terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Crônicas do Dia - Perdeu, Plaboy!

Rio - As eleições se aproximam, candidatos de várias tendências se apresentarão, cada um com seu "Vamos fazer isso e aquilo". Eleições são assim mesmo.


No entanto, proporão o que a respeito da segurança? Aumento do efetivo da PM? Mais armas? Eliminação da corrupção da polícia? Mais presídios? Redução da maioridade penal? Pena de morte?

Eu, aqui no meu canto, já antecipo: "Não me façam rir". A escala da criminalidade assumiu proporções incontroláveis. Para que você possa ir à praia num domingo de sol, é necessário cercar a orla com cerca de 800 policiais.

A par de uma série de outras providências secundárias, no essencial, a solução efetiva foi dada por Darcy Ribeiro em 1982: "Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios".

Ora, leitor, passe, por exemplo, pela Linha Vermelha. O que você verá? Uma favela à direita, outra à esquerda, mais uma, mais outra e mais outra, por quilômetros, numa sequência triste e monótona. Embora não se deva identificar pobreza com criminalidade, é inquestionável que esta última se alimenta daquela.

Curiosamente, a grande imprensa gasta milhares de horas e palavras com o assunto da segurança pública e ninguém eu repito e enfatizo: ninguém toca no assunto da exclusão. A sociedade tem de se convencer da necessidade de redução da desigualdade social. É prioritário garantir alguma esperança de vida melhor às centenas de milhares de jovens que moram naquelas favelas. É tão difícil enxergar isso?

Ainda que eu seja um leigo no assunto, não vejo como, no curto prazo, dar uma resposta ao problema. Dificilmente interromperemos a triste rotina dos inocentes baleados por balas perdidas.

Perdeu, Playboy.

Francisco José Ferraro Genu é auditor fiscal da Receita Estadual

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