quarta-feira, 24 de julho de 2019

Charge


Charge



Você sabia disso? - Como um advogado se tornou um influenciador de leitura


Pedro Pacífico acumula seguidores em redes sociais falando de livros

A leitura nunca foi algo incomum para mim. Gostava de ler, mas não tinha um ritmo certo e ficava meio perdido na hora de escolher um livro. Acabava olhando as listas de mais vendidos e achava que, por serem os mais vendidos, lá também estariam os melhores. Também tinha vários preconceitos literários. Aquele trauma de quem precisou ler clássicos para o vestibular, por obrigação, que eu achava difíceis e chatos. Não tinha um hábito regular e, acima de tudo, não conversava sobre literatura com ninguém. Esse é um grande problema de nossa geração. Não falamos sobre a leitura. As coisas só começaram a mudar quando eu passei a conhecer alguns perfis literários nas redes sociais.

Sou advogado, tenho 26 anos, me formei na Universidade de São Paulo ( USP ) e minha rotina é muito corrida. As pessoas até têm essa imagem de que quem estuda Direito lê muito. Até lê, mas muita coisa técnica. A leitura por prazer é diferente.

Há uns quatro anos, querendo ler mais, comecei a pesquisar. Será que existe gente que recomenda livro? Eram pessoas mais ligadas ao mundo das letras. Muitas falavam sobre autores clássicos que não me interessavam, outras sobre contemporâneos que eu não conhecia, mas, pouco a pouco, as coisas começaram a se desmistificar para mim e passei a ir a uma livraria com um pouco mais de noção sobre o que escolher. Um dia escolhi Valter Hugo Mãe, por exemplo, que tinha uma escrita mais poética e desafiadora, e O estrangeiro , de ( Albert ) Camus, um clássico da literatura francesa. “Vou ver no que vai dar”, pensei. Para minha surpresa, comecei a gostar muito. Esses livros não tinham nada de difícil. Quando o hábito foi se consolidando, algo curioso aconteceu. A leitura começou a ser um assunto de meu dia a dia. E isso me fez querer ler muito mais. Então, de sete livros por ano, passei para 25, depois 35.

Ainda que eu tentasse falar de livros, as pessoas a meu redor nem sempre cultivavam o mesmo hábito. E os perfis que eu seguia, eu mais ouvia do que me comunicava. Foi aí que criei o perfil do @book.ster. Primeiro, anônimo. Pensava que as pessoas, se soubessem que eu havia criado um perfil literário, me achariam um doido. Fato é que criei o perfil e passei a postar minha experiência sobre os livros que lia. Não se trata de crítica, não sou um crítico. Sou um leitor comum. Com essas postagens, quando me dei conta, tinha mais de 10 mil seguidores e estava recebendo livros de editoras. Ainda anônimo. Até que me descobriram. Um amigo passou a seguir o perfil e me viu em um dos vídeos que postei. Aí tive de contar para todo mundo. Meus pais, minhas irmãs, meus amigos. Ninguém sabia. Um efeito prático dessa descoberta é que muito rapidamente meus amigos, minha família e pessoas que convivem comigo passaram a ler mais. Com dois anos de perfil, tenho mais de 100 mil seguidores.
“ACIMA DE TUDO, O QUE A LEITURA ME TROUXE FOI A EMPATIA, A CAPACIDADE DE ME COLOCAR NA CONDIÇÃO DO OUTRO, DE PASSAR A COMPREENDER E RESPEITAR O OUTRO PELO QUE ELE É. VOCÊ ACABA VIRANDO UMA PESSOA MUITO MAIS TOLERANTE E COM COMPAIXÃO”

