terça-feira, 7 de junho de 2016

Mensagem - Ser Mãe

Ser mãe é...
Edição: 1810 - 08/05/2014



... ser tantas coisas, ser uma e ser muitas mulheres.
É estar com todos e com si mesma, sempre!

A vida da mulher pode ser dividida em duas fases distintas. A primeira é aquela em que ela é responsável somente por seu desenvolvimento, sua vida e sua carreira. A segunda, geralmente mais longa, é quando ela decide ser mãe. Dizer que a mudança é da água para o vinho não é exagero. Pode-se dizer inclusive que são duas vidas, tão diferentes as características de cada uma.


Se a primeira é voltada para si mesmo, a segunda é centrada nos filhos, por mais que se tente seguir com todas as atividades começadas no período anterior. Se uma é marcada mais por certezas do que por dúvidas, a outra é exatamente o oposto. Desde o momento em que se decide ser mãe, as preocupações são uma constante. A começar pela gravidez.
A mulher passa nove meses experimentando conflitantes sensações: alegria, ansiedade, afeto. E muitos medos também. Do parto, da anestesia, de não conseguir tomar conta do bebê...
Depois vem a fase do cansaço – amamentar, trocar fraldas, dormir mal – misturado ao entusiasmo de ver a criança crescer e começar a perceber o mundo. Passam-se os anos. As preocupações continuam. Nunca se sabe se a educação que se dá aos filhos é realmente a melhor. Dar bronca, conversar, deixar de castigo, não ligar? Deixar o filho fazer tudo o que quer ou insistir no não – mesmo que não se tenha muita certeza disso?
Escola liberal ou tradicional? Judô ou natação? Ballet ou música? Tantas são as dúvidas que mal se percebe que aquele ser humano minúsculo já sabe escrever seu próprio nome, ler outdoor e reconhecer alguns logotipos. De repente, está prestando vestibular, saindo para trabalhar, morando sozinho, casando...

Conquistas e abdicação
Ser mãe é viver em dúvida! Mesmo para as mulheres que trabalham fora, a maternidade é uma atividade que consome grande parte do dia, seja em ações ou em pensamentos. Um dos grandes desafios da mulher é conciliar profissionalismo e a vida familiar. Ela precisa preocupar-se com segurança financeira, mas não pode descuidar da saúde dos filhos; ao mesmo tempo em que é responsável por prover as necessidades do lar, também quer dedicar-se a aprender coisas novas e a enfrentar desafios; vai atrás de cursos para dominar novas tecnologias, mas tem de separar algumas horas de seu dia para dar atenção às crianças.
Este dilema não é privilégio de quem vive no mundo contemporâneo. Mães brasileiras do século XIX também trabalhavam fora e chefiavam famílias. Não era difícil encontrar mulheres que ganhavam o sustento em trabalhos como costureiras, bordadeiras e quituteiras. Mesmo sendo tarefas que poderiam ser executadas em casa, eram horas de seu tempo que tinham de ser subtraídos da convivência familiar.

Harmonia no caos
Hoje seu papel na sociedade mudou. Suas obrigações são outras, mas o dilema continua. Mesmo feliz desempenhando todos esses papéis, a mãe sente-se aprisionada entre extremos. Sente dor pelos filhos e vibra com as conquistas deles, mesmo que para isso tenha de desprezar as suas próprias. Apesar disso, toda essa angústia tem recompensas, que somente quem é mãe sabe identificar. Há momentos em que todas essas incertezas cedem. É neles que a mulher consegue sentir a sua importância no desenvolvimento da humanidade. É quando ela se vê alvo do amor mais puro que existe, da paixão incondicional que, apesar de exigir demais, também oferece muito em troca. Ser mãe, na sua essência, é estar continuamente ligada à um estado superior de graça; é procurar harmonia em momentos nos quais o caos parece dominar; é descobrir a trilha escondida atrás de um emaranhado de dúvidas; é transmitir segurança com um simples gesto, olhar ou esticar de mãos.
Para a mulher que já passou por tudo isso, para aquela que está passando e para quem, apesar de tudo, ainda quer passar... Feliz Dia das Mães!

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