Foi informado através da página do facebook da roda de samba da Pedra do Sal que o evento dessa segunda feira (3) não aconteceria parcialmente por causa do mau tempo mas principalmente por causa da ação da Guarda Municipal do bispo-prefeito Marcelo Crivella. Tudo na suposta defesa do ordenamento público na região da Gamboa e do Largo da Prainha. Em vista da ofensiva da Guarda Municipal os organizadores da roda de samba cancelaram o evento da segunda feira e declararam no facebook que “Visando evitar problemas para o samba e moradores, prejuízos para o comércio local e, exposição de violência ao nosso público, decidimos, há pouco, cancelar nosso evento dessa segunda feira dia 03/07/2017”.
A realidade é que a operação da Guarda Municipal na região da tradicional roda de samba não é o único caso de ataque do prefeito evangélico. O corte de verbas por exemplo, na pasta da cultura, que forçou o fechamento do Cemitério dos Pretos Novos, um importante lugar arqueológico da brutal história dos escravos no Rio de Janeiro.
Também tem causado alvoroço entre os centros de religiões de matriz africana o recente decreto aprovado pelo Crivella que determina que uma comissão vinculada ao gabinete do prefeito deverá aprovar qualquer evento, shows, feiras e exposições de rua na cidade, sentando as bases para a repressão de expressões da cultura negra e popular da cidade baseada na suposta manutenção da ordem pública.
Alem disto tem o polêmico corte da verba destinada às escolas de samba que cortará pela metade os subsídios de R$ 24 milhões às escolas de samba do carnaval carioca. Crivella atual prefeito e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), é reconhecido por sempre ter condenado os festejos do carnaval. Mesmo assim teve o apoio dos dirigentes das agremiações da liga das escolas de samba, que temiam que a vitoria de Marcelo Freixo comprometeria o futuro do reconhecido evento. Uma medida demagógica do prefeito que alega a necessidade de cortar verbas do carnaval para favorecer creches que não são públicas mas sim privadas é que existem em primeiro lugar para favorecer o enriquecimento dos empresários.
A iniciativa de Crivella é uma medida populista de direita jogando um direito da população trabalhadora contra o outro, afirmando que a população tem que escolher entre o direito ao lazer e à cultura da população trabalhadora, o qual tem no carnaval um de suas mais tradicionais manifestações populares, ou o direitos de ter creches para as crianças.
É conhecido também que os interesses das direções das escolas de samba (que são verdadeiras máfias) não é de garantir acesso à cultura e ao lazer para a maioria da população. Os dirigentes das escolas também tem seus interesses próprios. Por isso apoiaram Crivella nas últimas eleições.
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