Capitães de areia foi um livro que eu já tinha lido na escola, não tinha amado e decidi reler. E enxerguei-o com outros olhos. A máquina de fazer espanhóis , de Valter Hugo Mãe, é outro que me transformou. Pois me abriu os olhos para livros que achava que seriam muito difíceis e que não conseguiria ler. Quando as pessoas me perguntam o que a literatura me trouxe de bom, elas tentam vincular isso a alguma coisa concreta, como escrever melhor no trabalho, por exemplo. E, de fato, a literatura me ajuda na profissão porque me dá uma bagagem maior de conhecimento. Mas não é isso o mais importante. Acho que, acima de tudo, o que a leitura me trouxe foi a empatia, a capacidade de me colocar na condição do outro, de passar a compreender e respeitar o outro pelo que ele é. A partir do momento em que leio um livro de uma garota que nasceu na Somália e conta sobre ter sofrido mutilação genital quando criança e ter se casado com 13 anos, passo a enxergar as coisas sob o ponto de vista dela, um ponto de vista que eu jamais conseguiria ver. Isso muda nossa cabeça. Você passa a ver o outro, a entender suas dificuldades. Você acaba virando uma pessoa muito mais tolerante e com compaixão. Você entende o que o outro faz e desconstrói seus preconceitos.
O que começou como hobby acabou virando também um segundo trabalho. Apesar do mercado em crise, tenho feito parcerias com editoras e com grandes e-commerces, como a Amazon, em que ganho em cima dos livros que indico. Em muitos casos, quando indico, o livro se esgota — mesmo quando é literatura russa. Indiquei tanto os livros do Valter Hugo Mãe, de quem sou grande fã, que meus seguidores passaram a agradecer a ele, que começou a me seguir no Instagram. Passei a compartilhar com ele alguns comentários que recebo de seguidores sobre os livros e, um belo dia, ele me disse que queria me encontrar para um café. E me deu como presente um desenho que fez. É um baita reconhecimento, fiquei muito emocionado. Além de escritores, comecei a ver que formadores de opinião passaram a me seguir, como o Pedro Bial e o Luciano Huck. Hoje, quem aproxima o autor do leitor não é mais o intelectual inacessível, que fica num pedestal. A literatura precisa ser para todo mundo, não só para quem faz letras. As pessoas precisam saber que ler é para todos, seja o autor um russo, um africano ou algum ganhador de Nobel.

Muitas pessoas me perguntam que livros elas “devem” ler. Penso que você tem de ler o que gosta. Já me pediram para ler Olavo de Carvalho. Eu não leio Olavo de Carvalho porque não tenho vontade, neste momento, de saber as opiniões dele. Talvez um dia eu até leia para conhecer. Mas penso que tem tanto livro que quero ler, tanta coisa boa, que não faz sentido ficar lendo o que não quero.

Ler tem de ser um hábito diário. Não precisa ler três horas por dia. Três páginas, para quem tem rotina corrida, já é um bom começo. Não precisa deixar de sair, deixar as séries, deixar a academia. Basta ficar 15 minutos a menos no celular.

Artigo de Opinião - Dilema Moral

Como se separa a reforma da Previdência das gravíssimas investidas deste governo contra a imprensa, contra o Congresso, contra as instituições de nossa democracia?

terça-feira, 23 de julho de 2019

Artigo de Opinião - 'Homemcídio' e vaginofobia - Nelson Motta

A pergunta que todo homem que tem filha deve se fazer é: você gostaria que sua filha fosse tratada como você trata as filhas dos outros? E sua mãe? E sua irmã? O que faria se a visse sendo assediada na rua? Sendo espancada por um homem que ela não quer mais? Com fotos íntimas divulgadas na internet por um ex-namorado vingativo? Só imagine.

Você sabia disso ? - O homem que odiava Machado de Assis

Machado de Assis é arqui-inimigo de protagonista em romance que aborda racismo contra o escritor
Livro mistura ficção com fatos reais sobre o Bruxo do Cosme Velho
Jan Niklas
15/06/2019 

Você sabia disso ?


Artigo de Opinião - O país que mais mata LGBTQIA+ -

O país que mais mata LGBTQIA+

A cada 19 horas uma pessoa lésbica, gay, bissexual, trans ou travesti é assassinada, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, uma das maiores organizações para os direitos LGBTQIA+ do país

Por O Dia
Rio - A Avenida Paulista reuniu mais de três milhões de pessoas para a 23ª Parada do Orgulho LGBTQIA, no mês passado. Ironicamente, no mesmo local, um casal homossexual que andar de mãos dadas pode ser vítima de homofobia. A situação reflete uma realidade ainda muito dura da população LGBTQIA+ no Brasil, onde a cada 19 horas uma pessoa lésbica, gay, bissexual, trans ou travesti é assassinada, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, uma das maiores organizações para os direitos LGBTQIA+ do país.

Artigo de Opinião - Educação já!!!!

Rio - No ano passado, foi lançada a proposta denominada “Educação Já!”, com o objetivo de propor medidas que, caso sejam implementadas, serão capazes de promover um salto de qualidade na educação básica brasileira, no período de 2019 a 2022. Trata-se de uma iniciativa suprapartidária, liderada pelo Movimento Todos pela Educação, em parceria com outras organizações e especialistas do setor. O documento apresenta uma proposta de estratégia nacional a partir dos conhecimentos consolidados pela literatura científica nacional e internacional, e também pelos resultados das pesquisas de opinião junto a professores e alunos. Da mesma forma, foram levadas em conta as experiências exitosas no Brasil e no mundo. 

