segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Francesa contrai zika após relação sexual com homem que viajou para o Brasil


Este é o primeiro caso registrado na França por transmissão através de sexo; Argentina tem registro semelhante


RIO - A ameaça do zika começa a se espalhar pelo mundo. Depois do anúncio de grávidas contaminadas nos Estados Unidos, a França registrou o primeiro caso da doença transmitida por via sexual. A ministra da Saúde do país, Marisol Touraine, confirmou à Agência France-Presse (AFP) que uma mulher, que não está grávida, foi infectada por seu parceiro, que esteve no Brasil pouco antes de a paciente desenvolver os sintomas. O governo francês não informou a nacionalidade do homem.

Segundo a ministra, o casal reside em Paris e a mulher passa bem. Desde o início de fevereiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) está em alerta devido ao potencial de transmissão do vírus por relações sexuais. O primeiro caso desse tipo divulgado ocorreu no Texas. Na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos informou que investiga 14 novos relatos de possível contágio do zika por via sexual. Já foram confirmados no país os casos de nove grávidas contaminadas, e outras dez gestantes com suspeita da doença estão sendo examinadas.

IMPACTOS DA TRANSMISSÃO

A doença já está em quase toda a América do Sul e Central, segundo a OMS. Autoridades argentinas anunciaram ontem que o país registrou o primeiro caso de zika numa paciente que não viajou para o exterior. A mulher mora em Córdoba e teria sido contaminada por via sexual, segundo o secretário de Saúde, Francisco Fortuna. A mulher teve um relacionamento com um homem que esteve na Colômbia. O diagnóstico da doença foi confirmado por exame laboratorial.


— Como a descoberta é recente, não sabemos qual será o impacto, pois a amostragem maior que temos é sobre a transmissão pelo mosquito. Creio que não será um grande problema para esses países, mas para as grávidas, sim, que precisarão seguir as recomendações de prevenção dos órgãos internacionais de saúde.

A Argentina já tinha registrado oito casos de infecção por zika, mas de pessoas que haviam sido contaminadas no exterior. O país, no entanto, enfrenta milhares de casos de dengue. As principais províncias afetadas são Misiones e Formosa, na fronteira com o Paraguai e o Brasil. O governo informou que segue todos os protocolos de controle de focos do Aedes aegypti.

O vírus zika também chegou ao Japão. Na semana passada, um adolescente que mora perto de Tóquio, na província de Kanagawa, teve o diagnóstico da doença confirmado. Ele tinha estado no Brasil dias antes.



A OMS anunciou, na sexta-feira, que foram detectados casos de transmissão interna do zika em 40 países, onde mosquitos transmitiram o vírus. Outros 19 países já afirmaram ter recebido casos importados de infectados.

Na Colômbia, o número de contaminados já chega a 42.706, incluindo 7.653 grávidas. As autoridades de saúde do país informaram que foram registrados um caso provável de microcefalia relacionado ao vírus e as mortes de três pacientes com síndrome de Guillain-Barré, previamente diagnosticados com o vírus. A Colômbia é o segundo país com mais casos de zika na América Latina, depois do Brasil.

Em São Paulo, a Secretaria municipal de Saúde confirmou ontem a primeira morte por dengue na cidade. A vítima é um paciente de 62 anos, morador do bairro de Tremembé, na Zona Norte, que morreu em 16 de janeiro no Hospital Municipal São Luiz Gonzaga. Só em janeiro, foram registrados 827 casos confirmados de dengue na capital paulista, um aumento de 16,5% em relação ao mesmo mês de 2015.

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