sexta-feira, 29 de julho de 2016

Artigo de Opinião - Vergonha Nacional



A lei proíbe menores de beber, mas ninguém, nem os pais, a respeita. Os jovens pagam o preço por isso, e ele é alto

Entrevista - Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira


ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA

Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira é médico psiquiatra, phD em Dependência Química na Inglaterra e professor de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Dr. Mauricio de Souza Lima é médico hebiatra, coordenador do Ambulatório de Filhos de Mães-Adolescentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro da Associação Paulista de Adolescentes e do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo. 

Artigo de Opinião - A estratégia perversa da indústria do tabaco


Com a proibição da propaganda nos pontos de venda, a indústria investe pesado nestas artimanhas.

O DIA

Crônicas do Dia - Sábios e sabidos - Ana Maria Machado

Sábios e sabidos

Quem acredita em qualquer coisa que lhe dizem, é porque não tem informação. Na hora das eleições, elege qualquer um

Você sabia disso ? - Pesquisador identifica 164 textos de LIMA BARRETO assinados com pseudônimos



Crônicas, publicadas nas revistas ‘Careta’ e ‘Fon-Fon’, saem pela primeira vez em livro

Artigo de Opinião - Pai pra toda obra


Algumas leituras para os papais que são mais chegados a encarar um livrinho

O DIA

Artigo de Opinião - Cartas de Curitiba: a culpa é ... da mamãe !


Confidências de um preso na Lava Jato

O DIA

Você sabia disso - Academia Brasileira de Letras: Sem fardão nem chá das 5




A Academia Brasileira de Letras demorou para criar suas maiores tradições
Daniel Piza 

Artigo de Opinião - Ok, vamos falar sobre corrupção



Se partirmos do princípio de que é mal de origem e regra geral da sociedade por causa de um defeito coletivo, todos os corruptos poderiam ser absolvidos. A corrupção deve ser enfrentada não apenas com voluntarismo e moralismo fácil

Marcos Napolitano

Você sabia disso ? - Horas que vão ficar para a história



Como o dia histórico que abriu o processo de impeachment de Dilma Rousseff anunciou o que estaria por vir no primeiro mês de governo Temer

Maria Carolina Trevisan

Entrevista - Armando Boito Jr.

A instabilidade política vai continuar

Para o cientista político, é muito cedo para saber se o governo Michel Temer conseguirá se consolidar devido às contradições entre os diversos setores que apoiaram o impeachment de Dilma e ao crescimento da resistência popular contra o golpe

Mauricio Puls

terça-feira, 26 de julho de 2016

Editorial - Um ensino livre - Jornal O Globo

POR NOSSA OPINIÃO 25/07/2016 0:00


Mais do que senso comum, a laicidade do Estado é um princípio assegurado pela Constituição brasileira. É uma proposição consagrada nos países que se pautam pelo respeito a enunciados do Estado Democrático de Direito. Professar uma religião é algo de foro íntimo (e vale o escrito também para o seu contrário, a opção do cidadão pelo ateísmo).

Assim como não se pode obrigar alguém a aceitar a catequese, muito menos é defensável que, tendo enveredado por esse caminho enviesado, qualquer organismo público dele se valha para impor uma determinada linha de pensamento religioso. Esse o cuidado que o legislador procurou marcar na Carta de 1988, e ao qual o poder público, por seus órgãos, deve obediência.

Da mesma forma, o pressuposto da autodeterminação do indivíduo deve ser obedecido na Educação. Assim como o respeito constitucional à cidadania, no que tange à fé religiosa (ou à sua negação) implica obrigatoriamente a dissociação entre Deus e Cesar, a escola, por princípio, também precisa estar livre da contaminação ideológica de qualquer matiz. As salas de aula são um território do livre pensar, e como tal não podem ficar condicionadas a dogmas, a limitações do conhecimento plural.

Tal circunstância, no entanto, parece distante da realidade educacional de um país em que o ensino tem se deixado influenciar pelo sectarismo ideológico que faz do debate do que seria uma escola democrática, neutra, um pernicioso exercício de proselitismo. Se de um lado há aqueles que professam uma doutrinação em que se relativizam valores absolutos (como a democracia, por exemplo), de outro se juntam grupos que aplicam o relativismo ao conceito, também absoluto, do conhecimento, que não pode ser limitado por ideias dogmáticas, monasticismos ou qualquer outro valor que reduza o seu alcance.