Artigo de Opinião - Um livro, um filme, um país

Novo livro da antropóloga Lilia Schwarcz discute as raízes do nosso atraso: mandonismo, desigualdade, confusão entre público e privado
O Brasil tem uma história muito particular. A constatação abre “Sobre o autoritarismo brasileiro”, livro em forma de ensaio da antropóloga Lilia Schwarcz. A autora conduz o leitor por um passado que insiste em se fazer presente. Nele estão as raízes do nosso atraso: o mandonismo, a desigualdade, a confusão entre o público e o privado.

O desprezo pelo ensino superior é uma das chagas mais ancestrais. As primeiras universidades da América Latina datam do século XVI: São Domingos (1538), Lima (1551), Cidade do México (1551). Aqui as elites preferiam mandar seus filhos para a Europa. Só mudaram de ideia no século XIX, depois que Napoleão obrigou a Corte a se refugiar na colônia.
O Brasil foi o último país das Américas a abolira escravidão. Lili a observa que a Lei Áurea libertou, mas não integrou. Depois de 131 anos, a clivagem racial persiste. Os jovens negros têm 2,5 mais vezes de chance de ser assassinados que os brancos .“Criamos uma nação profundamente desiguale racista ”, escreve.
A antropóloga desmonta o discurso de que haveria “coitadismo” ou “mimi-mi” na luta por inclusão. “Faz parte dos discursos conservadores ignorar e desautorizar demandas das minorias”, afirma. “Enquanto persistir o racismo, não poderemos falar em democracia consolidada.”
O brasileiro gosta de se ver como “tolerante” e “pacífico”. Essas definições, argumenta a autora, têm pouca conexão coma realidade. “Não sobrevivem a um enfrentamento no campo, a uma batida da polícia nas cidades, a uma discussão entre políticos, a uma briga no trânsito.”
A política, por sinal, ocupa boa parte do livro. Lilia lembra que a captura do Estado por interesses particulares vem de longe. “Por aqui sempre fez falta o interesse pelo coletivo”, observa. “Como nossa República é frágil, ela se torna particularmente vulnerável ao ataque de seus dois principais inimigos: o patrimonialismo e a corrupção.”
Num salto histórico, a antropóloga vê nas manifestações de 2013 a origem de um processo de radicalização que ainda parece longe do fim. Na visão dela, o impeachment de Dilma Rousseff destampou de vez o “caldeirão de ressentimentos”, liberando os discursos de ódio e a polarização. Ambiente ideal para a ascensão de “pretensos outsiders, políticos autoritários, oportunistas e populistas, que se dizem acima e além dos demais”, escreve. Mais uma vez, o passado ajuda a entender o presente.
Estreia dia 19, na Netflix, o documentário “Democracia em vertigem”. O filme de Petra Costa mergulha nos bastidores da queda de Dilma. Numa das melhores cenas, servidores do Palácio da Alvorada carregam retratos, roupas e até o colchão usado pela presidente deposta. O filme mostra como um deputado do baixo clero conseguiu se projetar na onda antipetista. Numa sequência, ele recebe a equipe de filmagem e exibe, orgulhoso, uma galeria de retratos dos presidentes da ditadura. O dono do gabinete era Jair Bolsonaro.

Bernardo Mello Franco - O Globo - 

Artigo de Opinião - Intolerância, incoerência, irracional, inaceitável

Rio - Nessa última semana o Brasil foi palco de sentimentos de ódio oriundos de criação, índole, convivência e doença. Acho urgente discernirmos os acontecimentos. Existe uma grande diferença entre intolerância, discriminação, preconceito e criminalidade.

Artigo de Opinião - Por direitos e por justiça!

Rio - A percepção da seletividade do sistema de justiça no Brasil incentiva a campanha pela libertação do ex-presidente Lula, maior líder popular da história recente do Brasil. Seu partido – sabiamente - mobiliza sua militância com a campanha Lula Livre, visando a retomada do projeto político interrompido com o golpe de 2015. Mas, as manifestações contra os cortes na educação, desmonte do SUS, precarização das relações de trabalho, sucateamento do sistema previdenciário e outras ameaças ao mundo do trabalho – por interessarem a amplos setores da sociedade - aglutinam mais que a campanha por sua liberdade. E, por não se restringirem à militância no entorno do líder carismático elevado a símbolo, têm maior potencial transformador.

Artigo de Opinião - Ô loko, sô!

Falar em doença mental é coisa antiga e embute muitos preconceitos e ignorância. Muita gente sofre de distúrbios psiquiátricos, mas não os admite. Psicanalistas e terapeutas têm cada vez mais pacientes e impacientes que precisam de ajuda. Não é crime, não é pecado, não é vergonha, nem culpa de ninguém: é da natureza da humana.

