Como conduzimos sonhos e ideologias, cujos objetivos eram levar o povo ao poder, promover igualdade social e distribuir renda?
A sucessão de fatos da política mancha a História do Brasil. Depois de suada conquista da democracia, após 20 anos de ditadura, o questionamento que cada cidadão deve fazer é como cuidamos dela. Como conduzimos sonhos e ideologias, cujos objetivos eram levar o povo ao poder, promover a igualdade social e distribuir renda? Depois de 30 anos, aonde chegamos e para onde vamos?
O desejo da maioria em levar um operário ao cargo máximo do país, representando, enfim, o povo no poder, parece ter se tornado um pesadelo. E a grande questão a ser considerada nada tem a ver com o partido A ou B, e, sim, com a enraizada corrupção no poder, fazendo com que cada segmento sofra as consequências perversas da ganância desenfreada de grupos que almejam de tudo, menos o bem coletivo e o tão falado crescimento de um país rotulado como o do futuro.
Esse futuro chegou, os trabalhadores se viram representados frente à elite dominadora, mas isso durou pouco. “O sonho acabou, vamos encarar a realidade”. Essa frase, eternizada por John Lennon, se encaixa perfeitamente em nossa realidade atual. São tantas as denúncias, acusações e investigações que a população se sente atordoada, indignada e totalmente desacreditada em todos os aspectos.
Até mesmo um dos poderes mais respeitados, o Judiciário, hoje se vê no meio de constantes turbulências causadas pelas tentativas de várias frentes em influenciar suas ações. Por outro lado, até mesmo alguns de seus membros vêm cometendo erros ou, no mínimo, graves equívocos de posicionamento, esquecendo-se do princípio básico e essencial da imparcialidade.
De fato, é notória a tentativa de se politizar o Judiciário e o contrário também, ou seja, de judicializar a política, o que parece ainda mais complexo, pois, dessa forma, a sociedade civil, que deveria ser a maior beneficiada e protegida por esses poderes, se vê vulnerável e desassistida.
Foram muitas as iniciativas de ambos os lados com a alegação de estar dentro da legislação, porém notoriamente muitas feriram a lei. Além disso, nem tudo o que é legal é moral e, no Brasil de hoje, essa premissa simplesmente está sendo atropelada. E, assim, o país segue mergulhado na crise política, simplesmente à deriva, rumo a um futuro incerto.
Marcos Espínola é advogado criminalista.
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