terça-feira, 31 de março de 2020

Você sabia disso? - A palavra "Salário"

Antes de a humanidade inventar a moeda, a remuneração do trabalho humano era feita com mercadorias, como carneiro, porco, sal e peles. A palavra salário, aliás, surgiu a partir da porção de sal que era dada como pagamento aos soldados na Roma antiga. Ao descobrir que o sal, além de ajudar na cicatrização, servia para conservar e dar sabor à comida, os romanos passaram a considerá-lo um alimento divino, uma dádiva de Salus, a deusa da saúde.

A idéia de que o trabalho deveria ser remunerado era inexistente. Na Idade Média, os servos, em busca de proteção, cultivavam a terra dos nobres, recebendo em troca apenas a possibilidade de tirar dela seu sustento. Mais tarde, com a criação das corporações de ofício, trabalhadores livres vendiam no mercado os produtos que produziam. O salário como remuneração que o trabalhador recebe pelo tempo e esforço gastos na produção de bens e serviços surgiu só na segunda metade do século 14, época marcada pelo declínio do poder feudal e pelo desenvolvimento de fortes nações-estado.

Com o capitalismo, tornou-se a forma predominante de pagamento da mão-de-obra. O trabalhador passa a ter poder de compra e muda-se o modo como é visto pelas outras camadas sociais, que não podem mais subestimá-lo ou ignorar seu valor

Ao contrário dos escravos, os servos não eram propriedade de ninguém. O senhor latifundiário só podia vendê-los junto com as terras onde eles já trabalhavam.

Revista Superinteressante 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Artigo de Opinião - Serviço de negro - Jaime Pinsky

