POR SILVIO ESSINGER 25/09/2016
RIO – Líder da Legião Urbana — a maior banda de rock do Brasil, com mais de 20 milhões de discos vendidos e um memorável histórico de shows lotados —, Renato Manfredini Júnior morreu no dia 11 de outubro de 1996, vítima de complicações da Aids. Já era um mito. Agora, às vésperas dos 20 anos de sua morte, ele será celebrado com lançamentos, eventos e reedições que mostram que, desde 1996, Renato só fez crescer em notoriedade e adoração.
— Há toda uma nova geração que descobriu a obra dele e da Legião pela internet — observa o jornalista Carlos Marcelo, 45 anos, autor de “Renato Russo: o filho da revolução”, biografia que voltou às livrarias neste mês em sua primeira edição revista e ampliada. — Mas isso aconteceu de forma fragmentada. Diferentemente da nossa turma, eles ouviram músicas isoladamente, leram trechos de letras e acabaram construindo os seus personal Renatos.
A maioria dos eventos acontece agora em outubro. No dia 7, chega às livrarias “The 42nd St. Band: romance de uma banda imaginária”, ficção escrita na adolescência pelo líder da Legião. Dia 11, o ator Bruce Gomlevsky reestreia “Renato Russo, o musical”, que foi montado em 2006, nos dez anos de morte do cantor, e somou mais de 200 mil espectadores. Também no dia da morte, será lançado “Viva Renato Russo 20 anos”, álbum-tributo só com bandas da nova geração do rock brasileiro. E, no dia 28, a Universal Music lança uma caixa com cinco álbuns solo que Renato gravou. Tem mais. No ano que vem, ele ressurge numa exposição no MIS de São Paulo, no filme “Eduardo e Mônica”, dirigido por René Sampaio, e na adaptação teatral do livro “Só por hoje e para sempre”, também a cargo de Gomlevsky.
Diretor artístico da Legião Urbana Produções Artísticas (empresa do filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini) e curador do acervo do cantor, Ronaldo Pereira cuidou especialmente, com Giuliano, da coletânea de bandas reunidas no disco-tributo. Elas vão da fluminense Supercordas, tocando “Metrópole”, à potiguar Plutão Já Foi Planeta com “Por enquanto”. O álbum é o único projeto para marcar o aniversário da morte do cantor em que a empresa está diretamente envolvida.
— Pensamos num show, “Viva Renato 20 anos”, mas as bandas estão espalhadas pelo Brasil — lamenta Ronaldo, que liberou um texto inédito de Renato para a Urbana Legion, banda cover formada por Marcão (ex-Charlie Brown Jr.) e Egypcio (cantor do Tijuana), musicar e lançar, futuramente, num single.
Mas Ronaldo ainda supervisionou a seleção do material para a mostra sobre Renato que ficará de julho a setembro de 2017 no MIS de São Paulo.
— Era tudo que estava no apartamento do Renato em Ipanema. Ali, havia também uma infinidade de letras, escritas de forma informal, umas até em papel de pão, que estamos tentando botar na praça — conta.
Com um legado que persiste tanto nos shows da Legião Urbana XXX anos (dos ex-parceiros Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá), que seguem até dezembro, quanto nos incontáveis covers, Renato não sai de cena:
— Parei de fazer o musical há cinco anos e não me faltaram convites para remontá-lo — conta Bruce Gomlevsky.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/renato-russo-lembrado-em-livros-discos-musical-exposicao-filme-peca-20174658#ixzz4LMezId3p
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