Artigo de Opinião - Com estudante não se brinca - Flávia Oliveira

Não é boa política brigar com estudantes, principalmente secundaristas. Nunca foi. O erro político — tanto do presidente da República quanto do ministro da Educação — de preferir viés ideológico a argumentos técnicos para justificar cortes no orçamento de universidades e institutos federais rendeu onda de protestos tão precoce quanto volumosa contra uma gestão que não completou cinco meses. Não à toa, o movimento tomou as redes sociais pela hashtag #tsunamidaeducação.

sábado, 20 de julho de 2019

Você sabia disso? - Os 10 mitos sobre as cotas


 1- as cotas ferem o princípio da igualdade, tal como definido no artigo 5º da Constituição, pelo qual “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. São, portanto, inconstitucionais.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Pequena África, joia do Rio, pode ter proteção da lei

Texto, que aguarda análise do prefeito, prevê a demarcação da região e ações como a criação de um memorial
Renan Rodrigues
26/05/2019 




A História Pouco Conhecida da Pequena África na Zona Portuária do Rio de Janeiro



A Pequena África é o lar histórico da comunidade afro-brasileira na Região Portuária do Rio de Janeiro. A região ficou conhecida como Pequena África depois que o comércio de escravos se tornou ilegal no Brasil em 1831 (ainda que a abolição da escravatura só viesse a acontecer 50 anos depois). Entre 1850 e 1920, escravos libertos permaneceram trabalhando na região. Negros e africanos libertos da Bahia ou do interior viajaram para a Pequena África a procura de trabalho e de um senso de comunidade. A Pequena África frequentemente acolheu negros de todo o país, onde se ergueram casas, locais de convívio cotidiano e centros religiosos.

Artigo de Opinião - Vacinar é a melhor opção

Rio - Uma das premissas para um convívio harmônico em sociedade é o respeito às individualidades e às escolhas e preferências pessoais. Uma sociedade livre é uma sociedade em que o aceite das escolhas individuais e das diferenças ocorre de forma natural, espontânea. Liberdade de expressão, de opinião, religiosa, sexual... e também da decisão de se vacinar ou não. Mas até que ponto essa é apenas uma escolha individual?

Crônicas do Dia - Novidades no contraturno escolar - Leonardo Rodrigues

Rio - A satisfação de servir ao povo fluminense é ver sorrisos entusiasmados na juventude, ávida por conhecimento e formação, como vi esta semana em estudantes de Mesquita, município por onde começará a ser implantado o projeto-piloto que levará ensino técnico e profissionalizante às suas 10 escolas estaduais. Pois foi com esses sorrisos que me deparei, esta semana, durante a visita técnica que fizemos aos colégios Vila Bela, Brasil e D. Pedro I, e ao Ciep 111 – Gelson Freitas, colhendo subsídios para o projeto. Ele será implementado pela nossa vinculada Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação.

Editorial - Revista Época

Um terço dos 700 mil brasileiros presos cumpre pena por tráfico de drogas. É um contingente que cresce em ritmo exponencial. A causa disso não está no aperfeiçoamento da competência policial e jurídica do país. Encontra-se, mais uma vez, na capacidade estrutural da sociedade brasileira de maximizar desigualdades.

Crônicas do Dia - Contra tudo e contra todos - Ruth de Aquino

Nossa crise deixou de ser só ideológica, política ou econômica. Já repararam? Enfrentamos uma crise de liderança

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Artigo de Opinião - Gentil com Jair, João ? - Conrado Hubner Mendes

Bill de Blasio, prefeito de Nova York, não estava na festa. Semanas antes, mandara avisar a Bolsonaro que “seu ódio não é bem-vindo”. Por considerar que a declaração caracterizava a “ideologização da atividade”, o presidente brasileiro cancelou a visita. Jair acha ideológico o que não é espelho. Desconfia que sua sombra também conspira contra ele. O prefeito nova-iorquino aproveitou para cutucar a masculinidade do capitão: “Valentões geralmente não aguentam um tranco”. Ernesto Araújo não avisou que, na diplomacia, presidente não passa recibo para prefeito.

Você sabia disso ? - Chico Buarque e o universo feminino em suas canções


publicado por Igor José

Utilizando-se do seu lirismo crítico, romântico, e de sua sensibilidade musical, Chico Buarque deixa claro em suas composições que é um apaixonado pelas mulheres, cujo universo, geralmente incompreendido pelos homens, e muitas vezes criticado pela sociedade é uma temática abordada nas muitas músicas compostas por esse profundo conhecedor dos problemas dessa classe que ao mesmo tempo pode despertar sentimentos de amor e ódio.