Um garoto negro termina um serviço que lhe havia sido solicitado e, orgulhosamente, garante ter feito “serviço de branco”. Várias moças respondem a anúncio para secretária; algumas perguntam se podem ser entrevistadas, “mesmo sendo negras”. Ser negro ou mulato e caminhar pela cidade é considerado “atitude suspeita” por muitos policiais. Como dizia um conhecido ― para meu horror e indiferença dos demais participantes da conversa: “Não tenho nada contra o negro ou o nordestino, desde que saiba o seu lugar”. E esse lugar, claro, é posição subalterna na sociedade.
Numa sociedade competitiva como a nossa o ato de etiquetar o outro como diferente e inferior tem por função definir-nos, por comparação, como superiores. Atribuir características negativas aos que nos cercam significa ressaltar as nossas qualidades, reais ou imaginárias. Quando passamos da ideia à ação, isto é, quando não apenas dizemos que o outro é inferior, mas agimos como se de fato fosse, estamos discriminando as pessoas e os grupos por conta de uma característica que atribuímos a eles.
De uma forma mais precisa podemos dizer que o discurso preconceituoso procura enquadrar as diferentes minorias, a partir de um prejulgamento decorrente de generalização não demonstrada. Mas isso não importa a pessoa preconceituosa. Afirmações do tipo “os portugueses são burros”, “os italianos são grossos”, “os árabes, desonestos”, “os judeus, sovinas”, “os negros, inferiores”, “os nordestinos’ atrasados”, e assim por diante, têm a função de contrapor o autor da afirmativa como a negação, o oposto das características atribuídas ao membro da minoria. Assim, o preconceituoso, não sendo português, considera-se inteligente; não sendo italiano, acredita-se fino; não sendo árabe, julga-se honesto; não sendo judeu, se crê generoso. É convicto de sua superioridade racial, por não ser negro e de sua superioridade cultural, por não ser nordestino.
É importante notar que, a partir de uma generalização, o preconceito enquadra toda uma minoria. Assim, por exemplo, “todos” os negros seriam inferiores, não só alguns. A inferioridade passaria a ser uma característica “racial”, inerente a todos os negros. E se o preconceito conhece um negro que, a seu juízo, não é inferior, acaba reconhecendo que aquele, especificamente, é igual “apesar de negro”, ou seja, uma exceção que justifica a regra. E o preconceito é tão forte que acaba assimilado pela própria vítima. É o caso do garoto que garantiu ter feito “serviço de branco”. Ou do imigrante que nega a sua origem. Ou, ainda, da mulher que reconhece sua “inferioridade”.
Quando se fala de minorias tem sempre um gaiato que diz que as minorias são minorias, pois se somarmos as mulheres aos negros, aos migrantes e aos outros já teríamos uma ampla maioria. Teríamos, sim, se estivéssemos falando de matemática e não de preconceito. Por isso é que dizemos que o preconceito é de uma irracionalidade irracional, por mais paradoxal que a formulação pareça. É evidente que o total de pessoas atingidas pelo preconceito constitui a maioria numérica da sociedade, principalmente se nela incluirmos as mulheres, ainda fruto de preconceitos machistas elementares (“mulher não sabe dirigir”, “mulher é objeto” são apenas alguns dos mais correntes). Se somarmos as mulheres aos negros, nordestinos e descendentes de algumas nacionalidades já mencionadas, as “minorias” se transformarão em esmagadora maioria.
Seria, pois, errado falar em minorias? Não, uma vez que o conceito de minoria é ideológico, socialmente elaborado e não aritmeticamente constituído. Isto quer dizer que o negro de que se fala não é o negro concreto, palpável, mas aquele que está na cabeça do preconceituoso. E isto tem raízes históricas profundas.
O olhar branco e majoritário que lançamos pela História não perdoa nada. Apresentamo-nos como povo branco que no máximo recebeu algumas “contribuições” de outras raças como ensina ainda boa parte de nossos manuais escolares. Somos, na visão reproduzida em muitas escolas, brancos de cultura branca, que absorveram aspectos pitorescos das outras raças, como temperos, crendices e alguns ritmos. Olhamos os negros com rancor, como se eles tivessem escolhido vir para cá “manchar a sociedade branca”. Após escravizá-los, reclamamos de seu caráter submisso. Após esmagá-los de trabalho, por séculos, falamos de sua preguiça. Depois de deixá-los na rua, quando da Abolição, não nos conformamos com sua pobreza. O problema do negro deve ser explicado pela História, nunca pela biologia...
Hoje sabemos que na segunda metade do século XIX houve um grande incremento de revoltas, rebeliões, fugas e assassinatos de feitores e senhores em muitas fazendas, levando um grande número de proprietários a transferir suas residências para as cidades, com medo dos negros escravos. Os arquivos abrigam também inúmeros processos contra negros por suas atitudes com relação aos senhores, incluindo frequentes casos de assassinatos, o que pulveriza a ideia de que os negros aceitaram passivamente sua condição.
Levantes importantes, em diferentes partes do Brasil, têm sido estudados e demonstram que, se é verdade que aqui não se chegou a haver uma revolta geral como no Haiti, não é menos verdade que nos últimos anos de escravidão se vivia um clima de levante iminente e muito medo por parte dos brancos.
Uma das sequelas da escravidão foi ter deixado muito marcada, no Brasil, a separação entre o trabalho braçal e o intelectual. Lembro-me, com tristeza, de reuniões com colegas de universidade numa pequena sala, com cadeiras empoeiradas devido a uma greve dos funcionários de limpeza. Alguns professores, teoricamente defensores dos oprimidos e vencidos, não se dignaram a passar um pano sobre as cadeiras para retirar o pó, preferindo a ficar em pé a sujar a roupa na poeira. Enquanto amaldiçoavam a greve, exaltavam os grevistas de papel, descritos em suas teses cheias de mofo.
O preconceito contra o negro tem várias facetas, e uma delas está justamente voltado a questões ligadas ao trabalho. Será que é razoável usarmos termos como “serviço de negro”, ao nos referirmos a algo mal feito, ou a um trabalho especialmente desvalorizado pela sociedade? Há uma série de outros termos e expressões, extremamente pejorativos, que deveriam ser objeto de nossa atenção, pelo seu caráter altamente ofensivo.
Sempre haverá quem alegue que o negro, de fato, é diferente, que lá está sua cor de pele, algo externo, evidente, marcando acintosamente a diferença. Mas há outras diferenças, também evidentes, que não têm conotações de superioridade ou inferioridade... É só o estudante que está me lendo agora voltar-se a seus colegas e observar o lóbulo de suas orelhas. A maioria tem o lóbulo descolado, solto, mas há sempre alguns que têm o lóbulo preso, colado à face. E se alguém desenvolvesse a teoria segundo a qual estes últimos seriam mais inteligentes do que os primeiros? Parece ridículo, idiota mesmo, não? Mas não há quem acredite que a cor da pele, algo tão superficial e irrelevante quanto o lóbulo da orelha, defina superioridade? Se for possível tirar os sapatos em sala de aula, tentem verificar quantas meninas têm o segundo dedo do pé mais comprido do que o dedão. Vocês podem não acreditar, mas dizia-se que meninas com dedos assim, quando casadas, mandariam nos maridos. Não parece algo muito, mas muito idiota? E não é igualmente idiota acreditar que por ter mais melanina na pele alguém possa ter mais talento para o samba e menos para a política ou administração?
De resto lembro-me sempre do que me ensinou uma antiga professora de antropologia. Segundo ela, o esqueleto de membros de certos grupos de africanos como os zulus, por serem altos, magros e dolicocéfalos (cabeça mais comprida do que redonda), poderiam ser confundidos com o de nórdicos, nunca com o de mediterrâneos, estes geralmente são baixos, encorpados e braquicéfalos (cabeças mais redondas do que compridas). Noutras palavras, abstraindo a cor da pele há mais semelhança entre certos grupos de negros e brancos do que os brancos entre si. Como se vê, estabelecer juízos a partir de algo tão periférico e superficial como a cor da pele não resiste a uma avaliação um pouco mais aprofundada.
Durante a primeira metade do século XX as teorias raciais estavam muito na moda. Com a subida ao poder de Hitler, nos anos 30, foram estimulados os experimentos com vistas a demonstrar as diferenças entre as raças e ― os nazistas esperavam ― a superioridade de uma alegada raça ariana. Sem nenhuma consideração pelas pessoas, os nazistas, fizeram experiências cruéis com seres humanos, dissecados em vida, com a finalidade de provar suas teorias. Não conseguiram encontrar nada que desse sustentação aos seus preconceitos.