Neste último aspecto, é preocupante a mobilização, em especial ao nível do Legislativo de todo o país, em torno de projetos como o Escola Sem Partido, que visam, explicitamente ou não, a tolher o professor (e consequentemente reduzir o universo cultural do aluno) no seu papel de fazer das salas de aula um espaço de ampliação do saber. Isso pressupõe dar ao estudante o direito de formar a própria opinião, sem lhe negar o acesso às ideias de pensadores importantes na grande aventura de apreender a história da formação humana — seja na obra de Marx ou Adam Smith, na de historiadores como Hobsbawm ou de filósofos como Heidegger.

Nessa linha, há até propostas, risíveis, para tipificar em lei o “crime” de doutrinar alunos em sala de aula. Impor um índex às escolas é perigoso fator de inibição do conhecimento. Combater essa linha de pensamento é tão necessário para a democracia — inclusive no que respeita ao direito do aluno à opção (ideológica, política, cultural, de credo etc.), para tanto lhe fornecendo, de forma neutra, elementos de todos os espectros do pensamento — quanto pugnar contra a pregação que procura lhe empurrar valores (políticos, comportamentais, culturais) monocromáticos. Educação livre não comporta totalitarismos.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/um-ensino-livre-19769747#ixzz4FYUVlBv9

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Você sabia disso ? - Palavras de origem africana no vocabulário brasileiro

Afora o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Equatorial, que adotou o idioma como oficial recentemente. Timor-Leste é o único a ter o Português como língua oficial na Ásia. Nossos irmãos africanos fazem parte do PALOP, acrônimo que significa justamente Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Tudo obra de Portugal, responsável por essa bagunça chamada lusofonia (o conjunto dos países que possuem Português como língua oficial) que acabou dando seu jeito de seguir caminho. Mas, diferente do Brasil, onde línguas nativas ficaram restritas a suas tribos indígenas, nos países euro-colonizados da África, ainda se falam línguas nativas (nagô, ioruba, quicongo, umbundo e quimbundo). Só pra constar.


Rolou uma marmota por parte dos invasores que misturavam africanos de diversos países e culturas (sim, porque África é um extenso continente com 54 países culturalmente diversificados e não um país restrito de miséria como a grande mídia te acostumou a ver) com intenções de que com a confusão cultural, eles não pudessem se unir entre si para se rebelar. Até certo ponto, rolava, como ainda acontece, de haver desunião entre as classes menos abastadas da sociedade, mas isso não significou a morte por abandono dessas línguas. Ao contrário, a partir dali, surgiria uma cultura praticamente nova com os elementos que sobreviveram ao tráfico negreiro. Muita coisa de nossa cultura vem de África e dos africanos que foram sequestrados para cá (dos quais descendemos em maioria, já que no auge do crime da escravidão, a população negra era, como se manteve, maioria).

A linguagem é um dos pontos altos das coisas cotidianas que trazemos do continente-mãe. E como a cultura negra é a essência do Samba, ou seja, é a raiz do Samba, então, não falar necessariamente do samba musical não é fugir do foco, não é mesmo? Então, vamos a um dicionário improvisado que fui reunindo em diversos sites educacionais e culturais internet afora. Você vai notar que muitas dessas palavras, tu tá aí falando adoidado todo dia e nem sabe que vêm de dialetos línguas (valeu a dica, Niyi) africanas. Muito interessante, pois somos acostumados a não buscarmos o passado, como se o jornal da TV já bastasse pra gente estar informado. Mas é pegar num livro, num artigo de internet e a gente voa no conhecimento. Veja aí que nem só dentro do samba e do candomblé estão palavras africanas da diáspora. Use e abuse do CTRL+F e saia buscando suas palavras mais usadas e/ou preferidas, porque tem coisas muito interessantes nesse “dicionário” que eu montei na base do ‘cataqui/catali’. Rá! (Lembrando que como foi uma pesquisa de internet, algumas coisas podem não estar condizentes, mas eu atualizo conforme me avisam, ok?).


A

ABADÁ – Túnica folgada e comprida. Atualmente, no Brasil, é o nome dado a uma camisa ou camiseta usada pelos integrantes de blocos e trios elétricos carnavalescos.

ABARÁ – Quitute semelhante ao acarajé. A massa feita de feijão fradinho e os temperos são os mesmos. Os bolinhos envoltos em folhas de bananeira são cozidos em banho-maria.

ACARÁ – Peixe de esqueleto ósseo.

ACARAJÉ – Bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e servido com camarões secos.

