23/03/2016
Os políticos de bom senso devem procurar nomes que atendam aos reclamos do momento, sob o risco de um retrocesso na gestão pública
O DIA
Rio - Uma mensagem clara nas manifestações do dia 13 de março foi a de que a insatisfação popular não está atrelada aos políticos de oposição. O povo quer ver a crise na economia vencida e o fim da impunidade dos envolvidos em atos de corrupção. O governo não percebeu que para se salvar teria de cumprir uma ‘agenda Macri’, a fim de restabelecer a confiança no Brasil.
O eleitor vota hoje de maneira diferente do passado. Política é mesmo, como disse certa vez a senhora Berenice Magalhães Pinto, mulher do político mineiro Magalhães Pinto, como as nuvens. Mudam de posição a cada momento.
A política do Rio vive um momento delicado, com os efeitos da crise debilitando o governador Pezão, embora respeitado pela postura realista e sincera diante da tormenta. O prefeito Eduardo Paes está em posição delicada perante os políticos e formadores de opinião pela insistência de uma escolha solitária e pessoal do candidato à sua sucessão. Além da ligação estreita com a presidente Dilma, desgastada como se sabe. Resta a habilidade do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, que emergiu como homem lúcido e com credibilidade entre seus pares. É o chamado político confiável. Foi-se o tempo de Carlos Lacerda, Negrão de Lima, Nelson Carneiro, Amaral Peixoto, Gilberto Marinho e outros, de presença e influência nacional.
Mas o grande timoneiro, já recuperado do cruel bullying político, é o ex-governador Sérgio Cabral, reconhecido pelo soerguimento do Rio. É justo se registrar que tudo que a assistimos de positivo deve-se a seu trabalho e talento. E permanecem na política os homens de ação e visão, mas com generosidade e humildade face aos diferentes momentos vividos na carreira. Intolerância ou arrogância são palavras inexistentes no dicionário de Sérgio Cabral.
Os políticos de bom senso devem procurar nomes que atendam aos reclamos do momento, sob o risco de um retrocesso na gestão pública. O perigo é o voto passional, das implicâncias, em detrimento de uma opção com lastro no que melhor atende a sociedade. No Brasil de hoje, a aventura é imperdoável. Afinal, precisamos recuperar a democracia no imaginário popular.
Aristóteles Drummond é jornalista
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