Por todas essas razoes, combater a discriminação aos negros (e, por extensão toda e qualquer discriminação ou preconceito) é não apenas uma atitude politicamente correta, mas racionalmente consequente e socialmente aconselhável.
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Artigo de Opinião - Machado de Assis: nasceu pigmeu, morreu gigante

Este ano comemora mais um ano de nascimento do maior e mais completo escritor brasileiro. Tinha tudo para dar errado na vida, mas com talento e disciplina chegou no topo naquilo que fazia com paixão.

Sem patrimônio genético ou material, fez da existência um legado impagável e imensurável. Soube como ninguém identificar as adversidades e, mais do que isto, transpô-las com elegância e realismo.

Sua obra não tem decaída, seus recheios literários não nos trazem indigestão intelectual. Sua regularidade está acima de qualquer lampejo de nossos maiores escritores e seus lampejos distanciarem quilometricamente destes mesmos escritores. Já li muitas obras, salvo por uma única frase ou até mesmo por um parágrafo. Em Machado de Assis sua genialidade faz seus recheios literários nivelar ao topo de nossos maiores escritores.

Analiso apenas o conteúdo, não tenho estatura técnica para analisar o malabarismo em quem faz com língua portuguesa. Era sem duvida nenhuma um escritor diferenciado e singular.

Nasceu desprotegido, mas com avanço de existência, soube se armar e criar uma redoma protetora capaz de defende-lo da marginalidade em que o destino impunha.

Retratou a sociedade carioca de seu tempo como expectador. Era sem duvida naturalista e realista. Fez da literatura um instrumento capaz de identificar macro cosmo do comportamento de seu tempo.



O legado de Machado de Assis na literatura é imensurável, mas sua referência maior é como símbolo de ascensão social.

Mostrou para a sociedade contemporânea do que no mundo atual nada é fato consumado. E que a mutabilidade social é extremamente dinâmica. Ele, que nasceu pigmeu e morreu gigante, nos faz compreender um fenômeno sociológico. O que vemos hoje é uma inversão dos que nasceram gigantes e hoje estão morrendo pigmeus. Estes novos valores são um fenômeno contemporâneo. E Machado de Assis é a síntese do que ascenderam socialmente pelo talento. Hoje o talento é um patrimônio vitalício e o patrimônio material está transformando em miserabilidade devida suas fragmentações entre os próprios familiares. Ao caso de que o patrimônio abstrato é de produção abundante e eterna, contemporizada pela sociedade contemporânea com uma certa idolatria devido a expansão e o domínios da mídias.

Hoje é bem melhor nascer inteligente do que em berço de ouro, pois o conhecimento que o inteligente possuiu do mundo e de si próprio não tem patrimônio material que acoberta.

Machado de Assis é exemplo literário e de vida em que devemos seguir. Ele soube conservar pequeno na grandeza conquistada. Suas obras se transpõem para o mundo moderno com fidelidade da imutabilidade da natureza humana. Em um de seus lampejos dizia que algumas madames da sociedade carioca de sua época “não tinha cultura, mas tinha finura.” Digo eu finura o tinha que nasceu pigmeu e no confronto com a vida conseguiu se esmerar e morreu  gigante.



Juarez Alvarenga – advogado e escritor

quarta-feira, 25 de março de 2020

Artigo de Opinião - A elite que lava as mãos e o vírus do individualismo - Ana Laura Prates



Em 1944, o filósofo Jean Paul Sartre escreveu uma peça de teatro traduzida para o português por “Entre quatro paredes”. Trata-se de três personagens – um homem e duas mulheres, uma delas homossexual –, que estão mortos e se encontram confinados entre quatro paredes sem espelhos, por toda a eternidade. Enquanto a trama se desenrola, ficamos sabendo da vida e dos pecados de cada um, refletido no olhar do outro, ao mesmo tempo em que disputas, rivalidades, ciúme e agressividade tomam conta do cenário, até a conclusão final: “o inferno são os outros”. Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, o psicanalista Jacques Lacan escreve um texto sobre o tempo, em um diálogo crítico com o filósofo. Esse texto é construído em torno de uma espécie de charada ou desafio: há três prisioneiros (como na peça de Sartre), mas eles são impessoais em gênero ou qualquer outra característica. O único que sabemos é que estão presos, e que o diretor do presídio oferece a possibilidade de que um deles saia. Ele apresenta aos prisioneiros 5 discos: 3 brancos e 2 pretos. Cola um disco nas costas de cada um e diz: o primeiro que descobrir a cor de seu próprio disco deve apresentar-se para sair, dando uma justificativa convincente para sua resposta (isso quer dizer que não vale chutar) e será libertado. É óbvio, portanto, que cada um dos presos pode ver o disco nas costas dos outros dois, e assim reciprocamente. É a partir daí que se inicia uma série de hipóteses que levará, acreditem, com que os três saiam simultaneamente.