AFOXÉ –  Dança, semelhante a um cortejo real, que desfila durante o carnaval e em cerimônias religiosas.

AGOGÔ – Instrumento musical formado por duas (ou três) campânulas ocas de ferro.

ALUÁ – Bebida feita de milho, arroz cozido ou com cascas de abacaxi.

AMUO  – sm. Mau humor passageiro, revelado no aspecto, gestos ou silêncio; arrufo, calundu.

ANGOLA – Nome dado a uma das mais conhecidas modalidades do jogo de capoeira e, também, a um dos cinco países africanos de língua portuguesa.

ANGU – Massa de farinha de milho ou de mandioca. Angu-de-caroço: Coisa complicada.

AXÉ – Saudação; força vital e espiritual.

AZOEIRA – Barulhada, zoeira, bagunça.

B

BABÁ – Ama-seca; pessoa que cuida de crianças em geral; pai-de-santo; a origem é controvertida sendo, para alguns estudiosos originária do quimbundo, e para outros do idioma iorubá.

BABACA – Tolo; boboca.

BAGUNÇA – Baderna, desordem.

BALANGANDÃS  – Enfeites,originalmente de prata ou de ouro, usados em dias de festa.

BAMBAMBÃ ou BAMBA – Maioral, bom em quase tudo que faz.

BAMBERÊ – Cantiga de ninar entoada por negras velhas da Região Amazônica. (“Bamberê, bamberá / criança que chora quer mamá / Moça que namora quer casá / Galinha que canta quer botá / Bamberê, bamberá)

BAMBOLÊ – Aro de plástico ou metal usado como brinquedo.

BANCAR – Fazer o papel de; fazer-se de.

BANGÜÊ – Padiola de cipós trançados na qual se leva o bagaço da cana.

BANGUELA – Desdentado. Os escravos trazidos do porto de Benguela, em Angola, costumavam limar ou arrancar os dentes superiores.

BANGULÊ  – Dança de negros ao som da puíta, palma e sapateados.

BANTO  – Nome do grupo de idiomas africanos em que a flexão se faz por prefixos.

BANTOS – Povos trazidos do sul da África, principalmente de Angola e Moçambique, que espalharam sua cultura, idiomas e modos.

BANZAR – Meditar, matutar.

BANZÉ – Confusão.

BANZO – Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal.

BAOBÁ – Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes mágicos.

BATUQUE – Dança com sapateado e palmas, com som de instrumentos de percussão. É uma variante das rodas de capoeira, praticada pelos negros trazidos de Angola para o interior da Bahia. No sul do Brasil, é sinônimo de rituais religiosos e, no interior do Pará, é uma espécie de samba.

BERIMBAU – Instrumento musical, composto de um arco de madeira com uma corda de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de ressonância.

BIRITA – Cachaça; gole de cachaça.

BITELO – Grande; de tamanho exagerado.

BOBÓ – Um tipo de purê feito de aipim ou inhame.

BOCA-DE-PITO – Pitada; tragada em cigarro, charuto ou cachimbo; disposição para fumar provocada pela ingestão de café ou bebida alcoólica.

BOMBA – Certo doce de forma cilíndrica ou esférica feito de massa cozida e glaçado na parte superior.

BOROCOXÔ – Molenga. Entristecido.

BRUACA –  Espécie de mala ou sacola que se levava no lombo de animais.

BUGIGANGA – Objeto de pouco ou nenhum valor ou utilidade.

BUNDA – Nádegas, na língua falada pelos bundos de Angola.

BÚZIOS – Conchas marinhas usadas antigamente na África como moedas e, em nossos dias, em cerimônias religiosas e em jogos de previsão.

C

CAÇAMBA – Balde para tirar água de um poço; local onde se depositam detritos.

CACHAÇA – Bebida alcoólica; pinga; durante muito tempo, os negros escravizados, banhados em suor, giravam manualmente as rodas dos engenhos de açúcar e, do vapor originário da fervura do caldo da cana, escorria pela parede e pingava do teto (daí o porque o nome “pinga”)a bebida de sabor clássico, que ardia nos olhos e foi batizada de “pinga”.

CACHIMBO – Tubo de fumar, com um lugar escavado na ponta para se colocar o tabaco.

CACIMBA – Poço ao ar livre, onde se retém a água da chuva para diversas finalidades. Cova que recolhe água de terrenos pantanosos.

CAÇULA – O mais novo.

CACULÉ – Cidade da Bahia.

