sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Crônicas do Dia - Por um museu sobre a verdade

‘Museus e histórias contestadas: dizendo o indizível em museus” é o tema de trabalho do Conselho Internacional de Museus para 2017, uma escolha nada aleatória. É preciso apurar e confrontar traumas históricos para não repetirmos horrores do passado e denunciarmos traços desses horrores que sobrevivam no presente. A forma de fazê-lo é nomear, reconhecer e debater legados difíceis, promover sua ressignificação e visionar um futuro coletivo sob a ótica da reconciliação.

Crônicas do Dia - Amanheceres - Veríssimo

O amanhecer é uma metáfora pronta, e reincidente. Nós a usamos para escrever a História: o Renascimento como um novo dia depois da noite medieval

22/01/2017 - 09h05

Crônicas do Dia - Refugiado - Arthur Dapieve

Se a temperatura continuar subindo, fico feliz de estar morto em duas ou três décadas

Crônicas do Dia - Perigo à vista

O ‘trumpismo’, que domina politicamente aquele país, aumenta nossas preocupações com as possíveis consequências de atos protecionistas e populistas

02/02/2017 
O DIA

Crônicas do Dia - Educação conta pontos

Quem passa uma temporada um pouco maior em Portugal entende como um país pequeno, desprovido de riquezas naturais, consegue oferecer serviços de qualidade acima da média brasileira

02/02/2017 
O DIA

Crônicas do dia - Volta às aulas no Rio: incertezas e abandono

Em meio a esse cenário, estão os terceirizados sem salários e os servidores recebendo em míseras parcelas

03/02/2017 
O DIA

Crônicas do Dia - Saudades de Clementina

'Quelé, A voz da cor’ é uma homenagem não só à cantora, mas também a milhares de pessoas humildes que fazem a nossa cultura ganhar o mundo e nem sempre são reconhecidas por isso

03/02/2017 
O DIA

Rio - Na falta de questões relevantes a resolver, cabeçudos intelectuais querem proibir que blocos toquem clássicos como ‘Cabeleira do Zezé’ e ‘Maria Sapatão’. Dizem eles que as letras são preconceituosas e induzem o povo a não aceitar as diferenças. Besteira.

As marchinhas apenas revelam um humor bobo, infantil, típico de outros carnavais. O erro não está nelas, mas no ser humano. Aliás, acho curioso, nesse contexto, que ninguém se manifeste contra excrescências que hoje emporcalham nossos ouvidos, como “Meu pau te ama”.

Por essas e por outras, preferi fugir do Facebook por uns dias e mergulhar em dois livros que ocuparam muito bem o meu tempo. O primeiro foi a biografia da Clementina de Jesus, uma das vozes mais legítimas da música brasileira. ‘Quelé, A voz da cor’ é uma homenagem não só à cantora, mas também a milhares de pessoas humildes que fazem a nossa cultura ganhar o mundo e nem sempre são reconhecidas por isso.

Clementina nasceu em 1901. Ganhava a vida como doméstica, até ser descoberta, aos 62 anos, numa festa na Glória. A partir daí, levou para os palcos um tesouro em forma de sambas, jongos, curimbas, partidos-altos e outros tantos ritmos esquecidos. Seu canto é inconfundível. E tem poder.

Baseado em pesquisa intensa e muitas fotos, ‘Quelé’ é assinado pelos jovens Raquel Munhoz, Luana Castro, Janaína Marquesini e Felipe Castro. Um trabalho impecável. Merece até um CD com os grandes momentos da intérprete.

A segunda sugestão é para quem tem nervos fortes — tanto que está impresso na capa: “Se você tem medo de avião, não leia este livro”. Trata-se de ‘Voo cego’, de Ivan Sant’Anna e Luciano Mangoni. É uma história real. E tensa. Em outubro de 1990, avião com 158 pessoas saiu de Bogotá, na Colômbia, rumo a Nova York. Seriam apenas cinco horas de voo, mas série de erros provocou uma tragédia que marcou a aviação.

