04/05/2016
Nessas eleições municipais, petistas históricos buscam novas legendas e discurso de oposição para serem reeleitos
O DIA
Rio - Depois de dois governos Lula, eleito com quase 60 milhões de votos, o PT entra em decadência após a vitória do governo Dilma que herdou o país em crise fiscal crônica, com as pedaladas de Guido Mantega à frente da Fazenda e escândalos envolvendo o grupo petista em corrupção.
Lula ao ser eleito fez mudanças na política monetária reduzindo a taxa de juros Selic que no governo FHC chegou a pico de 48%. Com a Carta aos Brasileiros, cumpriu metas de programas prometidos em campanha na área social. Criou o mais bem-sucedido programa de resgate social das classes mais baixas com 13 milhões de pessoas para o mercado consumidor. O Bolsa Família foi copiado por vários países. Com o programa, os mais pobres passaram a ‘ tomar café de manhã, almoçar e jantar’, como prometeu na campanha.
A demanda por bens duráveis aumentou com o crédito fácil em prazos longos. Os consumidores de baixa renda compraram automóveis em até 50 vezes. Lula navegou na bonança do crescimento econômico mundial puxado pela demanda de commodities da China. Não teve visão estratégica que a bolha de crescimento entraria no futuro em ciclo de queda da atividade.
No campo político, teve oportunidade de fazer a Reforma Política e Fiscal, pois tinha domínio sobre a base aliada no Congresso. Não fez. Errou como estrategista mais uma vez. Com as lideranças empresariais tinha trânsito livre como se fizesse ‘pacto de classes’ com o capital industrial. Abriu os cofres do BNDES a taxa de juros negativa para o setor produtivo.
Na sucessão, errou em escolher Dilma. Hoje, com a Petrobras em processo pré-falimentar e com a Lava Jato, o governo petista chega ao fim. Em 2002 foram eleitos 232 prefeitos e 96 deputados federais. Em 2014, o partido elegeu 714 prefeitos e 82 deputados federais. Com 635 prefeitos que ficaram no partido, 135 pediram desfiliação em cidades que estão em crise fiscal.
Nessas eleições municipais com o impeachment da presidente, petistas históricos buscam novas legendas e discurso de oposição para serem reeleitos. Os líderes do partido já admitem fazer governo paralelo de oposição a Temer. O PT caminha para o mausoléu dos historiadores para explicarem sua extinção ou se será refundado. Réquiem.
Wilson Diniz é economista e analista político
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