Artigo de Opinião - Só o conhecimento salva - Suzana Kahn

Não reconhecer a relevância da área de pesquisa, desenvolvimento e inovação em toda a sua abrangência é condenar o país a permanecer à margem do futuro

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Você sabia disso? - Esposa autônoma, marido submisso: Aurélia Camargo, Senhora de Fernando Seixas


Renato / novembro 4, 2016
Por: Renato Drummond Tapioca Neto

O romantismo no Brasil da segunda metade do século XIX foi usado como um instrumento de construção da chamada “identidade nacional”. Em prefácio à obra de Ricupero (2004), Célia Quirino diz que “os temas românticos e a maneira de tratá-los pareciam, com alguma criação, servir como uma luva para fazer nascer um espírito nacional e encontrar uma identidade que juntasse todos os brasileiros” (p. IX). José de Alencar, por exemplo, encarava a literatura como retrato da sociedade e defendia a construção de uma “civilização original” com base no cruzamento de elementos europeus com americanos. Ele utilizou sua obra como um veículo para criticar a política do período e a suposta corrupção de valores morais que ele enxergava. Entre suas principais críticas, estava o casamento arranjado, pensado como uma espécie de contrato social mantido pelas elites para elevação ou manutenção do status econômico entre as famílias. Alencar satiriza tais acordos matrimoniais ao criar um enredo onde a menina rica compra com um dote de cem contos o homem que lhe desprezou quando era uma moça pobre. Conforme cita Luís Felipe Ribeiro, “é porque é rica, muito rica, que [Aurélia] se impõe a um mundo que só se move nas malhas do dinheiro: o que não se configura um ambiente de nobreza, mas apenas o da classe enriquecida que habitava na corte” (2008, p. 150).

Conforme se pode perceber a partir do próprio título da obra, José de Alencar já dava ao leitor uma ideia do caráter do relacionamento entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas, quem seria o elemento dominante e quem seria o elemento dominado. Em vez do papel de dona de casa e apêndice do marido, a protagonista não assume uma posição de sujeito submissa dentro da trama. Por meio de sua imensa riqueza, passou a se impor como uma soberana, gozando de mais privilégios do que uma simples mulher casada. Ao longo de quase toda a narrativa, Aurélia dispõe do cônjuge da forma como bem deseja. Fernando, por sua vez, assume um lugar de homem objeto, devido à dívida contraída para com a esposa. Essa situação fica evidente a partir da fala da personagem na noite nupciais do casal:

– Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade, por mais triste que seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido (grifos meus) (ALENCAR, 1997, p. 75).

A personagem Aurélia se subjetivava assim na posição de mulher traída, como bem exemplificou no seu discurso, e designava ao marido a posição de homem vendido. A revelação desta situação através dos lábios da esposa foi uma desagradável surpresa para Fernando, que se acreditava na posição de marido e dono da casa, direitos que lhe eram garantidos pela sociedade na qual a obra foi concebida.

Este, possivelmente, é o maior paradoxo apresentado por José de Alencar. Em Senhora há uma inversão de papeis sociais. A esposa ocupa o lugar que deveria pertencer ao marido para rebaixá-lo dentro do estado do matrimônio. O século XIX, especialmente, acentuou a divisão de papéis entre homens e mulheres. Cada um tinha suas funções, tarefas e espaços, com lugares a serem ocupados, predeterminados em seus mínimos detalhes: ao marido o espaço público e à esposa o privado. A própria política havia contribuído para essa interpretação dos papéis masculinos e femininos ao distinguir as categorias produção, reprodução e consumo. Nesse caso, caberia ao homem assumir a primeira, enquanto a mulher ficara com a terceira. A segunda (a da reprodução), contudo, seria tarefa de ambos. Conforme dito anteriormente, José de Alencar opera uma inversão dessas funções: Aurélia era a responsável pela manutenção da casa, enquanto Fernando era seu dependente. Dando continuidade à cena acima descrita, a protagonista deixava claro no seu discurso de qual posição social falava, o que para ela justificava suas atitudes:

– Vendido sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas (grifos meus). O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento (ALENCAR, 1997, p. 75).

Na sequência do seu discurso, a personagem Aurélia qualificava o marido com um traste, comparando-o a um produto disponível para a venda no mercado matrimonial da época. Ela, que além de mulher traída, assumiu a posição de mulher honesta, pagou o melhor preço para obter aquele item indispensável às damas de sua categoria. A posição de marido no discurso da personagem é, dessa forma, coisificada, tal como um objeto doméstico. De acordo com Ribeiro (2008):

Fernando, como homem vendido, perde a sua autonomia e identidade, pois lhe estão cassadas a vontade jurídica e a gerência dos próprios negócios. Ele não é o marido de Aurélia, senão no sentido do traste indispensável às mulheres honestas. É Aurélia que é a mulher de Seixas, a sua senhora, no sentido forte do termo. Resta-lhe a impressentida servidão voluntárias… (p. 170).