É praticamente o roteiro de um filme de suspense. Ivan é mestre nessas narrativas, costurando emoção, curiosidades e informações técnicas. Essa habilidade tornou-o referência no país quando se trata de livros sobre acidentes, como em ‘Bateau mouche’ e ‘Caixa-preta’. Impossível desgrudar das páginas, por mais que a gente conheça o fim da conversa.

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‘Voo cego’, a propósito, já estava quase na gráfica quando houve a tragédia com o avião da Chape, em novembro. O livro acaba mostrando que erros se repetem à exaustão. Em ambos os acidentes, falta de comunicação e pane seca fizeram dezenas de vítimas.

Nelson Vasconcelos é jornalista

Crônicas do Dia - Me engana que eu gosto - Nelson Vasconcelos

Feriado santo não édia de falar em problemas — a não ser, naturalmente, com o próprio santo do dia. O título acima, por exemplo, até parece, mas não tem nada a ver nem o Temer nem como Crivella. Tr atasede uma referência que us opara obras de suspense em geral, aquelas quenos prendem do início ao fim, masque agentes abe que só contam mentirinhas. e legítimo entretenimento—com ose isso fosse pouco. Não é, pois elas existem para nos recarregaras baterias, sem depor contra nossa inteligência.

Crônicas do Dia - O amor é lindo


Eis aqui algumas dicas que podem salvar — e até reforçar — o seu relacionamento. E não esqueça os chocolates

O DIA

Rio - Todo mundo sabe que o mar não está para peixe. Mas isso não é desculpa para você deixar de comparecer com um presentinho no domingo, Dia dos Namorados. Caso contrário, a situação pode ficar ainda mais esquisita. Por isso, eis aqui algumas dicas que podem salvar — e até reforçar — o seu relacionamento. E não esqueça os chocolates.

Daqueles que ainda mandam flores: ‘Amor à moda antiga’, do Carpinejar. Uma edição bonita e bem cuidada, com poemas escritos numa velha máquina de escrever. Já nasceu clássico. São poesias curtas, reflexões, perdas e ganhos, partidas e saudades, paixão, tesão, tudo embolado como muitos amores. Bom de ler sem pressa nem preconceito, sem qualquer medo de ser feliz.

Me engana que eu gosto: ‘O céu de Lima’, de Juan Gómez Bárcena. Em 1904, dois desocupados peruanos escrevem uma carta pedindo um livro autografado a um poeta que vive na Espanha. Em vez de usar seus nomes, no entanto, fazem o pedido em nome de admiradora fictícia, Georgina. Só que a correspondência desperta paixão a distância — por parte do espanhol, claro. Como Georgina, que não existe, pode resolver o rolo sem magoá-lo? E se o poeta resolver cruzar o Atlântico para conhecer a amada? Ótimo romance. E o melhor: baseado em fatos reais, devidamente documentados.

Mais do que namorados: ‘O papai é pop’, do Piangers. São crônicas sobre a arte de ser pai — o que, modéstia à parte, não é para todo mundo. O autor conta como foi crescer sem ter pai e, melhor de tudo, como a experiência alimenta sua baita paixão pelas filhas. Piangers ficou famoso na internet com o vídeo sobre sua história, merecendo milhões de visualizações no YouTube e no Facebook. Leva muito marmanjo às lágrimas.

Amor adolescente: ‘A última namorada da face da Terra’, de Simon Rich. Divertidas historinhas sobre a eterna busca pela cara-metade. Por mais ogro que você seja, haverá de se identificar com alguns episódios. O livro deu origem à série ‘Jovem solteiro à procura’, sobre um sujeito que está sempre querendo namorar sério.

Deu ruim: se o namoro acabou, presenteie-se com ‘Como viajar sozinho em tempos de crise financeira e existencial’, de Hermés Galvão. Com ótimas sacadas sobre a difícil arte de ganhar o mundo sem ninguém dando pitaco, a mensagem é: aproveite a vida. Para ler a dois: ‘Bitch’, de Carol Teixeira. Romance que tem tudo para despertar paixões adormecidas, ideias esquecidas e casais cansadinhos da rotina. Mantenha longe do alcance das crianças alfabetizadas.

Nelson Vasconcelos é jornalista