25/03/2016
Será que Deus está impondo Dez Pragas ao Brasil para depois nos libertar das trevas da corrupção, da sociedade da mentira?
O DIA
Rio - Arrependam-se, pecadores, são tempos de trevas! Deus não é mais brasileiro! Sob crises ética, política e econômica, recessão e desemprego, afogados em corrupção, que fizemos para merecer sua ira? Descumprimos mandamentos? Que mortais pecados cometemos?
Diz a Bíblia que as Dez Pragas do Egito foram impostas para confirmar o poder do Deus de Israel sobre os Deuses egípcios e obrigar o então Faraó a libertar os hebreus escravizados. As águas do Nilo tingiram-se de sangue, todos os peixes morreram; rãs cobriram a terra; piolhos infestaram homens e animais; moscas se multiplicaram e escureceram o dia; animais morreram sem razão aparente; o Senhor ordenou a Moisés que jogasse cinzas para o ar, e pústulas surgiram em todos os homens; nuvens de gafanhotos e chuvas de granizo destruíram plantações; a escuridão cobriu o sol três dias seguidos ; os primogênitos foram mortos, inclusive o filho do Faraó. Após tantas tragédias, os hebreus foram libertos.
Será que Deus está impondo Dez Pragas ao Brasil para depois nos libertar das trevas da corrupção, da sociedade da mentira, dos tempos do ‘me garante que te garanto’, e assim edificar uma sociedade composta por homens justos e sábios, como sonhou Sócrates? Claro, em vez das pragas bíblicas, estamos submetidos: ao horário eleitoral gratuito e suas fantasias; a quadrilhas compostas por políticos, autoridades públicas e empresários, lobos-ratos sempre famintos roendo a riqueza e a honra nacionais; a partidos políticos sem ideologia, verdadeiros balcões de negócios; a funções gratificadas, prêmios de fidelidade sem interesse público; a mordomias como carros, motoristas, auxílios-paletó, moradia e outros privilégios que não queremos pagar; a sindicatos e fundações com senhores que se eternizam e que sangram os recursos de seus associados; a rios mortos pela lama e pelo esgoto; ao Aedes brasiliensis, praga superior à dos piolhos, moscas e gafanhotos do Egito somados; às indústrias da seca e da pobreza; à Justiça que tarda e falha; a preços absurdos de combustíveis e de energia elétrica; à derrota para a Alemanha por 7 a 1. Há muitas pragas faltando nesta relação, não?
Deus, tende piedade de nós e lavai a jato nossas pragas, muito piores do que as bíblicas pragas do Egito, amém. Panta rei.
Ruy Chaves é diretor da Estácio e da Academia do Concurso
Nenhum comentário:
Postar um comentário