Não vou demonstrar a vocês como se chega a essa solução. Quem está lendo esse texto provavelmente estará de quarentena, e terá tempo suficiente para matar a charada. Poderá, inclusive, fazer uma simulação da situação, para facilitar a compreensão de que a pressa de sair e o modo como os demais prisioneiros reagem serão fatores fundamentais para encontrar a saída. A brincadeira, entretanto, só funciona se houver uma reciprocidade absoluta entre os prisioneiros e a conclusão final é a de que não há saída do inferno, a não ser coletiva. Lacan conclui o seu belo texto dizendo que esse pequeno grupinho de três é uma espécie de fórmula mínima da coletividade, que finalmente aponta para a questão fundamental do que chamamos humanidade: como nos reconhecemos mutuamente como sendo humanos, a não ser pelo outro?

Eis, portanto, o paradoxo que nos aprisiona: o inferno são os outros, mas precisamos uns dos outros para sair do inferno. E estamos vivendo um momento histórico em que mais uma vez essa realidade se apresenta para a humanidade de modo dramático. Aqui no Brasil, ela é  quase uma piada pronta, mas de humor negro: não podemos mais dar as mãos em um momento em que ninguém deveria soltar a mão de ninguém. Enquanto a China vivia uma situação dramática há meses e a Europa começava a perceber que a COVID-19 não era apenas uma gripezinha, muitos jovens brasileiros afirmavam, sem nenhum pudor, que se tratava de uma doença de velhos. Conforme fui entrando em contato com os gráficos de transmissão dessa nova forma de coronavírus, cada vez ficava mais perplexa diante da percepção de que grande parte das pessoas, muitas delas cultas e bem informadas insistiam em discutir o assunto como se se tratasse tão somente de uma questão de saúde individual, de opiniões médicas ou de estatísticas transcendentais a respeito de taxas de mortalidade. Argumentos do tipo “há outras doenças que matam mais” ou “a H1N1 é muito mais letal” ou “é muita histeria coletiva”. Minha perplexidade se devia a dois fatores. O primeiro era a premissa de que os cuidados seriam excessivos, pois caso o sujeito A pegasse o vírus, a “gripe” não seria assim tão forte. Em outras palavras, o sujeito A ainda não tinha entendido que o assunto não era sobre ele não pegar o vírus, mas não passar para os demais. O sujeito A, como só pensa em si mesmo e nos seus, não conseguia entender que ele podia não apresentar nenhum sintoma, ou só uma gripezinha caso pegasse o vírus – graças à sua idade, a sua excelente condição de saúde e seu plano de saúde – mas que ainda assim poderia ser o vetor de contaminação em progressão geométrica, devido à facilidade com a qual ele se transmite, atingindo rapidamente pessoas vulneráveis, sem que houvesse tempo de acolher a todas como se faz necessário. Em síntese: colapso no sistema de saúde como um todo! Isso é um fato na China, na Itália, em Paris, nos EAU e no Brasil. Mas, no Brasil, há muitos agravantes que tampouco foram levados em conta para o sujeito A. E é aí que entra o segundo fator estarrecedor. O sujeito A, oriundo da elite brasileira, que viaja à Europa com frequência, ou convive bem de perto com quem o faz, seguiu normalmente sua vida e sua agenda de compromissos após desembarcar, vindo de regiões nas quais a epidemia já se alastrava. Afinal, além de ser jovem e gozar de boa saúde, a taxa de mortalidade seria apenas de 2%. O sujeito A saiu aos quatro ventos expirando esse argumento ao mesmo tempo em que transmitia seus vírus através de sua saliva, de seu hálito puro e de suas operações mãos limpas. Ele simplesmente lavou as mãos. Em primeiro lugar, como se 2% de mortos fosse pouco, mas deixo essa observação sem comentários. O erro fundamental aqui é supor uma percentagem absoluta, como se ela fosse intrínseca exclusivamente ao vírus em si, e não às características sociais, sanitárias, econômicas, culturais, políticas, etc. das populações atingidas. Como se trata de uma nova doença, nós só conhecemos as estatísticas da China e de países da Europa, regiões com características completamente diferentes das do Brasil.

Os dias foram passando, o vírus também foram passando, e os argumentos de nossos governantes foram se revelando assustadoramente incongruentes. Dizia-se que ainda eram prematuras medidas drásticas de isolamento social, pois a epidemia aqui ainda estava no começo. Como se houvesse, por assim dizer, uma vontade própria na epidemia, como se ela tivesse uma velocidade inerente, e como se o estágio da epidemia fosse indiferente ao comportamento de seus transmissores em potencial. É mais ou menos como se fomentássemos um berçário de Aedes aegypti em plena epidemia de dengue, ao invés de tentar erradicar seus criadouros. No caso, os mosquitos éramos nós, e por isso deveríamos ficar em casa. Logo a seguir, vieram as respostas do sujeito B: “E os que não têm casa…”. Ora, justamente, sujeito B, como você tem casa, deveria ficar em casa, fomentar o mesmo comportamento em seus colegas, funcionários e amigos para não contaminar os que não têm casa. Porque em um país como o Brasil, se você não vai morrer, sujeito B, ou se em sua classe social a mortalidade, à primeira vista, será “só” de 2%, esteja certo de que ela será bem maior entre as classes menos favorecidas e as populações vulneráveis como os indígenas por exemplo.

