terça-feira, 7 de março de 2017

Artigo de Opinião - O desafio da equiparação de direitos

Atitudes preconceituosas e discriminatórias somente podem ser mudadas por meio da educação, em todos os níveis e modalidades

07/03/2017
O DIA


Rio - Depois de muitos anos de discriminação, a 8 de março de 1857 operárias de uma fábrica de tecido resolveram protestar contra a discriminação salarial e carga horária desumana. A manifestação sofreu represália violenta, e 130 mulheres morreram carbonizadas, trancadas na fábrica.

Após outras inúmeras manifestações, em 1975 a ONU fez desta data um marco para homenagear a liberdade conquistada por elas e também para debater o papel da mulher na sociedade, reflexão mais profunda sobre as lutas atuais. 

Muitos são os resultados alcançados pelas mulheres, mas tem-se muito pelo que lutar. Preconceito, discriminação, violência e desigualdades sociais ainda são contradições. Existem três grandes obstáculos: o abismo salarial, os poucos cargos políticos ocupados por mulheres e a desigualdade no acesso à Educação.

Mulheres ocupam a maioria dos bancos das universidades (quase 60%) e estudam mais que os homens, mas, em termos proporcionais, ingressam menos que eles no Ensino Fundamental. A condição feminina geral é de vulnerabilidade e precariedade, e a desigualdade de gêneros ainda é realidade, como evidenciam os dados sobre renda e empregabilidade.

É essencial que o Estado promova políticas públicas que solucionem a carga de trabalho não remunerado e de cuidado que recai sobre as mulheres, para que estas possam ter a oportunidade de acesso a empregos produtivos e bem remunerados e a liberdade de escolher seu tempo e seu lugar de trabalho, ou seja, um Estado que garanta a titularidade de direitos e a expressão da democracia. 

Nos últimos anos, as brasileiras conquistaram o mercado de trabalho, o direito ao voto e a universidade. Apesar desses avanços, ainda há muitos desafios para assegurar a igualdade de gênero, para que a cultura de “inferioridade feminina” seja eliminada.

Para a Unesco, debater essas questões em sala de aula é fundamental para se obter uma sociedade mais justa e igualitária, pois é sem dúvida na escola que vamos reverter o quadro desolador de desigualdades.

E atitudes preconceituosas e discriminatórias somente podem ser mudadas por meio da educação, em todos os níveis e modalidades, em todas suas manifestações.

Simone Viana é professora e pesquisadora da Estácio de Sá

Um comentário:

  1. Em pleno século XXI a discriminação e a violência contra a mulher se mantém a mesma, fruto do patriarcalismo europeu q chegou com os portugueses na colonização. Algo que deveria ter mudado a muitos anos se manteve e na sociedade atual podemos ver vestígio do machismo.
    O artigo fala que temas como esse deve sim ser debatido em salas de aula, onde o mesmo deve apresentar as características erradas para conscientizar as gerações futuras que isso tem que mudar.
    O ponto principal que não adianta discutir o tema em sala quando os alunos desrespeitam e ironizam o movimento social chamado de feminismo.
    O feminismo é um movimento que luta pela igualdade de gênero, e não pelo prevalecimento da gênero feminino, porém homens confudem feminismo com femismo, onde o mesmo tem o sentido contrário do feminismo.
    Para que o feminismo de certo, e para a extinção do machismo é necessário participação direta do sexo masculino, porém com voz ativa feminina.
    O fato principal é que a mídia denigre a imagem do movimento feminista, e jovens cada vez mais propagam a ideia de que o feminismo é um movimento feito para colocar o homem abaixo da hierarquia social, porém o movimento luta pelo direitos iguais. E além disso mulheres totalmente radicais invadem esse movimento e se apropriam dele para denigrir religiões, por exemplo, recentemente houve um caso de mulher se apropriando de um crucifixo, símbolo da igreja católica, e enfiando no canal vaginal. Como se adquire respeito sem respeitar o próximo? O fato contundente é que homens e mulheres devem receber a educação de respeito ao próximo, a chamada empatia, e é claro a discussão de sala para apresentar o tema é levar o conhecimento a terceiros

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