Surpreendentemente, o marido, homem vendido, se submeteu à posição que sua esposa lhe designou e aceitou como objeto, abrindo mão dos seus direitos domésticos garantidos pela sociedade patriarcal. Ao longo de quase toda a narrativa da obra ele atende a todos os caprichos da esposa. Ela, como elemento dominante na trama, utiliza sua posição para operar em Fernando uma espécie de regeneração moral, corrompida pelos padrões sociais burgueses do período.

Em quase todos os romances urbanos de José de Alencar, as protagonistas são dotadas de um tipo de virtude que, por sua vez, oferece um contraponto para os vícios da sociedade de corte. O autor as coloca sobre de um pedestal, como se fossem modelos de feminilidade a serem seguidos, conforme podemos perceber na primeira descrição de Aurélia:

Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.

Desde o momento da sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.

Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.

Era rica e formosa.

Duas opulências, que se realçam com flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.

Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro (grifos meus), e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira o seu fulgor? (ALENCAR, 1997, p. 17).

Nessa passagem, José de Alencar deixava expostos os elementos básicos da narrativa: tempo, espaço, personagem, narrador. Primeiramente, a protagonista figura como estrela, corpo celeste longínquo e contaminado pela frieza da noite; em seguida, esse corpo vai se aproximando aos poucos da condição humana, ao ser qualificado como a soberana, rainha dos salões. O “céu fluminense”, metáfora do espaço social, por sua vez, se transforma em salão, ganhando assim contornos concretos e limites mais definidos. De repente, a estrela feita em rainha passa por outra metamorfose, que reitera sua gradação descendente e aproximação da personagem à realidade da terra: deusa-musa-ídolo; no quarto parágrafo, composto por apenas uma oração de quatro palavras, temos a descrição dos seus principais atributos: era rica e formosa; o quinto, entretanto, se diferencia dos outros por sua função adjetiva, explicando os dois atributos da estrela; no último parágrafo, têm-se o estágio final desse processo de aproximação da vida terrestre: estrela-rainha-deusa-musa-ídolo-mulher: Aurélia Camargo. Nesse momento, a ápice da concretude é representado pelo nome próprio. A partir daí o foco narrativo é encaixado dentro de um ponto localizável.

Ao contrário de Lucíola (1762), em Senhora (1875) é o homem quem se prostitui, cabendo a ele recuar enquanto a esposa avança. Por outro lado, essa condição permanecia confinada no domínio do privado. Para a sociedade, Aurélia e Fernando mantinham a comédia na qual “ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada”. O Eles sustentavam na cena pública a farsa do casal feliz e realizado:

– A senhora fez-me seu marido; não me resta outra missão neste mundo; desde que impôs-me esse destino sacrificou meu futuro, não tem o direito de negar-me o que paguei tão caro, pois o paguei com o preço de minha liberdade.

– Essa liberdade eu a restituo.

– E pode restituir-me com ela o que perdi alienando-a?

– Receia talvez o escândalo que produzirá o divórcio. Não há necessidade de publicarmos a nossa resolução; podemos viver inteiramente estranhos um ao outro na mesma cidade, e até na mesma casa. Se for preciso, temos o pretexto das viagens por moléstia, da mudança de clima, do passeio à Europa.

– A senhora fará de mim o que for de sua vontade. A minha obrigação é obedecer-lhe, como seu servo, contanto que não lhe falte como marido (grifos meus) que a senhora comprou (ALENCAR, 1997, p. 155).

A personagem Fernando Seixas relacionava sua posição como marido de Aurélia Camargo à de um servo, pois esta era a sua condição. A esposa, por sua vez, ao se subjetivar no papel de proprietária do cônjuge e reconhecendo o caráter servil do mesmo, possuía o direito de restituir a liberdade de Fernando, caso assim lhe aprouvesse.

