Neste mês de junho, ocorre a maior festividade do calendário escolar: as festas juninas. Aulas são interrompidas para o ensaio da quadrilha e os professores são convocados para as festas juninas. Para muitos alunos, a proximidade das férias torna o evento ainda mais excitante. E nós, professores de História, o que fazemos neste clima de festas juninas e de pouca concentração nos estudos? Propomos inserir essa manifestação da cultura popular no conteúdo escolar para compreendê-la como um objeto de estudo, isto é, analisá-la sob uma perspectiva histórica buscando seu significado mais profundo das festas juninas.
24 de junho, dia de São João Batista, o mais festejado santo católico entre nós, faz parte das chamadas festas juninas que, por homenagearem o santo eram chamadas, inicialmente, de festas joaninas. Festa do solstício de verão, 21 de junho, em Poznan, na Polônia quando milhares de balões são soltos. As origens das festas juninas remontam a um tempo longínquo, muito anterior ao cristianismo, quando se celebrava o solstício de verão na Europa e no Oriente Médio. Nesta ocasião, os povos de origem celta e germânica comemoravam a fertilidade da terra e dos animais e as boas colheitas. Por sua origem agrária, era (e ainda é) uma festa rural. Daí as festas juninas remeterem a elementos próprios do campo: as bandeirinhas são colocadas no “arraial”, os participantes usam trajes ditos “caipiras” e o local é decorado com bambus, palha, sabugos de milho, folhas de coqueiro e de bananeira. A Igreja apropriou-se das festas pagãs do solstício de verão dedicando-as a São João Batista. Convencionou o dia 24 de junho como sendo o nascimento de João Batista, seis meses antes de Jesus. Com isso reforçava a ideia do profeta e apóstolo como precursor do Messias. Cristianizou-se, assim, as duas comemorações mais populares dos povos pagãos do hemisfério norte: o solstício de verão e o de inverno consagrando-os, respectivamente, para o nascimento de São João e o Natal de Jesus.