CACUNDA – Corcunda. Corcova. Costas.

CAFIFE – Diz-se de pessoa que dá azar.

CAFOFO – Lugar que serve para guardar objetos usados; nos dias atuais, serve também para designar moradia pequena, mas aconchegante.

CAFUÁ – Esconderijo. Casebre.

CAFUCA – Centro; esconderijo.

CAFUCHE – Irmão do Zumbi.

CAFUCHI – Serra.

CAFUNDÓ – Lugar afastado, de acesso difícil.

CAFUNÉ – Coçar a cabeça de alguém.

CAFUNGÁ – Pastor de gado.

CAFUZO – Mestiço de negro e índio.

CALANGO – Lagarto. Dança afro-brasileira.

CALOMBO – Inchaço. Quisto, doença.

CALUMBÁ – Planta

CALUNDU – sm. Mau humor; amuo.

CALUNGA – sf. 1. Coisa qualquer de tamanho reduzido. 2. Boneco pequeno. O mar; boneca carregada pelas damas do paço nos desfiles de reis e rainhas dos Maracatus de nação em Pernambuco; símbolo da realeza e do poder dos ancestrais.

CAMUNDONGO – Rato pequeno.

CANDOMBLÉ – Casas ou terreiros de diferentes nações – Angola, Congo, Jêje, Nagô, Ketu e Ijexá – onde são praticados os rituais trazidos da África. Esses cultos são dirigidos por um Babalorixá (pai-de-santo) ou por uma Ialorixá (mãe-de-santo). Um dos mais tradicionais é o de Gantois,em Salvador, na Bahia. No passado, o candomblé foi muito perseguido.

CANDONGA – Intriga, mexerico.

CANGA – Tecido com que se envolve o corpo. Peça de madeira colocada no lombo dos animais.

CANJERÊ – Feitiço, mandinga.

CANJICA – Papa de milho verde ralado.

CAPANGA – Guarda-costas. Bolsa pequena que se leva a tiracolo.

CAPENGA – Manco. Com andar de bêbado.

CAPOEIRA – Jogo de corpo, agilidade e arte, que usa técnicas de ataque e de defesa com os pés e as mãos. As rodas são acompanhadas por palmas, pandeiros, chocalhos, berimbaus e cânticos de marcação.

CARIMBO – Instrumento de borracha. Marca. Sinal.

Carimbó – Tipo de dança afro-brasileira originária da região norte do Brasil.

CARURU – Iguaria da culinária afro-brasileira, feita com folhas, quiabos e camarões secos.

CASSANGUE – Grupo de negros da África.

CATIMBA – Manha. Astúcia.

CATIMBAU – Prática de feitiçaria.

CATINGA – Fedor; mau cheiro.

CATITA – Pequeno, baixo, miúdo. Nome dado no Nordeste a um ratinho novo.

CATUNDA – Sertão.

CATUPÉ – Cortejo afro-mineiro. As fardas de seus integrantes são enfeitadas de fitas, sendo que dançam e cantam acompanhados por instrumentos de percussão.

CAXAMBU – Grande tambor usado na dança harmônica.

CAXANGÁ – Jogo praticado em círculo. Os versos de uma velha cantiga, baseada nessa brincadeira, são bem populares.

CAXIXÍ – Chocalho pequeno feito de palha.

CAXUMBA – Inflamação das glândulas salivares.

CAZUMBÁ – Negro velho, personagem do Boi-Bumbá paraense.

CAZUMBI – Alma penada.

CHILIQUE – Desmaiar. “Ter um troço”.

CHUCHU – Fruto comestível.

COCHILAR – Breve soneca. Sono leve.

CONGADAS ou CONGOS – Danças dramáticas com enredo e personagens característicos, como reis, rainhas, príncipes, princesas, embaixadores, chefes de guerra e guerreiros, que se despedem, no final das apresentações, cantando.

COQUE – Bater na cabeça com o nó dos dedos. Tipo de penteado onde o cabelo é todo preso num arranjo único no alto da cabeça; há uma corrente que acredita ser o nome proveniente do inglês “cock”, que significa galo, e outra que associa o nome a barulho que é feito e também ao “galo” na cabeça.

CUBATA – Choça de pretos; senzala. Palhoça

CUÍCA – Instrumento musical que emite um ronco peculiar.

CUMBA – Forte, valente.

CUMBE – Povoação em Angola.

D

DENDÊ – Fruto de uma palmeira (dendezeiro), de onde é extraído o azeite.