Com o passar dos dias, e o alerta constante dos epidemiologistas, bem como o agravamento da situação na Europa, algumas fichas foram caindo bem lentamente, muito mais lentamente do que teria sido razoável, já que tivemos a chance, ou diria mesmo, a sorte de nos prepararmos antes, mas nada fizemos. E o que aconteceu a partir de então foi a revelação do outro lado da moeda. Da posição irresponsável e inconsequente da elite à qual pertence o sujeito A, passamos quase que automaticamente à fúria consumista do sujeito B de classe média, brigando por seu direito ao álcool gel e ao papel higiênico. Lembrei-me do dia em que fiquei durante 4 horas com meus filhos pequenos dentro do carro, no trânsito de São Paulo, em 2006, devido a uma ameaça de ataque do PCC. As pessoas subiam pela calçada com o carro, desrespeitavam o sinal, literalmente passavam umas por cima das outras. No caso atual, não seria irrelevante nos perguntarmos: porque papel higiênico? Fica o pedido para outros colegas psicanalistas desenvolverem a relação da mesquinhez com a fase anal, como bem assinalou Freud. Aliás, o fato de que o coronavírus chegou ao Brasil de avião não é um mero detalhe, mas uma metáfora funesta da lógica do extermínio que orienta nossas elites, como se houvesse dois tipos de seres humanos – voltamos a Lacan – aqueles que servem, e aqueles que usufruem. É igualmente bastante emblemática a morte da empregada doméstica que estava servindo os patrões infectados.

Leia também:  Jogo de futebol deflagrou a epidemia na Itália: por aqui, Bolsonaro defende
O fato é que na sociedade de consumo e individualista na qual estamos presos, vivemos como se tudo acontecesse por num passe de mágica. O sujeito B come hamburger no Mc como se aquele gosto delicioso – gosto não se discute – não viesse de uma cadeia de produção que envolve desmatamento, tortura animal, exploração de trabalhadores, indústria de ultraprocessados, venenos, etc. O sujeito A se aproxima da porta automática de sua garagem e abre te sésamo, ganha a rua em temperatura agradavelmente condicionada. Não sabemos onde moram os porteiros dos nossos prédios e como eles vivem. Também não sabemos e não queremos saber como o lixo desaparece de nossas lixeiras. E em que conduções e condições nossas domésticas chegam às nossas casas. Mas agora veio o vírus, e os “Aedes” A e B o fez chegar ao Sujeito C – que ao contrario do que disse o ministro – não havia passado as férias em Miami ou na Europa. Ainda não sabemos como ele vai reagir, mas certamente não dirá que é só uma gripezinha e tampouco poderá estocar álcool em gel ou papel higiênico. Mas sabemos as consequências em termos de saúde pública, abastecimento, economia, emprego, educação, laço social. Sinto informar, Sujeito A e B, mas vocês não vão conseguir escapar para Miami ou Lisboa, porque dessa vez, o vírus está em toda parte e os voos foram cancelados!


A COVID-19 escancarou a falência absoluta de um modo de vida que só se sustenta nessa nova forma de escravidão de servidores do deus mercado, sem direitos, sem saúde pública, sem Estado, sem bem estar social, em uma aceleração tal que só pode produzir deixando como resto a segregação, o lixo industrial e a morte de muitos. Há tempos esperávamos por uma catástrofe natural. Ela chegou. Há um corte, um antes e um depois dessa Peste. Não seremos os mesmos quando a vacina e a droga milagrosa finalmente forem testadas pela ciência, e comercializadas pelos laboratórios.  E está em nossas mãos a construção de um novo futuro mais digno para os nossos filhos, onde A, B e C possam reconhecer-se como humanos, e percebam que só há saída pelo coletivo. Até lá, não está mais na hora de “lavar as mãos”. A não ser que seja para uma mão lavar a outra!

Crônica do Dia - O vírus comunista - Mentor Muniz Neto

Wesley está revoltado com o coronavírus, que para ele, é coisa do PT.
– O senhor não acha muita coincidência esse vírus aparecer justo agora que o Lula tá solto? Pergunta.
– Mas o coronavírus apareceu na China! O que o Lula tem a ver com isso?
– Ah, faz favor. O senhor não sabe? China, Cuba, Venezuela, Lula, é tudo a mesma coisa. Wesley responde indignado e se ajeita no volante do Honda Civic. Desde o ano passado, quando foi demitido do escritório de engenharia, Wesley trabalha como motorista de Uber.
– Então explica, como é que o Lula pode ter culpa nisso? Indaga o passageiro. Wesley faz que não com a cabeça, decepcionado com a ignorância do cliente.
– Mas o senhor é muito ingênuo, né? Você… posso chamar o senhor de você, né? Você tem que entender que comunistas são uma coisa só, entende? Estão todos conectados. Wesley tira as mãos do volante, acaricia uma esfera imaginária com as mãos e continua, é tudo a mesma coisa. Eles querem dominar o mundo, então eles se falam e combinam essas coisas. Já viu se tem coronavírus em Cuba? Não tem. Eles tão tudo mancomunado e o Lula é o homem deles no Brasil. Só não vê quem não quer.
O passageiro resolve provocar.
– Mas qual é o plano dos comunistas? Pergunta, cruzando o olhar de Wesley pelo espelho. O motorista não tem uma resposta pronta, pensa um pouco e decide improvisar:
– Simples, eles querem mostrar que Brasil, Estados Unidos e Europa não conseguem lidar com uma crise desse tamanho. Querem desestabilizar o Bolsonaro e o Trump, mas eles não sabem com quem estão brincando. Wesley dá três tapas no volante.
– Os chineses querem desestabilizar o Bolsonaro?

