Polícia Civil abre investigação para identificar origem, no Rio, do jogo que preocupa os pais
16/04/2017
BRUNA FANTTI
Rio - A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio começou a investigar uma rede de cibercriminosos que convencem crianças e adolescentes a participar de um jogo chamado de Baleia Azul, que tem como objetivo final o suicídio. Nele, o jogador tem que cumprir 50 etapas, que vão desde a “assistir filmes de terror” a “desenhar com estilete uma baleia no braço”. A última regra seria tirar a própria vida.
O DIA apurou que a polícia já investiga a tentativa de suicídio de uma menina de 12 anos, ocorrida no Rio, na última semana, que seria em consequência do jogo.
Segundo a delegada Fernanda Fernandes, que temporariamente está respondendendo pela DRCI, já há um inquérito aberto na delegacia após uma mãe denunciar, na quarta-feira, que seu filho, de 12 anos, recebeu um desafio.
“Inicialmente, achei um fato atípico. Mas, depois que li as mensagens, percebi que havia um certo convencimento na linguagem utilizada. Se a criança é induzida a se cortar isso configura lesão corporal, já que o ‘curador’ estaria agindo por autoria mediata (domínio da vontade alheia), se utilizando do incapaz para a prática de crimes”, disse.
Curador é como o recrutador do jogo se autodenomina. Segundo Fernanda, ele é o responsável por recrutar menores para o Baleia Azul e passar as tarefas diárias, realizadas na madrugada.