domingo, 16 de fevereiro de 2020

Você sabia disso ? - Marchinhas de Carnaval


A marchinha, ou marcha, de Carnaval surgiu em 1899, com Chiquinha Gonzaga. Foi ela que compôs “Ô abre alas”, famosa marchinha que até hoje é cantada por foliões de todo o país.
A marchinha é um tip de música que tem uma cadência que lembra as músicas tocadas pelas fanfarras militares, daí o nome marcha. Era ao som das marchinhas que os brasileiros participavam dos folguedos de rua e de salão do Carnaval durante quase todo o século XX.
Antes disso, as trilhas sonoras do Carnaval eram as músicas europeias —que não tinham letra e cujo ritmo era bem diferente do que surgiu depois da canção de Chiquinha Gonzaga. A partir dela, mais compositores começaram a escrever marchinhas, como Donga, Mauro de Almeida, Ari BarrosoNoel RosaJoão de Barro (Braguinha), Lamartine Babo e muitos mais.
Para que os foliões ficassem afiados na letra das marchinhas, elas eram divulgadas pelas rádios já a partir de dezembro. Ainda não havia televisão e as pessoas se reuniam em torno do aparelho de rádio, ansiosas para ouvir os lançamentos para o próximo Carnaval. Aí então elas eram tocadas e cantadas nas ruas, pelos blocos e cordões, e nos bailes de salão.
O Carnaval de rua, dos blocos, reavivado nos últimos anos, principalmente no Rio de Janeiro, continua incentivando a composição de marchinhas, um gênero leve, humorado e satírico de comentar costumes, personagens e acontecimentos do dia a dia, do Brasil e do mundo.

    Artigo de Opinião - O guarda da esquina


    O guarda da esquina

    O caso é conhecido e já entrou para a história política brasileira. Em 13 de dezembro de 1968, o governo Costa e Silva decretou o Ato Institucional nº 5 e, na reunião ministerial, o único voto contrário foi do vice – presidente Pedro Aleixo, que alegou, premonitoriamente: “O problema de uma lei assim não o senhor, nem os que com o senhor governam o país. O problema é o guarda da esquina.
    O episódio da censura a livros em Rondônia é o típico caso de o guarda da esquina sentir – se autorizado a cometer abusos de autoridade, não mais pelo AI-5, revogado ainda na ditadura militar com Geisel, mas pelo exemplo do ministro da Educação e do próprio presidente Jair Bolsonaro.
    Não se pode dizer que há uma ordem direta deles para que atitudes desse tipo sejam tomadas, mas palavras do líder são levadas a sério pelos liderados mais afoitos ou com menos bom senso.
    A mesma coisa aconteceu com o meio ambiente. O ex – presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Ricardo Galvão, em pleno debate sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, disse que não tinha dúvidas de que foi a leniência do governo Bolsonaro com o desmatamento que fez com que ele crescesse no primeiro ano de governo. As críticas de Bolsonaro às ONGs que defendem a Amazônia também teriam dado respaldo aos grileiros que atuam na região.
    O “guarda” no momento na prefeitura do Rio, bispo Crivella, já censurou histórias em quadrinhos com beijo bay, alegadamente para proteger nossas crianças. Quando ainda era próximo politicamente do governo Bolsonaro, o “guarda” governador de São Paulo João Doria mandou recolher uma cartilha com material escolar de ciências para alunos do 8º anos do ensino fundamental da rede estadual.
    A cartilha travada de conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também trazia orientações sobre gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. As duas decisões foram revogadas pela Justiça.
                O “guarda” no governo de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL), ex – chefe do Centro de Inteligência da PM do Estado e ex – secretário de Educação de Porto Velho, mandou recolher dezenas de livros das bibliotecas das escolas públicas, entre eles clássicos da literatura brasileira como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, “Os Sertões” de Euclides da Cunha, e “Macunaíma”, de Mário de Andrade.
    Também estava querendo proteger nossas crianças e adolescentes de “conteúdos inadequados”. Alegadamente, a decisão foi tomada por um técnico sem a autorização do secretário de Educação, Suamy Lacerda de Abreu. O memorando incluía 43 livros de autores brasileiros e estrangeiros, que deveriam ser devolvidos pelas escolas ao Núcleo do Livro Didático da Secretaria estadual da Educação.
    A medida, como não poderia deixar de ser, provocou protestos de instituições regionais, como a OAB de Rondônia , e nacionais, como a Academia Brasileira de Letras (ABL), que tem como missão a defesa da cultura nacional. Eis a nota:
    “A Academia Brasileira de Letras vem manifestar publicamente seu repúdio à censura que atinge, uma vez mais, a literatura e as artes. Trata – se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão.
     A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura. É um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos. Esse descenso cultural traduz não apenas um anacronismo primário, mas um sintoma de não pequena gravidade, diante da qual não faltará a ação consciente da cidadania e das autoridades constituídas”.
    São tantas as críticas do governo, e do próprio Bolsonaro, à cultura, são tantas as referências ao que denominam esquerdização na literatura, no cinema, no teatro, tantas denúncias de supostas imoralidades, que os guardas da esquina estão se sentindo empoderados pelos novos tempos.

    Merval Pereira / Jornal O Globo 



    Aspectos Culturais da Região Nordeste

    A Região Nordeste do território brasileiro é composta pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. 

    Apresenta grande pluralidade cultural, com elementos diversificados, por esse motivo serão abordados alguns elementos que integram a cultura da região.