A situação do marido como “escravo branco” a esposa, entretanto, estava em vias de mudar. Havia começado a se estabelecer em Fernando Seixas um processo de regeneração moral, que seria coroado com a compra de sua liberdade, mediante pagamento dos cem contos de réis que lhe foram oferecidos como dote da esposa. Com o tempo, a própria Aurélia foi se cansando daquele jogo: “Já não é tempo de cessar entre nós estas represálias, que não passam de truques de palavras?”, diz a personagem. “O senhor é meu marido, e somente meu marido” (grifos meus) (ALENCAR, 1997, p. 178). Dessa forma, a mulher traída se arrependia de sua conduta para com Fernando e demonstrava que não queria ter a seu lado um servo, mas apenas seu esposo. A partir de então, ela deixava de se colocar no lugar de proprietária deste, para lhe restituir a posição de senhor que lhe era conferido pelo estado do matrimônio. Seixas, porém, estava decidido a permanecer nesta situação até que seus próprios planos fossem tivessem êxito: “sou seu marido!… É verdade; como Scheherazade era mulher de sultão”. Ao fazer esta comparação, ele comparava a esposa a uma rainha reinante enquanto ele seria o seu príncipe consorte.

O simulacro do casamento permaneceu inalterado até os instantes finais do romance, quando Fernando finalmente consegue juntar a parte que havia gasto do dote da esposa e se apresenta a ela não mais como criatura e sim como homem dono de si. Ao fazê-lo, o marido finalmente deu provas a Aurélia de sua regeneração moral. Antes de se despedirem, a outrora senhora pediu a Seixas para que esperasse um instante:

– O passado está extinto. Estes onze meses, não fomos nós que os vivemos, mas aqueles que se acabaram de separar, e para sempre. Não sou mais sua mulher; o senhor já não é mais meu marido. Somos dois estranhos. Não é verdade?

Seixas confirmou com a cabeça.

– Pois bem, agora ajoelho-me eu a teus pés, Fernando, e suplico-te que aceites meu amor, este amor que nunca deixou de ser teu, ainda quando mais cruelmente ofendia-te.

A moça travara das mãos de Seixas e o levara arrebatadamente ao mesmo lugar onde cerca de um ano antes ela infligira ao mancebo ajoelhado aos seus pés a cruel afronta.

– Aquela que te humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te, nas iras de sua paixão. Aqui a tens implorando seu perdão e feliz porque te adora, como senhor (grifos meus) de sua alma (ALENCAR, 1997, p. 2014).

Com esse desfecho, Alencar devolvia suas personagens aos papeis preestabelecidos pela ordem patriarcal oitocentista. Aurélia, antes a senhora, recusou a posição de elemento dominante do casamento para finalmente se subjetivar na condição de elemento dominado, antes desempenhado pelo marido. Fernando, por sua vez, passou a ser o seu senhor e marido, recuperando assim seus direitos sobre a pessoa da esposa e do patrimônio desta. O casamento das personagens é salvo graças à recusa da protagonista de sua posição inicial. Com isso, José de Alencar devolvia as personagens aos respectivos lugares que a sociedade brasileira oitocentista delegava para os homens e as mulheres, “para que a ordem social retorne ao seu equilíbrio anterior e ela, como indivíduo, possa enfim ser feliz” (RIBEIRO, 2007, p. 219). A partir de então, ela deixou de ser a Senhora Aurélia Camargo, para finalmente se tornar a esposa de Fernando Seixas.

Referências Bibliográficas

ALENCAR, José de. Senhora. – 30ª ed. São Paulo: Ática, 1997

PONTIERI, Regina Lúcia. A voragem do olhar. – São Paulo: Perspectiva, 1988.

RIBEIRO, Luis Felipe. Mulheres de papel: um estudo do imaginário em José de Alencar e Machado de Assis. – 2ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

RICUPERO. Bernardo. O romantismo e a ideia de nação no Brasil (1830-1870) – São Paulo: Martins Fontes, 2004.

https://rainhastragicas.com/2016/11/04/esposa-autonoma-marido-submisso-aurelia-camargo-senhora-de-fernando-seixas/

Artigo de Opinião - Falta bom senso nas redes sociais? Ou tem demais? - Helio Gurovitz

“O bom senso”, escreveu René Descartes na abertura do Discurso do método , “é a coisa mais bem compartilhada do mundo.” Mal poderia ele prever o que se compartilha hoje nas correntes de WhatsApp, fios do Twitter, comentários de Facebook ou grupos do Telegram. Parece haver de tudo nas redes sociais, menos um pingo de bom senso. Só que todos os que “compartilham” suas opiniões, ideias e — suspiro… — memes julgam tê-lo. Ninguém acha que tem pouco. “O que quer que alguém acredite ser questão de bom senso, acredita com certeza absoluta. Só fica espantado com o fato de que outros discordem”, diz o sociólogo canadense-australiano Duncan J. Watts em Tudo é óbvio — Desde que você saiba a resposta . Lançado em 2011 nos Estados Unidos, o livro analisa as peças que o senso comum nos prega. Instintivo, natural, prático, o bom senso é essencial nas decisões cotidianas individuais: que roupa vestir, como pegar o metrô, quando obedecer às regras, quando ignorá-las e coisas do tipo. Mas se torna um péssimo guia para as decisões de natureza coletiva, relativas a política, Direito, economia ou cultura.

