Não é questão de ocupação do tempo, mas, sim, de projeto pedagógico bem estruturado, pluridimensional
O DIA
Rio - Segundo o resultado do Censo Escolar da Educação Básica, publicado no fim de fevereiro, o número de matriculados em escolas de tempo integral aumentou quase 50% de 2012 para 2013. O Brasil tem mais de 3 milhões de crianças e adolescentes que estudam no mínimo sete horas por dia. Com esse resultado, ainda não atingimos a meta de ter 25% dos alunos da Educação Básica (Infantil, Fundamental e Médio) com atividades o dia todo no colégio, mas já revela esforço principalmente dos sistemas municipais e estaduais de implantar o tempo integral.
Boa parte desse resultado pode ser creditada ao êxito do Mais Educação, que desde 2008 vem possibilitando às escolas o oferecimento de atividades complementares em contraturno em diversas áreas. O objetivo central do programa é induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da educação integral, com a participação da família e da comunidade.
Talvez alguns ainda se perguntem por que a escola integral é um caminho desejável para a realidade brasileira. Tentaremos ajudar os não convictos. Em primeiro lugar, é importante dizer que a educação integral não ocorre somente por conta de a criança ficar na escola o dia todo.
Não é questão de ocupação do tempo, mas, sim, de projeto pedagógico bem estruturado, com objetivo de atuar em diferentes dimensões do processo educativo. Integral quer dizer total, global, inteiro. Uma escola de tempo integral precisa reorganizar espaços, tempos e conteúdos. Mas vamos aos argumentos que respondem à pergunta-título.
A educação integral melhora o rendimento do aluno, na medida em que os horários para reforço escolar e a realização assistida das tarefas são atividades inerentes ao processo. Diminui o risco social, já que, além de afastar crianças, adolescentes e jovens das ruas, insere em seu cotidiano atividades esportivas, culturais e de lazer que funcionam como dinamizadoras de processos de reconstrução da autoestima.
Integra a turma com diversos setores e programas da comunidade, além de tornar a aprendizagem mais dinâmica e contextual, na medida em que promove o rompimento dos muros da escola. Os resultados da aprendizagem e o nível de satisfação dos alunos e professores apontam que a escola de tempo integral é caminho concreto para a Educação de nossas crianças, adolescentes e jovens, a caminho de um Brasil mais justo.
Júlio Furtado é professor e escritor. Fernando Molica está de férias
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