anos como Globeleza, desapareceu da mídia e, pelo que li, entrou em depressão por ter perdido o posto de forma abrupta. Não era atriz, vivia do título, quando perdeu o posto teve que lidar com a distância dos holofotes. Sinceramente, não vejo nada de benéfico nessa situação.”
O carnaval está chegando; a Globeleza samba na televisão brasileira e mais uma vez aquelas que lutam contra o racismo recebem a hostilidade dos que se recusam a questionar os padrões. No Brasil, infelizmente o racismo machista ainda é considerado entretenimento. Na tela da TV, no meio desse povo, racismo a gente vê na Globo.

Crônicas do Dia - Festa da Carne - Frei Betto

Festa da Carne - Frei Betto
O DIA


Rio - Carnaval significa ‘festa da carne’. Outrora, uma festa religiosa. Às vésperas da Quaresma, diante da perspectiva de passar 40 dias em abstinência de carne, os primeiros cristãos fartavam-se de assados e frituras entre o domingo e a Terça-Feira Gorda. Na quarta, revestiam-se de cinzas, evocando que do pó viemos e para o pó voltaremos, e ingressavam no período em que a Igreja celebra a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Um bicho de sete cabeças !!!!


Você vai fazer um processo seletivo, vê que será exigida uma redação, depara-se com as expressões coerência, coesão e nexo coesivo. Surge um ponto de interrogação na sua cabeça.

Crônicas do Dia - Vítimas da microcefalia e do abandono


Existe uma falta de preocupação do Estado brasileiro em formar um sistema nacional efetivo de atendimento aos direitos básicos das pessoas com deficiência


Teresa Costa d'Amaral, O Globo

10 passos para escrever de forma mais eficiente


Você já experimentou a sensação de estar diante de uma tela — ou papel — em branco e não conseguir produzir sequer a primeira linha?

Neste artigo, veremos que o planejamento da estrutura de um texto é tão importante quanto o seu conteúdo.

Você já experimentou a sensação de estar diante de uma tela — ou papel — em branco e não conseguir produzir sequer a primeira linha? Você tem ideias, mas, ao mesmo tempo, sente dificuldade em transformá-las em texto?

Quem lê mais escreve melhor ?


O povo tem lido mais do que nunca. O fluxo é tanto que a qualidade ficou para trás. Vários meios de comunicação, que deveriam ser referenciais de ortografia, não se importam.

Por que o brasileiro não lê ?

“Somos todos feitos do que os outros nos dão: primeiro nossos pais, depois aqueles que nos cercam; a literatura abre ao infinito essa possibilidade de interação com os outros e, por isso, nos enriquece infinitamente.”


-- Tzvetan Todorov (A literatura em perigo, 2009)

Vestibular e Leitura

Quem está se preparando para o vestibular deve permanecer ciente dos fatos da atualidade, do cotidiano, pois esses assuntos tornam-se fortes temas para redações, além de serem apresentados e exigidos nas questões das provas.

A Importância do hábito de ler


Existem três objetivos distintos para compreender a importância do hábito de ler, são eles: ler por prazer, ler para estudar, ler para informar-se.

Você sabe quem foi Frida Kahlo ?

Quem foi Frida Kahlo


Vítima de um terrível acidente que a prendeu sob um colete de gesso por toda a vida, a dor de Frida foi retratada em sua pintura de forma a marcar sua obra. Os auto-retratos e as representações de cenas do hospital ou de procedimentos médicos foram retratados de forma a fazer o observador partilhar da sua dor. Retratou a lápis a cena do acidente, sem respeito por regras ou perspectivas

Crônicas do Dia - Nem tudo acaba na quarta - feira - Fernando Gabeira


Acontece entre nós uma certa carnavalização da política

Artigo de Opinião - Pátria Educadora ? - Carlos Alberto Rabaça


Apesar de o acesso à Educação avançar, a universalização não é alcançada

O DIA

Fernando Pessoa e o Cinema

PEDRO JOSÉ BARROS, DE LISBOA


Se você pensa que a obra de Fernando Pessoa já não pode surpreendê-lo, ai, pense de novo. Patricio Ferrari e Claudia J. Fischer mergulharam no oceânico espólio do escritor português e trouxeram à tona documentos que comprovam o interesse de Pessoa pela sétima arte. Essa ligação não seria a de um cinéfilo, mas é visível na poesia, na correspondência, em apontamentos soltos e na escrita de argumentos.
O livro Argumentos para Filmes (lançado em Portugal pelo selo Ática, do grupo Babel), que os editores dão a conhecer nesta entrevista à CULT, reúne todo esse material e mostra também a faceta comercial pessoana, latente em projetos como a empresa Cosmopolis e a produtora Ecce Film. Pessoa queria afirmar Portugal, mas também não se esqueceu da “propaganda da boa literatura e arte brasileira na Europa”.

Crônicas do Dia - Protagonismo é essencial - Frei Betto


Sou discípulo de um prisioneiro político. Jesus morreu preso, torturado, julgado por dois poderes e condenado à morte

O DIA