– Os chineses e o Lula. Mas pode ter certeza que o Trump lá e o Bolsonaro cá, vão tirar esse vírus de letra.
– E você, não tá tomando cuidado para não se contaminar?
– Contaminar? Contaminar de que? Você não entendeu ainda, né? Esse negócio de coronavírus é lenda, uma gripinha, não passa disso. Ó… ó… Para provar, Wesley esfrega o dedo no volante e dá uma lambida. Você está vendo, não pega nada! Tô falando.

– Mas tem gente morrendo no mundo inteiro!
– Morrendo, é? Quem tá morrendo? Wesley está perdendo a paciência.
– Os idosos. No mundo inteiro os idosos estão morrendo. O passageiro responde.
Wesley eleva o tom da voz.

– Mas claro que tão morrendo. São idosos, caceta.

É isso que os idosos fazem, eles morrem, ora.



O passageiro decide ficar em silêncio, Wesley também.

Eleitor de Bolsonaro, apesar do emprego alternativo, já que é engenheiro formado, está feliz com o governo. Minutos depois, rompe o silêncio, irritado com o passageiro.

– Justo quando a economia estava bombando, vem essa praga parar tudo. Coisa do Lula, tô falando!
– Bombando é meio exagero, não? O passageiro arrisca e Wesley não consegue se conter.
– Ah, pronto. O senhor é petista, né? Só pode ser.
O senhor gosta é de ladrão e de vírus no povão, né?
Mas eu não julgo não, cada cabeça uma sentença.
Se o senhor prefere ladrão no poder, o senhor que sabe!
– Na verdade, eu não sou petista não. Até votei no Bolsonaro. Mas é que, na verdade, não teve muita mudança, né?
Desemprego continua, o PIB lá embaixo e… Wesley freia o carro abruptamente.
– Desce.
– Como assim? – pergunta o passageiro.
– Desce. Tô falando. Eu não levo traidor no meu carro.
– Mas… mas…
– Não tem mas, nem meio mas. Para completar, ameaça.
– Desce logo, senão eu tusso na sua cara, petista dos infernos!
Puxa vida… Bem agora que o Brasil iria deslanchar, vem esse Lula de novo. Ainda conseguiu aplicar um fake news mundial

Você sabia disso ? - Os impérios da África

O desconhecimento sobre o continente africano é brutal. Em um nível ampliado, ajuda a fomentar o racismo e a violência contra populações estigmatizadas por anos a fio, caracterizadas como pouco criativas e sem importância histórica na formação moderna do homem. Um dos exemplos mais famosos está em uma obra clássica nos estudos da arqueologia, de 1949, escrita pelo jornalista alemão C.W. Ceram, utilizando o pseudônimo de Kurt Wilhelm Marek. “Deuses, túmulos e sábios” já foi traduzida para mais de 28 idiomas e, ao longo das últimas sete décadas, tem perpetuado um conhecimento vago sobre a África, diminuindo a história da região às pirâmides do Egito Antigo. Isso, no entanto, está mudando.

sábado, 21 de março de 2020

160 livros essenciais da Literatura Mundial - Quais você já leu?


Por Revista Prosa Verso e Arte

"O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê.”
– Umberto Eco

Não foi fácil escolher, mas aqui está uma lista com 160 grandes títulos da literatura mundial, incluindo obras nacionais e latino-americanas.
A lista apresentada pela Revista Prosa, Verso e Arte tem por objetivo tanto estimular a leitura dos clássicos, como incentivar que os leitores e leitoras produzam suas próprias listas. Então, diga-nos, quais destes títulos você já leu, quais pretende ler e quais outros você indicaria a leitura?!
“Clássica é a obra que tem dimensão universal: consegue atravessar
gerações, fronteiras e nacionalidades, sem perder as suas características.”
– Renato Rocha (músico e compositor), em “O Que faz de uma obra um clássico?”. Revista Poiésis, n. 11, p.191-213, nov. 2008.