DENGO – Gesto de carinho. Manha, birra.

DENGOSO – Manhoso. Chorão.

DIAMBA – Um tipo de erva alucinógena.

E

EBÓ – Oferenda feita aos orixás para se resolver os mais diferentes desejos e problemas.

EFÓ – espécie de guisado de camarões e ervas, temperado com azeite de dendê e pimenta.

EMBALAR – Acalentar; balançar; fazer adormecer.

EMPACAR – Não continuar. Não prosseguir. Diz-se quando o animal firma teimosamente as patas para não prosseguir viagem.

ENCABULAR – Envergonhar-se. Ficar vexado por algum motivo.

ENGABELAR – Enganar. Iludir jeitosamente. Trapacear. Engodo. Embuste.

ESCANGALHAR – Desordem. Confusão. Desmantelo. Dano causado por estrago.

ESPANDONGADO – Desajeitado. Defeituoso. Arruinado. Desarrumado. Relaxado. Descomedido. Arreliado.

EXU – Divindade que é considerada o intermediário entre o Céu e a Terra. Aquele que está em todos os lugares. Dono das encruzilhadas. Representa a ambivalência humana, os comportamentos e desejos contraditórios.

F

FAROFA – Mistura de farinha com água, azeite ou gordura.

FOFOCA – Intriga. Mexerico

FUÁ – Briga. Rolo. Desordem. Intriga. Diz-se também do eqüino arisco.

FUBÁ: Farinha de milho.

FULEIRO – Reles. Ordinário. Sem Valor. Farrista.

FULO: Irritado. Zangado.

FURDUNCIO – Também pronunciado e escrito como “Forduncio”, significa festança popular. Divertir-se com alarido. Barulho. Desordem.

FUNGAR – Fazer ruído com o nariz ao inspirar o ar. Assoar o nariz. Coriza na fossa nasal. Fuçar.

FUTUM – Mau cheiro. Fedor. Peixe morto na superfície da água.

FUXICO – Falar mal dos outros. Artesanato popular feito com pedaços de panos. Costurar superficialmente. Alinhavar. Amarrotar.

FUZARCA – Farra. Desordem. Bagunça.

FUZUÊ – Festa. Confusão. Turbilhão nas águas de um rio.

G

GALALAU – Pessoa muito alta.

GAMBÉ – Designação de um policial na gíria dos travestis, menores e delinqüentes em geral.

GANDAIA – Farra. Bagunça. Vadiagem. Ofício de trapeiro. Pessoa sem préstimo. Inerte.

GANGA ZUMBA – Título dado aos chefes guerreiros. Um dos mais famosos líderes da confederação de Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas.

GANZÁ – Chocalho.

GARAPA – Caldo da cana. Bebida formada pela mistura de mel-açúcar-água.

GERINGONÇA – Coisa malfeita e de duração precária. Objeto ou coisa estranhos cujo nome e finalidade não se conhece.Ginga – Bamboleio. Balanço com o corpo. Dançar com o corpo ao som de uma música ou instrumento. Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol. Sacerdotisa do culto Omolocô. Remo que se usa para fazer a embarcação balançar.

GINGA – Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol.

GOGÓ – Pomo-de-Adão. Garganta. Laringe

GONGUÊ – Instrumento musical semelhante ao agogô.

GOROROBA – Comida feita com restos de diversos alimentos. Diz-se também do indivíduo lento, molengão ou covarde.

GRIGRI – Amuleto que protege o seu possuidor.

GUANDU – O mesmo que andu (fruto do anduzeiro), ou arbusto de flores amarelas, tipo de feijäo comestível.

GUIMBA – Resto ou ponta do cigarro.

H

HÃ – Interjeição de surpresa, espanto ou de admiração entre os Iorubás. Manifestação de incompreensão. Não entendimento.

I

IAIÁ – Tratamento dado às moças e meninas na época da escravidão. Na Luanda antiga, era o tratamento respeitoso que as filhas e netas dos escravos davam às patroas.

IEMANJÁ: deusa africana, a mãe d’água dos iorubanos.

IMPALA – Espécie de antílope africano. O nome batizou também um modelo de automóvel da Chevrolet.

IMPLICAR – Provocar. Amolar. Intrometer. Contender. (Atualização, a etimologia da palavra vem do Latim).

INHAME – Designação comum de um tipo de tubérculo comestível menor que a mandioca; homem de corpo defeituoso. Coisa ou objeto disforme ou deformada.

