O povo tem lido mais do que nunca. O fluxo é tanto que a qualidade ficou para trás. Vários meios de comunicação, que deveriam ser referenciais de ortografia, não se importam.
Há um tempo, aconselharíamos “Lê, aí, de monte, porque quem lê escreve bem!”. Principalmente com relação à ortografia, que todos pensam dominar, no entanto, é a parte mais complicada de saber bem, pelo fato de que não existe regra para tudo: muitas justificativas para a escrita de uma palavra são a origem dela e a nossa língua tem resquícios de latim, grego, africano, espanhol etc. A memória fotográfica seria uma boa alternativa, mas, hoje, não é prudente aconselhar o estudo assim, é muito arriscado. Mesmo que o povo ande lendo mais do que nunca (Facebook, e-mails, jornais e revistas on-line, blogs, Twitter), o negócio está chegando ao ponto do silogismo do queijo: quanto mais queijo, menos queijo. Quanto mais lemos e escrevemos, menos lemos e escrevemos.
O fluxo é tanto que a qualidade ficou para trás. O negócio é comunicar. É compreensível a necessidade da velocidade na comunicação, principalmente no caso do jornalismo. É o furo de reportagem em jogo. Todavia, aí é que se cria um problema. Quem acompanha o Revisão para quê?, principalmente a fan page, pode perceber que vários meios de comunicação, que deveriam ser referenciais de boa expressão escrita, pecam, descuidam, não se importam. Você nunca sabe se está lendo algo com que possa usar a memória visual para aprender. “Eu vi escrito na capa do jornal” não lhe garante que estava escrito corretamente.
Aí, você aí fica pensando: “Por que preciso das normas? Só quero saber a mensagem e como está escrita não importa.”.
Veja bem, não estou dizendo que deveríamos escrever tudo “direitinho” o tempo todo. Sim, eu também sou filha de ~Jobs~ e economizo letras, palavras e concordâncias na minha comunicação diária. Assim como também já percebi que isso é perigoso quando meu cérebro, no piloto automático, avisou que eu andava escrevendo “enxer” por aí. É mais fácil escrever só o “x” do que o “ch”. Acostumei. Como sou formada em Letras, presto atenção a tudo que aparece escrito na minha frente, meu cérebro viu que esse “x” estava mal. Depois do acontecido, fiquei pensando em quem não tem uma base sólida em Língua Portuguesa. Como faz?
Posso, assim, responder: é necessário um domínio da norma-padrão para passar no concurso, na prova, no vestibular, na seleção de trabalho. Para não ser engambelado por um advogado, um vendedor, um espertinho. Para saber, pois não é obrigatório usar no dia a dia, no entanto, precisaremos em situações decisivas em nossas vidas.
Então, muito cuidado com como você escreve e também com a qualidade do que você lê. Seja crítico e autocrítico. Não precisa sair por aí corrigindo a tudo e a todos, mas saiba distinguir o certo do errado, o adequado do inadequado, até para “brincar de escrever errado” sem riscos. Talvez pareça exagero, porém é fato: seu futuro pode depender da crase, do hífen, do X ou de uma vírgula, como nesse caso. NÉ?
Hehehehe…
;)
http://revisaoparaque.com/blog/comunicacao-hoje-quem-le-mais-escreve-melhor/
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