Artigo de Opinião - Comer o pão que o STF amassou


Jair Bolsonaro descobriu quão vulnerável é um tribunal que despreza sua institucionalidade e se deixa governar pelo humor e pelos interesses de seus ministros. Neutralizá-lo é menos trabalhoso do que pensava. Tempos atrás, aventava usar a cartilha autocrática de cooptação de Cortes insubordinadas ao regime (como fizeram Getulio Vargas e a ditadura militar, Chávez na Venezuela, Orbán na Hungria, Erdogan na Turquia, os Kaczynskis na Polônia etc.): aumentar o número de cadeiras, nomear apologistas, aposentar os irresignados. Foram balões de ensaio sem compromisso. Eduardo Bolsonaro também sugeriu a saída por força bruta: “um soldado e um cabo”, a mais popular alegoria do fim. “Fechar o STF” tornou-se um tema, um tema falado em público. Em pesquisa recente, constatou-se que 38% da população apoia a ideia, em comparação a 14% em 2008.
Se o tribunal não respeita a si mesmo, para que sujar as mãos com as tintas do autoritarismo? Jair percebeu que há um atalho mais silencioso: “Com todo o respeito, mas criminalizar homofobia é uma decisão completamente equivocada. Além de o STF legislar, está aprofundando a luta de classes. Se tem um evangélico lá, pedia vista e sentava em cima por anos”. Basta nomear um ministro. Sozinho, ele será capaz de obstruir a agenda constitucional do país. Essa é a descoberta. “Sentar no processo” por anos a fio é uma técnica de obstrução patenteada pelo STF. Pode ser passiva ou ativa: passiva, quando o relator engaveta o caso e não solta, quando o presidente da Corte engaveta e não pauta, quando um ministro qualquer pede vista e engaveta; ativa, quando o ministro relator toma decisão monocrática e engaveta. Esse é o menu desenvolvido pelo STF. Estará à disposição de qualquer novo ministro.
O que fez Gilmar Mendes no caso de financiamento empresarial de campanha? O que fez Luiz Fux com a manutenção ilegal do auxílio-moradia para juízes? O que faz Rosa Weber com a ação sobre direitos reprodutivos? O que fez Cármen Lúcia com o caso de execução provisória da pena? O que fizeram Lewandowski e Cármen Lúcia com o caso que discutia a instituição do parlamentarismo? O que fez Teori Zavascki, depois Alexandre de Moraes e agora Dias Toffoli com o caso sobre tráfico de drogas? Sentaram no processo e deixaram a democracia aguardando. Não se sentiram constrangidos a dar explicação pública sobre o assunto, mesmo que a Constituição a exija.
A ironia é que será ele, o futuro ministro evangélico que Bolsonaro promete nomear, a fazer o STF comer o pão que o STF amassou.
Um candidato está em campanha para a cadeira. Por suas postagens no Twitter, o juiz Marcelo Bretas mostra senso de oportunidade: “A teoria da separação de Poderes foi mesmo idealizada por Montesquieu? Veja o que o profeta Isaías escrevera aproximadamente 2.500 anos antes dele: ‘Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará’”. Apressado, concluí que ele se contradizia ao invocar, como origem da separação de Poderes, uma passagem bíblica que define seu contrário — a fusão de funções. Mas Bretas está certo, e Montesquieu nada mais fez do que interpretar Isaías: se Deus, e somente Deus, pode reunir as três funções, resta aos homens separá-las. Fundi-las é pretender passar por Deus e cometer o pecado satânico da soberba. Erraram os historiadores da filosofia que precederam Bretas nos últimos 200 anos e pensavam que Montesquieu apenas descrevia a Inglaterra do século XVIII.
Terá sido um recado a Sergio Moro, que, mal versado em conhecimentos bíblicos, enveredou pela missão diabólica de acumular funções na Lava Jato? Ou terá sido um aceno a Bolsonaro, que já se reconheceu ungido de Deus, portanto biblicamente autorizado a ignorar o Congresso e nos salvar da velha política? Para bom entendedor de teologia constitucional, meio tuíte de Bretas basta.

Só evite dar tanta bandeira, Jair. Depois o que vão dizer se seu ministro evangélico comportar-se exatamente como os atuais ministros do STF? Se a Criatura voltar-se contra o Criador, finja que não é com você. Eles, que são ministros brancos, que se entendam.

Conrado Hübner Mendes é doutor em Direito e professor da USP

Revista Época - 26/06/19