IORUBANO – Habitante ou natural de Ioruba (África).

J

JABÁ – Suborno oferecido a programador de emissora de rádio ou televisão para que inclua na programação determinada obra musical. Certo tipo de abóbora.

JABACULÊ – Gorgeta. Propina. Dinheiro.

JAGUNÇO – Capanga. Combatente das forças de Antonio Conselheiro na Guerra de Canudos. Cangaceiro.

JEGUEDÊ – Dança negra.

JERERÊ – Nome dado ao cigarro de maconha. Faísca. Centelha.

JERIBATA – Álcool; aguardente.

JILÓ – Fruto verde de gosto amargo.

JONGO – Dança tradicional afro-brasileira.

L

LAMBADA – Golpe dado com o chicote, tabica ou rebenque. Copo ou gole de bebida alcoólica. Dança de salão de origem amazônica. Significa bater, castigar, ferir, atingir com golpe ou pancada.

LAMBANÇA – Desordem. Sujeira. Serviço malfeito. Embuste. Trapaça em conversa ou jogo.

LAMBÃO – Indivíduo que não sabe lidar com as coisas sem sujar-se.

LAMBUJA – Vantagem que um jogador concede ao parceiro ou rival. Aquilo que se ganha ou dá além do combinado.

LAPADA – Lambada. Bofetada. Espécie de pá semelhante ao remo.

LARICA – Apetite desenfreado após a ingestão da maconha. Dificuldade. Aperto. Apuro.

LENGA-LENGA – Conversa, narrativa ou discurso enfadonho.

LERO-LERO – Conversa fiada. Palavreado vazio.

LIBAMBO – Bêbado (pessoas que se alteram por causa da bebida).

LUNDU – Primitivamente dança africana.

M

MAASSAGANA – Confluência, junção de rios em Angola.

MACULELÊ – Folguedo popular de origem baiana, misto de jogo de dança com bastões ou facões.

MACUMBA – Nome pejorativo dado aos cultos afro-brasileiros. Audaz. Ousado. Certo tipo de reco-reco. Cada uma das filhas de santo nos terreiros de origem Banta. Antigo jogo de azar. Antiga denominação que se dava à maconha.

MACUMBEIRO – adj. sm. Diz-se de, ou praticante da macumba. .

MALUCO – Alienado mental. Endoidecido.

MALUNGO – Título que os escravos africanos davam aos que tinham vindo no mesmo navio; irmão de criação.

MAMONA – Fruto da família das esforbiáceas. Rícino.

MAMULENGO – Fantoche. Teatro de fantoches.

MANDINGA – Bruxaria. Feitiço. Talismã. Qualidade de jogo de capoeira.

MANGAR – Zombar. Caçoar.

MANGUE – Comunidade geográfica localizada em áreas onde o solo é formado por uma lama escura e mole. Terreno lamacento.

MANHA – Choro infantil sem causa. Birra. Malícia. Ardil. Artimanha. Habilidade manual.

MARACATU – sm. Oriundo da região do Estado de Pernambuco (PE), é um cortejo carnavalesco que segue uma mulher que, num bastão, leva uma bonequinha enfeitada, a calunga. 2. Certo tipo de dança afro-brasileira. Em Recife/PE, os maracatus de nação representam embaixadas africanas com todo o séquito real.

MARACUTAIA – Trapaça. Embuste. Engodo. Golpe.

MARAFA(O) – Vida desregrada. Licenciosa. Cachaça. Vinho. Diz-se também do tipo de vida, por exemplo: “Viver na marafa…”, viver entregue ao vício da bebida e da vadiagem.

MANO – Tratamento respeitoso entre os antigos sambistas cariocas (“Mano” Elói, “mano” Décio etc.). Irmão.

MARIMBA– Peixe do mar. 2. Artifício de amarrar uma linha a algum objeto (pedra, garrafa, etc) para resgatar pipas onde não se alcança com as próprias mãos (RJ).

MARIMBONDO – Certo tipo de vespa.

MATUTO – Indivíduo que vive no mato. Na roça. Pessoa ignorante e ingênua.

MAXIXE – Fruto do maxixeiro. Certo tipo de chuchu espinhoso. Dança brasileira de salão.

MIÇANGA – Conta de vidro miúda. Ornatos feitos com esse tipo de conta. Colar.

MILONGA – Desculpas descabidas. Manhas. Dengues. Mexericos. Intrigas. Feitiço. Sortilégio Bruxedo. 2. Música e dança de origem platina.