1. O Nome da Rosa – Umberto Eco (1980)
2. O Pêndulo de Foucault – Umberto Eco (1988)
3. O Estrangeiro – Albert Camus (1942)
4. A Peste – Albert Camus (1947)
5. Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley (1932)
6. 1984 – George Orwell (1949)
7. A Revolução dos Bichos – George Orwell (1945)
8. Os Irmãos Karamázov – Fiódor Dostoiévski (1880)
9. Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski (1866)
10. O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry (1943)
11. Por Quem os Sinos Dobram – Ernest Hemingway (1940)
12. Ulysses – James Joyce (1922)
13. Finnegans Wake – James Joyce (1939)
14. Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis (1881)
15. Dom Casmurro – Machado de Assis (1899)
16. Guerra e Paz – Lev Tolstói (1867)
17. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha – Miguel de Cervantes (1615)
18. O Amor nos Tempos do Cólera – Gabriel García Márquez (1985)
19. Cem Anos de Solidão – Gabriel García Márquez (1967)
20. Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa (1956)
21. Primeiras Estórias  – João Guimarães Rosa (1962)
22. A Hora da Estrela – Clarice Lispector (1977)
23. Um Sopro de Vida – Clarice Lispector (1978)
24. Madame Bovary – Gustav Flaubert (1856)
25. O Vermelho e o Negro – Stendhal (1830)
26. Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust (1908)
27. Hamlet – William Shakespeare (1609)
28. Ilíada – Homero (século VIII a.C.)
29. Odisseia – Homero (século VIII a.C.)
30. Os Buddenbrook – Thomas Mann (1901)
31. A Montanha Mágica – Thomas Mann (1924)
32. Doutor Fausto – Thomas Mann (1947)
33. Capitães da Areia – Jorge Amado (1937)
34. As Flores do Mal – Charles Baudelaire (1857)
35. Som e a Fúria – William Faulkner (1929)
36. O Processo – Franz Kafka (1925)
37. A Metamorfose – Franz Kafka (1915)
38. A Terra Desolada – T. S. Eliot (1922)
39. O Príncipe – Maquiável (1532)
40. O Tempo e o Vento – Erico Verissimo (1985)
41. Vidas Secas – Graciliano Ramos (1938)
42. Os Miseráveis – Victor Hugo (1862)
43. Notre-Dame de Paris – Victor Hugo (1831)
44. O Pai Goriot (um dos principais livros de ‘A Comédia Humana’) – Honoré de Balzac (ca. 1829-1850)
45. Ilusões Perdidas (um dos principais livros de ‘A Comédia Humana’) – Honoré de Balzac (1843)
46. A Tarde de um Fauno – Stéphane Mallarmé (1876)
47. E o Vento Levou – Margaret Mitchell (1936)
48. Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll (1865)
49. Anna Karenina – Lev Tolstói (1877)
50. Emma – Jane Austen (1815)
51. Orgulho e Preconceito – Jane Austen (1813)
52. A Filha do Capitão – Alexander Pushkin (1836)
53. O Jogo da Amarelinha – Júlio Cortázar (1953)
54. Bonequinha de Luxo – Truman Capote (1958)
55. A Dama do Cachorrinho e outros contos – Anton Tchekhov (1889)
56. O Caçador de Pipas – Khaled Hosseini (2003)
57. Fausto – Johann Wolfgang von Goethe (1829)
58. Os sofrimentos do jovem Werther – Johann Wolfgang von Goethe (1774)
59. Rumo ao Farol – Virginia Woolf (1927)
60. Mrs. Dalloway – Virginia Woolf (1925)
61. Histórias Extraordinárias – Edgar Allan Poe (1924)
62. O Poço e o Pêndulo – Edgar Allan Poe (1842)
63. Ficções – Jorge Luis Borges (1944)
64. O Aleph – Jorge Luis Borges (1949)
65. Pedro Páramo – Juan Rulfo (1955)
66. Ensaio Sobre a Lucidez – José Saramago (2004)
67. Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago (1995)
68. Um Delicado Equilíbrio – Rohinton Mistry (1955)
69. Os Vestígios do Dia – Kazuo Ishiguro (1989)
70. O Segundo Sexo – Simone de Beauvoir (1949)
71. Diante da Dor dos Outros – Susan Sontag (2003)
72. Lolita – Vladimir Nabokov (1955)
73. Os Paços de Ulloa – Emilia Pardo Bazán (1886)
74. Ponciá Vicêncio – Conceição Evaristo (2003)
75. Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus (1960)
76. Robinson Crusoe – Daniel Defoe (1719)
77. O Lobo da Estepe – Herman Hesse (1927)
78. Demian – Hermann Hesse (1919)
79. A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós (1900)
80. Os Maias – Eça de Queirós (1888)
81. O Ateneu – Raul Pompeia (1888)
82. Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto (1915)
83. A Pedra do Reino – Ariano Suassuna (1971)
84. Macunaíma – Mário de Andrade (1928)
85. Grandes Esperanças – Charles Dickens (1861)
86. David Copperfield – Charles Dickens (1850)