    O carnaval é o evento popular mais famoso do Nordeste, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Também as festas juninas de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) se destacam. Os festejos de bumba meu boi são tradicionais em todos estados nordestinos.


    Bumba Meu boi - 

    Bumba meu Boi é um festejo que apresenta um pequeno drama. O dono do boi, um homem branco, presencia um homem negro roubando o seu animal para alimentar a esposa grávida que estava com vontade de comer língua de boi. Matam o boi, mas depois é preciso ressuscitá-lo.

    A Capoeira - 

    A capoeira foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos, é considerada uma modalidade de luta e também de dança. Adquiriu adeptos rapidamente nos estados nordestinos, principalmente na Bahia e Pernambuco. O instrumento utilizado durante as apresentações de capoeira é o berimbau, que é constituído de arco, cabaça cortada, caxixi (cestinha com sementes), vareta e dobrão (moeda).

    O Reisado - 

    O Reisado é uma manifestação cultural trazida pelos colonizadores portugueses. É um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cujo palco é a praça pública, a rua. No Nordeste, a partir do dia 24 de dezembro, saem os vários Reisados, cada bairro com o seu, cantando e dançando. Os participantes dos Reisados acreditam ser continuadores dos Reis Magos que vieram do Oriente para visitar o Menino Jesus, em Belém.

    O Coco - 

    O coco é um estilo de dança muito praticado nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A dança é uma expressão do desabafo da alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro; além disso, foi a dança preferida dos cangaceiros; Lampião e outros cangaceiros dançavam nas horas de descanso e distração.

    O frevo - 

    O frevo surgiu através da capoeira, pois o capoeirista sai dançando o frevo à frente dos cordões, das bandas de música, executando passos semelhantes ao da capoeira. É uma dança de alucinação coletiva, do carnaval pernambucano, é praticado em salões e nas ruas.


    Frevo em Pernambuco - 

    Terno de Zabumba é um conjunto musical típico do Nordeste, que alegra sempre as festas. O Terno de Zabumba exerce função profana e religiosa. Tocam as “salvas”, nas rezas e novenas. É conhecido também pelos nomes de Terno de Música, Esquenta Mulher, Cabaçal e Banda de Couro.

    O Maracatu - 

    O maracatu é originário de Recife (PE), surgiu durante as procissões em louvor a Nossa Senhora do Rosário dos Negros, que batiam o xangô (candomblé) o ano inteiro. O maracatu é um cortejo simples, inicialmente tinha um cunho altamente religioso, hoje é uma mistura de música primitiva e teatro.

    Marujada - 

    Marujada é um bailado popular muito antigo. Consiste na dramatização das lutas portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima.

    Quilombo - 

    Quilombo é um folguedo tradicional alagoano, tema puramente brasileiro, revivendo a época do Brasil Colônia. Dramatiza a fuga dos escravos, que foram buscar um local seguro para se esconder, na serra da Barriga, formando o Quilombo dos Palmares.

    Candomblé - 

    Candomblé consiste num culto de origem africana trazido pelos escravos negros, na época do Brasil colonial. Na Bahia esse culto é chamado de candomblé, em Pernambuco nomeia-se xangô, no Maranhão, tambor de menina. Atualmente o candomblé, em algumas regiões, está muito modificado em razão da influência dos brancos.

    Afoxê - 

    Afoxê é o sagrado participando do profano. É uma obrigação religiosa que os membros dos candomblés (de origem jeje-nagô) devem cumprir. É uma vertente do candomblé adequado ao carnaval. Inicia-se com um despacho para Exu, para que ele não interrompa as festividades carnavalescas, dão-lhe farofa de dendê com azeite.

    A Festa de Iemanjá - 

    A Festa de Iemanjá é um agradecimento à Rainha do Mar. A maior festa de Iemanjá ocorre na Bahia, no Rio Vermelho, dia 2 de fevereiro. Todas as pessoas que têm “obrigação” com a Rainha do Mar se dirigem para a praia. Nesse evento cultural há o encontro de todos os candomblés da Bahia. Levam flores e presentes, principalmente espelhos, pentes, joias e perfumes.

    Lavagem do Bonfim - 

    Lavagem do Bonfim é uma das maiores festas religiosas populares da Bahia. É realizada numa quinta feira de janeiro. Milhares de romeiros chegam ao Santuário do Senhor do Bonfim, na Bahia. Senhor do Bonfim é o Oxalá africano, existem também promessas católicas de “lavagens de igrejas”. Os fiéis lavam as escadarias da igreja com água e flores.



    Literatura de Cordel - 

    Literatura de Cordel é uma das manifestações culturais nordestinas, consiste na elaboração de pequenos livros contendo histórias escritas em prosa ou verso, os assuntos são os mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou cerimônias.

    Artesanato - 

    Outro elemento cultural de extrema importância no Nordeste são os artesanatos. A variedade de produtos artesanais na região é imensa, entre eles podemos destacar as redes tecidas, rendas, crivo, produtos de couro, cerâmica, madeira, entre outros.

    Culinária - 

    A culinária nordestina é bem diversificada e se destaca pelos temperos fortes e comidas apimentadas. Os pratos típicos são: carne de sol, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão verde, canjica, tapioca, peixes, frutos do mar, etc. Também são comuns as frutas ciriguela, umbu, buriti, cajá e macaúba.



    Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

    FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Aspectos Culturais da Região Nordeste "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-culturais-regiao-nordeste.htm. Acesso em 16 de fevereiro de 2020.