Não somos mais um país manipulável, com o avanço dos meios de comunicação, em especial a internet
O DIA
Rio - O deputado Julio Lopes, do Rio, fez a proposta mais razoável neste momento político, que seria os partidos darem ampla liberdade ao presidente Temer. O objetivo é deixá-lo formar uma equipe de notáveis e não uma colcha de retalhos, fruto do condenado toma lá, dá cá, com as diferentes legendas.
Temer havia pensado em cortar 20 ministérios, acabou em três voltou a dez e temo que hoje não corte nenhum ou acrescente mais alguns. A realidade do Brasil é outra e políticos e magistrados ainda não perceberam isso em toda profundidade. Transparência, austeridade, ordem, bom senso dominam o pensamento nacional. Não somos mais um país manipulável, com o avanço dos meios de comunicação, em especial a internet.
Ninguém pensa na volta dos militares pela via de uma intervenção. Os tempos são outros. Mas anular a presença militar na mesa das grandes decisões nacionais está provado que não é conveniente. E briga com a tradição de nossa história.
Essa demora entre a decisão da Câmara e a votação do Senado, certamente, não atendeu ao interesse do país. Ficamos um mês com uma presidente que sairia e com outro que entraria. Em plena crise na economia. Esta legislação tem de ser revista.
O desgaste dos políticos, com episódios grotescos como do deputado Waldir Maranhão, desgasta a confiança no regime democrático, que tem se mostrado sólido entre nós ao longo da crise. Talvez o afastamento do deputado Eduardo Cunha, em meio ao processo e a poucos dias do final, tenha sido uma precipitação – hoje cercada de suspeitas que também não colaboram para o respeito às instituições. Intimidados, com medo de ser acusados de defensores do parlamentar, deputados nada dizem sobre interferência forte do Judiciário no Legislativo. No mínimo, e está provado, a decisão do STF foi precipitada, dando margens a tristes interpretações.
A história reservou a Temer imensa responsabilidade. Tem de pensar mais na imagem que vai deixar e servir aos interesses nacionais do que atender a este ou aquele grupo parlamentar ou amigos de sempre. Claro que não se chega até onde chegou sem um mínimo de espírito crítico. É preciso que todos entendam o que aspira o Brasil, o povo unido, acima de partidos e de ideologia.
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