MINGAU – Papa de farinha de cereais com leite, açúcar e outros ingredientes. Em língua oeste-africana, era um tipo de milho cozido em água e sal. Na linguagem Banta, é o ato de molhar o pão no pirão ou molho. (Retificação: Esta palavra vem do Tupi).

MOCAMBO – Cabana. Palhoça. Habitação miserável. Couto de escravos fugidos na floresta.

MOCHILA – Alforge. Bornal que se leva às costas.

MOCORONGO – Mulato escuro. Caipira. Indivíduo natural de Santarém/PA. Palhaço da folia de reis. Mosquito transmissor do impaludismo.

MOCOTÓ – Pata de bovino utilizada como alimento. Tornozelo.

MOLAMBO – Trapo. Pano velho rasgado ou sujo. Roupa esfarrapada. Indivíduo fraco e sem caráter. Corpo velho, cansado, moído.

MOLENGA – Mole. Indolente. Preguiçoso. Medroso e covarde.

MOLEQUE – Negrinho. Indivíduo irresponsável. Canalha. Patife.

MONDONGO – Indivíduo sujo e desmazelado. Boneco de pano sem governo.

MONGO – Sujeito bobo. Moleirão. Débil mental.

MOQUECA – Guisado de carne ou peixe tradicional da culinária afro-brasileira.

MORINGA – Garrafão ou bilha de barro para conter e refrescar água potável. Cântaro.

MUAMBA – Cesto ou canastra para transporte de mercadorias. Furto de mercadorias nos portos. Contrabando. Negócio escuso. Do Quimbundo: Carga.

MUCAMA – Escrava doméstica. Concubina. Escrava que era amante do seu senhor.

MULUNGA – Árvore.

MUNGUZÁ – Iguaria feita de grãos de milho cozido, em caldo açucarado, às vezes com leite de coco ou de gado. O mesmo que canjica.

MUQUIFO – Lugar sujo e em desordem. Palavra ligada ao Kicongo, significa também latrina. Casebre. Choupana

MURUNDU – Montanha ou monte; montículo; o mesmo que montão.

MUTAMBA – Árvore.

MUTRETA – Trapaça. Confusão.

MUVUCA – Confusão. Algazarra.

MUXIBA – Pelanca. Pedaços de carne magra. Retalhos de carne que se dá aos cães. Mulher feia. Bruxa. Seios flácidos de mulher.

MUXINGA – Açoite; bordoada.

MUXONGO – Beijo; carícia.

N

NENÊ – Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do Umbundo “nene”, que quer dizer pedacinho, cisco.

O

ODARA – Bom. Bonito. Limpo. Branco. Alvo.

OGUM ou OGUNDELÊ – Deus das lutas e das guerras.

ORIXÁ– Divindade de religiões afro-brasileiras. Divindade secundária do culto jejênago, medianeira que transmite súplicas dos devotos suprema; divindade desse culto; ídolo africano.

P

PAMONHA – Certo tipo de iguaria derivada do milho. Diz-se também da pessoa molenga. Inerte. Desajeitada. Preguiçosa. Lenta.

PATOTA – Turma. Grupo.

PENDENGA – Litígio. Rixa. Contenda.

PERRENGUE – Dificuldade ou aperto financeiro. Diz-se também da pessoa fraca. Covarde. Animal imprestável.

PIMBA – Pênis de menino

PINDAÍBA – Falta de dinheiro. Miséria feia. (Atualização: Esta palavra é de origem Tupi).

PINGA – Aguardente extraída do caldo da cana.

PIRÃO – Papa grossa de farinha de mandioca. (Atualização: Esta palavra é de origem Tupi).

PITO – Cachimbo. Cigarro. Repreensão. Censura. Dar bronca.

PITOCO – Objeto ou utensílio o qual já falta uma parte essencial. Parte amputada ou a restante no corpo humano.

PUITA: corpo pesado usado nas embarcações de pesca em vez fateixa.

Q

QUEIMANA – Iguaria nordestina feita de gergelim .

Quenga – Guisado de quiabo com galinha. Mulher prostituída. Meretriz.

QUENGO – Cabeça. Região próxima da nuca.

QUIABO – Fruto de forma piramidal, verde e peludo.

QUIBEBE – Papa de abóbora ou de banana.

QUIBUNGO – Invocado nas cantigas de ninar, o mesmo que cuca, festa dançante dos negros.

