domingo, 6 de março de 2016

Artigo de Opinião - Tecnologia social no combate ao Aedes - José Caetano Minchillo


A vigilância e combate aos focos do mosquito devem ser contínuos por meio do engajamento de cidadãos, poder público e sociedade

O DIA
Rio - Em tempos de mobilização contra o mosquito, o Brasil e o mundo investem em novas tecnologias para detectar rapidamente e tratar dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Agência Nuclear da ONU, anunciou que vai disponibilizar tecnologia nuclear especializada para detecção antecipada de contágios do Zika. A Unicamp passa a utilizar teste desenvolvido para detectar a presença do vírus da zika no sangue, em prazo de cinco horas, quando o habitual é que o resultado saia em até uma semana. Já a Fiocruz criou o Kit NAT Discriminatório, que dá mais agilidade aos testes.


Órgãos e empresas públicas fortaleceram as inspeções nos ambientes interno e externo dos prédios. O Banco do Brasil, por exemplo, reviu os contratos de limpeza e jardinagem e ativou sua rede de voluntários, composta por mais de 25 mil pessoas, entre funcionários e aposentados.
Temos ainda importante alternativa neste momento de esforço, que são as tecnologias sociais, que compreendem produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. O conceito está baseado na disseminação de soluções para problemas voltados a demandas de diversas áreas, como alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos e meio ambiente, dentre outras, inclusive sobre questões de saúde, como no combate ao Aedes aegypti. No Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil, são 850 soluções disponíveis para todos esses temas.
Uma dessas iniciativas é o Projeto Dengoso — Utilização de Peixes no Controle de Larvas de Mosquitos. Um peixe conhecido como barrigudinho se alimenta das larvas e sobrevive em locais com pouca oxigenação. Trata-se de solução que alia saber popular, organização social e conhecimento técnico-científico. A eficiência no controle das larvas dos insetos, nos locais povoados e com adaptação dos peixes é de 100%. 
A vigilância e combate aos focos do mosquito devem ser contínuos por meio do engajamento de cidadãos, poder público e sociedade. Somente com o esforço conjunto, soluções efetivas e reaplicáveis, será possível vencermos este desafio, e contribuir com o desenvolvimento social do país.
José Caetano Minchillo é presidente da Fundação Banco do Brasil

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