Griot é como são chamados, em alguns povos da África, os contadores de histórias. Possuem uma função especial que é a de narrar as tradições e os acontecimentos de um povo. O costume de sentar-se embaixo de árvores ou ao redor de fogueiras para ouvir as histórias e os cantos, perdura até hoje. Os griots também são músicos e muitas vezes as narrativas são cantadas. O Império Mali, sob o comando de Soundjata Keita, por volta do século XIII confere importância notável a esses sábios. A construção da história de base oral é marca dos povos africanos antigos e o griot tem papel fundamental em sua estruturação.
Este Blog é uma ferramenta de trabalho do Projeto Espaço de Cultura desenvolvido e ministrado pelo professor José Henrique da Silva
domingo, 27 de dezembro de 2015
Crônicas do Dia - O rito, a ressaca e a esperança - Ruth de Aquino
Adeus, ano legislativo de 2015. Agora, nós devemos cumprir nosso rito de verão com nossas famílias, em clima de paz e na maior leveza possível, respeitando as divergências e data venia, já que juízes, senadores e deputados decidiram manter o recesso e empurrar as grandes decisões para depois das festas de Momo. Não deveriam. O momento é grave e exigiria a volta dos trabalhos em janeiro, mas os Três Poderes ainda pensam que Deus é brasileiro.
Crônicas do Dia - Um convite ao riso - Yves de La Taille
Minha carta ao Professor consistirá em fazer-lhe uma proposta de um tema a ser trabalhado na sala de aula.
Crônica do Dia - As cidades e as árvores - Flávia Lins e Silva
Já pensou ir para a escola e comer frutas pelo caminho?
O programa que mais gosto é caminhar no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, cumprimentando as árvores como se fossem velhas amigas: “Bom dia, Dona Sumaúma. Como vai, senhorita Mangueira...”
Crônica do Dia - Como eliminar índios - Frei Betto
Método atual é o descaso do poder público, também conhecido popularmente como vista grossa
O DIA
Crônica do Dia - Da Amizade - Artur da Távola
Todo mundo adora
falar bem da amizade, e com razão . Na essência, amizade é tão rara quanto
possível profunda e redentora. Mas é frágil !!! A amizade é uma ligação que
existe até ser posta á prova e quase sempre não resiste. Parece que é dos amigos
que sempre se exige a perfeição. Amigo é o que não pode errar conosco .
A amizade é a ligação que nasce da
junção e atividade de quatro circunstâncias :
1.
afinidade;
2.
interesse comum;
3.
expectativa ou esperança comum;
4.
razões inconscientes ( necessidades psicológicas ).
O homem precisa
da amizade, mas raramente sabe o que fazer com ela. Observo, ao longo dos anos,
vendo amizades murchar; como se dá o fenômeno de junção ou coincidência dos
quatro pontos acima citados e abaixo desenvolvidos.
Afinidade é uma
adivinhação, um avanço dos mecanismos sub e inconscientes sobre a maneira de
ser do próximo. É uma espécie de adiantamento de salário afetivo, percebido
pelo outro numa fagulha de iluminação. É indispensável para o estabelecimento
da amizade.
A palavra interesse
é tida como maldita, porém não pode faltar quando se trata de amizade. E
interesses os há de toda espécie. Dos nobres aos vis. Interesse comum é
fundamental para o cimento, o fomento e o fermento da amizade.
Expectativa ou
esperança comum é o outro ponto. Quem espera resultados idênticos; quem espera
mudanças, quem vive com outrem uma esperança comum aos dois ( ou muitos ) , ou
desfecho de negócios ou ideais ou propostas culturais ( tanto faz ) ; quem
viaja junto e descobre afinidades; quem participa de movimentos afins; quem
milita em qualquer organização destinada a salva os homens ou os países, vive
maior possibilidade da amizade e esta cresce quando a espera propicia uma
aproximação que muitas vezes a conquista ou a obtenção do almejado nem sempre
mantêm.
Razões
inconscientes ou necessidades psicológicas atendidas intuitivamente pela outra
parte são determinantes profundas da amizade. Buscar no amigo a complementação
de partes fracas ou mal desenvolvidas ( ainda que como tais desconhecidas ) é
afã de todos. Tais razões e necessidades são, sempre, de difícil delimitação
pois envolvem as fantasias mais obscuras de nossa mente. Mas selam amizades.
Basta que uma ou
duas dessas categorias azedem ou infeccionem para que muda a circunstância
determinante da amizade. Esta, até pode durar em nome da recordação do que foi,
porém mesmo dizendo – se, considerando – se e sendo amigas, as pessoas nunca
mais exercerão a amizade da mesma maneira. Haverá o sentimento , a recordação
prazenteira, o reconhecimento das virtudes do outro, mas tudo eco, tudo
passado, embora verdadeiro. O exercício da amizade não se fará
igual. E sem exercício , a amizade é retrato da
época ou saborosa saudade e não uma efetiva prática afetiva !
As pessoas tentam
reter o tempo da amizade supondo que são amigas quando o correto é dizer que
foram amigas sem que isso signifique que são inimigas.
Amizade é
exercício das quatro precondições formadores da circunstância. Mudando a
circunstância, as pessoas mudam , ainda que façam força para se manter amigas.
São , apenas, ecos de amizade já vivida, um cansativo esforço de recordar sua
vigência anterior.
Amizade, mesmo, no sentido
em que a palavra amigo tem um radical de ama, de amor ( radical que lhe dá
sentido oculto ) é aquela capaz de se manter quando muda a circunstância.
Amizade é o afeto que não enfraquece quando os quatro pontos não mais coincidem
. E esta é muito rara. Muito . Mas existe.
Amigo não é quem foi amigo. Amigo é quem está sendo amigo .
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