87. Os Cadernos de Pickwick – Charles Dickens (1837)
88. Folhas de Relva – Walt Whitman (1855)
89. O Leopardo – Tomasi di Lampedusa (1958)
90. O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë (1847)
91. O Quinze – Rachel de Queiroz (1930)
92. O Canto do Pássaro – Sebastian Faulks (1993)
93. Poemas Completos – Herberto Helder (2013)
94. A Parte que Falta – Shel Silverstein (1976)
95. O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez – J. R. R. Tolkien (1937)
96. O Sol é Para Todos – Harper Lee (1960)
97. Os Cantos – Ezra Pund (1925)
98. Cartas a um Jovem Poeta – Rainer Maria Rilke (1929)
99. Germinal – Émile Zola (1885)
100. A Redoma de Vidro – Sylvia Plath (1963)
101. A Náusea – Jean-Paul Sartre (1938)
102. Middlemarch – George Eliot (1871)
103. Canções da Inocência-Canções da Experiência – William Blake (1789)
104. Coração das Trevas – Joseph Conrad (1899)
105. Terra sonâmbula – Mia Couto (1992)
106. Livro do Desassossego – Bernardo Soares “Fernando Pessoa” (1913)
107. Feliz Ano Novo – Rubem Fonseca (1975)
108. O diário de Anne Frank – Anne Frank (1947)
109. Laranja Mecânica – Anthony Burgess (1962)
110. Tartufo – Molière (1664)
111. Paraíso Perdido – John Milton (1667)
112. O Capote – Nikolai Gogol (1842)
113. Doutor Jivago – Boris Pasternak (1957)
114.  Os Cus de Judas – António Lobo Antunes (1979)
115. A Máquina de Fazer Espanhóis – Valter Hugo Mãe (2010)
116. Retrato de Uma Senhora – Henry James (1881)
117. Sermões – Padre Antônio Vieira (ca. 1679 – 1697)
118. Trilogia das Barcas [Auto da Barca do Inferno (1527), Auto da Barca do Purgatório (1518) e do auto da barca da Glória (1519)] – Gil Vicente (1518 – 1527)
119. O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald (1925)
120. As Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle (1892)
121. A Época da Inocência – Edith Wharton (1920)
122. O Retrato de Dorian Gray – Oscar Wilde (1890)
123. Memórias de Adriano – Marguerite Yourcenar (1951)
124. As Cidades Invisíveis – Italo Calvino (1972)
125. O Conto da Aia – Margaret Atwood (1985)
126. Os Lusíadas – Luís Vaz de Camões (1572)
127. A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak (2005)
128. Assassinato no Expresso do Oriente – Agatha Christie (1934)
129. A Insustentável Leveza do Ser – Milan Kundera (1984)
130. Orlando Furioso – Ludovico Ariosto (1532)
131. Pais e Filhos – Ivan Turguêniev (1862)
132. On the Road – Jack Kerouac (1957)
133. A Morte de Virgílio – Hermann Broch (1945)
134. Metamorfoses – Ovídio (8 d.C.)
135. O Complexo de Portnoy – Philip Roth (1969)
136. Servidão Humana – William Somerset Maugham (1915)
137. Antes do Baile Verde – Lygia Fagundes Telles (1970)
138. Lavoura Arcaica – Raduan Nassar (1975)
139. Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto (1967)
140. O Arco e a Lira – Octavio Paz (1956)
141. Poemas – Konstantinos Kaváfis (ca. 1904)
142. Uma Temporada no Inferno – Arthur Rimbaud (1873)
143. Homens de Milho – Miguel Ángel Asturias (1949)
144. Pontos de Vista de um Palhaço – Heinrich Böll (1963)
145. Trópico de Câncer – Henry Miller (1934)
146. A Cidade e os Cachorros – Mario Vargas Llosa (1962)
147. Auto de Fé – Elias Canetti (1935)
148. O Apanhador no Campo de Centeio – J. D. Salinger (1951)
149. Ensaios – Michel Montaigne (1580)
150. Confissões – Agostinho de Hipona (ca. 397 – 400 d.C.)
151. A Divina Comédia – Dante Alighieri (ca. 1304-1321)
152. Cândido ou O Otimismo – Voltaire (1759)
153. 200 Crônicas Escolhidas – Rubem Braga (1977)
154. Fazenda Maldita – Stella Gibbons (1932)
155. Genji Monogatari – atribuído a Murasaki Shikib (início do século XI)
156. A Ilha Misteriosa – Julio Verne (1874)
157. Viagens de Gulliver – Jonathan Swift (1726)
158. Tom Jones – Henry Fielding (1749)
159. Elogio da Loucura – Desidério Erasmo (ca. 1509-1511)
160. Os Três Mosqueteiros – Alexandre Dumas (1844)
161. Decamerão – Giovanni Boccaccio (ca. 1348-1353)
162. Kim. Rudyard Kipling (1865-1936)
Acrescentamos mais algumas obras sugeridas pelos leitores. Estamos anotando as demais sugestões, possivelmente faremos uma nova postagem com as indicações feitas. Grata!
https://www.revistaprosaversoearte.com/160-livros-essenciais-da-literatura-mundial-quais-voce-ja-leu/?fbclid=IwAR1xOSzUeAFXTpSMYkewLDe8Z0X9y1506gRK5C3c87yLuk9EpUG1aG3BulU