QUILOMBO – Valhacouto de escravos fugidos. 2. Quer dizer acampamento ou fortaleza. Folguedo popular alagoano em forma de dança dramática.

QUIMBEBÉ – Bebida de milho fermentado.

QUIMBEMBE – Casa rústica, rancho de palha.

QUIMGOMBÔ – Quiabo.

QUINDIM – Doce feito com a gema do ovo, côco e açúcar. Na Bahia significa também meiguice, dengo, encanto, carinho.

QUITUTE: Comida fina, iguaria delicada. Iguaria. Acepipe. Canapé.

QUIZÍL(I)A – Antipatia ou aborrecimento. Ojeriza. Aversão. Implicância.

QUIZUMBA – Confusão. Briga.

R

REQUENGUELA – Engelhado. Encolhido. Tímido. Fraco. Sem substância.

S

SAMBA – Dança cantada de origem africana de compasso binário (da língua de Luanda, semba = umbigada). Nome genérico de um ritmo de dança afro-brasileiro.

SAPECA – Diz-se de moça muito namoradeira ou assanhada. Diz-se também da criança muito arteira.

SARAPATEL – Guisado feito com sangue e miúdos de certos animais, especialmente o porco.

SARARÁ – Alourado. Arruivado.

SARAVÁ – Palavra usada como saudação nos cultos afro-brasileiros, significa “salve”.

SENZALA: alojamento dos escravos.

SERELEPE – Vivo. Buliçoso. Astuto. Esperto.

SOBA – Chefe de trigo africana.

SONGAMONGA – Pessoa dissimulada. Sonsa. Débil. Boba.

SOVA – Dar pancadas com a mão. Espancar.

T

TAGARELA – Pessoa que fala muito e à toa.

TANGA – Pano que cobre desde o ventre até as coxas.

TANGO – Dança argentina popularizada no Brasil, proveniente do espanhol “tango” e do Kimbundo “tangu” (pernada), que era uma forma de bailado de negros ao som de tambores e outros instrumentos.

TRAMBIQUE – Negócio fraudulento. Vigarice. Logro.

TRIBUFÚ – Maltrapilho. Negro feio.

TU – Diz-se do negro tido como sendo bruto. Boçal. Grosseiro. Oposto ao negro bom e passivo; “…Este samba/que é misto de maracatú/é samba de preto velho/ samba de preto TÚ…”; Pode ser também uma redução de Bantú.

TUNDA – Surra. Sova. Crítica severa.

TUTANO – Substância mole e gordurosa no interior dos ossos.

TUTU –  Maioral. Manda-chuva. Indivíduo valente e brigão. Feijão cozido e refogado ao qual se vai adicionando farinha até dar a consistência de pirão. Dinheiro. Grana.Suborno. 2. Iguaria de carne de porco salgada, toicinho, feijão e farinha de mandioca.

U

URUCUBACA – Azar. Má sorte. Diz-se também de uma praga rogada por pessoa inimiga.

URUCUNGO –  sm. Berimbau (instrumento musical).



V

VATAPÁ – sm. Da culinária (comida), iguaria de origem africana, à base de peixe ou galinha, com camarão seco, amendoim etc., temperada com azeite de dendê e pimenta.

X

XARÁ – Pessoa que tem o mesmo nome que outra.

XENDENGUE: magro, franzino.

XEPA – As últimas mercadorias vendidas nas feiras livres, mais baratas e de qualidade inferior. Sobras. Coisa inferior.

XODÓ – Amor. Sentimento profundo que se demonstra por algo ou alguém. Carinho.

Z

Zabumba – Tambor grande. Bumbo.

ZAMBI ou ZAMBETA: cambaio, torto das pernas. zumbi: sm. Fantasma que vaga pela noite, segundo lenda afro-brasileira. Nota: Nome do herói nacional Zumbi dos Palmares.

ZANGAR – Causar zanga (de zangado). Mau humor. Birra. Irritação. Diz-se também de coisa estragada ou azeda.

ZANZAR – Andar à toa. Sem destino.

ZIQUIZIRA – Doença ou mal-estar cujo nome não se conhece.

ZOEIRA – Conhece-se também por Azueira. Algazarra. Falatório.

ZOMBAR – Tratar com descaso. Escarnecer. Gracejar.

ZUNZUM – Boatos. Cochichos. Mexericos.

https://raizdosambaemfoco.wordpress.com/2015/07/17/palavras-de-origem-africana-no-vocabulario-brasileiro/